Cenário Econômico

Cenário Econômico

Cenário Econômico – Junho/2023


Juros altos no Brasil podem custar até R$ 182 bilhões a mais por ano ao país: Dados do Banco Central
mostram que a cada 1 ponto percentual na Selic mantido por 12 meses, o país gasta cerca de R$ 43 bilhões
a mais com a dívida bruta Em junho, o BC divulgou que o setor público consolidado registrou déficit
primário de R$ 50,2 bilhões em maio, ante déficit de R$ 33 bilhões no mesmo mês de 2022 A manutenção
da taxa básica de juros em 13,75% ao ano custa bilhões ao Brasil, que poderia utilizar o montante em
setores que carecem de investimento. Segundo dados do Banco Central (BC), a cada 1 ponto percentual na
Selic mantido por 12 meses, o país gasta cerca de R$ 43 bilhões a mais com a dívida bruta — que abrange o
total dos passivos de responsabilidade do governo federal, além de estados e municípios. Por isso, caso a
Selic já fosse de 9,5% ao ano, conforme prevê projeção do Boletim Focus do BC para 2024, o Brasil iria
economizar cerca de R$ 182 bilhões ao ano só com o pagamento de juros da dívida, uma conta que
desconsidera o impacto da inflação e câmbio. É por meio da dívida contraída pelo Tesouro Nacional por
meio da emissão de títulos públicos que o governo consegue financiar o déficit orçamentário. Nele conta o
refinanciamento da própria dívida, bem como os débitos contraídos para realizar operações com
finalidades específicas, como investimentos em infraestrutura, gastos com a Previdência, repasses a
estados e municípios, entre outros. De acordo com Felipe Salto, economista-chefe da Warren, o gasto é
reflexo de um percentual elevado da dívida pública indexada diretamente à própria Selic. No mês passado,
o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que um terço da dívida pública, que chegou a R$
5,9 trilhões em maio, está atrelado à Selic. Além do impacto direto, o economista da Associação dos
Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Flávio Tonelli Vaz, destaca que o custo dos juros vai
além e avança em tamanho quando comparado a tudo que o Brasil produz. “Entre 2018 e 2020, os juros
nominais de dívida ficaram em média em R$ 353 bilhões, segundo dados do BC. Em 2021, quando a Selic
começou a subir, a conta de juros passou para R$ 448 bilhões. Já em 2022, com os juros em 13,75%, já foi
R$ 586 bilhões”, afirmou. “Em termos de PIB, no primeiro triênio ele representou 4,83% do PIB, passando
para 5% no ano seguinte e para 6% do PIB no ano passado. Então os juros impactam muito mais do que
somente os títulos que estão indexados na Selic”. Por isso, de acordo com Felipe Salto, uma redução da
Selic traria um alívio considerável nas contas públicas, permitindo que o governo controlasse melhor o
Orçamento e contribuindo para o cenário econômico. “Além do efeito direto sobre o gasto com juro, há
ainda os efeitos ao longo do tempo no sentido de facilitar o equilíbrio da dívida em relação ao PIB, porque,
com juros menores, a dívida cresce com menos força e, com uma mesma taxa de crescimento econômico
prevista para a economia, fica mais fácil estabilizar a relação dívida/PIB”, disse. Em junho, o BC divulgou
que o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 50,2 bilhões em maio, ante déficit de R$
33 bilhões no mesmo mês de 2022. Os dados englobam as contas do governo federal, estados e municípios
e empresas estatais exceto Petrobras, Eletrobrás e bancos. A dívida líquida do setor público chegou a
57,8% do PIB, ou R$ 5,9 trilhões, em maio, alta de 0,8 ponto do PIB no mês. Já a dívida bruta que
compreende governo federal, INSS e governos estaduais e municipais atingiu 73,6% do PIB, ou R$ 7,6
trilhões, com elevação de 0,7 ponto em relação ao mês anterior. Para Rafaela Vitória, economista-chefe do
Inter, o resultado das contas públicas divulgado em junho mostra um cenário desafiador para o governo.
“O resultado fiscal segue desafiador para o governo. Sem crescimento adicional de receitas no segundo
semestre, o déficit em 2023 deve ficar próximo de 1% do PIB e as despesas com juros devem ultrapassar
R$ 700 bilhões, levando a dívida bruta a 75% do PIB, mesmo com o crescimento maior da economia”.
Segundo ela, um ajuste fiscal mais rápido pode fazer com que a Selic finalmente caia e, assim, reduzir as
despesas com juros das contas. “Por outro lado, um ajuste fiscal mais célere e com maior credibilidade,
pode reduzir a percepção de risco do mercado, e resultar em importante queda dos juros e
consequentemente das despesas nominais, contribuindo para reduzir o crescimento da dívida pública
projetado pelo mercado para os próximos anos”, completou. De acordo com Maria Lucia Fattorelli,
coordenadora da entidade Auditoria Cidadã da Dívida, o crescimento da dívida pública baseado na alta dos
juros é um problema. Para a especialista, o movimento tem crescido e servido apenas para “alimentar os
mecanismos financeiros que geram dívida sem contrapartida, em especial os elevadíssimos juros sobre os
juros da própria dívida, sem limite”. “O mais grave é que não existe teto, limite ou controle algum para
esse gasto com juros da dívida pública, tendo em vista que, se os recursos disponíveis no Orçamento ou na
conta única do Tesouro não forem suficientes para esse pagamento, o governo emite mais títulos públicos
e paga, aumentando continuamente o estoque da dívida pública, sobre o qual, no mês seguinte, incidirá
mais juros em cascata”, afirmou. Aluguel mais barato? IGP-M recua 7% e tem maior queda em 3 décadas;
saiba o impacto no seu contrato: O IGP-M, índice de inflação tradicionalmente nos contratos de imóveis
para reajustar o valor do aluguel, encerrou junho com uma queda de quase 7% acumulada em 12 meses. É
uma das poucas e também, de longe, a maior retração já registrada pelo índice desde pelo menos 1995, no
começo do Plano Real, de acordo com a série da Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pelo
indicador. Os aluguéis, porém, não devem cair na mesma intensidade. “A grande maioria dos contratos de
aluguel já traz uma cláusula que diz que o índice negativo não se aplica”, explica o advogado Marcelo
Tapai, sócio da Tapai Advogados, especializado em direito imobiliário. Na prática, isso significa que, se o
IGP-M cai, o reajuste do aluguel será zero. “Não há nada na lei que obrigue a inclusão dessa cláusula; o
contrato pode ter qualquer coisa que seja estabelecida entre as duas partes [proprietário e locatário]. Mas
ela acabou se tornando padrão. ” Isso significa, explica Tapai, que o locatário pode, na hora de assinar o
contrato e entrar no imóvel, pedir que essa cláusula do reajuste zero será retirada, e que a variação
negativa do aluguel, quando a inflação também esteja negativa, fique garantida. Mas, afirma ele, não é o
padrão. Há três meses negativo: Junho foi o terceiro mês consecutivo em que o índice ficou negativo, de
acordo com a FGV, o que significa que todos os contratos de aluguel que completaram ou estão
completando um ciclo de 12 meses nesse período não serão reajustados. O valor a ser pago ao proprietário
ficará por pelo menos mais um ano exatamente no mesmo preço. Após ata do Copom, mercado reduz
para 12% projeção para Selic em 2023, diz Focus: Economistas ouvidos pelo BC cortaram também as
estimativas para a inflação e elevaram as expectativas para o crescimento da economia. Depois que a ata
da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou que há espaço para o início do corte
da taxa básica de juros já a partir do próximo encontro marcado para agosto o mercado revisou para baixo
suas projeções para a taxa básica de juros, a Selic. A estimativa do Boletim Focus para a Selic passou de
12,25% para 12% ao ano em 2023; se manteve em 9,5% e 9% para 2024 e 2025; e caiu de 8,75% para
8,63% para 2026. Uma semana antes da divulgação da ata, o Copom manteve a taxa básica de juros em
13,75% ao ano. Foi a sétima vez seguida que o Comitê decide pela manutenção da taxa. Assim, o patamar
de juros no país continua no maior nível desde dezembro de 2016. Era unânime a expectativa entre
economistas de que o colegiado iria manter novamente a Selic em 13,75% ao ano. Para uma grande parte
dos especialistas, porém, foi a última vez. Inflação: As estimativas para a inflação seguem em queda. Para o
fim de 2023, a mediana das expectativas aponta para um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de
4,98% ao ano, ante 5,06% há uma semana. Para os anos seguintes, novas reduções: de 3,98% para 3,92%
em 2024; de 3,8% para 3,60 em 2025 e de 3,72% para 3,50% em 2026. No câmbio, apesar da queda
acumulada nos últimos meses, os economistas ouvidos para o Focus mantiveram em R$ 5 a estimativa
para o dólar ao fim de 2023. Para 2024, redução de R$ 5,10 para R$ 5,08. Em 2025, a projeção passou de
R$ 5,15 para R$ 5,17 e para 2026 a estimativa caiu de R$ 5,25 para R$ 5,20. Com a sinalização de que o
ciclo de aperto monetário pode estar chegando ao fim, o mercado elevou novamente suas projeções para
o crescimento da economia. Para 2023, a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB)
passou de 2,18% para 2,19%. Para 2024, novo aumento, de 1,22% para 1,28%. Para 2025 e 2026, porém,
reduções de 1,83% para 1,81% e de 1,92% para 1,90%. O que disse a ata: Paciência, serenidade, cautela e
parcimônia foram as palavras que deram o tom na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central (BC). Mas, segundo o documento, há espaço para um afrouxamento da política
monetária já no próximo encontro, marcado para agosto. Segundo a ata, a avaliação predominante entre
os membros do comitê é de que o processo desinflacionário em curso com consequente impacto sobre as
expectativas pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar “um processo parcimonioso de
inflexão na próxima reunião”. Outro grupo, porém, mostrou-se mais cauteloso. Para esses membros, a
dinâmica desinflacionária ainda reflete a desaceleração dos preços de componentes mais voláteis e que há
dúvida sobre o impacto do aperto monetário em curso até agora. Para esse grupo, é necessário observar
maior reancoragem das expectativas de longo prazo e acumular mais evidências de desinflação em
componentes mais sensíveis a impactos sazonais. “Entretanto, os membros do comitê foram unânimes em
concordar que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária,
em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das
expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do
produto e do balanço de riscos”, afirma o documento. Veja o que são os juros e como as taxas impactam
no seu bolso: Discussões sobre os juros vem dominando os debates públicos sobre a economia brasileira
desde o início do ano; entenda o que é esse conceito Desde o início do ano, as discussões sobre os juros
vem dominando os debates públicos sobre a economia brasileira. De um lado estão políticos, empresários
e economistas que não concordam com a manutenção da Selic em 13,75% ao ano. Do outro, o Banco
Central (BC), autarquia responsável pela condução da política monetária e que desde 2021 atua de forma
autônoma ao governo federal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por exemplo, abriu uma
disparada de críticas duras e abertas contra o BC, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, e a
sua política de juros altos, desde que assumiu seu terceiro mandato. Lula já chamou de “bobagem” a lei da
autonomia, de “vergonha” o alto nível dos juros e já conclamou o Senado a ficar “vigilante” com Campos
Neto. Com ata em mãos, mercado confirma expectativa de corte dos juros em agosto A atual presidente
do conselho da varejista Magazine Luiza, Luiza Trajano, também já pediu diretamente ao presidente do BC
que baixasse os juros. “Nós já tivemos muito remédio amargo. Ninguém aguenta isso”, disse Luiza ao
público e diretamente a Campos Netos durante evento do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo
(IDV), em 12 de junho. Já o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, declarou que a queda da Selic será
crucial para determinar o desempenho econômico do próximo ano. “O processo de relaxamento
monetário vai determinar o que vai ser 2024 do ponto de vista econômico, isso é muito importante que a
sociedade entenda, esse processo tem uma defasagem de alguns trimestres”, afirmou. Em meio a toda
essa discussão, é possível perceber que os juros são um dos conceitos mais essenciais para compreender o
funcionamento da economia brasileira. Além do âmbito macroeconômico, os juros também são um dos
assuntos financeiros mais presentes na vida das pessoas. Mercosul perde relevância comercial, mas vira
“salvação” da indústria, mostra estudo: Queda tem relação principalmente com avanço de mercadorias
chinesas na região e com a “primarização” da pauta exportadora dos países do bloco Hoje os três principais
produtos embarcados pelo Brasil são commodities: soja, petróleo e minério de ferro O peso do Mercosul
no comércio exterior de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai despencou nas últimas duas décadas. De
2001 a 2022, caiu de 18,6% para 10,4% a participação do bloco nas exportações totais de seus quatro
países-membros, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A queda tem
relação, principalmente, com o avanço de mercadorias chinesas na região e com a “primarização” da pauta
exportadora do Mercosul. Hoje, os três principais produtos embarcados pelo Brasil são commodities: soja,
petróleo e minério de ferro. O bloco, no entanto, é cada vez mais importante para as exportações
industriais. Em 2001, ele absorvia 6% das vendas externas da indústria de transformação brasileira. Em
2022, passou a representar 19,8% dos bens manufaturados “made in Brazil”. Isso se reflete diretamente
nos impactos à economia como um todo. De acordo com a CNI, cada R$ 1 bilhão exportado pelo Brasil aos
demais países do Mercosul gera 24,4 mil empregos e R$ 550 milhões em rendimentos aos trabalhadores.
No caso das exportações brasileiras à China, que são menos sofisticadas, cada R$ 1 bilhão gera 15,7 mil
empregos e R$ 315 milhões em salários. No cenário global, a participação do Mercosul é irrisória. O bloco
representava 1,31% das exportações mundiais da indústria de transformação em 2001. Essa fatia diminuiu
ainda mais e está em apenas 1,13% atualmente — uma evidência da baixa competitividade dos países da
região. Depois de um período de 13 anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai receber do seu
aliado e presidente da Argentina, Alberto Fernandéz, o comando do Mercosul. O bloco, que reúne Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguai, tem a presidência alterada a cada seis meses. O presidente brasileiro
entende que o bastão será passado em um momento decisivo nas negociações do Mercosul com a União
Europeia. O acordo é negociado desde 1999. Vinte anos depois do início das conversas, em 2019, os blocos
finalizaram as negociações comerciais e, um ano depois, os chamados aspectos políticos e de cooperação.
Desde então, o acordo está em fase de revisão. O governo de Lula tem buscado resolver alguns entraves
ambientais que foram apresentados pelos europeus, e que são considerados exageradas pelos brasileiros.
Argentina defende revisão do acordo entre UE e Mercosul por “não responder ao cenário atual”
Integrantes do Itamaraty entendem que o Brasil tem, hoje, uma agenda ambiental muito mais próxima dos
padrões internacionais, e que as questões levantadas pelos países da União Europeia são “descabidas”
neste momento. Lula esteve, no final de junho, com o presidente francês, Emmanuel Macron, para tratar
das possíveis soluções para esse entrave. Também em junho, o presidente brasileiro recebeu, em Brasília,
a presidente da comissão da União Europeia para tratar do assunto. Os integrantes da Argentina também
entendem que o momento é de evolução nas negociações. A secretaria de Assuntos Econômicos
Internacionais, Cecilia Todesca, disse, durante uma conversa com jornalistas na cúpula, que os países do
bloco sul-americano já estão finalizando documentos de contraproposta aos questionamentos dos
europeus. Em meio à cúpula semestral do Mercosul, que ocorre em Puerto Iguazú, na Argentina, a CNI
divulgou, uma lista de prioridades para a agenda do bloco. Ela está dividida em três partes: agenda
econômica e comercial interna; relacionamento externo; e internalização de normativas. As prioridades
englobam ações como um novo acordo sobre regras de origem (quais são os índices mínimos de conteúdo
para que um produto seja considerado regional), a conclusão dos tratados de livre comércio com a União
Europeia e com o Canadá, a internalização de acordos já fechados no Mercosul sobre temas como
comércio eletrônico e indicações geográficas. Mercado de aço sofre com juros altos, mas expectativa é de
retomada no segundo semestre: Maior distribuidor de aço inox do País, Grupo Feital também prevê
aumento da demanda nos próximos anos, impulsionado por vários setores industriais O segmento de aço
inox vem passando por um momento de adaptação no País. Depois de dois anos de forte expansão da
demanda, vem enfrentando um período menos favorável devido à alta dos juros, a redução do crédito e a
retração do consumo. Esse cenário trouxe desafios ao mercado, particularmente porque a alta demanda
anterior incentivou a aquisição de grandes estoques a preços elevados. Mas a perspectiva, observa o
diretor Oswaldo Feital, é de estabilização do mercado a partir do segundo semestre. Para os próximos
anos, a Feital também prevê aumento da procura impulsionado por vários segmentos industriais,
principalmente os de óleo e gás; açúcar e álcool; papel e celulose; bebidas; agronegócios; saneamento
básico; transporte; construção civil e bens de capital. E a visão da empresa tem peso. Quando uma
indústria precisa de produtos de aço inox para os seus projetos, um fornecedor vem logo à cabeça: o
Grupo Feital. A empresa é a maior distribuidora de aço inox do Brasil e da América Latina, mantém cerca
de 100 mil itens em estoque e possui uma carteira de mais de 50 mil clientes de segmentos como
construção civil, petróleo e gás, hospitais, indústrias farmacêutica, alimentícia, automotiva, transportes,
agronegócios e linha branca. Fundada em 1946, em um modesto galpão, no Rio de Janeiro, como
importadora, a empresa cresceu junto com a indústria nacional. Um passo estratégico em sua história foi a
mudança da matriz para o município de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, principal centro industrial do
país. Hoje, a sede da empresa ocupa uma área de 250.000 m², na qual mantém 172.892 m² de reserva
ambiental. Vários fatores ajudam a explicar essa trajetória de sucesso, incluindo investimentos em
inovação, foco nas necessidades do cliente, expansão estratégica e qualidade operacional. “Além de
sermos a maior distribuidora e termos o mais completo centro de serviço do setor, temos uma equipe bem
treinada, capacitada e motivada”, afirma o executivo. “Temos total capacidade de atender aos pedidos dos
clientes, na especificação solicitada, no prazo e quantidade desejada, a preço de mercado”. A empresa
oferece o mais completo portfólio de produtos de aço inoxidável e aço carbono do País, incluindo bobinas,
tiras, chapas, barras, cantoneiras, blanques, tubos, conexões e flanges. Para atender às necessidades
específicas de cada cliente, o Grupo Feital estruturou divisões internas especializadas. A divisão Feital é
focada em inox planos e barras; a divisão Tubra se dedica a tubos de inox e carbono; e a divisão Fittinox é
responsável pela fabricação e distribuição de conexões e flanges. Just in time: A logística é outro ponto
forte da Feital. A jornada começa com o rigoroso controle do recebimento da matéria-prima e se estende
até a entrega do produto ao cliente, sendo gerenciada com a ajuda de tecnologias modernas, incluindo
câmeras de monitoramento e equipamentos de pesagem precisos. A empresa também se destaca por
oferecer um atendimento em três turnos, garantindo agilidade e um prazo de entrega reduzido, além da
possibilidade de retiradas e entregas aos sábados. Esse diferencial permite aos clientes programar melhor
suas compras e o recebimento dos produtos em datas mais próximas à da sua efetiva utilização. Para
garantir a cobertura em todo território nacional, a Feital estabeleceu filiais nos principais centros do país. A
filial de Porto Alegre atende o Rio Grande do Sul e Santa Catarina; a filial do Rio de Janeiro serve o próprio
estado e o Espírito Santo; a filial de Belo Horizonte cobre Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Distrito Federal e Tocantins. Já a filial de Salvador está encarregada de Bahia e Sergipe, e
finalmente, a filial de Recife se encarrega dos demais estados do Nordeste e toda a região Norte. A Feital
também se destaca nos quesitos ESG. Além da preservação da área de reserva ambiental situada no
terreno de sua sede, a empresa implementa coleta seletiva de resíduos, reutilização de água e
monitoramento do consumo de recursos naturais. Também desenvolve e apoia diversos projetos sociais,
esportivos e culturais, além de programas de inserção no mercado de trabalho, como o Jovem Aprendiz.
Estas ações têm como objetivo não só beneficiar a comunidade local e os colaboradores, mas também
promover um crescimento sustentável e equilibrado. MRV (MRVE3) registra alta de 22% nas vendas no 2º
trimestre e avalia potencial oferta de ações: MRV também registrou alta de 3,3% no ticket médio no
comparativo com o 1º Trimestre 2023, alcançando a marca de R$ 225 mil no 2º Trimestre 2023 As vendas
líquidas da MRV (MRVE3) totalizaram um valor geral de vendas (VGV) de R$ 2,2 bilhões e 9.765 unidades
vendidas (%MRV) no segundo trimestre de 2023. Esse número representou aumento de 22% em relação
ao 1º Trimestre 2023 e de 48% frente ao 2º Trimestre 2022. A MRV também registrou um aumento de
3,3% no ticket médio da MRV Incorporação no comparativo com o 1º Trimestre 2023, alcançando a marca
de R$ 225 mil no 2º Trimestre 2023. Confira nesse relatório gratuito uma Tese de Investimentos com a
melhor ação da Bolsa Brasileira. A velocidade de vendas (VSO) atingiu a marca de 28%, equivalente a um
aumento de 7 p.p. em relação ao 2T22. Com relação ao consumo de caixa, a construtora observou uma
redução de 36% na queima de caixa em relação ao 1T23, “superando o planejamento da companhia para o
trimestre e reafirmando a trajetória de recuperação da operação”, diz fato relevantes publicado nesta
manhã. Além disso, a MRV informou que está analisando a possibilidade de realizar uma oferta pública
primária de ações, tendo contratado, para a análise sobre sua viabilidade e a eventual prestação de
serviços no âmbito desta potencial oferta, Banco BTG Pactual, Banco Bradesco BBI, Banco Itaú BBA e Bank
of America Merrill Lynch, entre outros. A efetiva realização da potencial oferta ainda está sob análise da
construtora, sendo que, até esta data, não há qualquer decisão tomada acerca da efetiva realização da
operação. Reajustes negativos nas tarifas da Enel SP e da Energisa Tocantins entram em vigor: Conta de
luz vai cair até 6,1% na Grande SP e no Tocantins; no Paraná, redução de até 14,4% já entrou em vigor As
contas de luz de mais de 8,3 milhões de clientes da Enel Distribuição São Paulo (antiga Eletropaulo) e da
Energisa Tocantins, subsidiária da Energisa (ENGI11), estão até 6,1% mais baratas. A Enel SP é a segunda
maior distribuidora de energia elétrica do Brasil e atende a 7,7 milhões de unidades consumidoras em 24
cidades da região metropolitana de São Paulo (incluindo a capital paulista). São 18 milhões de pessoas
beneficiadas apenas na Grande SP, segundo a Enel (isso porque uma unidade pode atender a várias
pessoas ou a um comércio ou empresa, por exemplo). Já a subsidiária da Energisa atende a 657 mil
unidades consumidoras no Tocantins. Os reajustes negativos foram aprovados pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) na semana passada, junto com uma redução de até 14,42% nas tarifas da Cocel —
que já entrou em vigor na quinta-feira (29) no Paraná (veja mais abaixo). Efeito no bolso: Aneel diz que
‘jabutis’ no Minha Casa, Minha Vida podem encarecer conta de luz para consumidor; entenda Trechos
estranhos ao texto original têm impacto potencial de R$ 1 bilhão por ano, a ser custeado pelos demais
consumidores Enel Distribuição São Paulo: a redução média é de 2,24% nas contas de luz da Enel SP. O
reajuste é diferente para cada classe de consumidores: 6,10% para a alta tensão (como as indústrias),
0,97% para a baixa tensão (-0,91% para os consumidores residenciais), A Aneel considerou no cálculo duas
medidas que contribuíram para diminuir o reajuste (em -8,56%): 8,18% do ressarcimento de créditos de
PIS/Cofins, 0,26% do repasse de recursos da Eletrobras (ELET3;ELET6) para a Conta de Desenvolvimento
Energético (CDE). Concordo que os dados pessoais fornecidos acima serão utilizados para envio de
conteúdo informativo, analítico e publicitário sobre produtos, serviços e assuntos gerais, nos termos da Lei
Geral de Proteção de Dados. Energisa Tocantins (ETO): a redução média é de 0,31%, sendo -0,76% para a
alta tensão e -0,19% para a baixa tensão (-0,70% para os consumidores residenciais, que fazem parte do
grupo). A agência diz que as medidas adotadas para a mitigação do reajuste tiveram um impacto de -6,89%
na conta de luz, sendo que os créditos tributários de PIS/Cofins foram responsáveis por -6,55%. Cocel
(Paraná): a redução média foi de 3,89% para os clientes da Companhia Campolarguense de Energia (Cocel),
que fornece energia para 57,1 mil unidades consumidoras em Campo Largo, na região metropolitana de
Curitiba. O desconto na tarifa beneficiou apenas a alta tensão (-14,42%), pois a conta de luz vai aumentou
3,70% para a baixa tensão (3,45% para os consumidores residenciais) Reajuste em 2024: Ricardo Tili,
diretor da Aneel e relator do processo de revisão tarifária da Energisa Tocantins, alertou na semana
passada que o reajuste negativo não só não deve se repetir em 2024 como as tarifas devem subir dois
dígitos: “Vou fazer alerta de que ano que vem a tendência é um reajuste acima da média por conta do
componente tarifário. O reajuste do ano que vem já começa com uma correção de 10%, já preocupa”,
afirmou Tili. Reservas cambiais da China estão “escondidas” e podem chegar a US$ 6 trilhões, diz exfuncionário do Tesouro dos EUA: Economista Brad Sester afirma que a China teve “pausa repentina” em
sua atividade declarada, o que pode representar riscos à economia global no futuro O ex-funcionário do
Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, Brad Setser, afirmou que metade das reservas cambiais da
China estão “escondidas”. Em publicação feita no site “The China Project”, o economista disse estimar que
as reservas cambiais do país asiático estejam em torno de US$ 6 trilhões, e não dos US$ 3,12 trilhões
declarados pela Administração Estatal de Câmbio chinesa. No texto, Setser destaca que a forma com que a
China administra seus recursos tem impacto mundial, e disse que a situação pode representar riscos à
economia no futuro. “Ao longo do tempo, a forma como o país administra sua moeda e suas reservas
cambiais tornou-se muito menos transparente — criando novos tipos de riscos para a economia global”,
afirma. O economista diz ainda que a China teve uma “pausa repentina” em sua atividade declarada. “De
2002 a 2012, as reservas cambiais da China aumentaram constantemente, pois o Banco Central comprou
ativos em dólares americanos para evitar que o yuan se valorizasse muito, permitindo que as exportações
permanecessem baratas”, explica. No entanto, segundo Setser, os números apresentados pelo país
simplesmente pararam de demonstrar esse aumento nos últimos 10 anos. “Isso é algo intrigante, já que o
superávit comercial da China continuou crescendo e atualmente está em seu nível mais alto”, diz. Para o
economista, este cenário pode ser explicado pelo fato de o país asiático ter “bancos paralelos”, ou seja,
instituições que agem como bancos e assumem seus riscos, mas não são regulamentadas como tal. “Assim
como a China tem ‘bancos paralelos’, ela pode ser chamada de ‘reserva paralela’”, afirma. “Nem tudo o
que ela faz no mercado aparece no balanço do Banco Popular da China”, complementa. Setser afirma que
o sistema bancário estatal do país é o que permite que Pequim esconda suas reservas cambiais. “Isso inclui
credores comerciais estatais, como o Banco da China, Banco Industrial e Comercial, Banco de Construção e
Banco Agrícola, além de bancos de políticas, como o Banco de Desenvolvimento e o Banco de Exportação e
Importação do país”, diz. Ainda de acordo com a publicação, o acúmulo de títulos de agências e do Tesouro
dos EUA pela China foi o que ajudou a dar origem à crise econômica de 2008, “empurrando os investidores
ainda mais para títulos lastreados em hipotecas mais arriscadas”. Até Warren Buffett se rendeu: bolsa do
Japão sobe quase 30% no ano e é aposta para 2º semestre; A combinação de uma reforma estrutural no
mercado de ações com uma economia de juros baixos impulsionou a Bolsa para sua máxima em décadas O
principal índice de ações do Japão, o Nikkei 225, atingiu sua máxima de três décadas neste ano, aos 33 mil
pontos. O indicador subiu 27,2% entre janeiro e junho – e os analistas internacionais veem espaço para
mais crescimento no segundo semestre. Diferentemente da maioria dos países ao redor do mundo, o
Japão manteve seus juros próximos de zero em meio ao avanço inflacionário local e internacional. Do
outro lado do mundo, o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) começou uma das
campanhas mais intensas de aumento de taxas dos últimos anos. A combinação desses dois fatores levou a
moeda nacional do Japão – o iene – a uma derrocada frente ao dólar. Em 2023, até junho, o iene perdeu
9,5% do valor, desvalorização que se soma às perdas de quase 13% do ano anterior. “A taxa de juros
negativa do Banco do Japão em relação a outros bancos centrais internacionais é um paradoxo que cria
oportunidades”, diz Fria Mar, embaixadora da corretora internacional OctaFX no México. “Esse
desequilíbrio gera um interesse maior em investimentos relacionados à economia japonesa e à sua moeda
nacional”. Multinacionais japonesas tiveram ganhos bilionários no ano passado com o iene desvalorizado.
A Toyota viu o seu lucro anual aumentar em 1,3 trilhão de ienes (US$ 9,1 bilhões), segundo a Bloomberg. A
Sony teve mais ganhos com suas vendas, em cerca de 1,2 trilhão de ienes. Em relatório, analistas do JP
Morgan escrevem que “o Japão é o único mercado desenvolvido com expectativa de lucros corporativos
maiores em 2023”. A análise tem base em três fundamentos: Lucros resilientes em meio aos efeitos de
reabertura da economia, principalmente para exportadores; Recuperação da produção e repasse de preços
à medida que as cadeias de suprimentos se normalizam; Ganhos no câmbio de exportadoras com o iene
mais fraco. A expectativa do JP Morgan com essa conjuntura econômica é de que o Nikkei 225 termine o
ano entre 35 mil pontos e 36 mil pontos, uma potencial valorização de 6% a 9%. Banco do Japão mantém
taxa de juros e diz que seguirá “pacientemente” com a flexibilização monetária De deflação para inflação:
Ruy Alves, gestor de macro global da Kinea, afirma que o Japão tem uma dinâmica de política econômica
muito diferente dos países ocidentais. “Desde os anos 2000, os japoneses viveram em uma economia
deflacionária, com preços em queda ano a ano. Eles não se preocupam com inflação da mesma forma que
os outros países, por isso essa manutenção de juros baixos”, diz Alves. Em maio, a inflação ao consumidor
do país era de 3,2% no acumulado de 12 meses – acima da meta do Banco do Japão de 2%. O pico foi
verificado em janeiro, quando o aumento de preços chegou a 4,3%. Entretanto, a dinâmica inflacionária
em um país historicamente deflacionário é vista com bons olhos pelos bancos internacionais. Segundo o JP
Morgan, essa transição “provavelmente aumentará a taxa de repasse de preços, que tem sido
estruturalmente baixa para as empresas japonesas”. Este, inclusive, é um dos impulsionadores das ações
em 2023. “Se o Japão puder fazer a transição com sucesso para uma economia inflacionária, acreditamos
que o desconto de avaliação aplicado às ações na última década poderia diminuir e levar os múltiplos de
preço/lucro (P/L) à mediana histórica de 15x – 16x (valor justo de médio prazo)”, diz o relatório. A
corretora OctaFX destaca que a atividade econômica no país está forte e espera um crescimento real do
Produto Interno Bruto (PIB) ao fim de 2023. “A demanda do consumidor tem sido particularmente forte
este ano. As vendas no varejo atingiram um pico anual de 7,2% em março e os gastos de capital das
empresas atingiram dois dígitos no primeiro trimestre (11%).” As projeções de inflação no Japão pela
OctaFX são de 2,3%, em média, nos próximos três anos. O Bank of America espera que a economia do país
permaneça sólida nos próximos dois anos e calcula PIB de 1,3% em 2023 e 1,2% em 2024. Até o momento,
o Banco do Japão manteve a sua política de juros negativos (-0,1%) e o presidente Kazuo Ueda afirmou ao
parlamento em junho que pretende manter assim. Entretanto, Alves, gestor da Kinea, acredita que em
algum momento o banco central irá mudar esse sistema. “Se os juros no ocidente continuarem subindo,
eles ficarão mais pressionados. Se a inflação atingir o setor de serviços também será uma bandeira
vermelha”, diz. Se BoJ tiver certeza sobre alta da inflação em 2024, pode mudar política, diz presidente
Reformas na Bolsa: Além da conjuntura econômica, a Bolsa do Japão também fez mudanças estruturais
nos últimos meses que afetaram a atratividade das empresas listadas. A principal delas é uma medida que
exige que as empresas paguem dividendos aos seus acionistas ou criem programas de recompra de ações
para valorizar o preço dos papéis. O prazo para ajuste às novas regras se estende até 2026. As empresas
que não se adequarem serão deslistadas da bolsa de valores. Para o gestor da Kinea, as mudanças
priorizam o retorno dos investimentos principalmente para os acionistas minoritários, o que também
impacta na política de governança corporativa, o que é positivo. “Isso melhora a estrutura do mercado de
capitais e a visão dos investidores”. A notícia de que a empresa de Warren Buffett, Berkshire Hathaway
(BRK.B), aumentou a sua posição em empresas japonesas chamou a atenção do mercado financeiro neste
primeiro semestre. Em comunicado ao mercado, a companhia afirmou que o aumento de participação
seria para uma média de 8,5%, em cinco empresas japonesas: Itochu, Marubeni, Mitsubishi, Mitsui e
Sumitomo. O movimento de Buffett fez com que muitos investidores estrangeiros se aglomerassem no
Japão. Dados da plataforma Trading Economics mostraram que os investimentos em ações japonesas por
estrangeiros somaram US$ 68,40 bilhões entre a primeira semana de abril e metade de junho. O próprio
investidor bilionário viajou até o Japão para se reunir com executivos das companhias investidas. As
empresas, que têm negócios variados, desde comércio de gás até o cultivo de salmão, tiveram aumento
nos lucros no último ano fiscal devido aos altos preços das commodities e ao iene fraco. Dólar: após queda
de mais de 9% no 1º semestre do ano, moeda seguirá em baixa? Veja 8 projeções: Muitas casas, como
UBS Wealth, Credit Suisse e Bradesco BBI, veem pouco espaço para fortes quedas até o fim do ano, mas
não veem moeda voltando aos R$ 5 O dólar fechou o primeiro semestre de 2023 a R$ 4,789 na compra e
R$ 4,79 na venda, com uma queda expressiva de 9,27%. Vários fatores levaram a esse movimento:
melhores dados na nossa balança comercial, principalmente ligado ao agro, e principalmente em relação a
retirada de incertezas por parte dos investidores, em relação ao risco fiscal no Brasil, levaram a uma
valorização da moeda com a entrada de capital por aqui. “O mercado, que estava cético com o governo
atual, acabou se surpreendendo principalmente em relação ao trabalho do ministro da Fazenda –
Fernando Haddad – que se saiu como uma voz conciliadora entre governo e o BC”, avaliou Andre
Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, em análise para o InfoMoney, destacando
também o avanço do arcabouço fiscal no Congresso. Além disso, mesmo com a projeção de corte de juros
por aqui em breve, o diferencial significativo entre os juros por aqui e o dos principais países desenvolvidos
manteve o apelo por operações de carry trade no primeiro semestre. O carry trade é uma prática comum
quando o Brasil tem taxas de juros elevadas em relação a economias desenvolvidas (que é o caso
atualmente). Um fluxo comum é a de entrada de recursos estrangeiros para aproveitar essa diferença. Ou
seja, investidores que estão em países com taxas mais baixas que as nossas podem pegar seus recursos,
converter esse dinheiro da moeda origem para o real e, a partir disso, investir o dinheiro em ativos
brasileiros com remuneração superior à taxa vigente do país de origem. Assim, a diferença entre as taxas
será um fator positivo na remuneração desse investimento no carry trade. Contudo, sobre o tema, há um
ponto de atenção: ainda que o carry trade continue atrativo, analistas apontam que, se houver um corte
repentino nos juros pelo Banco Central por aqui, o dólar pode voltar a superar os R$ 5. Ainda que muitos
não vejam tanto espaço para novas quedas do dólar, analistas, em sua maioria, não veem o dólar
superando os R$ 5 ainda este ano. Confira:
1. UBS Wealth Management – R$ 4,60 no 3º tri, R$ 4,80 no fim do ano: O UBS Wealth Management
reduziu a sua projeção para o dólar de R$ 4,85 no terceiro trimestre deste ano para R$ 4,60. Já para o fim
de 2023, a expectativa era de R$ 5,00 e passou para R$ 4,80. No primeiro trimestre do ano que vem, a
projeção da moeda americana se manteve em R$ 5 e a do segundo trimestre de 2024 foi de R$ 5,25 para
R$ 5,00. De acordo com Ronaldo Patah e Alejo Czerwonko, que assinam o relatório, há uma combinação de
fatores que leva a essa nova projeção, como o novo regime de metas para a inflação e a aproximação do
ciclo de corte de juros no Brasil podendo reduzir a pressão sobre o câmbio. ” A decisão do CMN, aliada à
redução da inflação, deve abrir espaço para o Banco Central do Brasil iniciar um ciclo de flexibilização em
agosto, quando as expectativas de inflação para 2024 devem ficar mais próximas da meta”, apontam os
especialistas, referindo-se à decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) da semana passada de manter
a meta de inflação em 3% para 2024, 2025 e 2026, mas alterar o regime de ano-calendário para contínuo a
partir de 2025. O banco também vê a reforma tributária ganhando força e a balança comercial como
fatores para impulsionar a moeda doméstica. Isso mesmo diante do cenário externo, com chances dos
bancos centrais de países desenvolvidos elevarem suas taxas de juros (com destaque para o Federal
Reserve). 2. Credit Suisse – R$ 4,70 no 3º trimestre: O Credit Suisse reduziu recentemente sua projeção
para o dólar para o terceiro trimestre de R$ 5 para R$ 4,70 (com um intervalo entre R$ 4,58 e R$ 5,15). O
banco destacou que segue vendo o real como atrativo por seu alto carry trade (mesmo com a queda de
juros, o diferencial entre as taxas seguirá alto) e contas externas saudáveis. Contudo, pelo fato da moeda
ser vista como uma “compra consensual”, existe um risco de correção no curto prazo, com operadores
embolsando lucros. O Credit destaca que o real superou as expectativas no segundo trimestre, visto que
houve uma redução das preocupações com o risco político, especialmente em torno de possíveis
mudanças na meta de inflação, permitindo que os mercados se concentrassem no carry trade atraente e
na balança de pagamentos sólida. “Dito isso, mesmo em um cenário de corte de juros mais rápido, o
colchão de carry trade permaneceria substancial e atraente, e eventuais ralis do dólar em relação ao real
provavelmente serão de duração curta”, avalia. 3. BofA – R$ 4,90 no fim do ano: O Bank of America
apontou as suas projeções para a moeda brasileira para até o fim de 2023, com uma visão “neutra” para a
moeda brasileira, projetando o dólar a R$ 4,90 até o fim de 2023. Na frente de política monetária, a
inflação tem ficado abaixo do esperado, o que reforça o case de cortes de juros já em agosto, na visão do
BofA. Para os estrategistas do banco, este pode ser um fator para a queda do real por diminuir a
atratividade do carry trade, mas no curto prazo alguns outros fatores que reduzam a incerteza podem
ajudar a superar esses riscos. 4. Goldman Sachs – R$ 4,40 no fim do ano: Em relatório de meados de junho,
a equipe do Goldman Sachs, liderada por Kamakshya Trivedi, revisou as projeções para o dólar para os
próximos três, seis e 12 meses para R$ 4,60, R$ 4,40 e R$ 4,40, respectivamente, ante projeções anteriores
de R$ 4,90, R$ 4,85 e R$ 4,80. “Dado o ponto de partida elevado para as taxas reais e o progresso contínuo
(na redução) da inflação, esperamos que os diferenciais de juros reais continuem favoráveis ao câmbio
mesmo quando a normalização da política monetária começar, e acreditamos que os fluxos de renda fixa
continuam sendo um importante vento favorável para o real”, apontou na ocasião. “Embora uma pequena
retração após um forte rali (do real) seja certamente possível, achamos que o dólar spot ainda tem espaço
para uma tendência de baixa”, completou o banco no documento. 5. Bradesco BBI – R$ 4,80 no fim de
2023: Logo após a decisão do CMN da semana passada, o Bradesco BBI revisou as suas projeções para o
dólar. O banco espera que o dólar termine 2023 a R$ 4,80 (ante visão anterior de R$ 5,20) e para R$ 4,90
em 2024 (ante visão anterior de R$ 5,25). Além disso, revisou sua projeção para o IPCA de 2023 de 5,8%
para 5,2% e para 2024 de 4,1% para 3,9%. “Pensamos que os riscos estão enviesados para um cenário mais
construtivo para o Brasil”, avalia o banco, que monitora os desdobramentos da reforma tributária, cenário
de atividade doméstica e mais medidas para aumentar as receitas como os próximos eventos para ficar de
olho. 6. Robin Brooks, do Instituto de Finanças Internacionais – valor justo de R$ 4,50: O economista-chefe
do IIF sinalizou que enxerga o valor “justo” do real – condizente com os fundamentos do Brasil – como R$
4,50. “Não há precedentes para a transformação da balança comercial do Brasil em superavitária. Também
não é o caso de essa mudança ser devida a uma colheita ‘sortuda’. Afinal, isso esteve em andamento pela
última década. O real se tornará a moeda âncora para a América Latina”, disse em postagem no Twitter no
mês passado. 7. José Faria Júnior, diretor da consultoria Wagner Investimentos – R$ 4,65 no curto prazo:
Para Faria Júnior, o dólar à vista tem espaço para voltar às mínimas vistas em 2022, com cotações em torno
de R$ 4,65. Quando o Federal Reserve iniciar o processo de cortes de juros nos EUA – algo que deve
acontecer apenas em 2024 – as cotações no Brasil podem cair ainda mais, avalia o consultor. 8. Santander
Brasil – destoante projeção dólar a R$ 5,40 no fim do ano: Destoando de boa parte do maior otimismo com
o real, o Santander projeta o dólar cotado em R$ 5,40 ao fim de 2023 e vá a R$ 5,50 em 2024. “Apesar da
solidez das contas externas, seguimos antevendo espaço limitado para o real se valorizar à frente em
função de i) uma perspectiva de condições monetárias ainda apertadas no exterior; e ii) riscos de
implementação associados ao novo arcabouço fiscal. Assim, mantivemos nossa visão de que os déficits em
transações correntes flutuarão entre 2,5-3,0% do PIB entre 2023 e 2025″, apontam Ana Paula Vescovi,
economista-chefe do Santander Brasil, e a equipe de Macroeconomia do banco em relatório. Renda fixa:
“CDB americano” chega a pagar mais de 5% em dólar, maior taxa desde anos 2000; veja o que são os CDs
Maior remuneração está nos bancos digitais ou instituições de crédito regionais, mas é possível encontrar
taxas elevadas também em bancos nacionais O processo de aumento de juros nos Estados Unidos
possibilita ao investidor encontrar algo impensável há poucos anos: um rendimento de mais de 5% em
dólar aplicando em títulos bancários, os CDs (certificates of deposit, ou certificados de depósitos),
equivalentes aos CDBs ofertados no Brasil. O Bankrate, serviço de dados voltados para o consumidor de
produtos financeiros nos Estados Unidos, mostra que é possível obter retorno de até 5,5% ao ano em
instituições que operam sobre as regras do FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation). Taxas em torno
de 5% não eram encontradas desde o final dos anos 1990 e início dos anos 2000, mas voltaram à prateleira
das instituições financeiras em um momento de aperto monetário. A taxa de juros nos Estados Unidos está
na faixa de 5% a 5,25% ao ano e a expectativa é de ao menos mais uma alta até o final de 2023 por parte
do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). As maiores taxas são pagas por bancos digitais ou
instituições de crédito regional. No entanto, também é possível encontrar atualmente remuneração
elevada para os padrões americanos em bancos de atuação nacional. Os retornos mais atrativos,
independentemente da instituição, estão nos CDs de curto prazo. Isso porque a expectativa é de um
afrouxamento da política monetária a partir do ano que vem. No CFG Bank, que opera no estado de
Maryland, a taxa é de 5,38% nos CDs com prazo de vencimento em um ano. No de cinco anos, a taxa cai
para 4,41%. Já no Barclays, de atuação nacional, os retornos são de 4,80% e 4,35% ao ano,
respectivamente. Opção para curto prazo: Na avaliação de Guilherme Morais, analista da VG Research, os
CDs podem ser uma alternativa para investidores que buscam uma ampliação de curto prazo da parcela da
carteira dolarizada, mas é preciso tomar alguns cuidados. “É sempre importante buscar bancos seguros e
de maior porte. A segurança que o investidor possui nos Estados Unidos é o FDIC, uma espécie de FGC dos
Estados Unidos”, explica. O investidor que aplica em produtos bancários de instituições financeiras ligadas
ao FDIC tem seus depósitos garantidos no valor de até US$ 250 mil. É um seguro similar ao Fundo
Garantidor de Crédito (FGC), que no Brasil garante os depósitos bancários de até R$ 250 mil por CPF caso a
instituição financeira passe por algum problema. No início do ano, os investidores do SVB (Silicon Valley
Bank) e do First Republic foram surpreendidos pela quebra dos bancos. Para mostrar a solidez do sistema,
o FDIC na ocasião chegou a elevar o limite de US$ 250 mil para que mais investiores ficassem protegidos.
Antes de fazer a aplicação, o investidor também deve checar os termos do CD, como qual o valor mínimo
requerido, prazo e possíveis penalidades em caso de resgate antecipado – quando isso é permitido. Morais
lembra ainda que para quem vai alocar em renda fixa nos Estados Unidos e tem um horizonte de
investimento mais longo, o mais adequado são os bonds (títulos emitidos por empresas) ou as Treasuries
(títulos públicos do Tesouro americano). “É preciso fazer essa alocação pensando nos riscos envolvidos, na
marcação a mercado e, como usualmente são títulos de alto valor de investimento, na concentração da
carteira. Talvez os ETFs sejam um caminho mais simples para o investidor brasileiro que deseja a renda fixa
americana”, avalia. Risco de recessão: A decisão da alocação também deve levar em conta o cenário
macroeconômico. Em relatório, o JP Morgan ainda vê um cenário em que a probabilidade de recessão nos
Estados Unidos é de 55%, mas tendo início apenas no próximo ano. Já a probabilidade de um crescimento
baixo é de 40%. O cenário traçado para o terceiro trimestre de 2023 é um pouco melhor do que o do
trimestre anterior, que dava uma probabilidade de 60% para recessão e de 35% para baixo crescimento.
“Em nossa opinião, o Federal Reserve precisaria ver o núcleo da inflação perto de 2% e o desemprego
subindo para 4% antes de cortar as taxas. Embora sejamos céticos de que a inflação possa retornar à meta
sem uma recessão, é improvável que comece antes de 2024”, de acordo com o relatório. O risco desses
dois cenários é o Fed resolver apertar os juros além do projetado para colocar a inflação na meta – o que
poderia antecipar o cenário de recessão. Por essa razão, a avaliação é de que na renda fixa o melhor é
optar por créditos de alta qualidade no caso do cenário de baixo crescimento se confirmar.


Cenário Econômico – Maio/2023


IPC-Fipe desacelera para 0,11% na 1ª quadrissemana de junho, após subir 0,20% em maio: Quatro dos sete
componentes do IPC-Fipe perderam força ou caíram em ritmo mais intenso: Alimentação, Transportes,
Saúde e Vestuário. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo,
subiu 0,11% na primeira quadrissemana de junho, desacelerando em relação à alta de 0,20% do fechamento
de maio, segundo dados publicados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Na leitura
inicial deste mês, quatro dos sete componentes do IPC-Fipe perderam força ou caíram em ritmo mais
intenso: Alimentação (de -0,01% em maio para -0,39% na primeira quadrissemana de junho), Transportes
(de -0,03% a -0,19%), Saúde (de 0,56% a 0,38%) e Vestuário (de 0,83% a 0,74%). Por outro lado, no
mesmo período, houve aceleração nas categorias Habitação (de 0,00% a 0,11%) e Despesas Pessoais (de
0,86% a 0,92%). Já os custos de Educação avançaram 0,11% na primeira estimativa de junho, repetindo a
variação de maio. Traders de petróleo “desafiam” anúncio saudita de corte na produção – e preços se
mantêm: O ministro da Energia da Arábia Saudita prometeu cortar a produção do país em julho para o nível
mais baixo em mais de uma década. Os traders de petróleo estão começando a ignorar a pessoa mais
importante do mercado. Pode ser uma jogada arriscada. Há uma semana, o ministro da Energia da Arábia
Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, prometeu cortar unilateralmente a produção de petróleo do país em
julho para o nível mais baixo em mais de uma década, excluindo as restrições da era Covid-19. Ele
descreveu o movimento como um “pirulito”. Embora tenham havido cortes maiores na produção nos últimos
meses, seu simbolismo foi importante, e o príncipe Abdulaziz deixou em aberto a possibilidade de estender a
restrição. Também surgiram uma série de comentários sugerindo que o príncipe quer prejudicar aqueles que
especulam sobre preços mais baixos. E, no entanto, os trader estão se tornando menos responsivos. O ganho
imediato de preço com as restrições que anunciadas no domingo passado durou um dia. Os futuros do Brent
estavam em torno de US$ 76 o barril – quase exatamente onde estavam uma semana antes. Um corte
anterior na produção em abril levou menos de um mês para afetar os preços. O príncipe disse que o acordo
da OPEP+ era sobre ser proativo e preventivo. “Acho que o mercado físico está nos dizendo algo e o
mercado futuro está nos dizendo outra coisa”, disse ele na Arab China Business Conference, em Riad. “Para
entender a OPEP+ hoje, é preciso ser proativo, preventivo e precavido. ” Apesar das expectativas de que a
demanda por petróleo superará a oferta nos próximos meses, vários elementos estão alimentando a confiança
dos “ursos” (que apostam na queda). Mas dois pontos negativos realmente se destacam: o primeiro é que os
embarques russos dispararam diante das expectativas de que as sanções ocidentais os restringiriam. A
segunda é a preocupação com o destino da economia da China, que durante anos foi o alicerce do
crescimento da demanda. “Há muitas incertezas, como sempre, quando se trata dos mercados de petróleo, e
se eu tiver que escolher a mais importante, é a China”, disse Fatih Birol, diretor executivo da Agência
Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). “Se a economia chinesa enfraquecer ou crescer muito
abaixo do que muitas instituições econômicas internacionais acreditam, é claro que isso pode levar a um
sentimento pessimista. ” O Índice de Compras de Manufatura da China caiu para 48,8 no mês passado, um
nível abaixo das expectativas e também foi a leitura mais fraca desde dezembro, quando o país estava
atolado nas restrições da política de Covid zero. Mesmo que sua economia acelere novamente, a China terá
muito petróleo para usar. Os estoques do país atingiram a maior alta em dois anos em maio e vários traders
disseram que veem recentes aumentos nos preços do petróleo saudita para a Ásia, juntamente com cortes
contínuos na produção da Opep+, como parte de um esforço para drenar esse estoque. Cenário global: Isso
está agravando uma imagem menos otimista – mas longe de ser totalmente pessimista – da demanda global.
Desde janeiro, a IEA – cujos saldos de oferta e demanda servem como referência para os analistas mundiais
de petróleo – cortou seu aumento de demanda previsto do segundo para o quarto trimestre em 900.000 barris
por dia. Ainda espera uma expansão robusta de 1,8 milhão de barris por dia, embora alguns duvidem se isso
pode ser alcançado. Além da China, há uma preocupação global com a produção industrial, um indicador
sobre a demanda por diesel. A manufatura está em contração em todo o mundo nos últimos nove meses, de
acordo com dados do JPMorgan. Nesta semana, os EUA reduziram suas perspectivas para o consumo do
combustível rodoviário. Essa dinâmica é, talvez, parte do motivo pelo qual os cortes da Arábia Saudita e
seus aliados da Opep+ estão tendo menos impacto. “O grupo produtor está em um dilema múltiplo: a
demanda parece mais fraca e a oferta fora da Opep mais forte no final do ano do que muitos analistas
previam”, escreveram analistas do Citigroup, incluindo Francesco Martoccia. “Tanto as previsões da Opep
quanto da IEA têm um ar de ilusão sobre a aceleração do crescimento da demanda. Fluxos marítimos:
Fluxos altos de petróleo não estão ajudando. Embora tenham caído nos últimos meses, os embarques
marítimos de petróleo observados ainda estão em alta em comparação com maio de 2022, um mês em que as
compras chinesas estavam sendo prejudicadas pelos esforços do país para conter a Covid. O rastreamento da
Bloomberg mostra que os embarques da maior parte dos exportadores mundiais aumentaram 1,13 milhão de
barris por dia ano a ano. As cargas da Rússia, em particular, estão subindo. As exportações de petróleo do
país ficaram dentro de 100.000 barris por dia, um recorde nas quatro semanas até 4 de junho, de acordo com
dados compilados pela Bloomberg. Isso levou a um torpor diante dos cortes de oferta. Da mesma forma, os
mercados de barris físicos estão – pelo menos por enquanto – mostrando poucos sinais de grande aperto,
embora ainda falte um mês para que o corte da Arábia Saudita entre em vigor. O petróleo bruto dos EUA foi
vendido esta semana na Europa no ponto mais fraco em um mês. Cortes anteriores de alguns membros da
Opep+ começaram em maio. Posição arriscada: Apesar de tudo isso, está longe de ser uma aposta sem
risco para os “ursos”. Com o reino apoiando efetivamente qualquer queda nos preços, alguns investidores
continuam esperançosos em um aperto significativo do mercado na segunda metade do ano. A Unipec da
China comprou petróleo dos EUA e da Noruega esta semana, um possível sinal de que os movimentos da
Opep+ aumentarão a compra de cargas em outros mercados e as fortalecerão. A PT Pertamina da Indonésia
também entrou no mercado, abocanhando milhões de barris de petróleo da África Ocidental. A crescente
capacidade de refino de petróleo na China e no Oriente Médio parece enfrentar uma “escassez estrutural de
petróleo nos próximos anos”, disse Saad Rahim, economista-chefe do gigante comercial Trafigura Group, no
relatório provisório da empresa nesta semana. Os cortes de oferta da OPEP+, juntamente com o crescimento
da demanda dos mercados emergentes, devem levar a “retiradas de estoques materiais no final deste ano”,
disse ele, acrescentando que o xisto dos EUA pode não ser capaz de equilibrar o mercado. Mas mesmo que o
mercado mude, pode levar algum tempo para ser filtrado, já que os traders continuam lutando com as
crescentes preocupações econômicas e os suprimentos robustos que têm prejudicado os preços há meses.
“Ninguém quer correr riscos no preço fixo devido à incerteza macro”, disse Richard Jones, analista da
consultoria Energy Aspects. “Em última análise, eles estão esperando para ver os mercados físicos se
contraírem quando os cortes entrarem em vigor. ” Banco Central Europeu deve manter aperto monetário
com inflação de serviços na zona do euro: As elevações significativas nos preços de alimentos e energia
afetam o setor terciário e elevam as despesas de transportes, restaurantes e hotéis A alta inflação de serviços
é um novo fenômeno econômico que atinge a zona do euro e deverá manter bem elevado até o fim deste ano
o núcleo do índice de preços ao consumidor. Poderá chegar perto de 4% em dezembro, o dobro da meta de
2% perseguida pelo Banco Central Europeu (BCE) no médio prazo. Entre os principais motivos estão o
baixo desemprego, a percepção de consumidores de que o continente pode escapar de uma grave recessão
nos próximos trimestres, a demanda reprimida por viagens e passeios devido à covid-19 e a poupança extra
das famílias durante a pandemia. Mesmo com a normalização das cadeias internacionais de produção e a
redução substancial nos preços de energia e alimentos, que subiram de forma extraordinária com a invasão
militar da Rússia na Ucrânia, o núcleo da inflação na Europa deverá ficar próximo a 5,5% em junho. A
marca é muito insatisfatória para o Banco Central Europeu e justifica a continuidade da política monetária
restritiva iniciada em julho. Christine Lagarde, presidente do BCE, e outros dirigentes da instituição oficial
podem subir os juros em junho, julho e, talvez, setembro, para evitar o risco do surgimento de uma “espiral”
de preços. O avanço dos custos dos serviços, que respondem por 45% da inflação na zona do euro, está
relacionado a alguns fatores. “As elevações significativas de alimentos e energia registradas até
recentemente afetam muito o setor terciário e elevam as despesas de transportes, restaurantes e hotéis”,
afirmou Sebastian Vismara, economista global sênior do BNY Mellon Investment Management. Também
determinam o aumento forte dos serviços a alta de salários e o repasse de preços pelas empresas aos
consumidores, situações motivadas pela inflação alta. A compensação nominal por empregado subiu 5% na
zona do euro no quarto trimestre, em termos anuais, enquanto a inflação alcançou 10%. As negociações
salariais nominais avançaram 4,3% no primeiro trimestre, também na comparação anual, pouco acima do
aumento de 8% do índice de preços ao consumidor alcançado no período. “Os trabalhadores conseguem
elevações de salários, mas elas ficaram distantes de repor totalmente a redução de renda real provocada pela
inflação, pois os sindicatos perderam muito poder de negociação nas últimas duas décadas não só na Europa,
mas em grande parte do mundo”, afirmou Veronika Roharova, economista-chefe para a zona do euro do
banco Credit Suisse. Por outro lado, Veronika e alguns colegas do Credit Suisse analisaram o
comportamento do deflator do PIB da zona do euro em 2022 e constataram que 60% da inflação no ano
passado na região foram causados pelo aumento dos lucros das companhias. “Este fato ocorreu em boa
medida porque, com a inflação bem alta, muitas empresas com poder de preços atuaram com certa liberdade
para repassar a alta de custos aos consumidores em diversos setores, como energia, agricultura e hotelaria”,
disse. Menor gasto: A alta da inflação na zona do euro reduziu a renda disponível dos consumidores, mas
também provocou um ciclo restritivo da política monetária, pois o BCE elevou os juros de -0,50% para
3,25% até o momento, o que por sua vez gerou aperto nas condições de concessão de crédito. “Há agora na
zona do euro uma reversão do ciclo de compras de produtos duráveis, como eletrônicos, que ocorreu com
muita intensidade durante a pandemia, e é substituído pela grande procura por serviços, cujo custo é menor”,
disse Chris Hare, economista sênior para a Europa do banco HSBC. Christine Lagarde afirmou recentemente
que está troca de setores de compras pelos europeus não deve afetar seus planos de turismo neste verão,
como mostrou a última pesquisa de expectativa dos consumidores realizada pelo BCE. O turismo foi o único
item com o qual a população europeia pretende aumentar suas despesas nos próximos meses. “Neste
contexto de elevados gastos com serviços, como turismo, o núcleo da inflação na zona do euro deve atingir
5,6% em junho e baixará pouco até setembro, quando chegará a 5%”, afirmou Christian Schulz, economistachefe-adjunto para a Europa do Citi. “Portugal e Espanha registrarão a melhor temporada de visitantes de
outros países nos últimos três anos e há também boas perspectivas nesse segmento para a Itália e Grécia.
”Reação do BCE: Como a inflação de serviços preocupa muito o BCE é bem provável que a instituição
oficial suba os juros em 0,25 ponto porcentual na próxima semana e realize pelo menos mais um aumento
em julho, na mesma magnitude. Contudo, as opiniões de economistas na Europa estão divididas sobre a
continuidade ou não da política monetária restritiva em setembro. Na avaliação de Antonio Villarroya,
responsável pela área macro e de estudos estratégicos do Santander Corporate Investment Banking (CIB), o
Banco Central Europeu verá uma gradual redução da inflação em setembro, quando divulgará as projeções
macroeconômicas pela primeira vez no segundo semestre. Essas estimativas deverão mostrar que o índice de
preços ao consumidor voltará à meta de 2% no longo prazo e levará o BCE a encerrar o ciclo de alta de juros
na marca de 3,75% ao ano. “O BCE poderia deixar de subir as taxas naquele ponto, pois poderia elevar as
possibilidades de passar por uma recessão se quiser continuar com o aperto monetário para levar a inflação
rapidamente de um nível próximo a 3,5% para a meta de 2%”, afirmou Villarroya. Para ele, a instituição
oficial começará a cortar os juros no segundo trimestre de 2024 e os levará para a taxa neutra de 2,5% em
dezembro do próximo ano. Carsten Brzeski, diretor do departamento de economia global do banco ING,
também considera que o BCE deveria suspender a alta de juros em setembro, pois haverá clara
desaceleração do consumo na zona do euro no segundo semestre, motivada por vários elementos: aumento
do temor de que a Europa possa enfrentar uma forte desaceleração da economia, se os EUA entrarem em
recessão; queda da produção industrial no continente, motivada por menores exportações de manufaturados
ao mercado americano; e o aumento da poupança, pois as taxas de juros nominais estarão elevadas para os
padrões da zona do euro. “Apesar deste quadro, o Banco Central Europeu poderá subir os juros em setembro
porque não confia em suas próprias projeções macroeconômicas, mesmo mostrando que a inflação baixará
bem em 2024? Disse Brzeski. “O BCE não quer correr o risco de errar de novo e ficar atrás da curva na
condução da política monetária, como ocorreu até meados de 2022. ” Na avaliação de Sam Cartwright,
economista do banco Société Générale, o Banco Central Europeu subirá os juros em setembro em 0,25 ponto
porcentual, depois de duas elevações semelhantes em junho e julho, porque a inflação na zona do euro,
sobretudo por causa da alta dos serviços, tende a continuar resistente no curto prazo. Ele estima que o núcleo
do índice de preços ao consumidor deverá atingir 4,1% em dezembro. “O BCE deverá subir os juros para
4% em setembro para manter a ancoragem das expectativas e não permitir que a inflação fique enraizada na
sociedade”, disse Cartwright. Como prevê que o núcleo do indicador terá redução modesta em 2024, quando
fechará o ano em 2,6%, ele disse que o Banco Central Europeu não baixará os juros no próximo ano, mas
apenas em 2025. USDA confirma Brasil como ‘campeão mundial’ no mercado de soja: Departamento
americano destacou ainda o crescimento das exportações brasileira de milho no cenário global Motor do
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do país no primeiro trimestre deste ano, a soja
brasileira ampliou sua liderança no mercado global do grão nesta safra 2022/23 e tende a manter o
protagonismo na temporada 2023/24, que está em fase de plantio no Hemisfério Norte. Segundas novas
estatísticas divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil colheu o
recorde de 156 milhões de toneladas de soja em 2022/23, ou 42,2% de um total estimado em 369,6 milhões
de toneladas. Segundo a brasileira Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção nacional
chegou a 154,8 milhões de toneladas. No ciclo 2021/22, quando uma severa estiagem prejudicou as lavouras
na região Sul e em parte de Mato Grosso do Sul, a colheita do país caiu para 130,5 milhões de toneladas,
conforme o USDA, ou 36,3% do total mundial – de acordo com a Conab, o volume ficou em 125,5 milhões
de toneladas. Para 2023/24, as novas projeções do USDA indicam que a colheita crescerá para 163 milhões
de toneladas no Brasil, onde a semeadura começará em meados segundo semestre. A produção mundial está
calculada pelo órgão em 410,7 milhões, o que resulta em uma participação brasileira de 39,7%. Os EUA
ocupam a segunda posição no ranking dos maiores produtores de soja, com fatias de 33,8% em 2021/22,
31,5% em 2022/23 e 29,9% em 2023/24, nas contas do USDA, fundamentais para a formação dos preços da
oleaginosa na Bolsa de Chicago (CBOT), a referência global para os grãos. Na Bolsa brasileira, o
desempenho dos grãos tem reflexo direto em empresas como a SLC Agrícola (SLCE3) e a BrasilAgro
(AGRO3). Na ponta dos fornecedores de insumos a esses produtores, há também Agrogalaxy (AGXY3),
Boa Safra Sementes (SOJA3) e Vittia (VITT3). Exportação: A liderança do Brasil nas exportações de soja
é mais folgada. O USDA estima que os embarques brasileiros do grão chegaram a 79,1 milhões de toneladas
em 2021/22 (51,4% do total mundial) e 93 milhões em 2022/23 (55,2%). Para 2023/23, o volume projetado
chega a 96,5 milhões de toneladas, ou 56% do total. Já os embarques americanos são calculados em 58,7
milhões de toneladas em 2021/22 (38,1% do total), 54,4 milhões em 2022/23 (32,3%) e 53,8 milhões em
2023/24 (31,2%). O principal país importador de soja é a China, com participação que gira em torno de 60%
do total. Milho: No caso do milho, o Brasil tem participação menor na produção, mas dá sinais de que vai se
firmar na liderança das exportações globais. Segundo o USDA, a colheita brasileira total alcançará 132
milhões de toneladas neste ciclo 2022/23 (11,5% do total) – também um recorde –, ante 116 milhões em
2021/22 (9,5%), e poderá atingir 129 milhões de toneladas em 2023/24 (10,6%). Nas contas da Conab, a
produção brasileira totalizará 125,5 milhões de toneladas em 2022/23, um crescimento de 11% ante
2021/22. Caso singular, o Brasil planta três safras de milho por temporada, e a colheita da segunda (a
principal) ganha força no início do segundo semestre do ano. Os EUA puxam a produção mundial de milho,
com fatias estimadas pelo USDA de 31,4% em 2021/22, 30,3% em 2022/23 e 31,8% em 2023/24. Se o
clima não prejudicar a segunda safra brasileira, as exportações de milho do país tendem a encabeçar os
embarques globais pela primeira vez na história nesta temporada 2022/23. O USDA acredita que o volume
chegará 55 milhões de toneladas (31,1% do total), contra 43,8 milhões dos EUA, que cairão do topo e
representarão 24,8% do volume total estimado. Para 2023/24, o órgão projeta as exportações brasileiras
também em 55 milhões de toneladas (28,2% do total) e as americanas em 53,3 milhões (27,3%). Embora
com participação menor nas importações de milho, pouco superior a 10%, a China também já lidera esse
ranking. Segundo analistas, é o aumento das compras chinesas que puxará as exportações do Brasil nos
próximos anos. PIB: Com crescimentos de área plantada – e, nesta safra 2022/23, também de produtividades
-, soja e milho estão influenciando positivamente o comportamento do PIB no Brasil este ano. Conforme o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a soja foi o grande destaque no primeiro trimestre. No
período, o PIB do país como um todo registrou avanço de 4% ante o primeiro trimestre de 2022, e o
resultado foi sustentado pelo setor agropecuário, que cresceu 18,8%. É entre janeiro e março que se
concentra a colheita de soja, carro-chefe do agro nacional e a forte recuperação da colheita observada
garantiu o salto. É consenso entre economistas que, já sem o peso da soja, este segundo trimestre tende a ser
marcado por uma forte freada do agro, em termos do PIB. Mas o milho tende a ter influência positiva no
terceiro trimestre, com a colheita da segunda safra. Mercados emergentes atraíram cerca de US$ 10,4
bilhões em capitais em maio, revela IFF: Do total, S$ 6,9 bilhões foram para ações e US$ 3,5 bilhões, para
títulos de dívida; China destoou, com queda nos papéis de dívida O Instituto de Finanças Internacionais (IIF,
na sigla em inglês) estima que economias emergentes atraíram cerca de US$ 10,4 bilhões em capitais em
maio, dos quais US$ 6,9 bilhões foram para ações e US$ 3,5 bilhões, para títulos de dívida. Em nota, a
instituição avalia que o quadro é positivo no geral, mas que a China registrou o quinto mês consecutivo de
fuga dos papéis de dívida e apenas uma entrada marginal nas ações (US$ 100 milhões). “Mantemos nossa
visão de que haverá inflação mais baixa nos EUA e um pouso controlado da economia, o que pode
beneficiar os fluxos de emergentes no geral”, ressalta. Na categoria de emergentes exceto China, houve
ingresso de US$ 10,7 bilhões no mês passado, em um quadro de “notável” resiliência em meio à
desaceleração econômica e fraqueza geral do dólar, de acordo com o IIF. “Os retornos estão tendendo a
subir no crédito em dólar dos emergentes, mas os rendimentos dos Treasuries devem cair para que o
desempenho realize seu potencial de longo prazo”, afirma. O instituto calcula ainda que houve uma saída de
US$ 7,2 bilhões da dívida chinesa, enquanto as ações dos emergentes sem o país asiático tiveram entrada de
US$ 6,8 bilhões. CME aponta maior chance de Fed terminar este ano com juros acima do nível atual:
Segue como majoritária a aposta de que os juros serão mantidos na reunião da semana que vem, mas que
voltarão a subir em julho. As chances de o Federal Reserve (Fed) terminar este ano com juros básicos acima
do nível atual (entre 5,00% e 5,25%) crescem nesta sexta-feira (9), segundo a plataforma de monitoramento
do CME Group. No final da manhã, a ferramenta indicava que a probabilidade de a taxa básica estar maior
em dezembro avançou de 22,7% ontem para 28,3%. A probabilidade de que a referência dos Fed Funds
encerre 2023 entre 5,25% e 5,50% subiu de 19,2% para 23,6%, enquanto a expectativa pela faixa de 5,50% a
5,75% aumentou de 3,5% a 4,7%. Houve ainda aumento na possibilidade de que os juros cheguem a
dezembro exatamente no intervalo de hoje: ontem era de 36,5% e agora, de 38,2%. Como consequência, o
mercado agora vê como menos provável o cenário em que o Fed relaxe a política monetária – na
comparação com o momento atual – ainda este ano. Ao mesmo tempo, segue como majoritária a aposta de
que os juros serão mantidos na semana que vem, mas voltarão a subir em julho. Desembolso de crédito rural
para a safra 2022/23 até maio supera todo o ciclo de 2021/22: Entre julho do ano passado e maio deste ano,
montante desembolsado cresceu 18,6% e atingiu R$ 318,7 bilhões O montante de crédito rural
desembolsado por instituições financeiras desde o início da safra 2022/2023, em julho do ano passado, até
maio deste ano, atingiu R$ 318,7 bilhões, 18,6% a mais do que os R$ 268,6 bilhões liberados em igual
período da safra 2021/2022. O valor supera também todo o crédito rural concedido na safra passada, de R$
314,5 bilhões. Os dados constam da base de dados do Banco Central. O maior incremento foi verificado nos
desembolsos para custeio da safra, que aumentaram 34,4% e chegaram a R$ 189,040 bilhões. Os recursos
liberados para investimentos de longo prazo do setor também cresceram, a despeito das taxas de juros
elevadas e da escassez de recursos de linhas do BNDES com taxas de juros controladas. O montante, de R$
82,294 bilhões, foi 5,6% maior do que os R$ 79,815 bilhões concedidos no acumulado da safra 2021/22 até
maio de 2022. Já os financiamentos para comercialização da produção caíram 2,8% na mesma base de
comparação, saindo de R$ 31,696 bilhões em 2021/22 para R$ 30,820 bilhões em 2022/23. Pronaf e
Pronamp: A liberação de recursos pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf) no acumulado do ciclo 2022/23 até maio atingiu R$ 48,973 bilhões, aumento de 28,6% em relação
aos R$ 38,070 bilhões liberados no intervalo correspondente da safra 2021/22. Pelo Programa Nacional de
Apoio ao Médio Produtor (Pronamp), o incremento dos recursos foi ainda mais expressivo, de 64,3%,
saindo de R$ 27,539 bilhões no acumulado da temporada passada para R$ 45,240 bilhões na parcial da safra
atual. Para a agricultura empresarial, ou seja, produtores de porte maior do que os enquadrados no Pronamp,
foram liberados R$ 224,487 bilhões, 10,6% acima dos R$ 202,991 bilhões do ano anterior. Bancos públicos
lideram: Entre as instituições financeiras que distribuíram recursos de crédito rural, os bancos públicos
continuaram ganhando espaço, somando R$ 197,717 bilhões liberados no acumulado da safra, 21,5% a mais
do que os R$ 162,687 bilhões contabilizados em igual período de 2021/22. Apenas o Banco do Brasil
desembolsou R$ 176 bilhões nesta safra. As cooperativas de crédito também aumentaram seus desembolsos,
em 29,5%, de R$ 46,934 bilhões na parcial de 2021/22 para R$ 60,773 bilhões nesta safra. Entre os bancos
de desenvolvimento e fomento, o montante liberado aumentou 63,7%, de R$ 2,741 bilhões para R$ 4,488
bilhões na mesma base de comparação. Já os bancos privados viram o montante liberado cair 0,9%, de R$
56,179 bilhões no acumulado até maio do ciclo 2021/22 para R$ 55,655 bilhões no intervalo equivalente da
atual temporada. Presidente do BC chinês afirma que crescimento do país será ‘relativamente alto’ no 2°
trimestre: Indicadores econômicos recentes apontaram para uma desaceleração na recuperação econômica,
mas autoridade monetária se diz confiante O presidente do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em
inglês), Yi Gang, disse que o crescimento da economia chinesa será “relativamente alto” no segundo
trimestre deste ano devido a efeitos de base, e a inflação ao consumidor aumentará na segunda metade do
ano. “Estamos confiantes. Temos as condições para alcançar o crescimento esperado e outros objetivos”, o
presidente afirmou na última quarta-feira (7) durante encontro com grupo de banqueiros e empresários em
Xangai. Os comentários de Yi vieram quando indicadores econômicos recentes apontaram para uma
desaceleração na recuperação econômica da China, após Pequim suspender suas restrições referentes à
pandemia de covid-19 no final do ano passado. As exportações chinesas caíram em maio em relação ao ano
anterior, o primeiro declínio anual nos embarques para o exterior em três meses. A inflação ao consumidor e
o índice de preços de fábrica divulgados nesta sexta-feira (9) intensificaram as preocupações sobre os riscos
de deflação, uma vez que as demandas globais e domésticas seguem enfraquecendo. Em sua sessão
legislativa anual em março, os líderes chineses estabeleceram uma meta de crescimento de cerca de 5% para
a economia este ano, que a maioria dos economistas ainda acredita que o país alcançará, dada a fraca base de
comparação com 2022. Yi disse na reunião que o banco central intensificará seus ajustes para apoiar
totalmente a economia e promover o emprego. O banco central também usará várias ferramentas monetárias
para manter uma liquidez razoavelmente ampla, reduzindo ainda mais os custos de financiamento. Subsídios
para carros vão beneficiar todo o setor? Para locadoras, impacto pode ser limitado: Para as locadoras, a
iniciativa deve trazer ventos contrários no primeiro momento, mas favoráveis no longo prazo, segundo o
Credit Suisse As locadoras de veículos podem estar entre as possíveis beneficiadas da medida provisória
anunciada pelo governo Lula que estabelece descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil nos preços dos automóveis.
Analistas citam como possíveis vantagens uma menor necessidade de investimento e uma melhora nas
margens das empresas. A duração de quatro meses para o subsídio, porém, e a exclusividade inicial de
compra para pessoas físicas limitam os impactos positivos, segundo analistas do mercado e representantes
do segmento. Para as locadoras, a iniciativa deve trazer ventos contrários no primeiro momento, mas
favoráveis no longo prazo, segundo o Credit Suisse, que não espera impactos relevantes para a Localiza e a
Movida. Os analistas destacam a maior depreciação no início, com a desvalorização das frotas atuais. Por
outro lado, a depreciação de longo prazo diminuiria, pois, as empresas comprariam carros mais baratos, que
então se valorizariam quando os subsídios acabassem. Em relatório sobre possíveis impactos da MP para a
Localiza, o Itaú BBA estima um impacto negativo no lucro líquido da companhia de R$ 900 milhões a R$
1,5 bilhão em 2023 ante a previsão atual de R$ 2,5 bilhões do banco, considerando uma baixa de 3% a 5%
no valor contábil dos carros. “Por outro lado, o mercado parece estar mais focado em 2024 do que em 2023.
Este efeito negativo deverá ser ofuscado por potenciais impactos positivos a curto prazo”, escrevem Daniel
Gasparete, Gabriel Rezende e Luiz Capistrano. O Itaú BBA estima que, com a normalização dos preços dos
carros após o fim da desoneração tributária, os veículos comprados com preços mais baixos (ou remarcados,
mas não colocados à venda) devem ser vendidos com margens acima da média na divisão de seminovos. “O
volume adicional de carros aceleraria o rejuvenescimento da frota e potencialmente beneficiaria os custos de
manutenção. A soma de todos esses efeitos positivos pode se traduzir em um upside de cerca de 10% para
nossos números de Localiza”. Prazo e exclusividade: Apesar de contribuir para a redução de preços, a
iniciativa é um “cobertor curto”, avalia o presidente do Conselho Nacional da Associação Brasileira das
Locadoras de Automóveis (Abla), Marco Aurélio Nazaré. “Vai haver uma redução de capex (investimentos),
mas também reduz o valor dos ativos das empresas do setor”, diz. O porta-voz estima que para trazer
benefícios mais concretos, o programa teria que ter uma extensão de 12 a 18 meses, prazo que considera
adequado para renovação de frota e reequilíbrio. A equipe do Credit calcula que a iniciativa pode ter uma
vida ainda mais curta do que previsto inicialmente, considerando que os R$ 500 milhões implicam subsídios
para 62 mil a 250 mil carros, em comparação com cerca de 6 mil veículos leves produzidos por dia em 2022.
“É improvável que o programa dure muito mais do que um trimestre, possivelmente atingindo o limite em
menos de dois meses”, projetam Régis Cardoso e Henrique Simões. O Santander, por sua vez, classifica a
iniciativa como um ponto ligeiramente negativo para as empresas do setor, uma vez que os descontos de
carros novos devem causar impacto sobre as vendas de carros usados das locadoras enquanto durar o
programa. No primeiro trimestre de 2023, o segmento de seminovos pesou nos balanços da Movida e
Localiza. As locadoras poderiam compensar parcialmente esse efeito com a compra de carros novos mais
baratos, complementam os analistas do Santander, Lucas Barbosa, Lucas Esteves e Gabriel Tinem. “Mas
isso se o governo estender os benefícios aos compradores corporativos (o que, pelo menos nos primeiros 15
dias, não será permitido). ” A exclusividade inicial de compra para as pessoas físicas surpreendeu
negativamente a Abla, segundo Nazaré. “Entendemos a necessidade de movimentos para redução de preço,
mas isso tem que ser feito com equidade, porque não é o cliente pessoa física que vai resolver o problema”,
afirma, destacando que as locadoras projetam comprar cerca de 600 mil carros em 2023. O analista do setor
na Levante Investimentos, Flávio Conde, vê um potencial positivo para as locadoras na MP. No entanto, cita
a extensão limitada e o cenário macroeconômico como pontos sensíveis. “O principal incentivo só vai vir
quando os juros baixarem para menos de 10%, o que não esperamos que aconteça antes de 2025? Afirma.
Na mesma linha, o representante da Abla avalia que a iniciativa do governo não é suficiente para resolver o
problema. “Não adianta só diminuir o preço. É necessário aumentar o poder aquisitivo e reduzir o
endividamento e a taxa de juros para melhorar o acesso ao crédito e a inadimplência cair”, diz Marco
Aurélio Nazaré.


Cenário Econômico – Abril/2023


Bovespa cai, com cautela antes de decisões de juros no Brasil e nos EUA, índice recuava 0,31%, aos
104.106,38 pontos. Dólar, por sua vez, avançava 0,75%, a R$ 5,025. Na última sessão, dólar fechou o dia
cotado a R$ 4,989, em alta de 0,18%; Ibovespa avançou 1,47%, aos 104.431 pontos. O Ibovespa operava
em queda nos primeiros negócios, conforme investidores acompanhavam as reuniões de política
monetária do Banco Central do Brasil e do Federal Reserve com cautela. PC-S desacelera para 0,50% em
abril, após 0,74% em março, diz FGV. Entre as oito classes de despesas que compõem o indicador, seis
aceleraram, com destaque para o avanço do grupo Saúde e Cuidados Pessoais. O Índice de Preços ao
Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou a 0,50% no fechamento de abril, após alta de 0,74% em março.
Na terceira quadrissemana do mês, o índice havia registrado alta de 0,43%. A informação foi divulgada pela
Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em 12 meses, o indicador acumulou variação positiva de 3,44% no
fechamento de abril, ante 3,37% na terceira quadrissemana e 4,04% em março. O resultado ficou acima do
teto do intervalo das estimativas da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,41%. O piso era 0,35% e mediana,
0,40%. Entre as oito classes de despesas que compõem o indicador, seis aceleraram no período, com
destaque para o avanço do grupo Saúde e Cuidados Pessoais (0,91% para 1,51%), puxado por artigos de
higiene e cuidado pessoal (-0,11% para 1,42%). Também houve acréscimo nos grupos Alimentação (0,43%
para 0,67%), Educação, Leitura e Recreação (-0,85% para -0,62%), Comunicação (0,28% para 0,60%),
Vestuário (0,34% para 0,52%) e Despesas Diversas (0,17% para 0,20%), sob influência dos itens hortaliças e
legumes (0,01% para 3,41%), passagem aérea (-4,82% para -3,67%), tarifa de telefone móvel (0,75% para
1,60%), calçados masculinos (0,63% para 1,19%) e tarifa postal (2,31% para 3,34%). Em contrapartida, a
FGV registrou decréscimo dos grupos Transportes (0,70% para 0,19%) e Habitação (0,57% para 0,48%), sob
influência dos itens gasolina (1,84% para -0,38%) e tarifa de eletricidade residencial (1,05% para 0,30%).
Influências: As principais pressões negativas sobre o IPC-S do fechamento de abril, além de passagem
aérea e gasolina, vieram de maçã (-12,61% para -8,51%), seguro facultativo para veículo (-0,99% para –
1,48%) e cebola (-8,08% para -6,53%). Na outra ponta, as maiores influências de alta no indicador nesta
leitura foram aluguel residencial (1,29% para 1,27%), plano e seguro de saúde (1,08% para 1,07%),
licenciamento – IPVA, que repetiu a taxa de 1,49% verificada na terceira quadrissemana, tomate (2,60%
para 8,99%) e tarifa de telefone móvel (0,75% para 1,60%). Boletim Focus: projeção para inflação de 2023
sobe para 6,05% e a do PIB avança para 1,0%. Previsão para o IPCA de 2024 foi mantida em 4,18%, enquanto
as de 2025 e a de 2026 permaneceram em 4,0%, segundo a pesquisa do BC. A projeção de inflação para
2023 feita pelos analistas de mercado voltou a subir pela quinta semana seguida, de 6,04% para 6,05%,
enquanto as estimativas para 2024, 2025 e 2026 foram mantidas, de acordo com dados divulgados pelo
Relatório Focus, do Banco Central. Inflação: A previsão para o IPCA de 2024 foi mantida em 4,18%,
enquanto as de 2025 e a de 2026 permaneceram em 4,0%. Especificamente para os preços administrados,
a projeção do IPCA para 2023 manteve a tendência de alta verificada há 22 semanas e passou de 10,71%
para 10,73%. Há um mês, a projeção estava em 9,65%. A estimativa para 2024 foi mantida em 4,50% e as
2025 e 2026, continuaram em 4,0%. PIB: Para o PIB, a estimativa para 2023 subiu de 0,96% para 1,0% na
semana. A projeção para 2024 foi mantida em +1,41% e a de 2026 continuou em 1,80%, enquanto a
estimativa para 2025 subiu de 1,70% para 1,80% Selic: A previsão da taxa de juros básica da economia
brasileira (Selic) continua em 12,50% há duas semana. A de 2024 foi mantida em 10,0% pela 11ª semana
seguida e a de 2025 está 9,0% há 12 semanas. Câmbio: A estimativa para o dólar em 2023 foi mantida R$
5,20. A projeção para 2024 continuou em R$ 5,25, enquanto a projeção para 2025 está em R$ 5,30 há 19
semanas. Para 2026, a projeção se manteve em R$ 5,32. Resultado primário: As projeções do resultado
primário foram mantidas para 2023 (-1,0% do PIB) e 2024 (-0,80% do PIB), mas a de 2025 mostrou ligeira
piora, de -0,37% do PIB para -0,40% do PIB. A de 2026, no entanto, melhorou, passando de -0,20% do PIB
para -0,15% do PIB). Dívida líquida: Para a dívida líquida do setor público, a projeção para este ano foi
reduzida de 61,0% do PIB para 60,55%, enquanto a de 2024 foi mantida em 64% do PIB. Para 2025, a
estimativa caiu de 67,10% para 67,0% e a de 2026 recuou de 67,20% para 67,0% do PIB. Confiança
Empresarial cai 0,3 ponto em abril ante março, para 91,1 pontos, diz FGV: Índice de Situação Atual
Empresarial subiu 1,3 ponto em abril, para 92,2 pontos; Índice de Expectativas caiu 1,6 ponto, para 91,4
pontos. O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,3 ponto em abril ante março, para 91,1 pontos, após
duas altas seguidas, informou Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador
avançou 0,9 ponto. Segundo Aloisio Campelo Júnior, superintendente de estatísticas públicas do FGV/Ibre,
a queda refletiu o quadro de desaceleração gradual do nível de atividade dos setores mais cíclicos da
economia, uma tendência que vem sendo compensada neste início de ano pelo excelente desempenho do
agronegócio. “Houve alguma melhora da percepção com relação à situação presente dos negócios e piora
das expectativas”, afirmou em nota. O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da
Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação
na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais
anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE
permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica. Situação atual e
expectativas: O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 1,3 ponto em abril ante março, para 92,2
pontos. O Índice de Expectativas (IE-E) caiu 1,6 ponto, para 91,4 pontos. “Com este resultado, o indicador
que reflete as expectativas voltou a ficar abaixo do indicador de situação atual, uma combinação que
justifica uma interpretação desfavorável para os resultados das sondagens empresariais em abril”,
completou Campelo Júnior. Na passagem de março para abril, a confiança dos serviços subiu 0,7 ponto,
para 92,4 pontos, e a do comércio caiu 3,3 pontos, para 83,6 pontos. A indústria teve elevação de 0,1
ponto, para 94,5 pontos, enquanto a construção avançou 1,0 ponto, para 95,4 pontos. Em abril, a
confiança avançou em 53% dos 49 segmentos integrantes do ICE. A coleta do Índice de Confiança
Empresarial reuniu informações de 3.842 empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 26 de abril. Biden
pede que republicanos descartem default da dívida e alerta para aumento de taxas de juros: “A América não
é uma nação caloteira. Nunca, jamais deixamos de pagar a dívida”, disse Biden em um pequeno evento
empresarial na Casa Branca WASHINGTON (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu
que o presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, tire da mesa a possibilidade de um default
sem precedentes da dívida norte-americana, alertando que isso resultaria em taxas disparadas de cartões
de crédito e hipotecas. “A América não é uma nação caloteira. Nunca, jamais deixamos de pagar a dívida”,
disse Biden em um pequeno evento empresarial na Casa Branca. Ele afirmou que a ameaça de calote de
alguns republicanos no Congresso era “totalmente irresponsável” e que era essencial tirar essa ameaça “da
mesa”. “Isso levaria a taxas de juros mais altas, taxas de cartão de crédito mais altas, taxas de hipotecas
em disparada”, disse Biden. “A coisa mais imediata que podemos fazer é garantir a confiança contínua de
nossa economia e do sistema financeiro. A coisa mais importante que temos a fazer nesse sentido é
garantir que a ameaça do presidente da Câmara de default da dívida nacional esteja fora da mesa”,
acrescentou. A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou na quarta-feira por margem estreita
um projeto de lei para aumentar o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares do governo que inclui cortes
radicais de gastos na próxima década. Embora não se espere que o projeto de lei obtenha a aprovação do
Senado, McCarthy busca atrair Biden para negociações sobre corte de gastos, mesmo quando a Casa
Branca e os democratas do Congresso insistem em um aumento do limite da dívida sem restrições. PMI
industrial do Reino Unido cai a 47,8 em abril, mas supera a prévia: Prévia da pesquisa feita pela S&P
Global/CIPS apontava para um PMI de 46,6 no mês, mesma estimativa do consenso Refinitiv O índice de
gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Reino Unido caiu marginalmente entre março e
abril, de 47,9 para 47,8, segundo dados finais publicados pela S&P Global em parceria com a CIPS. A leitura
definitiva de abril, porém, ficou bem acima da estimativa preliminar e da previsão do consenso Refinitiv, de
46,6 em ambos os casos. O resultado abaixo da barreira de 50 indica que a atividade manufatureira
britânica segue em contração. PMI industrial da Alemanha cai para 44,5 em abril, mas fica acima da prévia,
diz S&P Global: Tanto a leitura preliminar como o consenso Refinitiv apontavam para um PMI de 44,0 em
abril; dado final significa que setor mantém contração O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em
inglês) industrial da Alemanha caiu de 44,7 em março para 44,5 em abril, atingindo o menor nível desde
maio de 2020, segundo pesquisa final divulgada pela S&P Global. A leitura definitiva de abril, porém, ficou
acima da estimativa preliminar e da previsão de analistas, de 44,0 em ambos os casos. O resultado abaixo
da barreira de 50 indica que a produção manufatureira alemã segue em contração. Inflação ao consumidor
na zona do euro atinge 7,0% em abril, dentro do esperado: Núcleo da inflação, que exclui as variações de
energia, alimentos e tabaco, ficou em 1% na comparação mensal e em 5,6% na anual. O índice de preços
ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro avançou 0,7% em abril ante março e atingiu 7,0%
ante o mesmo mês do ano passado, de acordo com estimativa divulgada pelo Eurostat, o escritório de
estatísticas da União Europeia. A taxa anualizada ficou dentro do esperado pelo consenso Refinitiv e está
acima dos 6,9% registrados em março. O núcleo da inflação, que exclui as variações de energia, alimentos e
tabaco, ficou em 1% na comparação mensal e em 5,6% na anual, pouco abaixo dos 5,7% contabilizados em
março. A inflação anualizada de alimentos, bebidas e tabaco experimentou redução, de 15,5% em março
para 13,6% em abril, enquanto os preços de energia saíram de deflação de 0,9% para alta de 2,5% na
mesma comparação. Investimentos em construção nos EUA sobem 0,3% em abril ante Março: O dado de
março ante fevereiro foi revisado, de queda de 0,1% para baixa de 0,3%. Os investimentos em construção
nos Estados Unidos tiveram alta de 0,3% em abril ante março, a uma taxa anual sazonalmente ajustada de
US$ 1,834 bilhão, segundo dados publicados pelo Departamento do Comércio do país. O resultado ficou
acima das expectativas de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam estabilidade no
período. O dado de fevereiro ante janeiro foi revisado, de queda de 0,1% para baixa de 0,3%. Na
comparação anual, os investimentos aumentaram 3,8% no mês passado. PMI industrial dos Estados Unidos
calculado pelo ISM sobe a 47,1 em abril: O subíndice de preços subiu de 49,2 em março a 53,2 em abril. O
índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria dos Estados Unidos, elaborado pelo
Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês), subiu de 46,3 em março para 47,1 em abril.
Analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam alta menor, a 46,7. O subíndice de preços subiu de
49,2 em março a 53,2 em abril. O de empregos avançou de 46,9 a 50,2 no período, enquanto o de novas
encomendas aumentou de 44,3 a 45,7 na mesma marcação. O de produção subiu de 47,8 no mês
retrasado para 48,9 em abril, e o de estoques recuou de 47,5 a 46,3 na comparação. Bolsas da Europa
operam em queda após dados da região e expectativa por decisão de BCs: Inflação da zona do euro (CPI)
voltou a acelerar ligeiramente, com aumento anual de 7,0% em abril. As bolsas da Europa caem enquanto
o mercado espera pelas decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central.
Europeu (BCE), na quarta e quinta-feira, respectivamente. Enquanto isso, foi marcada pela divulgação de
dados de inflação da zona do euro e índices de gerentes de compras (PMIs) industriais de países europeus.
Índices das bolsas europeias: o índice Stoxx 600 perdia 0,27%, a 465.65 pontos. Em Frankfurt, o DAX caía
0,28%, a 15.877,22 pontos, e o parisiense CAC 40 perdia 0,48%, a 7, 455.54 pontos. Já o índice FTSE 100, da
bolsa de Londres, tinha queda de 0,06%, a 7.865,53 pontos. As ações da BP caem mais de 5%, após balanço
mostrar lucro ajustado no primeiro trimestre acima das expectativas, mas queda na taxa de recompra de
ações. Entretanto, a CMC Markets destaca que a BP anunciou uma queda no lucro trimestral “devido aos
preços mais baixos do petróleo e do gás que vimos nos últimos meses, mas é outro trimestre forte de
receita e lucro”. Indicadores: Já a inflação da zona do euro voltou a acelerar ligeiramente em abril: o índice
de preços ao consumidor (CPI) aumentou 7,0% em abril no ano, de um aumento de 6,9% em março,
correspondendo à previsão de 7,0% dos economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”. Embora a
taxa básica de inflação tenha subido, o núcleo da inflação – que exclui as categorias mais voláteis de
alimentos e energia – desacelerou ligeiramente para 5,6% em abril, de 5,7% em março, também em linha
com as previsões de consenso. De acordo com a Oanda, os dados de inflação da zona do euro para abril
não trouxeram nenhuma surpresa desagradável alguns dias antes de o BCE tomar sua decisão. “Uma alta
de 25 pontos-base na taxa agora está fortemente apoiada, com mais uma ou duas por vir nos próximos
meses”, destacam os analistas da casa. A Pantheon faz análise semelhante: esses dados quase selam o
acordo para uma alta de 25 pontos-base esta semana. Uma desagradável surpresa positiva seria necessária
para empurrar o BCE de volta para 50 pb. Isso não aconteceu. De forma mais geral, os 25 pb é agora o
consenso claro. Outros dados: Entre outros dados divulgados hoje, o PMI industrial da Alemanha caiu a
44,5, no menor nível em 3 anos, enquanto os do Reino Unido e da zona do euro também recuaram. Todos
continuam no nível abaixo de 50, o que indica contração de atividade, mas vieram acima do esperado pelo
consenso. No radar, também está a compra do First Republic Bank (FRB) pelo J.P Morgan ontem. “O
resgate do FRB, embora positivo em geral, lembrou os investidores sobre a incerteza em torno do sistema
bancário dos EUA, especialmente antes da reunião do Fed nesta semana”, dizem analistas do IG à Dow
Jones Newswires. Bolsas da Ásia fecham em alta, com baixa liquidez devido a feriado: Principais
indicadores econômicos sugerem que o ritmo da recuperação desacelerou ligeiramente em abril na China,
dizem analistas: As bolsas asiáticas operaram com pouca liquidez em meio a um período de feriado
prolongado em alguns locais, o que afeta alguns mercados fechados. No radar, estão a aquisição do First
Republic Bank pelo J.P Morgan e o crescimento da China. Na véspera de feriado local, o índice Nikkei,
referência da bolsa de Tóquio, subiu 0,1%, a 29.157.95 pontos. Na China, o Xangai composto esteve
fechado diante de uma pausa de cinco dias por conta do Dia do Trabalho. Já o Hang Seng, de Hong Kong,
avançou 0,2%, a 19.933.81 pontos, ao passo que o índice sul-coreano Kospi, da bolsa de Seul, fechou em
alta de 0,9%, a 2.524,39 pontos. Economia chinesa: Para o Commerzbank, os índices de gerentes de
compras (PMIs) oficiais em abril sugerem que a economia da China estende sua recuperação desigual no
segundo trimestre. “A declaração mais recente dos principais formuladores de políticas sugere que eles
manterão seu atual apoio político à economia. Ainda assim, é possível que eles reduzam o ritmo de
flexibilização no segundo semestre”, destaca. O Julius Baer ainda destaca que os principais indicadores
econômicos sugerem que o ritmo da recuperação desacelerou ligeiramente em abril na China. “De acordo
com as pesquisas dos gerentes de compras oficiais, o setor de serviços continuou em expansão, enquanto
a atividade manufatureira voltou a contrair após dois meses de expansão. Esperamos que a recuperação
continue em um ritmo mais lento do que no forte primeiro trimestre deste ano”, analisa o Julius Baer.
“Funcionários do governo confirmaram que as perspectivas econômicas melhoraram devido à forte
recuperação inicial no primeiro trimestre, mas permaneceram cautelosos quanto à recuperação da
demanda doméstica, sinalizando que a política continuará favorável”, completa. Fim de acordo sobre
grãos entre Rússia e Ucrânia pode impactar inflação no Brasil, dizem especialistas: Iniciativa do Mar
Negro para a circulação de cereais foi assinada em julho do ano passado e pode terminar em 18 de maio.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, a Ucrânia exportou cereais no valor de US$ 27,8
bilhões. O acordo que permite a exportação de grãos pelo Mar Negro, firmado entre Rússia e Ucrânia
pode estar com os dias contados. A Rússia informou, por meio de carta, que pode encerrar o tratado
alegando que a Ucrânia e países do Ocidente não estariam cumprindo os termos. Especialistas avaliam
que o eventual encerramento do acordo traz preocupação para o cenário global de insegurança
alimentar e deve elevar o preço dos grãos e cereais, pressionando a inflação de diversos países, incluindo
o Brasil. “Em suma, afeta o Brasil porque, se não houver a renovação, o preço da soja vai subir, assim
como o preço do trigo. Por um lado, ganham os produtores de soja do país, uma vez que deve haver a
busca da soja como substituição pelo girassol, mas, do ponto de vista do consumidor, significa um
encarecimento de alimentos que utilizam o trigo”, diz Vinícius Vieira, professor de relações
internacionais da Fundação Getulio Vargas – FGV. Na lista de exigências, Moscou pede que o Russian
Agricultural Bank – banco estatal regulamentado pelo Banco da Rússia – seja reintegrado ao sistema de
comunicações financeiras, o Swift, e que sejam retomadas as permissões para o acesso a máquinas
agrícolas, assim como autorizações para serviços de manutenção relacionados com o equipamento. Além
disso, o país liderado por Vladimir Putin pede ainda o fim das restrições no acesso aos portos marítimos
e o reestabelecimento da conduta de amônio entre Tolyatti (Rússia) e Odessa, paralisado desde o ano
passado, como também o fim do bloqueio das contas bancárias de empresas russas ligadas à produção e
ao transporte de alimentos e fertilizantes.


Cenário Econômico – Março/2023


As perspectivas de crescimento de importantes economias no mundo melhoraram no primeiro trimestre
de 2023, em relação ao que se esperava no fim do ano passado. Uma nova fonte de atenção, porém, surgiu
com a quebra de bancos regionais nos Estados Unidos, seguida de dificuldades em bancos europeus. No
entanto, o problema tem sido contornado e não impediu os bancos centrais de Estados Unidos e Europa
de continuar aumentando suas taxas básicas de juros. No Brasil, desde o último trimestre do ano passado,
o comportamento dos indicadores setoriais indica desaceleração bastante disseminada da atividade
econômica, e este quadro se manteve nos primeiros meses de 2023. O mercado de trabalho vem
mostrando sinais de arrefecimento, caracterizado por leve aceleração da taxa de desocupação, refletindo a
perda de dinamismo da população ocupada. Em contrapartida, o aumento dos rendimentos médios tem
possibilitado o crescimento da massa salarial. Os dados mais recentes mostram que o processo de
desinflação da economia brasileira vem se consolidando nos últimos meses, embora tanto os índices de
preços ao consumidor quanto as médias dos núcleos de inflação ainda se encontrem em patamares
relativamente elevados. No front fiscal, após as contas públicas fecharem 2022 com números bastante
positivos, a expectativa para o ano corrente é de redução do resultado primário do setor público
consolidado. Esperamos que, no primeiro trimestre de 2023, o PIB brasileiro avance 1,2% na comparação,
com ajuste sazonal, com o último trimestre de 2022, e tenha alta de 2,7% sobre o primeiro trimestre do
ano passado. Para o acumulado em 2023, o cenário considera que a economia se recupera
progressivamente ao longo do ano, registrando crescimento de 1,4%. Apontamos, ainda, para uma
expansão do PIB de 2,0% em 2024. As projeções do Grupo de Conjuntura do Ipea para o IPCA indicam que
a inflação acumulada em 2023 deve manter-se no nível atual, encerrando o ano em 5,6%. Nota-se,
entretanto, que, na comparação com a estimativa anterior (4,9%), divulgada em dezembro de 2022, houve
revisão para cima, decorrente do desempenho menos favorável dos preços administrados e dos serviços.
De modo similar, a projeção para o INPC para 2023 também foi revista, passando de 4,6% para 5,5%.
Indicadores mensais de indústria, comércio e serviços: O recuo de 0,2% do PIB na passagem entre o
terceiro e o quarto trimestre do ano passado confirmou o cenário de arrefecimento do ritmo de expansão
da atividade econômica, conforme já antecipado pelo desempenho dos indicadores setoriais com
periodicidade mensal. De um modo geral, após os efeitos mais severos provocados pela crise sanitária da
covid-19, as principais restrições ao crescimento da economia brasileira, antes associadas à oferta, vem se
deslocando para a demanda. Na virada do ano, embora uma parte dos resultados verificados nos primeiros
meses de 2023 indique a manutenção deste quadro, alguns fatores podem torná-lo menos pessimista.
Com base nos últimos resultados disponíveis, a previsão da Diretoria de Estudos e Políticas
Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Dimac/Ipea) é que o Monitor do PIB, da
Fundação Getulio Vargas (FGV), indicador que busca retratar o nível geral da atividade econômica
brasileira em base mensal, permaneça praticamente estável na margem, com pequeno avanço de 0,1%
ante o mês de dezembro. Com isso, o efeito de carry-over em relação ao resultado do primeiro trimestre
de 2023 ficaria em 0,2%. Análise e Projeções de Inflação: Os dados mais recentes mostram que o processo
de desinflação da economia brasileira vem se consolidando nos últimos meses. Após encerrar 2022 com
alta de 5,8%, recuando fortemente em relação ao observado em 2021 (10,1%), a inflação medida pelo
Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) manteve sua trajetória de desaceleração de modo que, no
acumulado em doze meses, até fevereiro de 2023, a taxa já era de 5,6%. Assim como ocorrido no primeiro
bimestre de 2023, a expectativa para o restante do ano é de contínua desaceleração dos preços dos bens e
serviços livres, conjugada a uma alta mais intensa dos preços administrados, impedindo, portanto, novos
recuos da taxa de inflação. Dentro deste contexto, as projeções do Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea
para o IPCA indicam que a inflação acumulada em 2023 deve manter-se no nível atual, encerrando o ano
em 5,6%. Nota-se, entretanto, que, na comparação com a estimativa anterior (4,9%), divulgada em
dezembro de 2022, houve revisão para cima, decorrente do desempenho menos favorável dos preços
administrados e dos serviços, especialmente os relativos à educação. No caso dos preços administrados, o
aumento da previsão reflete, sobretudo, o impacto da reoneração dos combustíveis. Adicionalmente, os
reajustes, acima do esperado, dos planos de saúde nos dois primeiros meses do ano sinalizam maior
pressão deste serviço sobre os preços administrados em 2023, de forma que a projeção atual para a
inflação deste segmento para o ano corrente é de 8,2%, ante a taxa projetada de 5,6%, em dezembro de
2022. Já em relação aos serviços livres, o reajuste das mensalidades escolares, ocorrido em fevereiro, em
magnitude acima da estimada, fez com que a expectativa de inflação para os serviços educacionais saltasse
de 5,7% para 8,5%, gerando, por conseguinte, um incremento na projeção de alta dos serviços totais, que
avançou de 5,4% para 6,0%. Em contrapartida, o desempenho mais favorável dos alimentos no primeiro
bimestre e a melhora das expectativas para a safra brasileira, em 2023, fizeram com que a inflação de
alimentos esperada para o ano recuasse de 5,2% para 4,5%. No que diz respeito às demais categoriais, as
previsões de 3,0% para os bens industriais e de 5,6% para os serviços livres exceto educação – ante as
taxas projetadas de 3,2% e 5,4%, respectiva[1]mente – pouco se alteraram, tendo em vista que não houve
mudanças significativas no cenário macroeconômico brasileiro no último trimestre. De modo similar, a
projeção do grupo para o INPC para 2023 também foi revista, passando de 4,6% para 5,5%. Projeção do
valor adicionado do setor agropecuário para 2023: Depois de uma queda da atividade econômica da
agropecuária em 2022, o setor deve apresentar elevado crescimento neste ano. Esta Nota analisa o
desempenho do setor agropecuário em 2022, em termos do valor adicionado (VA), e revisa a nossa
previsão para o setor em 2023, com base nas novas estimativas do Levantamento Sistemático da Produção
Agrícola (LSPA) e nas Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais (PTA), do Leite e da Produção de Ovos de
Galinha – todas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A previsão de crescimento de
11,6% do VA agropecuário em 2023, conforme divulgado na Nota de Conjuntura no 26 da Carta de
Conjuntura no 57,1 foi mantida, embora tenha havido alterações na composição do crescimento por
produtos. Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI) – janeiro de 2023 : O Índice de Custo da
Tecnologia da Informação (ICTI), calculado Ipea, apresentou taxa de variação de 0,51% em janeiro de 2023,
situando-se 0,36 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada no mês anterior. Na comparação com o
mesmo mês de 2022, a variação foi 0,3 p.p. menor. Com a incorporação desse resultado, o ICTI acumula
variação de 7,11% nos últimos doze meses. Inflação por faixa de renda – fevereiro/2023: De acordo com o
Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, em fevereiro de 2023 todas as classes de renda registraram
aumento da taxa de inflação na comparação com o mês anterior. No entanto, esta aceleração inflacionária
foi mais intensa para a faixa de renda alta, cuja taxa apontada em fevereiro foi de 1,05%, ante alta de
0,56% observada em janeiro. Na outra ponta, as famílias de renda muito baixa foram as que apresentaram
a menor alta inflacionária, em fevereiro, com taxa de 0,69%. No acumulado em doze meses, até fevereiro,
enquanto as famílias de renda média-baixa apresentaram a menor alta inflacionária (5,36%), o segmento
de renda alta foi o que apontou a taxa mais elevada no período (7,03%). No caso das famílias com renda
muito baixa, a alta da inflação nos últimos doze meses é de 5,86%. Retrato dos rendimentos do trabalho –
resultados da PNAD Contínua do quarto trimestre de 2022: Os rendimentos habituais reais médios
apresentaram aumento de 8,3% no quatro trimestre de 2022 em comparação com o mesmo período de
2021, confirmando a recuperação da renda observada ao longo do ano. A renda média habitual real de R$
2.808, registrada no quatro trimestre de 2022, aproxima-se dos níveis observados em dezembro de 2019,
imediatamente anterior à pandemia. Estimativas mensais mostram que o rendimento habitual médio real
em dezembro (R$ 2.856) foi 0,2% maior que o observado no mês anterior (R$2.851) e 2,6% maior que o
registrado em setembro de 2022 (R$2.784). A renda efetiva também cresceu 9,4% na comparação
interanual, mas ainda está 1% menor que a apontada no quarto trimestre de 2019. Por grupos
demográficos, os maiores aumentos na renda na comparação com o mesmo período do ano passado
foram registrados no Centro-Oeste e no Norte, entre os trabalhadores jovens adultos (entre 25 e 39 anos)
e com ensinos fundamental e médio incompletos. Nenhum grupo demográfico de trabalhador apresentou
queda na renda, mas o crescimento foi menor para os que habitam no Nordeste, os adultos (entre 40 e 59
anos), aqueles com ensino fundamental completo e os chefes de família. Na análise por tipo de vínculo,
revela-se que a menor recuperação dos rendimentos no quarto trimestre de 2022 foi encontrado nos
trabalhadores do setor público, com elevação da renda habitual e efetiva de 1,9% e 1,5% respectivamente.
Os trabalhadores do setor privado com carteira apresentaram elevação da renda no quarto trimestre de
2022 (cerca de 6,2% da renda habitual). Por sua vez, foram os trabalhadores informais os que
apresentaram o maior aumento da renda efetiva, com acréscimo de 12,3% para os trabalhadores por
conta própria e de 12% para os sem carteira. Isso se reflete no comportamento da renda por setor de
atividade: Os setores mais informais, mais atingidos pela pandemia, são os que agora mostram
crescimento da renda (agricultura, transporte, construção, serviços pessoais e coletivos e alojamento e
alimentação), ao passo que setores mais formais, como administração púbica, educação e saúde e
indústria, apresentaram menor elevação da renda habitual ou efetiva. Após o pico de desigualdade
causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022. O
segundo trimestre de 2022 apresentou uma reversão da queda da desigualdade da renda observada, que
continuou no terceiro trimestre. No último trimestre de 2022, observou-se uma estabilidade no índice da
renda domiciliar e ligeira queda do índice da renda individual de 0,494 para 0,493. Comércio exterior do
agronegócio: fevereiro de 2023: O agronegócio brasileiro encerrou fevereiro de 2023 registrando superávit
comercial de US$ 8,56 bilhões, compensando o déficit dos demais setores da economia (US$ 5,73 bilhões),
e contribuindo para um resultado da balança comercial total positivo em US$ 2,83 bilhões (tabela 1).
Apesar de positivo, o saldo do agronegócio apresentou mês passado queda de 7,3% ante o mesmo mês do
ano anterior, resultado da queda de 5,7% nas exportações e da alta de 5,6% nas importações no mesmo
período. Para os demais setores, a queda nas exportações em fevereiro foi mais expressiva que nas
importações – 18,1% e 7,0%, respectivamente – e o saldo, que já havia sido negativo em 2022, apresentou
nova queda este ano, fechando o mês 24,5% menor. No acumulado dos doze meses, o superávit comercial
do agronegócio somou US$ 141,96 bilhões, valor 26,2% maior que em igual período dos doze meses
anteriores, resultado de US$ 159,69 bilhões de exportações (crescimento de 24,9% ante igual período
anterior) e US$ 17,73 bilhões de importações (crescimento de 15,6%). O déficit comercial apresentado
pelos demais setores da economia no mesmo período, de US$ 79,90 bilhões, ficou mais acentuado em
relação ao ano passado (queda de 66,1%), devido à expressiva alta do valor das importações (19,4%) em
relação ao das exportações (5,8%). No total da economia, a balança comercial brasileira dos doze últimos
meses acumula superávit de US$ 62,06 bilhões, valor abaixo do observado em igual período dos doze
meses anteriores. O déficit dos demais setores da economia foi compensado parcialmente pelo aumento
do superávit do agronegócio. Estimativa preliminar do resultado primário do governo central em fevereiro
de 2023: De acordo com dados da execução orçamentária registrada no Sistema Integrado de
Administração Financeira (Siafi) do governo federal, os quais fornecem boa aproximação com os dados
oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro
Nacional (STN), o mês de fevereiro de 2023 apresentou um déficit primário de R$ 41,6 bilhões nas contas
do governo central. A receita líquida do governo central atingiu R$ 101,8 bilhões nesse mês, decréscimo
em termos reais de 17,5% quando comparada com fevereiro de 2022, ao passo que a despesa totalizou R$
143,5 bilhões, decréscimo de 1,1% na mesma base de comparação. No acumulado do ano até fevereiro, o
superávit primário está em R$ 37,3 bilhões, em reais desse mês, contra um superávit de R$ 60,4 bilhões
em igual período de 2022. Desempenho do PIB no quarto trimestre de 2022: O PIB recuou 0,2% no quarto
trimestre de 2022, na comparação com o período anterior, já livre de efeitos sazonais, e 1,9% na
comparação interanual, de acordo com o IBGE (gráfico 1). Com isso, o PIB encerrou 2022 com um
crescimento acumulado de 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões em valores correntes. Já o PIB per capita, por
sua vez, chegou a R$ 46.155,00 em 2022, o que representou um aumento real de 2,2% sobre o resultado
do ano anterior. Entre os componentes pelo lado da produção, o setor de serviços exerceu a maior
contribuição positiva, sendo responsável por 2,4 p.p. do crescimento acumulado no ano. Já pela ótica da
despesa, a maior contribuição veio do consumo das famílias, que adicionou 2,6 p.p. ao resultado. Em
relação ao último trimestre de 2019, período imediatamente anterior ao início da crise causada pela
pandemia de covid-19, o PIB encontra-se em patamar 4,1% superior. O recuo de 0,2% no quarto trimestre
interrompeu uma sequência de cinco variações positivas na margem, e reflete a perda de fôlego observada
em grande parte dos indicadores de atividade econômica ao longo dos últimos três meses de 2022. Além
do fechamento no hiato das atividades mais afetadas pela crise sanitária, como o setor de serviços,
provavelmente os efeitos da política monetária contracionista têm resultado em restrições na demanda
interna. Com o resultado do quarto trimestre, o carry-over para 2023 ficou em 0,2% – ou seja, caso
permaneça estagnado ao longo dos próximos quatro trimestres, o PIB fechará o ano com alta de 0,2%.

Cenário Econômico – Fevereiro/2023

O desempenho dos fundos de Renda Fixa no mês de fevereiro, seguiu em linha com o movimento positivo tanto em relação a captação, quanto retornos apresentados ao longo de 2023. No cenário local, destaque para os fundos classificados como “high yield”, a amostra com 80 fundos apresentou uma mediana de retorno de 1,35% (ou 119,94% do CDI). Enquanto a amostra com 113 fundos classificados como “high grade” obtiveram um retorno mediano de 1,21% (108,07% do CDI). Em relação ao mercado de crédito, o movimento de emissões foi maior na primeira quinzena do mês, fortalecendo o fluxo vendedor. Por outro lado, ao longo da 2° quinzena de dezembro, o maior movimento de captação dos fundos de crédito aumentou a demanda por ativos no mercado secundário. Além disso, os spreads de crédito representados pelo Idex-CDI, apresentaram uma leve abertura para o mês de dezembro, fechando em CDI+1,86%. Apesar do aumento marginal no mês, ao longo do ano foi observado um movimento de lateralização dos spreads de
crédito no geral oscilando entre 170-180 bps. Na visão de parte dos gestores, o nível de carrego atual segue atrativo, sem perspectivas para mudanças substanciais nos spreads de crédito no curto prazo. Em relação ao ritmo de captação, com os juros em patamares elevados, gestores acreditam que o ritmo deve continuar saudável com maior procura pela estabilidade e maiores retornos por parte dos investidores. Como destaque positivo para a classe de Renda Fixa do tipo high yield dentro dos fundos previdenciários, o fundo Compass XP Seg Prev obteve uma variação de 1,82%. (equivalente a 162% CDI), No período, as principais fontes de retorno foram Aura Minerals, Desktop, JSL, CSN, Vamos, Agasus e Armac. Grosso modo, essas posições
apresentaram maior resiliência em meio à volatilidade mais acentuada e beneficiaram o portfólio também através do carrego elevado. A posição em bonds foi vencedora e contribuiu fortemente para o desempenho mensal. Para os fundos de inflação, dezembro foi mais um mês de abertura nos spreads de crédito de algumas debentures incentivadas, além disso apesar do fechamento das NTN-Bs de prazos mais curtos, também foi observado um movimento de abertura dos títulos intermediários/longos. No ano, a menor demanda por esses ativos, somada ao IPCA mais fraco no segundo semestre do ano, fortaleceu o movimento de venda desses ativos, levando a uma correção nos preços. Dessa forma, para os fundos classificados de
Debentures Incentivadas atrelados ao IPCA, a variação no mês foi de 0,52%, enquanto os fundos hedgeados atrelados ao CDI apresentaram um retorno de 1,01%. Na visão dos gestores, a cautela segue em relação ao cenário, entretanto, o esperado é que com a volta de um retorno positivo para o IPCA e passado o movimento de marcação a mercado desses papeis, a demanda deve voltar a subir – favorecendo a classe. Fundos Multimercados Brasil: No mês de fevereiro, a performance negativa e dispersão de retornos observadas no mês de novembro seguiu. O cenário negativo tanto local quanto internacional seguiu impactando negativamente à classe. O IHFA, que é o principal índice de fundos multimercados do Brasil, apresentou uma variação de 0,40% nesse mês de dezembro, contra um CDI de 1,12% Em relação à performance por estratégia os fundos classificados como Macro/Multiestrategia apresentaram uma variação de 0,70%, se destacando perante as demais estratégias em multimercados. Entretanto, a variação negativa se comparado ao CDI, é fruto de perdas na Bolsa local e offshore, juros locais e posições em moedas tanto offshore como local e ganho em juros offshore. No ano, os fundos Macro/Multiestrategia apresentaram uma variação de 11,71% se destacando positivamente entre os ativos de risco no geral. Já para os fundos multimercados do tipo Long & Short/Arbitragem, muito em linha com o movimento já observado em novembro, aversão a risco tanto local quanto teve um impacto negativo na classe, ainda assim fechando no positivo no mês de dezembro. Com uma variação mediana de 0,63%, os destaques setoriais negativos ficaram por conta dos Serviços Financeiros, Proteínas e Utilidade Pública, enquanto as maiores
contribuições positivas vieram dos setores: Mineração, Varejo e Petróleo & Petroquímica. Como destaque positivo para a classe de Multimercados do tipo Macro/Multiestrategia dentro dos fundos previdenciários, o fundo ASA Hedge Prev XP Seg FIC FIM obteve uma variação de 2,66%, No mês, todos os books apresentaram resultados positivos, mas destacaram-se o book de ações, por causa da posição vendida na bolsa americana, e o book de juros, que conseguiu monetizar parte da abertura das taxas de juros globais no período. Da ponta negativa, o fundo DNA Brave Prev XP Seg FIM apresentou uma variação de -3,76%, resultado da alocação em bolsa Brasil e Internacional. Fundos de Ações Brasil: Da parte dos fundos de ações, em meio a aversão a risco no mercado local e global, os gestores de ações tanto Long Biased, quanto long only tiveram uma mediana de performance negativa para o mês. Os fundos de ações Long Biased apresentaram uma queda de -2,30%, apesar disso, no ano a performance é positiva de 2,93%. Enquanto os
fundos de ações classificados como long only tiveram uma performance de -2,92% em dezembro, no ano apresentaram um retorno negativo de 1,97%. No Ibovespa, apesar de um mês de queda expressiva (-2,45%), o saldo do ano foi positivo com retorno de 4,69% para o principal índice de ações brasileiro. Nos fundos long only, as principais contribuições negativas vieram dos setores de Energia, Indústria, Agricultura e
Mineração. Da ponta negativa, os principais detratores de resultado foram os setores de Consumo Básico, Construção Civil, Propriedades e Saúde. Dos 284 fundos que fazemos acompanhamento, apenas 12 obtiveram retornos positivos no mês. Dentro dos veículos previdenciários com investimentos em ações Brasil, destaque para o fundo Athena Icatu 70 FIM Prev que apresentou uma variação de 0,13%, apesar de estar abaixo do CDI, no mês, o fundo demonstrou resiliência no relativo ao Ibovespa. As contribuições positivas vieram do setor de Óleo e Gás. Do lado negativo, posições em Eletrobrás pesou no portfólio, muito em linha com os riscos macro políticos. Em relação ao destaque negativo para a classe, o fundo Equitas XP
Seg Prev apresentou uma variação de -7,36%, acumulando -25% no ano. A exposição aos setores de Varejo e Saúde foram recorrentes nos últimos 36 meses, vale pontuar que esses foram setores que sofreram com as incertezas macroeconômicas recentes. O setor de transporte também estava com uma posição relevante na carteira do fundo no final de 2019, e foi sendo reduzida até ser zerada em junho de 2022. Ao analisar a atribuição de performance setorial ao longo da existência da estratégia, é possível ver que os setores de Consumo, Seguros, Transporte e Real Estate deram bons resultados até 2019, o que não seguiu nos anos seguintes. Sendo esses os maiores detratores de rentabilidade. Já para os fundos Long Biased, exposições a
empresas domésticas, principalmente de Varejo, Utilidades públicas, software e infraestrutura impactaram negativamente a classe. Da ponta positiva, a contribuição veio dos setores de: Óleo e gás, incorporadoras e bancos. Em relação as perspectivas para 2023 dentro da Renda Variável Brasil, gestores seguem pontuando cautela tanto para o cenário global quanto local. A dinâmica potencialmente recessiva ainda não é vista como precificada nos múltiplos da bolsa americana. No cenário local, as incertezas em relação ao rumo da política econômica elevam o prêmio de risco exigido por parte dos investidores. Dessa forma, vemos que não é um cenário trivial para a alocação em renda variável neste contexto, mas acreditamos que a gestão
ativa e foco no longo prazo, são fatores primordiais para atravessar o cenário atual. No geral, gestores pontuam exposição liquida reduzida e foco em empresas de qualidade no momento.

Cenário Econômico – Janeiro/2023

O mês de janeiro foi mais um mês de forte correção no exterior. Ao longo do mês o mercado acionário americano apresentou desempenho bastante fraco, devolvendo as altas de novembro, registrando seu pior retorno anual desde 2008. Embora os resultados da inflação americana tenham vindo dentro das expectativas, o mercado internacional sentiu bastante os dados do relatório divulgado na última reunião do Banco Central americano. A mediana publicada no relatório veio acima dos últimos números reportados, trazendo dúvidas quanto ao comportamento de Jerome Powell no próximo ano e um possível aperto monetário mais rigoroso e aumentando os receios quanto a uma desaceleração da atividade econômica mais forte do que o imaginado anteriormente. Com isso, o juro de 10 anos americano teve alta e setores defensivos tiveram uma boa performance relativa, enquanto setores ligados a tecnologia e consumo discricionário performaram pior. Nos Estados Unidos, os gestores estão mais focados em questões
importantes, como preços de commodities, aumentos salariais e pressões inflacionárias mais amplas, afetarão os níveis das taxas de juros e, subsequentemente, os fundamentos da empresa e a liquidez do mercado. Para o próximo ano, embora a batalha contra a inflação não possa ser declarada encerrada, impressões recentes apontam para níveis de abrandamento que devem permitir que o Fed faça uma pausa no
aumento de juros, já no primeiro semestre do ano. Na Europa, em linha com o movimento americano, o Banco Central Europeu elevou as suas taxas de juros a patamares não vistos há muito tempo e sinalizou a subida de forma significativa e constante. A inflação segue ainda em níveis elevados, o que também pressiona os retornos dos ativos de risco na região. No relativo, os índices dos mercados emergentes, performaram melhor principalmente pelo destaque do mês que foi o retorno do MSCI China de 5,16%, revertendo pelo segundo mês consecutivo o retorno bastante negativo da bolsa chinesa no ano. O grande gatilho foi a mudança da abordagem do governo chinês em relação a política de Covid zero. Todas as medidas de distanciamento social foram retiradas, a quarentena na chegada de visitantes do exterior será suspensa. Tudo indica que a população esteja caminhando rapidamente em direção à imunidade de rebanho. No entanto, a grande questão para os mercados é se a reabertura será duradoura e quais os possíveis efeitos
na economia e nos ativos financeiros ao redor do mundo. Na visão dos gestores, como em outros países asiáticos, a reabertura deverá ser turbulenta, com picos de infecções em diferentes fases, começando nas cidades antes de passar para as áreas rurais. Caso a China permaneça na direção de reabertura e consequentemente com potencial para uma ampla recuperação econômica, somado a valuations bastante atrativos, pode ser um bom ponto de entrada. O time internacional do Research da XP, está com uma visão positiva em relação à China. Em linha com o cenário macroeconômico, os fundos que foram destaques no mês foram fundos focados em China como Aberdeen China Equity Advisory FIA IE (7,47%) e o Wellington All China Focus Equity Advisory FIA IE (7,03%). Já na ponta negativa, temos os fundos de gestão passiva focados em Estados Unidos como o fundo com exposição alavancada Trend Bolsa Americana Alavancado FIA (-10,82%) e mais especificamente, no setor de tecnologia, o fundo Trend Tecnologia
Americana FIM (-7,40%). Nos EUA, o Banco Central elevou em 50bps (ou 0,50%) a taxa básica, após quatro altas consecutivas de 75bps, e comitê do FED vê a taxa terminal entre 5,00%-5,25%. Porém, ainda pairam dúvidas sobre até onde o FED precisará subir os juros como forma de efetivamente combater a inflação. O resultado dessa maior incerteza foram aberturas nos juros de 5 e 10 anos americanos e abertura dos spreads, principalmente nos títulos mais arriscados (High Yields) americanos. O título de 10 anos (Treasury) encerrou o ano em 3,88%, o que significou uma variação de 237 bps (ou alta de 2,37%) para 2022. Nos Estados Unidos, as condições financeiras já se tornaram restritivas, o que provavelmente levará a economia americana a uma recessão. A discussão é quando e/ou até quando. O nosso time de Economia acredita que a intensidade da recessão dependerá de quanto tempo as taxas de juros terão que permanecer em território contracionista, e não dos pequenos ajustes adicionais que o FED ainda pode fazer. Prevemos
que o processo desinflacionário avançará significativamente neste semestre, abrindo espaço para o início de um ciclo de corte de juros no final de 2023. O mês foi positivo para os ativos de renda fixa de países emergentes no geral, mas especificamente na América Latina com os spreads dos títulos corporativos em dólares americanos na região foram novamente corrigidos para abaixo, devido a entrada de um fluxo de investimentos relevante na região. Destaque para o Moneda LATAM Credit Advisory FIC FIM IE CP (2,36%), destaque para papéis do Equador, Mexico e Colômbia que performaram bem no ano. Seguido pelo Quasar LATAM Bonds BRL FIM CP IE (2,09%) cujas maiores contribuições para o portfólio vieram de
papeis de menor duration e grau de crédito elevado, com os papeis colombianos liderando os ganhos na carteira. Embora os gestores que 2023 seja um ano mais difícil para a economia mundial e, por sua vez, os fundamentos das empresas se deteriorando ligeiramente, veem uma posição muito sólida, que deve manter a inadimplência em níveis administráveis. As avaliações permanecem atraentes e os técnicos sólidos com poucas novas emissões, o que cria uma boa oportunidade de entrada para vários nomes no universo de investimento. Seguimos com a visão de que os retornos esperados da Renda Fixa Global estão em níveis atrativos. É importante notar que ainda há muitas incertezas quanto ao comportamento das taxas e dos
prêmios de crédito, mas acreditamos que o nível atual já está em um ponto bastante atrativo para carregar a  posição pensando em um horizonte de médio prazo. Um gatilho importante para aumentarmos a nossa alocação na classe é o rumo das taxas de juros americanas e quando o FED encerrará o ciclo de alta de juros. Dentre um cenário de pausa de quedas dos mercados, dezembro provou ser outro mês decepcionante para retornos de ativos. O índice S&P 500 nos EUA sofreu uma queda, tal como as ações europeias, títulos alemães e italianos e títulos do Tesouro dos EUA. Novos aumentos nas taxas de juros aumentaram as preocupações sobre o potencial de aperto excessivo para prejudicar a atividade econômica e esse foi o foco
principal dos investidores, além de novas tensões geopolíticas. Mesmo sendo um mês mais desafiador, os gestores dos multimercados globais conseguiram obter retornos positivos na média, tanto nos fundos em reais (0,34%) quando os em dólar (0,31%). Sendo a dispersão de retornos muito altas com o top 1 tendo retorno de 8,75%, um fundo multimercado apenas focado em China e não distribuído na XP e os piores
retornos em torno de -3% no mês. Os destaques positivos foram os fundos Wellington Schroder Gaia USD FIM IE (versão não dolarizada) (2,73%) e Schroder Tech Equity Long & Short FIC FIM IE (2,31%). Estamos aguardando a gestora para mais detalhes. Na ponta negativa o fundo do Chilton US Long & Short Advisory FIC FIA IE (-2,82%), uma vez que a parte comprada do fundo caiu 6% enquanto a vendida valorizou apenas 3,5% e a menor exposição líquida também contribuiu para esse mês de resultado negativo. No caso do Blackrock ESG Multi Asset Dolar Advisory FIC FIM IE (-2,94%), principalmente devido as suas posições de ações no mercado desenvolvido e em setores mais orientados para o crescimento, como
tecnologia. Em meio a uma eventual estabilização da inflação, os gestores no geral acreditam que o FED faça uma pausa no aumento de juros, já no primeiro semestre do ano. Esperam que a desaceleração do crescimento aponte para uma recessão nos EUA em 2023, possivelmente o impacto será menor em comparação as crises financeiras globais e a pandemia. Além disso, há uma preocupação acerca da desaceleração na Europa e nos mercados emergentes, apesar da recente flexibilização das restrições do COVID na China. Por fim, esperaram uma alta volatilidade e que perspectivas de curto prazo permanecerão desafiadoras no mercado até que haja mais clareza sobre a direção da política monetária e da inflação.
Ressaltamos assim, a necessidade de diversificação, pois é provável que os mercados permaneçam dinâmicos novamente ao longo de 2023. O desempenho dos fundos de Renda Fixa no mês de dezembro, seguiu em linha com o movimento positivo tanto em relação a captação, quanto retornos apresentados ao longo de 2022. No cenário local, destaque para os fundos classificados como “high yield”, a amostra com 80 fundos apresentou uma mediana de retorno de 1,35% (ou 119,94% do CDI). Enquanto a amostra com 113 fundos classificados como “high grade” obtiveram um retorno mediano de 1,21% (108,07% do CDI). Em relação ao mercado de crédito, o movimento de emissões foi maior na primeira quinzena do mês, fortalecendo o fluxo vendedor. Por outro lado, ao longo da 2° quinzena de dezembro, o maior movimento de captação dos fundos de crédito aumentou a demanda por ativos no mercado secundário. Além disso, os spreads de crédito representados pelo Idex-CDI, apresentaram uma leve abertura para o mês de dezembro,
fechando em CDI+1,86%. Apesar do aumento marginal no mês, ao longo do ano foi observado um movimento de lateralização dos spreads de crédito no geral oscilando entre 170-180 bps. Na visão de parte dos gestores, o nível de carrego atual segue atrativo, sem perspectivas para mudanças substanciais nos spreads de crédito no curto prazo. Em relação ao ritmo de captação, com os juros em patamares elevados, gestores acreditam que o ritmo deve continuar saudável com maior procura pela estabilidade e maiores retornos por parte dos investidores. Para os fundos de inflação, dezembro foi mais um mês de abertura nos spreads de crédito de algumas debentures incentivadas, além disso apesar do fechamento das NTN-Bs de
prazos mais curtos, também foi observado um movimento de abertura dos títulos intermediários/longos. No ano, a menor demanda por esses ativos, somada ao IPCA mais fraco no segundo semestre do ano, fortaleceu o movimento de venda desses ativos, levando a uma correção nos preços. Dessa forma, para os fundos classificados de Debentures Incentivadas atrelados ao IPCA, a variação no mês foi de 0,52%, enquanto os
fundos hedgeados atrelados ao CDI apresentaram um retorno de 1,01%. Na visão dos gestores, a cautela segue em relação ao cenário, entretanto, o esperado é que com a volta de um retorno positivo para o IPCA e passado o movimento de marcação a mercado desses papeis, a demanda deve voltar a subir – favorecendo a classe. No mês de dezembro, a performance negativa e dispersão de retornos observadas no mês de novembro seguiu. O cenário negativo tanto local quanto internacional seguiu impactando negativamente à classe. O IHFA, que é o principal índice de fundos multimercados do Brasil, apresentou uma variação de 0,40% nesse mês de dezembro, contra um CDI de 1,12% Em relação à performance por estratégia os fundos
classificados como Macro/Multiestrategia apresentaram uma variação de 0,70%, se destacando perante as demais estratégias em multimercados. Entretanto, a variação negativa se comparado ao CDI, é fruto de perdas na Bolsa local e offshore, juros locais e posições em moedas tanto offshore como local e ganho em juros offshore. No ano, os fundos Macro/Multiestrategia apresentaram uma variação de 11,71% se
destacando positivamente entre os ativos de risco no geral. Como destaque positivo para a classe de Multimercados do tipo Macro/Multiestrategia, o fundo Upon Global Macro FIC Multimercado obteve uma variação de 3,89%, resultado de posições vendidas em bolsa americana, sendo uma posição estrutural no book desde o inicio da estratégia. Além disso, posições e commodities e tomadas em juros no Japão, foram beneficiadas pela abertura da curva. Já para a ponta negativa, o fundo ARX Extra FIC Multimercado apresentou uma variação de -5,17%. A atribuição de performance negativa do portfólio macro durante o mês foi concentrada nas estratégias locais de renda fixa e renda variável. No book de renda fixa, a posição de
inclinação da curva de juros nominais e aplicada em juros reais sofreram perdas relevantes devido ao forte aumento do prêmio de risco relacionados às incertezas ligadas ao novo arcabouço fiscal brasileiro. Em renda variável, as posições compradas em bolsa local, especialmente em empresas ligadas ao consumo interno foram os grandes detratores de performance. Já os fundos sistemáticos apresentaram uma variação de 0,62%, os destaques positivos foram posições em juros, commodities e ações globais. Da ponta negativa, posições compradas em bolsa local, vendida em dólar e tomadas em juros Brasil foram os principais detratores de performance. Destaque positivo para o fundo Kadima Long Term FIM, o fundo teve um resultado positivo no mês, mais ainda insuficiente para compensar totalmente os resultados do ano. O maior destaque positivo no mês para o fundo foi o modelo de alocação sistemática, que obteve ganhos em posições nos DIs e no S&P. No trend following de longo prazo o resultado agregado foi negativo, com o DI
contribuindo positivamente, enquanto o dólar foi detrator. Dentro dos fundos sistemáticos, destaque negativo para o fundo Giant Sigma, que encerrou o mês com uma variação de -0,96%. Os principais ganhos vieram das posições aplicadas em juros e inflação locais. As principais detratoras de performance foram as posições aplicadas em juros globais e compradas em equities offshore. Já para os fundos multimercados do
tipo Long & Short/Arbitragem, muito em linha com o movimento já observado em novembro, aversão a risco tanto local quanto teve um impacto negativo na classe, ainda assim fechando no positivo no mês de dezembro. Com uma variação mediana de 0,63%, os destaques setoriais negativos ficaram por conta dos Serviços Financeiros, Proteínas e Utilidade Pública, enquanto as maiores contribuições positivas vieram dos
setores: Mineração, Varejo e Petróleo & Petroquímica. O fundo Ibiuna Long Short Advisory se destaca na classe positivamente, com um retorno de 4,12% em dezembro. O principal destaque positivo ficou no setor financeiro com posições de valor relativo em empresas de meios de pagamentos. O destaque negativo ficou no setor de energia com posições em empresas petrolíferas. Entre os destaques negativos, o fundo Moat Equity Hedge obteve uma variação de -1,11%. Os destaques positivos foram em pares nos setores de tech (offshore), intersetorial (Vale x Petro e Vale x Suzano) e utilities. Os pares nos setores financeiro, proteínas e petróleo foram os destaques negativos. Da parte dos fundos de ações, em meio a aversão a risco no
mercado local e global, os gestores de ações tanto Long Biased, quanto long only tiveram uma mediana de performance negativa para o mês. Os fundos de ações Long Biased apresentaram uma queda de -2,30%, apesar disso, no ano a performance é positiva de 2,93%. Enquanto os fundos de ações classificados como long only tiveram uma performance de -2,92% em dezembro, no ano apresentaram um retorno negativo de 1,97%. No Ibovespa, apesar de um mês de queda expressiva (-2,45%), o saldo do ano foi positivo com retorno de 4,69% para o principal índice de ações brasileiro. Nos fundos long only, as principais contribuições negativas vieram dos setores de Energia, Indústria, Agricultura e Mineração. Da ponta
negativa, os principais detratores de resultado foram os setores de Consumo Básico, Construção Civil, Propriedades e Saúde. Dos 284 fundos que fazemos acompanhamento, apenas 12 obtiveram retornos positivos no mês. Já para os fundos Long Biased, exposições a empresas domésticas, principalmente de Varejo, Utilidades públicas, software e infraestrutura impactaram negativamente a classe. Da ponta positiva, a contribuição veio dos setores de: Óleo e gás, incorporadoras e bancos. Destaque positivo para o fundo Norte Long Bias que apresentou retorno positivo de 2,88%, apesar do principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, encerrar o mês com performance negativa de -2,45%. O benchmark da estratégia subiu 0,97%.
Posições de valor relativo nas ações dos setores de petróleo, construção civil e distribuição de combustível contribuíram para a performance. Na carteira comprada, os ganhos vieram de financials, saúde e energia elétrica. Já as perdas, de mineração e saneamento. O setor petroquímico teve contribuição positiva na estratégia vendida. Por fim, os hedges foram importantes e trouxeram ganhos num mês de bolsa negativa. O fundo encerrou o ano de 2022 com performance de 27,93%, versus 12,17% do benchmark e 4,69% do Ibovespa. Da ponta negativa para os fundos Long Biased, o fundo Novus Retorno Absoluto apresentou resultado de -9,70% no mês, com ganhos em commodities e perdas renda variável, moedas e renda fixa. Em
relação as perspectivas para 2023 dentro da Renda Variável Brasil, gestores seguem pontuando cautela tanto para o cenário global quanto local. A dinâmica potencialmente recessiva ainda não é vista como precificada nos múltiplos da bolsa americana. No cenário local, as incertezas em relação ao rumo da política econômica elevam o prêmio de risco exigido por parte dos investidores. Dessa forma, vemos que não é um cenário
trivial para a alocação em renda variável neste contexto, mas acreditamos que a gestão ativa e foco no longo prazo, são fatores primordiais para atravessar o cenário atual. No geral, gestores pontuam exposição liquida reduzida e foco em empresas de qualidade no momento.

Cenário Econômico – Dezembro/2021

Nacional

O começo do mês ficou marcado pelos primeiros impactados causados pelas primeiras notícias da nova variante da covid-19, conhecida como Ômicron. Com o surgimento da nova cepa, tivemos uma grande volatilidade nos mercados.

Outro ponto, foi a divulgação da ata da última reunião do ano, realizada pelo Copom, além do relatório trimestral de inflação.

Em relação a Selic, tivemos a sétima elevação seguida pelo Copom, fechando o ano de 2021 em 9,25%, maior número em mais de quatro anos. Quanto a inflação, fechou o ano de 2021 em alta de 10,06%, e foi a maior registrada desde o ano de 2015.

Conforme a ata divulgada, o banco central, observa que o ciclo de aperto monetário deverá ser mais contracionista. Além disso o BC divulgou que existe grandes chances de ser ultrapassado o limite superior das projeções de inflação para o ano de 2022, que atualmente está em 5,00%.

Em relação ao PIB, o banco central reduziu a projeção de crescimento de 2021 para 4,4%. Essa redução, se deve principalmente em virtude dos dados recentes mais fracos, além da queda de confiança dos empresários e consumidores.

No Congresso depois do acordo para fatiar o texto, tivemos a finalização da votação em relação a PEC dos precatórios, que abrirá espaço fiscal acima de 100 bilhões para o ano de 2022.

Na última reunião do ano realizada pelo Copom, foi decidido elevar mais uma vez a Selic em 1.5 pontos percentuais, fechando o ano de 2021 em 9,25%. O número ficou bem distante dos 2,00% que foi registrado na primeira reunião realizada em janeiro desse mesmo ano.

No final de dezembro, a semana ficou marcada por ser um pouco mais curta por conta do feriado de natal o Ibovespa registrou variações negativas e acumulou queda de 2,15% encerrando a semana com 104.891 pontos. Já no último pregão do ano, o Ibovespa fechou o ano em queda de 11,93% no acumulado do ano, aos 104.822,44 pontos.

No último pregão do ano, o dólar deve um forte recuo fechando em R$ 5,57, porém, mesmo com o recuo, o dólar terminou ano de 2021 com alta de 7,47%.

Fechamos o último mês do ano com cerca de 78,2% da população do Brasil com pelo menos uma dose da vacina, 67,5% com o esquema vacinal completo e 12,5% da população já com a dose de reforço.

O mês de dezembro, ficará marcado pelas tragédias decorridas das fortes chuvas provocadas pelo fenômeno La Niña na qual, atingiu os estados da Bahia e Minas Gerais. As chuvas, deixaram um rastro de destruição, milhares de desabrigados, cidades inteiras alagadas além mortes.

Tivemos também, o presidente Jair Bolsonaro sancionando a lei que destina R$ 300 milhões para o Auxílio Gás. A lei tem como objetivo auxiliar famílias de baixa renda, inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.

Internacional

O começo do mês de dezembro, assim como no Brasil, o mundo sofre com os primeiros impactos causados pela Ômicron. O surgimento da nova cepa derrubou os mercados financeiros e minou a recuperação econômica global, no momento em que os países começavam a retornar dos lockdowns provocados pelo delta.

Nos Estados Unidos, o FED anunciou que irá encerrar o seu programa de compra de títulos públicos em março de 2022, o que resultará numa menor liquidez no mercado global. Além disso, foi anunciado que o país sofrerá com 3 elevações na taxa de juros tanto no de 2022, como no ano de 2023.

No Reino Unido, na tentativa de conter a inflação, o banco central decidiu elevar a taxa de juros de 0,1% para 0,25%

Já no Banco Central Europeu, decidiu acelerar o ritmo de compra de ativos, com a perspectiva de não sofrer elevação na taxa de juros, indo na contramão da decisão do Reino Unido.

No exterior, mais para o final do mês, os investidores começaram a ficar mais otimistas, em relação aos primeiros estudos em relação a Ômicron, onde os estudos mostraram que apesar de mais contagiosa, a variante não seria tão letal. Com isso, os investidores acreditam que o avanço da variante Ômicron do Covid-19 não irá trazer restrições significativas à retomada econômica.

Além disso, foi divulgado, que a China irá reduzir a taxa de juros dos empréstimos com período de um ano.

Atividade, emprego e renda

De acordo com os dados divulgados em outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego caiu novamente e agora está em 12,1% no último trimestre analisado. Apesar da queda, a falta de trabalho ainda atinge cerca 12,9 milhões de brasileiros.

O número de ocupados no país aumentou 3,6%, o que representa 3,3 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho em relação ao trimestre encerrado em julho. Em 1 ano, houve aumento de 8,7 milhões de trabalhadores.

Apesar da queda do desemprego e aumento do número de ocupados, o rendimento médio real habitual do trabalhador (descontada a inflação) caiu para R$ 2.449 –o menor valor já registrado na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. O valor representa uma queda de 4,6% frente ao trimestre anterior e uma redução de 11,1% relação a igual trimestre de 2020.

A pesquisa do IBGE mostra que o rendimento médio do trabalhador com carteira assinada foi de R$ 2.345, enquanto que o do emprego sem carteira assinada e do trabalho por conta própria informal foram de R$ 1.528 e R$ 1.458, respectivamente.

Setor público

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 3,948 bilhões em dezembro. Os dados foram divulgados há pouco pela Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia. Em dezembro de 2020, o resultado foi positivo em US$ 2,703 bilhões

As exportações brasileiras superaram as importações em 2021, resultando em um saldo positivo de US$ 61,008 bilhões, o maior já registrado em um ano. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia.

O resultado da balança comercial do ano de 2021 foi 21,1% superior ao ano anterior, quando foi registrado superávit de US$ 50,393 bilhões. Ainda em setembro, o saldo acumulado em 2021 já havia batido o valor recorde anual, US$ 56 bilhões, de 2017.

No ano, houve crescimento de US$ 57,66 milhões (52,5%) em Agropecuária; avanço de US$ 31,6 milhões (14,1%) em Indústria Extrativa e de US$ 129,59 milhões (25,9%) em produtos da Indústria de Transformação.

Já nas importações, houve crescimento de US$ 2,23 milhões (12 2%) em Agropecuária; avanço de US$ 46,63 milhões (210,3%) em Indústria Extrativa e de US$ 117,29 milhões (17,7%) em produtos da Indústria de Transformação.

Inflação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, acelerou 0,73% no mês de dezembro e acumulou um aumento de 10,06% em 2021, sendo essa a maior taxa acumulada em um ano desde 2015.

O resultado ficou acima da meta definida pelo CMN, 3,75%, e acima da margem de tolerância de 1,5% para mais ou para menos.

De acordo com o IBGE, esse resultado se deu principalmente pelo aumento de preços no grupo de transportes (21,03%) com alta de 49,02% no valor dos combustíveis. Seguido da habitação (13,05%) com alta de 21,21% na energia elétrica, e da alimentação e bebidas (7,94%).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor, INPC, acelerou 0,73% em dezembro. Com isso, o índice registrou avanço de 10,16% no ano de 2021.

No mês, os produtos alimentícios tiveram alta de 0,76% e os não alimentícios registraram alta de 0,72%.

Câmbio e setor externo

O dólar comercial encerrou o último pregão de 2021 com cotação de R$ 5,58. No ano a moeda acumulou alta de 7,46% ante ao real, sendo o quinto ano seguido de valorização da moeda norte-americana.

Em dezembro os mercados globais passaram por momentos de grande incerteza, após novos recordes mundiais de pessoas contaminadas com Covid-19 no período de 24 horas serem atestados, ocasionados pela variante Ômicron. Como resultado, vários países voltaram a adotar medidas restritivas e de distanciamento social, como por exemplo, lockdown.

Os Estados Unidos registraram 7,0% de aumento da inflação em 2021, sendo o maior aumento desde 1982. A meta do Fed era encerrar o ano com apenas 2,0%, muito abaixo do resultado acumulado.

Perspectivas

No mês de janeiro será divulgado o PIB anual da China, o qual possui projeção de 3,60% de crescimento. Já na Zona Euro será divulgado o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) anual que mede a evolução dos preços de bens e serviços, o qual possui projeção de 4,9%.

As expectativas são de que a inflação perca um pouco de força durante 2022, porém o ano eleitoral trará maior volatilidade aos mercados brasileiros.

De acordo com o Relatório Focus divulgado no dia 7 de janeiro pelo Banco Central, as expectativas são de que o PIB cresça 0,28% e que a Taxa Selic chegue a 11,75% em 2022.

Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo.

O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

Cenário Econômico – Novembro/2021

O Ibovespa, principal índice acionário do mercado, apresentou alta acumulada de 1,3% na primeira semana de novembro, o índice veio de um histórico de acumuladas quedas.

Tivemos também, a divulgação da ata do Copom, onde foi apresentado de forma bem claro, as preocupações em relação as expectativas inflacionárias, e que de certa maneira, podem gerar um alto custo para a economia de longo prazo.

Ainda na primeira semana, tivemos uma baixa volatilidade no mercado doméstico, tendo em vista o desenrolar do PEC dos precatórios, além do Ibovespa registrar uma alta acumulada de 1,44% na semana.

Outro ponto sobre a PEC dos precatórios, foi a liberação de cerca de R$ 90 bilhões no orçamento, auxiliando a viabilização do Auxílio Brasil com o valor de R$ 400. A reação do mercado foi positiva, pois apesar da medida representar um furo no teto dos gastos representa controle por parte do governo.

Também tivemos a divulgação do IPCA de outubro que avançou para 1,25% registrando uma alta acumulando 10,67% em 12 meses.

Ao decorrer do mês, devido a PEC dos precatórios, o mercado apresentou bastante volatilidade, onde o Ibovespa apresentou um fechamento semanal de -3,10%.

Ainda assim, no último pregão tivemos um alívio referente também a PEC dos precatórios na possível discussão do fatiamento da PEC, onde poderia ser aprovado parte do texto agora, que auxiliaria a aprovação da parte regulatória do Auxilio Brasil e a segunda parte poderia ser revisada e aprovada posteriormente.

INTERNACIONAL

Em novembro, surgiram os primeiros casos de nova cepa, conhecida como Omicrôn, trazendo consigo bastante volatilidade dos mercados. Os mercados globais nas últimas semanas do mês, fecharam em queda, devido ao medo de novas medidas restritivas relacionadas a nova cepa.

Nos Estados Unidos, a reunião realizada pelo FED se mostrou em linha com as expectativas de mercado, anunciando o início do Tapering, que seria a redução da compra de títulos, impactando a liquidez global, e influenciando os ativos de risco.

Também nos Estados Unidos, foi divulgada a maior alta de inflação desde 1990, o índice de preços ao consumidor acumulou em 12 meses 6,2%.

O presidente americano Biden, nomeou Jerone Powell para o seu segundo mandato como presidente do FED. O presidente americano decidiu renovar seu mandato apesar da pressão da ala esquerda de seu Partido Democrata, que preferia um candidato mais próximo de suas ideias.

Na China, os dados de vendas do varejo divulgados na segunda do mês de novembro, surpreenderam positivamente, com uma alta de 3,5% em outubro.

Entretanto, os investidores seguem em alerta devido a economia chinesa ter sido afetada pela crise do setor imobiliário e crise energética que tem afetado a atividade industrial.

Também na china, a inflação ao produtor, que mede o custo dos produtos vendidos às empresas, bateu um novo recorde em outubro, atingindo 13,5% em doses meses.

Em contrapartida o Índice de Preços ao Consumidor, que mensura a variação de preço de determinados produtos da China, registrou uma aceleração de 0,7% para 1,5%

Já em relação a Evergrande, tivemos seus efeitos controlados pela China, que conseguiu praticamente anular o risco de calote da gigante da construção.

No mercado internacional, em agenda global enfraquecida, os investidores estiveram atentos as declarações dos presidentes dos Bancos Centrais, acerca da condução da política monetária e também agregando mais volatilidade nos mercados.

O indicador de sentimento econômico da Comissão Europeia caiu a 117,5 pontos em novembro. Em outubro esse indicador era de 118,6 para os 19 países que usam o euro.

Na indústria, o sentimento teve leve queda a 14,1 em novembro, de 14,2 em outubro. Para os serviços, o sentimento subiu a 18,4 de 18,0. A expectativa do mercado era de que ambos recuassem.

Os principais setores que apresentaram melhora, foram os setores do varejo e da construção. Apesar da melhora nos setores, o sentimento econômico caiu dois pontos entre os consumidores, indo de -6,8 para -4,8.

Na Alemanha, maior economia da Europa, vimos sua inflação ao consumidor atingir 4,5%, maior patamar desde 1993.

Nas últimas semanas do mês, A Europa voltou a ser o grande epicentro da variante Ômicron, tendo a Alemanha como a mais afetada, onde discutiu-se bastante os temas relacionados a lockdown e medidas restritivas.

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 12,6% no 3º trimestre do ano. Essa é a primeira vez desde o trimestre terminado em abril de 2020 em que a taxa de desemprego fica abaixo de 13%.

As maiores taxas de desemprego foram registradas em Pernambuco (19,3%), Bahia (18,7%), Amapá (17,5%) e Alagoas (17,1%). Já as menores, em Santa Catarina (5,3%), Mato Grosso (6,6%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Rondônia (7,8%).

Apesar da queda do desemprego, o rendimento dos brasileiros caiu pelo 4º trimestre seguido, afetado pela geração de vagas precárias e pressionado também pela inflação nas alturas, que passou de 10% no acumulado em 12 meses.

Apesar da queda do desemprego, o rendimento dos brasileiros caiu pelo 4º trimestre seguido, afetado pela geração de vagas precárias e pressionado também pela inflação nas alturas, que passou de 10% no acumulado em 12 meses.

SETOR PÚBLICO

A balança comercial registrou déficit de US$ 1,307 bilhão em novembro deste ano, o que significa que as importações superaram as exportações. O resultado representa o primeiro saldo negativo do ano.

No acumulado de janeiro a novembro de 2021, em comparação ao mesmo período do ano passado, as exportações cresceram 34,9% e somaram US$ 256,10 bilhões. Já as importações cresceram 39,7% e totalizaram US$ 198,91 bilhões.

Apesar do déficit de novembro, a balança comercial registrou superávit de US$ 57,191 bilhões no acumulado dos 11 primeiros meses deste ano, novo recorde para o período. A série histórica oficial do governo tem início em 1989.

O bom desempenho parcial de 2021 acontece em um ano marcado pelo crescimento dos preços das “commodities”. além da alta da moeda norte-americana, que faz com que os produtos brasileiros se tornem mais baratos lá fora.

INFLAÇÃO

O Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou que a meta da inflação do ano de 2021 é de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, podendo variar de 2,25% a 5,25%.

O IPCA (Índice de Preços do Consumidor Amplo) iniciou 2021 com desaceleração em comparação com dezembro do ano anterior e fechou o mês com 0,25%.

Porém em fevereiro, o índice registrou alta acima do que se era esperado e encerrou o mês com 0,86%, sendo impactado principalmente pelo aumento do preço da gasolina.

Na maioria dos meses seguintes, o IPCA continuou registrando alta acima do que se era esperado, dado principalmente pela elevação dos preços dos combustíveis, da energia elétrica e dos alimentos.

No mês de outubro o índice acelerou 1,25%, sendo a maior alta para o mês desde 2002. Com isso, até outubro, a inflação acumula alta de 8,24% em 2021 e alta de 10,67% nos últimos 12 meses.

O relatório “Focus” divulgado pelo Banco Central em 6 de dezembro apresenta aumento da projeção dos analistas para o IPCA, onde consta que a estimativa da inflação oficial brasileira é alcançar 10,18%, ou seja, acima do que se era esperado no começo do ano.

O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) registrou aceleração em todos os meses de 2021, sendo impactado principalmente pela alta do preço dos produtos alimentícios. Até outubro, o índice acumula alta de 8,45% em 2021 e de 11,08% em 12 meses.

A projeção do índice sofreu elevação de 8,40% para 10,04% de acordo com o Boletim Macrofiscal do Ministério da Economia divulgado no dia 17 de novembro. Sendo assim, a expectativa é de que o salário mínimo possuirá um aumento maior do que foi proposto no mês de agosto.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

Durante 2021 o real apresentou grande desvalorização frente ao dólar durante todo o ano. A moeda norte americana, principal moeda utilizada em todo o mundo para realizar transações, permaneceu com cotação diária acima de R$ 5,00 praticamente todos os dias.

O relatório de Mercado Focus divulgado pelo Banco Central no dia 6 de dezembro, apresentou que a mediana das expectativas são de que o dólar fique em R$ 5,56 no fim de 2021. Além disso, a moeda estrangeira já acumula ganhos de 9,67% frente ao real somente esse ano.

Essa elevação pode ser explicada pela retirada gradual dos estímulos da economia pelo banco central dos Estados Unidos, o Fed (Federal Reserve), o que provocará uma redução na liquidez dos mercados.

PERSPECTIVA

Quanto as expectativas com relação ao Brasil, passa por um processo de imunização mais eficiente. Teremos que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia.

Os dados indicam uma pressão persistente nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas.

Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central.

A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada.

A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, segue sendo o principal foco, devido as recentes manobras do governo para amplia-lo.

Caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia.

Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.

Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo.

O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

 

Cenário Econômico – Outubro/2021

O mês de outubro foi de relativos ganhos nas bolsas globais, marcado por indicadores econômicos relevantes, mostrando recuperação em relação a pandemia e o avanço da vacinação.

Por aqui, o mercado nacional segue patinando, estando no campo negativo no mês de outubro e no ano de 2021, sendo impactado pelo cenário macroeconômico, englobando o quadro fiscal deteriorado, as questões políticas e a inflação persistente.

Em relação aos dados de inflação, o IPCA relatou alta de 1,16% em setembro de acordo com o IBGE, embora muito elevado, veio abaixo das expectativas do mercado para o mês, com isso o IPCA acumulado em 12 meses, supera os 10%, mas grande parte dos agentes econômicos começam a visualizar uma trajetória mais comportada para o índice.

Ao longo do mês, em fala de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, explanou o quadro atual do Brasil, que pode ser resumido em desafiador, devido ao cenário fiscal deteriorado e cenário externo menos favorável, acarretando em pressão no câmbio, impactando a inflação, resultando em mais juros e menos crescimento.

Campo Neto também descartou a possibilidade de alteração na meta de inflação para os próximos anos, dizendo que a taxa de juros chegará ao patamar necessário para converter a inflação ao centro da meta em 2022.

Um dos pontos de destaque na segunda semana do mês, foi que a câmara concluiu a votação do projeto de lei que altera a cobrança do ICMS sobre os combustíveis, que agora deve seguir para o senado e possivelmente encontrará mais resistência.

Em relação a taxa de câmbio, que ficou próxima a máxima durante o mês, fez com que o Banco Central realizasse leilões extraordinários de swaps cambiais para derrubar o dólar das máximas e trazer ele próximo a R$ 5,50.

Essa piora no quadro cambial reflete os riscos domésticos e também a piora do fluxo cambial, devido á possível normalização da política monetária norte americana, e o tapering que se aproxima.

O mês foi marcado por alta volatilidade no cenário econômico doméstico, o Ibovespa registrou uma baixa acumulada de 6,74%, sendo o pior resultado mensal de 2021

Esse impacto ocorreu após o ministro de Economia Paulo Guedes admitir a flexibilização do teto de gastos, destinando os recursos do novo programa social do governo, o Auxílio Brasil. Além disso, no decorrer do mês houve rumores por parte da associação dos caminhoneiros estabelecendo uma greve prevista para dia 1º de novembro. Em uma tentativa de acalmar os ânimos da classe, o presidente Bolsonaro propôs o Auxílio Diesel no valor de R$400,00 que pretende atingir cerca de 750 mil caminhoneiros.

Em paralelo, a PEC dos Precatórios sofreu alteração no período de ajuste do teto de gastos a partir do IPCA. Atualmente, o reajuste ocorre com base na inflação acumulada de julho do ano anterior até junho do ano

vigente. Com a proposta o reajuste ocorrerá no ano calendário (janeiro a dezembro), liberando R$35 bilhões de gastos para o governo.

Tais fatores geram preocupação com o teto de gastos e traz o recado ao mercado de uma irresponsabilidade fiscal por parte do governo.

INTERNACIONAL

Quanto ao mercado global, o mês ainda trouxe em seu radar a preocupação quanto ao quadro fiscal da incorporadora chinesa Evergrande, durante a semana primeira semana do mês, a tensão também ficou voltada para a crise energética da China e seu reflexo na atividade econômica. Já nos Estados Unidos, o principal ponto de atenção continua sendo a redução dos estímulos monetários.

No mercado internacional, a inflação global segue sendo o principal tema, juntamente com a condução da política monetária. Nos Estados Unidos tivemos a divulgação dos dados de trabalho no setor privado (ADP) que veio acima do esperado.

Tivemos também, o embate entre republicanos e democratas, em relação a necessidade da elevação do teto de gastos do setor público, gerando bastante volatilidade na semana, mas que ao final dela, foi resolvido.

Em reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional), o fundo se mostrou alerta em relação a inflação global e minimizou o quadro de estagflação, que pode ser explicado por uma inflação ascendente com crescimento estagnado.

Com isso o mercado chega ao consenso e reforça o alerta em relação a inflação global, devido aos gargalos da cadeira de produção, a crise energética e o barril de petróleo a US$ 80, contribuindo ainda mais para esse avanço inflacionário.

Os dados de crescimento da China cresceram um pouco abaixo do esperado pelo mercado registrando 4,9%, tendo em vista a crise energética que o país enfrenta além do agravamento dos problemas de dívida no setor imobiliário. Já nos Estados Unidos, a atenção continua voltada para a redução dos estímulos monetários.

MERCADO DE RENDA FIXA E VARIÁVEL (INTERNACIONAL)

No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se alta mesmo com o FED prometendo manter o juro próximo de zero, e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento.

Outro ponto é o sentimento de que o Tapering vem por aí, já que Powell reiterou em suas falas que FED está perto de alcançar critérios para iniciar redução de estímulos. O que preocupa ainda é a aceleração da inflação, sendo refletida na alta das Treasuries, em resposta as expectativas dos investidores de que a inflação se desequilibre e se torne uma ameaça direta para a economia americana.

No mês, se tratando de renda variável, o DAX avançou 2,81%, Dow Jones 7,72%, EURO Stoxx 50 5,00%, Nasdaq avançou 7,27%, Nikkei 255 recuou (1,90%) e S&P500 6,91%.

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA (NACIONAL)

De acordo com os dados divulgados em outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego caiu novamente e agora está em 13,2% no último trimestre analisado, porém a falta de trabalho ainda atinge 13,7 milhões de brasileiros.

Apesar da queda do desemprego, a informalidade cresceu e o rendimento real dos brasileiros teve uma queda histórica.

O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.489 no último trimestre encerrado em agosto – o que corresponde a uma redução de 4,3% em 3 meses e de 10,2% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Esse resultado sinaliza uma corrosão da renda proveniente no trabalho em um ambiente de inflação nas alturas.

Segundo o IBGE, “foram as maiores quedas percentuais da série histórica”, iniciada em 2012, em ambas as comparações.

Com essa queda nos rendimentos, concluímos que, embora haja um maior número de pessoas ocupadas, essa população ocupada está sendo remunerada com rendimentos menores.

SETOR PÚBLICO

De janeiro a outubro de 2021, o superávit acumulado somou US$ 58,6 bilhões, segundo dados do Ministério da Economia. O valor é recorde para o período referente aos dez primeiros meses do ano, conforme a série histórica iniciada em 1989.

Em relação ao superávit registrado no mesmo período em 2020, houve aumento de 29,6% na média diária. No ano passado, de janeiro a outubro o superávit havia sido de US$ 45,2 bilhões. Também nos dez primeiros meses do ano, o volume de exportações e importações em 2021 foi superior ao registrado em 2020.

No acumulado do ano em 2021, as exportações somaram US$ 235,9 bilhões. Por outro lado, as importações atingiram US$ 177,3 bilhões. Na média diária, as exportações cresceram 36% em relação a 2020 e as importações, 38,3%.

A projeção do ministério é que o saldo da balança comercial encerre o ano de 2021 por volta dos US$ 70,9 bilhões.

INFLAÇÃO

O IPCA, índice oficial de inflação do Brasil, acelerou 1,25% em outubro, sendo a maior alta para o mês desde 2002. O preço da gasolina foi um dos principais responsáveis, com aumento de 3,10% no mês, totalizando 42,72% no período de 12 meses. Já a energia elétrica sofreu com alta de 1,16% e 3,67% do botijão de gás.

Com isso, a inflação acumula alta de 8,24% em 2021 e alta de 10,67% nos últimos 12 meses, dessa maneira, bem acima da meta do Banco Central no começo do ano (3,75% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual).

O INPC acelerou 1,16% em outubro, apresentando queda em comparação com o mês de agosto. Como resultado, o índice acumula alta de 8,45% em 2021 e de 11,08% em 12 meses.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

O dólar fechou com alta de 3,71% em outubro, com valorização acumulada de 8,82% em 2021 frente ao real. Durante o mês, os fatores para a desvalorização da moeda nacional foram externos e internos. Externamente, o dólar subiu diante as principais moedas do mundo, pois o banco central dos EUA (Fed) está dando sinais de que irá diminuir os compras de títulos mais cedo do que era esperado, o que impacta no aumento das taxas de juros de curto prazo.

O cenário econômico brasileiro está passando por um momento de muitas incertezas ocasionadas pelo aumento da inflação e pelas ameaças dos governantes de derrubar o teto dos gastos. Sendo assim, grande parte dos investidores estrangeiros preferem não se arriscar ao se expor na economia brasileira, o que gera aumento do dólar e queda da bolsa de valores.

BOLETIM RENDA FIXA ANBIMA

Em outubro, o destaque foi a desvalorização de 1,31% da carteira dos títulos públicos em mercado (IMA-Geral). O anúncio da proposta que altera o teto de gastos se mostrou suficiente para gerar incertezas fiscais e derrubou os preços desses ativos, sobretudo aqueles de longo prazo.

O subíndice IMA-B5+, que reflete o comportamento dos títulos indexados à inflação e com prazo acima de cinco anos, apresentou perda de 3,87% no mês, o que reduziu ainda mais seu rendimento em 2021, que saiu de -6,63% em setembro para -10,25% em outubro. Em direção semelhante, o IRFM1+, que representa os títulos pré-fixados de prazo acima de um ano, exibiu variação de -3,44% e -9,10%, mês e ano, respectivamente.

Os títulos indexados à taxa Selic diária mantêm trajetória de valorização, reforçada agora com a sinalização do COPOM (Comitê de Política Monetária) de que o aperto monetário será ainda mais contracionista

PERSPECTIVA

Para o próximo mês, deverá ser observado o avanço da pandemia na Europa, a desaceleração da China e os balanços das empresas

Quanto as expectativas com relação ao Brasil, passa por um processo de imunização mais eficiente. Teremos que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia.

Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central.

A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido. Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial e agora com possível produção nacional com a ButantanVac.

A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia.

Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.

Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo.

O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político. Mantemos nossa recomendação de adotar cautela nos investimentos e acompanhamento diário dos mercados e estratégias.

 

Cenário Econômico – Setembro/2021

 

NACIONAL

Mês de alta volatilidade no cenário econômico marcada por uma queda de 6,57% no fechamento mensal do Ibovespa, pior mês desde março de 2020, marcado pelo início da pandemia.

Foi aprovado na Câmara dos Deputados o texto que altera as regras do Imposto de Renda, tanto para pessoas físicas quanto para empresas. Segundo o relator Celso Sabino, apesar da redução de impostos, não haverá queda na arrecadação dos estados e municípios, pois há outros mecanismos de compensação previsto no próprio projeto.

No texto aprovado há previsão de corte de 7% na alíquota do Imposto de Renda para empresas, caindo de 15% para 8%. Além da tributação no mercado financeiro que passará a ter uma taxa de 20% sobre lucros e dividendos. Para pessoas físicas a reforma do Imposto de Renda atualizará a tabela atual, sendo assim, para trabalhadores que recebem até R$ 2.5 mil mensal seria isento de contribuição. O texto da reforma segue para apreciação do Senado, fato que deixa os investidores atentos quanto ao desenrolar deste tema.

O Produto Interno Bruto do segundo trimestre de 2021 teve uma leve variação negativa em 0,1% em comparação com o primeiro trimestre do ano. Em contrapartida, comparando a igual período do ano anterior, o PIB teve crescimento de 12,4% no segundo trimestre de 2021.

A semana mais curta devido ao feriado aqui no Brasil e nos Estados Unidos teve um desfecho negativo. O Ibovespa recuou 0,97% na semana do dia 06 a 10 de setembro, devido principalmente ao Ato pró governo que aconteceu no feriado de 07 de setembro.

Esse acontecimento gerou bastante volatilidade nos mercados, deixando claro o atrito entre os poderes, ocasionando o recuo da bolsa e o avanço do dólar, mesmo que ao final da semana, com o diálogo restabelecido, o principal índice acionário brasileiro devolveu parte da perda acumulada na semana.

Com isso, com a crise institucional no front político, tivemos uma desvalorização bem significativa do real na semana, aliado a isso, os dados de inflação divulgados pelo IBGE, colocaram o mês de agosto em alta de 0,9%, contribuindo para uma pressão adicional no Banco Central, com a abertura dos juros futuro.

No ano, o IPCA chegou a 5,67% e a 9,7% em 12 meses, contribuindo para entendimento de que a taxa Selic, deve ser ajustada para cima nos próximos períodos, tendo em vista, também, a crise hídrica, tema que segue tendo um papel importante para a elevação dos preços.

Durante o mês, na quinta-feira (16), foi anunciado pelo governo o aumento temporário do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), essa medida começa a valer a partir do dia 20 de setembro e a tendência é que permaneça até o final do ano, a intenção do governo é levantar recursos para financiar o Auxílio Brasil (versão nova do Bolsa Família).

Em relação a super quarta, por aqui, o Banco Central, através do COPOM (comitê de política monetária) anunciou a elevação da taxa básica de juros em um ponto percentual, colocando a Selic no patamar de 6,25%, de olho na inflação que segue bastante persistente.

Nos Estados Unidos, o FED, através do FOMC, manteve a taxa de juros inalterada por lá, mantendo a sua política econômica estável, e se pronunciou em relação ao Tapering, conhecido como o suporte à atividade econômica por lá, chegando a declarar a redução gradativa do estímulo mensal, que hoje gira em torno de US$ 120 bilhões.

Ao final do mês, foi divulgada a ata do Copom, que informa a persistência das pressões inflacionárias sobre os componentes voláteis como alimentos, combustíveis e a energia elétrica. Na ata é reafirmada a intenção do comitê de repetir a elevação da taxa de juros em 1% na reunião de outubro.

INTERNACIONAL

Nos Estados Unidos houve a divulgação dos dados de emprego registrando 235 mil empregos não agrícolas em agosto, que obteve um resultado abaixo do esperado e dos dados do último mês, trazendo especulação no mercado quanto a retirada das medidas de estímulos monetários do Federal Reserve (FED).

A criação de vagas do setor de trabalho, virem aquém do esperado, e o salário-mínimo real, surpresa do mês, veio animando os investidores.

Esses pontos citados, contribuem para que o FED (Banco Central Americano) se mantenha cauteloso em relação a normalização da política monetária.

Ainda por lá, os temores em relação a variante Delta e a escassez de matéria prima, tem dificultado a recuperação econômica no curto prazo.

Ainda segue no radar a preocupação quanto ao quadro fiscal da incorporadora chinesa Evergrande e a crise energética da China e seu reflexo na atividade econômica. Já nos Estados Unidos, o principal ponto de atenção continua sendo a redução dos estímulos monetários.

O CPI dos Estados Unidos subiu 0,3% sendo abaixo do esperado em agosto, consigo é destacado o ritmo de desaceleração, em contrapartida os investidores não consideram mudança quanto a expectativa do FED, que deve anunciar a redução dos estímulos ainda esse ano.

Na China também houve a divulgação dos dados de produção industrial da China, que subiu 5,3% em agosto. O dado ficou abaixo do esperado pelos analistas que esperava alta de 5,6%, destacando a desaceleração do período.

Em ambos os casos, Estados Unidos e China, a visão dos investidores é de que a queda no ritmo das economias em se dado devido a disseminação da variante Delta e consequente fechamento do mercado.

MERCADO DE RENDA FIXA E VARIÁVEL (INTERNACIONAL)

No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se alta mesmo com o FED prometendo manter o juro próximo de zero, e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento.

Outro ponto é o sentimento de que o Tapering vem por aí, já que Powell reiterou em suas falas que FED está perto de alcançar critérios para iniciar redução de estímulos.

O que preocupa ainda é a aceleração da inflação, sendo refletida na alta das Treasuries, em resposta as expectativas dos investidores de que a inflação se desequilibre e se torne uma ameaça direta para a economia americana.

No mês, se tratando de renda variável, o DAX avançou 1,32%, Dow Jones 4,06%, EURO Stoxx 50 2,49%, Nasdaq avançou 2,59%, Nikkei 255 recuou (3,06%) e S&P500 3,03%.

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA (NACIONAL)

A taxa de desemprego divulgada em setembro de 13,7%, apresentou uma melhora em relação a taxa divulgada em meses anteriores, porém ainda atinge 14,1 milhões de brasileiros, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, o recuo na taxa de desemprego foi influenciado, principalmente, pelo aumento no número de pessoas ocupadas, que cresceu em 3,1 milhões em relação a última pesquisa divulgada. Essa alta no número de pessoas ocupadas se deve ao trabalho informal, que chegou a 36,3 milhões de pessoas e uma taxa de 40,8%.

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia manteve a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 5,3% para 2021 e em 2,5% para 2022. As projeções se basearam na recuperação causada pela pandemia, taxa de poupança mais elevada, reformas econômicas, retomada do setor de serviços e do mercado de trabalho informal.

A expectativa do Ministério da Economia para o ano de 2022, era de que o salário subiria cerca de R$69,00 passando para R$1.169,00. Contudo, o ano não chegou ao fim e a inflação não desacelerou e continua crescendo.

Dessa maneira o valor terá de ser revisto. Presentemente, a expectativa é de que o reajuste leve a remuneração mínima para a faixa de R$1.192,00.

SETOR PÚBLICO

A balança comercial de setembro de 2021, apresentou um superávit de US$ 4,322 bilhões segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia.

De janeiro a setembro, o superávit acumulado já soma US$ 56,433 bilhões. O valor é recorde da série histórica, iniciada em 1989, para o período dos nove primeiros meses do ano.

Com o fim do terceiro trimestre do ano, o Ministério da Economia revisou a projeção de superávit da balança comercial para US$ 70,9 bilhões em 2021.

Se confirmado, o valor será 40,7% maior que o resultado positivo observado em 2020, de US$ 50,9 bilhões. A projeção divulgada, é inferior à estimativa de julho.

A queda na projeção se deve principalmente, porque houve uma desaceleração nos preços dos produtos exportados pelo Brasil e aumento na demanda por combustíveis importados de fora do país.

INFLAÇÃO

O índice oficial de inflação do país (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), acelerou 1,16% em setembro, sendo a maior taxa para o mês de setembro desde 1964, quando o Plano Real foi iniciado.

Assim sendo, o IPCA acumula alta de 6,90% em 2021, já nos últimos 12 meses, a taxa anual atingiu os dois dígitos pela primeira vez em mais de 5 anos, somando 10,25%.

No mês de setembro, a energia elétrica sofreu aumento de 6,47%, além do preço do botijão de gás que aumentou em 3,91%, somando 16 altas consecutivas. Os preços dos combustíveis também foram elevados, tendo variação de 2,43%, a gasolina teve acréscimo de 2,32% e o etanol de 3,79%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acelerou 1,20% em setembro, sendo a maior alta para o mês de setembro desde 1994. Com isso, o índice acumula alta de 7,21% no ano de 2021 e 10,78% no período de 12 meses.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

Em setembro, o dólar fechou com alta de 0,29% e com acumulado de 4,98% no ano de 2021. A expectativa de que o FED (Banco Central norte-americano) comece a remover os estímulos monetários ofertados desde o início da pandemia continuou a derrubar as bolsas.

A desvalorização do real pode ser explicada pela percepção de maior risco fiscal no Brasil, causada pela incerteza em torno de uma possível prorrogação do auxílio emergencial.

Já no setor externo, o aumento dos juros longos dos títulos do Tesouro americano em meio as preocupações da inflação global foi o principal motivador da depreciação da moeda nacional brasileira, além da formação da taxa Ptax, taxa baseada no câmbio médio do dia que rege diversos contratos de derivativos e a parcela da dívida pública vinculada ao câmbio.

Outras causas da desvalorização do real são dadas principalmente pelos três riscos “relevantes” apresentados pelo Banco Central, sendo eles, o agravamento da crise hídrica, o Covid-19 e as expectativas da trajetória fiscal que podem pressionar os prêmios de risco e a confiança dos agentes.

BOLETIM RENDA FIXA ANBIMA

Em relação aos títulos públicos, a rentabilidade do IMA-Geral em setembro ficou próxima da estabilidade (-0,01%). O melhor resultado veio do IMA-B5, que mostra o comportamento dos títulos de até cinco anos de vencimento e atrelados à inflação, com aumento de 1,00%, rendendo 2,48% em 2021. O IRFM-1, que retrata o desempenho dos títulos pré-fixados de até um ano de vencimento, apresentou variações mensal e anual positivas, 0,40% e 1,78%, respectivamente.

Os títulos indexados à taxa Selic permanecem atrativos – um indicativo é o rendimento médio do IMA-S (carteira das LFTs em mercado) do segundo trimestre (0,20%) contra o terceiro (0,46%), com destaque para o resultado de setembro (0,49%), que foi a maior variação para o mês desde 2017. Além disso, esses ativos continuam liderando em rentabilidade durante 2021 (2,63%).

O IMA-B5+ seguiu em direção diferente dos seus pares: a carteira, que reflete os títulos públicos indexados à inflação e de vencimentos acima de cinco anos, desvalorizou 1,26% no mês, o que ampliou ainda mais a sua queda neste ano (6,63%).

O IRFM-1+ também recuou, com desvalorização de 0,73% dos títulos pré-fixados acima de um ano de vencimento, registrando perdas de 5,87% em 2021.

A performance dessas carteiras está mais relacionada às percepções de riscos de longo prazo, refletindo o aumento das incertezas dos investidores quanto as indefinições em relação à reforma tributária e em como serão feitos os pagamentos dos precatórios de forma que possa acomodar o novo programa social do Governo.

PERSPECTIVA

Para o próximo mês, deverá ser observado a condução da política monetária ao final de outubro, o avanço inflacionário no país, e o desenrolar político, com pautas estruturais e com poder de gerar altas volatilidades.

Outro ponto de atenção é em relação a divulgação do Relatório de Emprego dos Estados Unidos e a taxa de desemprego, que tende a balizar as decisões do FED.

Quanto as expectativas com relação ao Brasil, passa por um processo de imunização mais eficiente. Teremos que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia.

Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas.

Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central.

A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido.

Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial e agora com possível produção nacional com a ButantanVac.

A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia.

Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.

Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo.

O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

 

 Cenário Econômico – Agosto/2021

 

  • NACIONAL

Tivemos uma agenda econômica e política bem movimentada no mês em âmbito nacional, que acabou pesando negativamente nos mercados, onde o Ibovespa acabou recuando 2,48% no acumulado do mês.

Nos principais destaques da última semana de agosto, tivemos a divulgação do IPCA de julho, pelo IBGE, que alcançou 0,96% no mês, sendo o maior valor para um mês de julho desde 2002, acumulando alta de aproximadamente 9% em 12 meses, puxado principalmente pela energia elétrica e pelos combustíveis.

Seguindo essa linha de inflação acelerada, a divulgação da Ata do COPOM, que reforçou o compromisso em trazer a inflação para o centro da meta em 2022, trabalhando com os juros acima dos patamares neutros.

No front político, reforçando as discussões em relação ao quadro fiscal, que segue se mostrando desafiador, digno de espantar os investidores dos ativos de risco, tivemos a PEC dos precatórios.

A PEC que trata sobre o parcelamento da dívida mais longa em 10 anos, eleva a tensão dos mercados em relação ao teto do orçamento, que sem o parcelamento não comporta os R$ 90 bilhões destinado para a causa.

Fato que também impossibilita o Auxilio Brasil, gerando volatilidade para os mercados.

Durante o mês, o presidente Bolsonaro protocolou o pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes como reação a autorização do ministro em uma operação contra os articuladores dos protestos pró governo.

Ainda no STF, as tensões aumentam com o julgamento sobre a validade da lei de autonomia do Banco Central aprovada no começo do ano a partir da análise de uma ação de inconstitucionalidade movida por partidos de oposição.

Mesmo com o fechamento negativo no mês, a terceira semana do mês foi bastante turbulenta para o mercado interno, mas com desfecho positivo, o Ibovespa acumulou alta de 2,22% na semana, voltando ao patamar dos 120.000 pontos, mesmo que não tenha sustentado ao final do período.

Alguns pontos em especifico colaboraram com esse feito dentro do mês, a divulgação de dados da receita federal e Caged, em âmbito internacional, as falas de Jerome Powell no simpósio de Jackson Hole geram otimismo tal no mercado.

Segundo a Receita Federal, a arrecadação de impostos teve alta real de 35% em junho, somando recorde de 171,3 bilhões, segundo a própria receita o valor pode ser explicado em razão do crescimento da economia.

O que favorece o quadro fiscal no curtíssimo prazo, entretanto mesmo com benefício fiscal adquirido, o risco crônico em relação ao quadro fiscal se mantem.

De acordo com o Caged, as vagas de emprego formal de julho registraram a abertura de 316.580 novas vagas, divulgado na quinta-feira (26) pelo ministério da economia, sendo o 11º mês consecutivo com um resultado líquido positivo.

Outro ponto de atenção para o cenário atual é em relação a inflação, durante a semana a divulgação do IPCA-15 veio acima das expetativas, com alta de 0,89%, acumulando alta de 9,3% em 12 meses.

As medidas de núcleo (fator que mais se correlaciona com a atividade econômica) também segue acelerando, fazendo com que o tema siga gerando muitas discussões e culminando em volatilidade.

Por outro lado, a crise hídrica segue bastante preocupante, e tem potencial de contribuir ainda mais com inflação.

Por fim, os pontos relacionados ao quadro fiscal, inflação acelerada e desgastes políticos, foram os temas mais recorrentes no mês, e que contribuíram negativamente para os mercados.

  • INTERNACIONAL

No mercado internacional, tivemos a inflação como tema mais discutido no mês, principalmente nos Estados Unidos, onde houve a divulgação do índice de preços ao consumidor, que veio abaixo do esperado, e o índice de preço do produtor, que veio acima do esperado, alimentando ainda mais as discussões em relação a inflação e a condução da política monetária.

Tivemos ainda, por lá, a divulgação da Ata da reunião do Fed, diante da análise cresce a expectativa de que a redução do programa de estímulos se inicie ainda esse ano. Fato que gera cautela nos investidores que temem que a redução de estímulos se dê em um momento com diminuição no ritmo do crescimento e a variante delta ameaça atrasar o processo de reabertura econômica.

As falas de Jerome Powell no simpósio de Jackson Hole apresentaram um tom mais dovish, ou seja, manter uma política monetária expansionista, com juros baixos, elevando o apetite ao risco por parte dos investidores e gerando otimismo no mercado.

Powell declarou que a inflação norte americana, apesar de acelerada e persistente, é transitória e que seguira com os estímulos, elevando juros somente em 2023.

  • MERCADO DE RENDA FIXA E VARIÁVEL (INTERNACIONAL)

No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se alta mesmo com o FED prometendo manter o juro próximo de zero, e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento.

Entretanto as os dizeres dos membros do FED, apresentaram divergências entre eles, demonstrando que o andamento da política monetária pode estar próximo a trilhar trajetória diferente.

O que preocupa ainda é a aceleração da inflação, sendo refletida na alta das Treasuries, em resposta as expectativas dos investidores de que a inflação se desequilibre e se torne uma ameaça direta para a economia americana.

No mês, se tratando de renda variável, o DAX avançou 1,87%, Dow Jones 1,50%, EURO Stoxx 50 2,62%, HANG SENG recuou (0,32%), Nasdaq avançou 4,00%, Nikkei 255 2,95% e S&P500 2,90%.

  • ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA (NACIONAL)

A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano continuou no campo positivo e bem expressivo, entretanto saiu de 5,27% para a 5,22%, de acordo com o boletim focus, na última semana do mês, em 2021. Para 2022, a estimativa se manteve em 2,00%. Para 2023 e 2024, as projeções ficaram em 2,50%

De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego recuou em agosto, chegando a 14,1% no 2º semestre de 2021, atingindo 14,4 milhões de pessoas.

O resultado indica uma queda de 0,6 ponto percentual em relação à taxa de desemprego no semestre anterior (14,7%) e a menor taxa de desemprego no ano, com o aquecimento no mercado de trabalho no período por pandemia.

De acordo com o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos) “O governo federal enviou ao Congresso Nacional a proposta de um salário mínimo de R$ 1.169 para 2022. O valor consta no projeto da Lei Orçamentária Anual divulgado pelo Ministério da Economia na terça-feira (31).

O valor é R$ 69 maior que o salário mínimo atual, de R$ 1.100, e representa uma alta pouco maior que 6,2% — que é a previsão do Ministério da Economia para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deste ano, feita no mês de julho. Com isso, não está previsto aumento real (acima da inflação). ”

  • SETOR PÚBLICO

A balança comercial de agosto apesentou o maior saldo para o mês desde o início da série histórica, na ordem de US$ 7,66 bilhões de exportações liquidas.

O principal motivo para tal feito, está diretamente relacionado a valorização das commodities no mercado internacional.

Como o resultado, a balança comercial acumula US$ 52,033 bilhões de superávit até o mês de agosto. O resultado é o maior na comparação com os primeiros 8 meses de 2020 e recorde para o período desde o início da série histórica.

Em relação a taxa básica de juros, a Selic, teve sua projeção elevada para 8% em 2021. A estimativa ficou em 8% para 2022. Em 2023 e 2024, a projeção foi mantida em 6,50%.

  • INFLAÇÃO

O IPCA, índice oficial de inflação do país, acelerou a 0,87% em agosto, sendo o maior valor desde 2000, puxado principalmente pela alta do preço dos combustíveis.

Com isso, no ano, o IPCA chega a 5,67% e 9,68% em 12 meses, muito acima, em ambos, da meta estipulada pelo conselho monetário nacional de 3,75%, podendo chegar ao limite de 5,25%.

A gasolina subiu 2,80% e teve o maior impacto individual no índice. Etanol (4,50%), gás veicular (2,06%) e óleo diesel (1,79%) também ficaram mais caros em agosto.

O INPC, teve alta de 0,88% em agosto, registrando queda em comparação ao mês anterior, no ano, o índice acumula alta de 5,49% e 10,42% em 12 meses.

  • CÂMBIO E SETOR EXTERNO

O real valorizou 0,77% no mês de agosto, devido principalmente ao otimismo advindo do exterior, em virtude da ainda postura do FED (Banco Central Norte-Americano) em se manter expansionista em relação à política monetária.

Normalmente o câmbio já é uma variável delicada, por ter sensibilidade com políticas monetárias de diferentes países, levando para o lado da taxa de juros, instrumento mais comum da política monetária, o spreed que o brasil está abrindo em relação ao resto do mundo, não está sendo o suficiente para levar o Real a uma valorização mais expressiva.

O risco brasil é a principal variável para esse feito, com as derivações relacionadas as tensões políticas, a crise hídrica, a inflação que segue persistente e os impactos nas projeções de retomada da atividade econômica e de geração de emprego e renda.

  • BOLETIM RENDA FIXA ANBIMA

O mês de agosto foi marcado pela desvalorização de 0,41% do IMA-Geral, que reflete a carteira de títulos públicos semelhante à que compõe a dívida pública interna brasileira marcada a mercado. De janeiro a agosto, a redução é de 0,37%.

Esses desempenhos, tanto no mês e quanto no ano, são resultados das pressões inflacionárias acima do que estava previsto pelo mercado e das incertezas fiscais por parte dos investidores, atingindo com maior força os subíndices IMA-B5+ e IRFM-1+, que reúnem os títulos mais longos da dívida.

O IMA-B5+, carteira que reflete os títulos públicos indexados à inflação e de vencimento acima de cinco anos, desvalorizou 2,22% no mês, o que ampliou ainda mais a sua queda neste ano (5,44%). Em direção semelhante, o IRFM1+, subíndice dos títulos pré-fixados acima de um ano de vencimento, recuou 1,11% no mês e acumula perda de 5,18% em 2021. Essas carteiras só não se desvalorizaram ainda mais porque as incertezas internas foram contrabalanceadas pelo cenário externo positivo, proporcionado pelos juros reais extremamente baixos.

Os títulos públicos indexados à taxa Selic diária seguem atrativos em virtude do ciclo de aumentos da taxa de juros para controlar a inflação. Um indicativo é a valorização de 0,44% do IMA-S (carteira das LFTs) no mês, a maior performance neste período, e que assegurou o melhor resultado da família IMA em 2021 (2,13%).

O IMA-B5, que mostra o comportamento dos títulos de até cinco anos de vencimento e atrelados à inflação, registrou aumento de 0,15%, rendendo 1,47% em 2021. O IRFM-1, que retrata o desempenho dos títulos pré-fixados de até um ano de vencimento, também apresentou variação mensal e anual positiva, 0,36% e 1,37%, respectivamente.

  • PERSPECTIVA

Os mercados brasileiros possivelmente enfrentaram momentos de alta volatilidade durante o mês de setembro, divididos entre as tensões políticas e o risco fiscal no cenário doméstico, e o clima mais otimista no exterior.

Teremos agora que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia.

Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas.

Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central.

A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido.

Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial e agora com possível produção nacional com a ButantanVac.

A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia.

Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.

 

Cenário Econômico – Julho/2021

 

Mês de muita volatilidade no mercado brasileiro, mesmo com o fechamento positivo no mês de junho, de 0,45%, consolidando alta de 6,24% no primeiro semestre e alta de 8,71% no primeiro trimestre, o atual momento tem nos afastado da máxima histórica. Os principais pontos que tem ocasionado o clima de aversão ao risco nos investidores estão relacionados a CPI da covid-19, a reforma tributária e a pressão inflacionaria ocasionada pelo agravamento da crise hídrica, pressionado o aumento da energia elétrica. Em relação a CPI, os pontos levantados são em relação a uma possível compra fora dos padrões aceitos da vacina indiana Covaxin, e uma possível prevaricação do Presidente Bolsonaro tem sido o ruído político da vez a influenciar negativamente os mercados. A segunda parte do texto da reforma tributária, por sua vez, tem gerado muita discussão nos mercados, devido a mesma sinalizar a tributação dos dividendos em 20%, que pode ocasionar uma perda de atratividade por parte do investidor estrangeiro. O ministro da Economia, Paulo Guedes, defende a proposta indicando que essa seria a maneira correta para tributar, afirmando durante um evento promovido por Abílio Diniz que “Não vamos fazer nada precipitado, que mutile, que espante o brasileiro do Brasil”. Em relação a energia elétrica, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em junho começa a vigorar o reajuste na bandeira tarifaria, iniciando a bandeira vermelha patamar 2, a cobrança passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos, uma alta de 52%. Devido a isso, um dos principais pontos de alerta para a recuperação econômica continua pressionado, com a inflação acelerada, as políticas econômicas a serem utilizadas para o controle efetivo, atrasam a retomada, trazendo volatilidade para os mercados, devido a preocupação de desaceleração em relação ao atual momento econômico. Entretanto, o Real valorizou 4,15% no primeiro semestre, 8,43% no segundo trimestre, 4,81% no mês de junho, seguindo o ambiente externo favorável e a diferença entre os juros domésticos e externos. Durante o mês, a semana mais curta devido ao feriado da Revolução Constitucionalista de 1932 também se mostrou bastante volátil, seguindo um movimento internacional, principalmente norte americano, aliado ao cenário político nacional, que tem acrescentado um clima de tensão nos mercados. Esses fatores têm ocasionado uma repercussão negativa nos mercados, porque indica uma polarização maior no ano que vem, nas eleições presidenciais em 2022, gerando um mal-estar nos agentes econômicos em relação aos possíveis desfechos em relação ao tema. Além disso, há o receio de que a inflação continue alta, dado o recente reajuste nos preços da energia e dos combustíveis, que já vem sendo refletido nas projeções do mercado, onde a inflação ultrapassaria os 6% ainda em 2021. Por fim, a reforma tributária ainda tem gerado um certo ruído em relação ao texto apresentado no congresso, por mexer com a tributação de empresas e de ativos financeiros. Pelo lado positivo na segunda semana do mês, as vendas do comércio varejista subiram 1,4% em maio de 2021 ante abril, na série com ajuste sazonal, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na quarta-feira (7). O  dado  indica  que  o  Brasil  continua  o  processo  de  retomada  econômica,  que  tende  a  ganhar  mais  força  nos próximos períodos, uma vez que pandemia começa a demonstrar sinais mais Em relação a Reforma Tributária, que tramita no Congresso Nacional, uma mudança no texto que favorece os fundos imobiliários, animou os investidores, devido a isenção dos fundos na reforma proposta, com isso, o IFIX (Índice Fundos de Investimentos Imobiliários) registrou valorização de 2,9% na segunda semana do mês. Além da parte positiva já presente no texto, a alteração sinaliza um avanço nas negociações sobre o tema, que foi durante criticado no mês passado e refletiu negativamente nos mercados, sendo pauta e apresentando muita sensibilidade para os investidores durante todo o mês. Outro ponto positivo, foi em relação à média móvel de óbitos, que segue em tendência de queda, ao ponto que a agenda de vacinação avança. De acordo com o Our World In Data, o Brasil já aplicou 124 milhões de doses, onde 34 milhões pessoas já estão totalmente vacinadas. Ainda na semana, o Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2022, que segue agora para sanção presidencial, onde o ponto que  gerou  mais  polêmica  no  texto,  foi  em  relação  ao  fundo eleitoral, que teve sua verba aumentada de R$ 2 bilhões para mais de R$ 5,7 bilhões. A inflação foi foco de atenção durante todo o mês, tanto em âmbito nacional, com o IPCA acelerando e vazando o teto da meta estipulada para o ano, quanto em âmbito mundial, principalmente com os Estados Unidos, que discute o tema e analisa os próximos passos da política monetária. Alguns pontos contribuíram  para  esse  descolamento  do  cenário  externo,  os  desgastes  políticos  que  já  vem  a algumas semanas apresentando alta sensibilidade com o mercado acionário, pesou novamente, além dos dados de preços e a queda do minério de ferro. No âmbito político, a dança das cadeiras no ministério proposta por Bolsonaro, traz de certa forma, um clima de incerteza para os investidores, que não conseguem desenhar um ambiente estável para assumir mais riscos. Outro fator determinante para a queda do mercado acionário brasileiro no mês, foi a queda do preço do minério de ferro, que apresentou durante a semana a maior queda semanal nos últimos 17 meses, devido aos esforços do governo chinês que objetiva diminuir a inflação e frear o boom das commodities. Contudo, apesar da alta volatilidade que os próximos períodos podem apresentar, o preço das commodities apresentam perspectivas favoráveis, de acordo com a reabertura das economias, onde a relação entre oferta e demanda segue sendo o foco dos investidores. Outro ponto que segue sendo um motivador para os mercados, é em relação a pandemia, onde a variante Delta segue preocupando os governos, colocando em xeque a reabertura de algumas economias. Em resumo, o Ibovespa recuou 3,94% em julho, sendo principalmente explicado pelo cenário interno delicado.

INTERNACIONAL: Em relação ao exterior, o principal ponto de atenção segue sendo a evolução da inflação e a política monetária norte americana, que tende a balizar as principais economias do mundo, o que se discute é o início da elevação dos juros por lá. O ponto de atenção em âmbito global durante o mês, foi mais uma vez em relação a evolução da pandemia, ainda que a vacinação esteja em aceleração na maioria dos países desenvolvidos, se monitora a evolução da variante delta, que poderia atrapalhar a retomada econômica. No entanto, a vacinação segue em ritmo acelerado na maioria dos países desenvolvidos, possibilitando um afrouxamento maior nas medidas de restrição, o que tende a aquecer a economia desses países. O que leva as discussões para os estímulos monetários dessas economias, nos Estados Unidos, após a ata do Fed (Banco Central dos Estados Unidos), ficou clara uma divergência de opiniões em relação a retirada dos estímulos, dada a inflação acelerada. Na Europa, a retomada econômica já se mostra mais robusta, devido a reabertura por lá, que está sendo possibilitada pela agenda de vacinação acelerada. Os Bancos Centrais que se reuniram durante o mês e mantiveram as decisões em relação a política monetária inalteradas, enfraquecendo o movimento de aversão ao risco. Em resumo, o DAX avançou 2,45%, Dow Jones 2,69%, EURO Stoxx 50 2,77%, HANG SENG 0,85%, Nasdaq 0,83%, Nikkei 255 0,88% e S&P500 1,92%.

MERCADO DE RENDA FIXA E VARIÁVEL (INTERNACIONAL): No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se alta mesmo com o FED prometendo manter o juro próximo de zero, e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento. Entretanto as os dizeres dos membros do FED, apresentaram divergências entre eles, demonstrando que o andamento da política monetária pode estar próximo a trilhar trajetória diferente. O que preocupa ainda é a aceleração da inflação, sendo refletida na alta das Treasuries, em resposta as expectativas dos investidores de que a inflação se desequilibre e se torne uma ameaça direta para a economia americana.

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA (NACIONAL) A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano continuou subindo, saindo de 5,29% para a 5,30% em 2021. Para 2022, a estimativa se manteve em 2,10%. Para 2023 e 2024, as projeções ficaram em 2,50%. A recuperação do mercado de trabalho se mostrou mais aparente em junho, registrando o segundo melhor resultado em um mês no ano. O Ministério da Economia divulgou na quinta-feira (29) os dados de junho do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), totalizando 309.114 novas vagas de trabalho formal no país. Resultado formado a partir das 1.601.001 contratações e 1.291.887 demissões, o número é 41,1% maior que as mais de 276 mil vagas abertas em maio. Também é o melhor resultado para meses de junho em toda a série histórica do novo Caged, iniciada em 2010.

SETOR PÚBLICO: A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 7,395 bilhões em julho de 2021, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Economia na segunda-feira (2). Passado um mês do primeiro semestre, o superávit acumulado chega a US$ 44,127 bilhões, O Ministério da Economia acredita que a balança comercial brasileira vai ter um superávit de US$ 105,3 bilhões em 2021. Se confirmado esse valor, o resultado será 106% maior que o obtido em 2020 e recorde para a série histórica. Em relação a taxa básica de juros, a Selic, se manteve a perspectiva de 7% em 2021. A estimativa ficou em 7% para 2022. Em 2023 e 2024, a projeção foi mantida em 6,50%.

INFLAÇÃO: A divulgação do IPCA de julho, pelo IBGE, alcançou 0,96% no mês, sendo o maior valor para um mês de julho desde 2002, acumulando alta de aproximadamente 9% no ano, puxado principalmente pela energia elétrica e pelos combustíveis. O IGP-M varia 0,78% em julho de 2021, com isso o índice acumula alta de 15,98% no ano e 33,83% em 12 meses. Em julho de 2020, o índice havia subido 2,23% e acumulava alta de 9,27% em 12 meses.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO: O real desvalorizou 4,76% no mês de julho, puxado principalmente pelo quadro fiscal do Brasil elevando o nível de risco do pais, influenciando negativamente a toma de decisão do investidor estrangeiro. Normalmente o câmbio já é uma variável delicada, por ter sensibilidade com políticas monetárias de diferentes países, levando para o lado da taxa de juros, instrumento mais comum da política monetária, o spreed que o brasil está abrindo em relação ao resto do mundo, não está sendo o suficiente para levar o Real a uma valorização mais expressiva.

BOLETIM RENDA FIXA ANBIMA: O destaque em julho foi o aumento de 0,45% do IMA-S, subíndice que reflete o comportamento dos títulos públicos indexados à taxa Selic. Com esse desempenho, a carteira alcançou a maior rentabilidade da família IMA no ano, valorizando-se 1,68% no período. É possível que a indicação dada pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de normalização da taxa de juros venha despertando o interesse dos investidores por esses papéis. As sinalizações do Banco Central de que a taxa de juros pode se situar em torno da taxa neutra da economia, o que indica a perspectiva de um aumento no ritmo de elevação da Selic, comprometeram a rentabilidade das carteiras com títulos pré-fixados em mercado, sobretudo a do IRFM-1+, com títulos acima de um ano de vencimento, que exibiram a maior desvalorização em julho e em 2021, de 0,83% e 4,11%, respectivamente. No IRFM-1, que reproduz o comportamento dos títulos de até um ano de vencimento, houve dinâmica semelhante, com a carteira rentabilizando somente 0,19% no mês e 1% no ano. O rendimento do subíndice IMA-B5+, que representa os títulos com mais de cinco anos de vencimento e indexados à inflação, diminuiu 0,76% em julho, acumulando redução no ano de 3,29%. A performance dessa carteira está mais relacionada às percepções de riscos de longo prazo, refletindo o aumento das incertezas dos investidores em relação ao cenário econômico. Para o IMA-B5, que exprime o desempenho dos títulos de até cinco anos de vencimento e atrelados à inflação, o resultado mensal indicou estabilidade (0,03%), acumulando rentabilidade de 1,31% em 2021.

PERSPECTIVA: Observaremos para o próximo mês, os próximos passos e as discussões em relação a reforma tributária, o avanço da inflação que segue persistente e a condução da política monetária. Além dos pontos relacionados a CPI da Covid, que após algumas sessões polêmicas, tem se mostrado mais uma vez digna de atenção redobrada pelos mercados. Um ponto de atenção é em relação a crise hídrica que passamos, principalmente devido a sua contribuição para a aceleração da inflação, devido a sazonalidade do período. As expectativas positivas em relação ao Brasil, passam por um processo de imunização mais eficiente. Teremos agora que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia. Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central. A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido. Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial e agora com possível produção nacional com a ButantanVac. A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e o teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia. Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais. Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo. O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda desenhar um horizonte claro, em razão principalmente de nosso cenário político.

Cenário Econômico – Junho/2021

O final do mês de maio e o início do mês de junho consolidou o bom momento do nosso mercado acionário, onde os dados preliminares da atividade econômica que mostravam que o 1º trimestre de 2021 havia sido melhor que o antecipado, foi confirmado pela divulgação do PIB pelo IBGE. A leitura é que a economia brasileira se mostrou resiliente perante a segunda onda de Covid, apensar de um número de óbitos superior a primeira onda, além de se favorecer no mercado de commodities, devido à alta do preço no mercado internacional, levando em consideração a importância desse setor na economia brasileira. Devido a esse boom das commodities no mercado internacional, o brasil deve voltar a fechar as contas externas (registros de todas as transações do Brasil com o resto do mundo) no azul após 14 anos, levando o resultado de 2021 ao primeiro superávit desde 2007. A partir desse cenário, as perspectivas de crescimento do país vendo sendo revisada semana após semana para cima, o que de fato vem favorecendo o mercado de renda variável, sendo antecipado no nosso mercado acionário, espelho da nossa economia real. A bolsa de valores atingiu patamares recordes nas últimas sessões, cravando os 130.000 pontos, na alta de 3,63% na primeira semana do mês, onde a agenda enfraquecida levou o foco para o cenário externo, que vive um momento de recuperação economia acelerada, aumentando a propensão ao risco. Outro ponto positivo evidenciado na primeira semana, foi em relação a arrecadação federal, onde a aceleração da inflação no curto prazo, está trazendo um benefício fiscal para o Brasil, devido a arrecadação estar acelerando mais rápido que a despesa nesse momento. Paulo Guedes declarou em live promovida pelo Ministério da Economia que “Agora os brasileiros estão lutando para manter os sinais vitais da economia. Mais do que isso, a economia já se reativando, estamos acelerando com as vacinas. O Brasil está indo agora em poucos meses para a produção local de vacinas, completa no Brasil, e estamos aumentando as importações de todos os tipos de vacinas”. Como o câmbio é uma variável sensíveis a todos esses fatores macroeconômicos citados, o ambiente externo positivo aliado a melhora da perspectiva fiscal, ainda que no curto prazo, vem favorecendo o real, que tem experimentado uma valorização mais expressiva, fechando maio com 4% de valorização. Nos pontos de atenção, os desgastes políticos seguem como um dos principais fatores de oscilação, aliado a preocupação com a inflação e todos os desdobramentos da pandemia no Brasil. A segunda semana do mês foi marcada pela divulgação dos dados de inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, onde ambos apresentaram uma alta dos índices inflacionários acima das expectativas de mercado, fortalecendo a discussão sobre a normalização da política monetária. A normalização de maneira total da política monetária significaria levar a taxa de juros a patamares que zere o estímulo, a estimativa é algo em torno de 6,5% ao ano para o Brasil. Discussão que eleva as expectativas para a próxima reunião do Copom, que decidirá o andamento da taxa e comunicará os próximos passos acerca da política monetária.

O IPCA divulgado na semana veio acima das expectativas de mercado, avançando 0,83% em maio, de acordo com o IBGE, o resultado é o maior em 25 anos, onde o item que pesou mais sobre o indicador mensal foi o de energia elétrica, que subiu 5,25%. Se por um lado a inflação vem sendo um dos principais temas em alerta, a atividade econômica vem surpreendendo positivamente, sendo revisada semana após semana para cima, levando em consideração outros pontos que favorecem o crescimento econômico, elevando o bom humor dos investidores. Em relação aos mercados, a bolsa se manteve estável na segunda semana, próxima ao patamar recorde anteriormente atingido, 130.000 pontos, com o dólar oscilando em torno dos R$5,05. Devido a agenda mais enfraquecida e sustentada pelos acontecimentos das semanas anteriores, que evidenciaram um bom momento nos mercados acionários.

Durante o mês, o Copom, através do Banco central, elevou a taxa de juros em 0,75% p.p. chegando a 4,25%, com perspectiva de fechamento de 6,50% para o final do ano, o que fecharia o ciclo de alta da taxa em um patamar que zeraria os estímulos monetários. O tom do comunicado foi bem diferente do último, desta vez, ficou mais claro a normalização total da política monetária ao final do ano, com isso o Banco Central utiliza das ferramentas que dispõe para acomodar a inflação dentro do centro da meta em 2022. De todo modo, o nosso mercado que sofre pressão dos dois lados, tanto positivas, quanto negativas, e espera um gatinho mais expressivo para deslanchar, entretanto permanecemos na semana, próximo ao patamar histórico alcançado. Durante a última semana do mês, os investidores ficaram atentos a Ata do Copom, que foi divulgada na quarta-feira (24). A ata mostrou que o comitê está mais ainda mais atento em relação a inflação do que no último comunicado, onde já havia sinalizado um ajuste total da política monetária. O BC está de atento a deterioração do quadro fiscal brasileiro e o possível racionamento da energia elétrica, devido ao possível risco inflacionário e o provável atraso na recuperação econômica que esses pontos podem proporcionar. Outro ponto de atenção durante a semana, foi em relação a entrega do texto da reforma tributária, que eleva e já antecipa as discussões acerca de alguns ativos de risco aqui no Brasil, o principal ponto que mexeu com os mercados foi em relação ao imposto sobre os dividendos.

A política monetária contracionista implementada pelo Banco Central segue possibilitando uma valorização do real frente ao dólar, a taxa de câmbio já acumulou alta de 6% somente em junho.

• INTERNACIONAL: No mercado internacional, o otimismo vem sendo reflexo no processo de vacinação em alta e do dispêndio fiscal fazendo efeito, levando as principais economias, principalmente os Estados Unidos, a uma recuperação economia mais robusta. Em resumo, os mercados globais surfam de um bom momento econômico no mês, mas sem tirar os olhos da inflação e na escassez de alguns produtos, devido a incapacidade da oferta em acompanhar a demanda, que de certa forma foi criada a partir de um estímulo governamental. Nos Estados Unidos, a divulgação do CPI, o índice de preço norte americano, foi um dos pontos chave do mês, devido a aceleração constante da inflação por lá, em maio o índice subiu 0,6% ante a abril, alcançando 5% na comparação anual. Com o processo de imunização acelerado, não só nos Estados Unidos, mas como em diversas regiões do mundo, a Covid-19 vem recuando e possibilitando uma perspectiva de desenvolvimento econômico mais acelerado em âmbito global. A chave para tal feito, são as vacinas, que em parceira com a União Europeia, Joe Biden anunciou uma ação humanitária, onde cada nação irá comprar 500 milhões de doses contra a Covid-19, destinadas para 100 países de baixa renda, como reflexo, o apetite ao risco global, se mantem. O teor do comunicado emitido pelo Fomc (Federal Open Market Committee) o Comitê Federal de Mercado Aberto, sinalizou a propensão de um endurecimento da política monetária para conter a inflação antes do anteriormente previsto. Apesar do comunicado impactar diretamente os ativos de risco em todo o mundo, derrubando a maioria dos indicadores durante a semana, por sinalizar um possível fim para o excesso de liquidez por lá, o crescimento americano deve continuar a dar o tom dos mercados pelos próximos meses. O Fomc manteve a taxa de juros entre 0 e 0,25% e o ritmo de compra de títulos nos patamares atuais, fato que mantem positiva as perspectivas de para o Real, que vem se valorizando frente ao dólar no curto prazo, nos últimos dois meses, o Real já se valorizou 8,20%. A discussão em relação a inflação seguiu latente durante todo o mês, diferente do Brasil, que possui um histórico inflacionário negativo, o tema é de certa forma novidade em grande parte dos países desenvolvidos, e o processo recuperação mais robusto alimenta a discussão. Alguns dirigentes se pronunciaram em relação ao atual momento americano, mostrando uma nítida divergência de opinião em relação ao andamento da política monetária por lá, gerando volatilidade nos mercados. Os mercados Asiáticos repercutiram as decisões dos mercados Ocidentais em relação a taxa de juros, em principal a decisão do Fed. O banco Central Japonês manteve a taxa de juros, sinalizou a extensão dos empréstimos para as empresas afetadas pela pandemia e adicionou uma linha de crédito voltada às mudanças climáticas.

Na Europa, as bolsas derraparam ao final da semana, de olho nos Bancos Centrais, indicadores econômicos, e a oferta de vacina, tendo em vista que já se projeta uma desaceleração no ritmo de vacinação Europeu. Em paralelo, mas não menos importante, a variante DELTA do Covid-19 vem trazendo um ambiente de aversão devido ao aumento do número de casos em algumas economias desenvolvidas. Em resumo, no mês, o Dow Jones recuou 1,94%, o S&P 500 subiu 2,22% e o Nasdaq subiu 5,49%, por aqui. Em relação com a pandemia do Covid-19, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, demonstrou bastante preocupação com a “rápida transmissão entre populações não vacinadas” causadas pela variante Delta do coronavírus, que já foi identificada na Índia e já está em mais de 90 países. Mesmo com o avanço da variante delta, os indicadores de desempenho, em sua grande maioria vinda acima do esperado nos grandes centros econômicos, têm influenciado os investidores a se expor, favorecendo a alta nos mercados.

• MERCADO DE RENDA FIXA E VARIÁVEL (INTERNACIONAL): No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se alta mesmo com o FED prometendo manter o juro próximo de zero, e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento. O que preocupa é a aceleração da inflação, sendo refletida na alta das Treasuries, em resposta as expectativas dos investidores de que a inflação se desequilibre e se torne uma ameaça direta para a economia americana. As bolsas, em um consenso global, alcançaram as suas máximas no mês, chegando a patamares recordes, podendo ser explicadas através do movimento de reabertura dos mercados, devido a agenda de vacinação acelerada, comungando no aumento de apetite ao risco dos investidores.

• ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA (NACIONAL): A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano continuou subindo, saindo de 5% para a 5,05% em 2021. Para 2022, a estimativa subiu de 2,10% para 2,11%. Para 2023 e 2024, as projeções ficaram em 2,50%. O Brasil abriu 280.666 vagas de emprego com carteira assinada em maio, no quinto mês seguido de saldo positivo, de acordo com os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados hoje pelo Ministério da Economia.

• SETOR PÚBLICO: A balança comercial registrou superávit de US$ 10,4 bilhões em junho, de acordo com o Ministério da Economia. Segundo o Ministério, o país obteve valor recorde para meses de junho e para qualquer mês do ano em toda a série histórica do Ministério da Economia, iniciada em janeiro de 1989. O saldo positivo é registrado quando as exportações superam as importações. Caso contrário, é registrado déficit comercial. No mês passado, as exportações somaram US$ 28,1 bilhões e as importações totalizaram US$ 17,7 bilhões. Em relação a taxa básica de juros, a Selic, se manteve a perspectiva de 6,50% em 2021. A estimativa ficou em 6,50% para 2022. Em 2023 e 2024, a projeção foi mantida em 6,50%.

• INFLAÇÃO: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de junho em 0,53%. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação acumula 8,35% em 12 meses. O índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,60% em junho, após uma elevação de 0,96% em maio, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 3,95% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 9,22%.

• CÂMBIO E SETOR EXTERNO: Em junho, a taxa de câmbio recuou 4,81%, marcando o terceiro mês consecutivo de desvalorização. No acumulado do ano, tem queda de 4,13%. Com os atritos políticos em segundo plano, as medidas tomadas pelo Banco Central em relação a política monetária, que aumentou a diferença entre as taxas de juros, aliada a vacinação acelerada, a expectativa de que a economia deve ganhar tração no segundo semestre favoreceu o movimento de valorização do Real frente ao Dólar.

• BOLETIM RENDA FIXA ANBIMA: No primeiro semestre deste ano, os títulos públicos e privados que acompanham a inflação, em especial os de baixa duração média, e aqueles que têm seus rendimentos balizados pela taxa Selic, registraram as maiores rentabilidades no período, segundo os índices de mercado da ANBIMA. Entre os títulos públicos, o IMA-B5 (duração média de 2,3 anos), títulos indexados ao IPCA com menos de cinco anos de vencimento, valorizaram 1,29% no semestre. O IMA-S (carteira dos títulos indexados à taxa Selic diária), ainda que, com menor intensidade, tenha seguido no mesmo sentido do IDA-DI e fechou com ganho de 1,23% no período, principalmente por efeito dos consecutivos aumentos de juros. Por sua vez, o IMA-B5+ (duração média de 12 anos) segue se recuperando, com a maior rentabilidade de junho (0,83%), mas mantém perda de 2,55% no ano, refletindo, em certa medida, a incerteza dos investidores para o longo prazo. Com o aumento da inflação no primeiro semestre, os juros básicos da economia, que passaram de 2% para 4,25% até o momento, vêm comprometendo a performance das carteiras dos títulos públicos pré-fixados. O IRFM1+, cujos títulos têm mais de um ano de vencimento, apresentou rentabilidade negativa (3,3%) no primeiro semestre; o IRFM1, com prazos menores de um ano de vencimento, subiu apenas 0,81%. A perspectiva de inflação pressionada e os novos aumentos dos juros devem estimular os investidores a exigirem um maior prêmio nesses papéis para os próximos meses.

• PERSPECTIVA: O principal ponto de atenção para o próximo mês ainda segue sendo as preocupações em âmbito global em relação a política monetária, principalmente a norte-americana. Além dos pontos recorrentes em relação a pandemia, onde a vacinação segue sendo o desafogo para as economias, e a variante Delta o principal motivador para atrasar a retomada econômica. Um ponto de atenção é em relação a crise hídrica que passamos, principalmente devido a sua contribuição para a aceleração da inflação, uma vez que os reservatórios estão em baixa, e devido ao seu peso de importância não estar sendo contabilizado nas previsões do PIB, podendo ser um ponto de susto para os próximos períodos. As expectativas positivas em relação ao Brasil, passam por um processo de imunização mais eficiente. Teremos agora que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia. Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central. A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido. Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial e agora com possível produção nacional com a ButantanVac. A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia. Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais. Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo. O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

 

Cenário Econômico – Maio/2021 

O mês de maio consolidou o bom momento do nosso mercado acionário, onde os dados preliminares da atividade econômica que mostravam que o 1º trimestre de 2021 havia sido melhor que o antecipado, foi confirmado pela divulgação do PIB pelo IBGE. A leitura é que a economia brasileira se mostrou resiliente perante a segunda onda de Covid, apensar de um número de óbitos superior a primeira onda, além de se favorecer no mercado de commodities, devido à alta do preço no mercado internacional, levando em consideração a importância desse setor na economia brasileira. Devido a esse boom das commodities no mercado internacional, o brasil deve voltar a fechar as contas externas (registros de todas as transações do Brasil com o resto do mundo) no azul após 14 anos, levando o resultado de 2021 ao primeiro superávit desde 2007. A partir desse cenário, as perspectivas de crescimento do país vendo sendo revisada semana após semana para cima, o que de fato vem favorecendo o mercado de renda variável, sendo antecipado no nosso mercado acionário, espelho da nossa economia real. A bolsa de valores atingiu patamares recordes nas últimas sessões, cravando os 130.000 pontos, na alta de 3,63% na última semana do mês. A agenda enfraquecida levou o foco para o cenário externo, que vive um momento de recuperação economia acelerada, aumentando a propensão ao risco. Outro ponto positivo, é em relação a arrecadação federal, onde a aceleração da inflação no curto prazo, está trazendo um benefício fiscal para o Brasil, devido a arrecadação estar acelerando mais rápido que a despesa nesse momento. Paulo Guedes declarou em live promovida pelo Ministério da Economia que “Agora os brasileiros estão lutando para manter os sinais vitais da economia. Mais do que isso, a economia já se reativando, estamos acelerando com as vacinas. O Brasil está indo agora em poucos meses para a produção local de vacinas, completa no Brasil, e estamos aumentando as importações de todos os tipos de vacinas”. Como o câmbio é uma variável sensíveis a todos esses fatores macroeconômicos citados, o ambiente externo positivo aliado a melhora da perspectiva fiscal, ainda que no curto prazo, vem favorecendo o real, que tem experimentado uma valorização mais expressiva, fechando maio com 3,81% de valorização.

• INTERNACIONAL ESTADOS UNIDOS: Nos Estados Unidos, os índices de mercado oscilaram bastante durante a primeira semana do mês, sendo influenciados pelo resultado acima do esperado das ações de tecnologia e pelas declarações do Federal Reserve referentes a política monetária, que se manterá no patamar atual. Porém o grande destaque na semana foi o PIB dos Estados Unidos, que disparou no primeiro trimestre de 2021 para 6,4. Contrapondo a semana anterior, onde as preocupações em relação aos aumentos dos impostos foram mais latentes, na semana o consenso de mercado indicou uma expectativa oposta, onde a medida tenha dificuldade em atingir aprovação de 100% do congresso e ser aprovada. Em relação a política monetária global, a indicação por parte dos Norte Americanos em manter os estímulos, causou um enfraquecimento do dólar em relação as outras moedas. Atingindo o Brasil, onde o real se valorizou em 1,27% na semana, podendo ser explicado pela perspectiva de aumento de juros, aumentando o spread atual e a flexibilidade monetária dos Estados Unidos. Os números do setor do trabalho as declarações dos membros do Federal Reserve ficaram no destaque da segunda semana do mês. Em relação a pandemia, Joe Biden declarou apoio a retirada das proteções de propriedade intelectual em relação as vacinas contra a Covid-19. A medida poderia contribuir para os países mais pobres em relação a confecção, podendo produzir de maneira genérica em pró de acabar com a pandemia em certas nações que ainda não possuem clara perspectivas de melhoras. O bom momento norte americano só não pode ser visto na Nasdaq, termômetro para o mercado financeiro e com maior foco nas empresas do ramo tecnológico, devido à proximidade da possível retirada dos estímulos monetários, o setor que mais cresceu em plena pandemia começa a se ajustar com as realizações de lucro. O índice que mede a inflação norte-americana, que se apresentou acima das expectativas, gerando volatilidade no mercado, devido a nova perspectiva de normalização da política monetária por lá, afetando os ativos de risco ao redor do mundo. A possível antecipação da política monetária por lá, pressionam as taxas dos títulos mais longas nos Estados Unidos, em especial os de 10 anos, podendo gerar uma nova onda de desvalorização do real frente ao dólar. Mesmo com o otimismo criado devido a vacinação em massa da população, onde crianças com idade acima de 12 anos já começaram a receber a primeira dose da vacina, as preocupações com a inflação foram o principal ponto para o mês. Os indicadores divulgados (PMI composto e as vendas de imóveis) evidenciaram que a economia norte-americana se recupera com força, levando a expectativa de crescimento a 6% em 2021. Com alta de 6,3% no primeiro trimestre de 2021, em dados anualizados, o dado reflete a continuação da recuperação econômica norte americana. A alta foi superior à registrada no trimestre anterior, de 4,3%. Os números de pedidos de auxílio-desemprego foram os menores desde o início da pandemia, evidenciando o aquecimento do mercado de trabalho por lá, além da proposta orçamentaria de 2022 ser robusta, elevando os gastos do governo a níveis equiparável aos níveis observados na segunda guerra mundial. De acordo com Biden, o orçamento de 6 trilhões de dólares seria para “reinventar” a economia americana, que se aprovada pelo Congresso, levará o país a uma dívida recorde. O objetivo geral é deixar os Estados Unidos mais competitivo em relação aos seus “adversários”. A ata da reunião do Fomc não revelou nenhuma novidade em relação a política monetária, porém apresentou um viés mais hawkish, que significaria manter uma política monetária austera, com taxas de juros mais altas e, assim, menor demanda e inflação mais controlada. Além do consenso em que se faz necessário discutir a redução do ritmo compra de ativos, que em tese será discutido ao longo das próximas reuniões. Nunca se falou tanto de inflação no mundo, acendendo um alerta nos investidores e gerando incertezas no mercado, gerando volatilidade e um clima de aversão ao risco, fato é que os investidores esperam novos gatilhos para assumir posições mais agressivas. Em relação a pandemia, os norte-americanos, de acordo com o site Our World in Data, tem aproximadamente 40% da população totalmente vacinada, chegando próximo ao que seria uma imunização de rebanho, acelerando a recuperação econômica e gerando muito otimismo por lá.

• EUROPA: Na Europa, os indicadores econômicos começam a indicar um processo de recuperação econômica, elevando as expectativas de mercado e ocasionando uma disparada nos principais índices por lá. Um dos principais pontos na primeira semana, foi a decisão do Banco Central da Inglaterra em anunciar a desaceleração no ritmo de compra de títulos, entretanto as taxas de juros continuam as mesmas, embora tenha sido enfatizado que a decisão não é uma mudança na conduta da política monetária. Ao longo do mês, clima positivo se manteve, os bons resultados corporativos, os dados PMIs e a agenda de vacinação se mostrando eficiente tem contribuído para o sustentar os ganhos nos mercados, uma vez que a reabertura se faz cada vez mais presente por lá. Logo, o bom momento é devido ao avanço no processo de vacinação, possibilitando a reabertura de várias economias no continente, além de aproveitar do bom momento global, que passa por um momento de mais propensão a risco.

• ÁSIA: Na Ásia, a primeira semana do mês ficou marcada pela volatilidade trazida pela tensão nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China, que acabou por ofuscar os dados econômicos divulgados na semana. Entretanto, a balança comercial da China foi o ponto de destaque, a exportações crescem pelo quarto mês consecutivo e as importações vem acompanhando. A China teve papel importante nos mercados em relação as criptomoedas, anunciando o bloqueio do Bitcoin por lá, com a intenção de evitar riscos no setor financeiros por lá, fato que gerou muita volatilidade nesse mercado e levantando discussões. As principais bolsas asiáticas sustentaram alta no mês, de olho nos indicadores econômico dos Estados Unidos e o processo de vacinação acelerado em âmbito nacional. Na China, o lucro das empresas evoluiu em um ritmo mais lento em abril, acalmando as preocupações sobre um possível aperto monetário por parte do Banco Central.

• MERCADO DE RENDA FIXA E VARIÁVEL: No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se alta mesmo com o FED prometendo manter o juro próximo de zero, e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento. O que preocupa é a aceleração da inflação, sendo refletida na alta das Treasuries, em resposta as expectativas dos investidores de que a inflação se desequilibre e se torne uma ameaça direta para a economia americana.

• NACIONAL ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano continuou subindo, saindo de 3,96% para a 4,36% em 2021. Para 2022, a estimativa também subiu, de 2,25% para 2,31%. Para 2023 e 2024, as projeções permaneceram em 2,50%. O Brasil gerou 120.935 empregos com carteira assinada em abril, apontam dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados em maio pelo Ministério da Economia, o saldo se dá pelo resultado de 1.381.767 admissões e de 1.260.832 demissões. Vale a pena ressaltar que a mudança na metodologia de cálculo do Caged, realizada em janeiro de 2020, onde passou a considerar outras fontes de informações, faz com que os dados recentes não possam mais ser comparados à série histórica.

• SETOR PÚBLICO: Sendo fortemente favorecido pela alta das commodities no cenário internacional, a balança comercial registrou o melhor saldo para o mês de maio, desde o início da série histórica. De acordo com a Agencia Brasil, pulicado na primeira semana de junho – O saldo é 35,9% maior que em maio de 2020. No último mês, as exportações somaram US$ 26,948 bilhões, alta de 46,5% sobre maio de 2020 pelo critério da média diária. As exportações bateram recorde histórico para todos os meses desde o início da série histórica, em 1989. As importações totalizaram US$ 17,657 bilhões, alta de 57,4% na mesma comparação. Em relação a taxa básica de juros, a Selic, se manteve a perspectiva de 5,75% para 2021, a estimativa ficou em 6,50% em 2022. Para 2023 e 2024, a projeção foi mantida para 6,50%, de acordo com o último relatório focus para o mês.

• INFLAÇÃO: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de maio em 0,83%. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação acumula 3,22% no ano e 8,06% em 12 meses. (Índice Nacional de Preço ao Consumidor) sofreu alta de 0,96% em abril, com o resultado, acumulou 3,33% ao ano, em 12 meses ficou em 8,90%, o INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados. Já o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), calculado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), fechou em 4,1 maio, esse fechamento implica em uma taxa acumulada de 14,39% no ano e 37,04 em 12 meses.

• CÂMBIO E SETOR EXTERNO: O Dólar fechou o mês em queda de 3,81%, no ano o avanço ainda é de 0,72%. A leitura a ser feita é em relação ao cenário econômico atual, onde a melhora nas perspectivas do Brasil, referente a projeção de crescimento; o aumento constante da nossa taxa básica de juros, indo em linha com as expectativas e respondendo bem os avanços inflacionários, aliado ao cenário externo com muita liquidez e juros sendo mantidos, tem favorecido o Brasil a experimentar uma valorização mais importante nos últimos meses. De acordo com o último relatório focus para o mês, a expectativa para a taxa de câmbio ficou R$5,30 em 2021. Para 2022 a taxa também ficou em R$5,30, pela segunda semana consecutiva. Para 2023, a projeção saiu de R$5,19 para R$5,20. Para 2024 a taxa saiu de R$5,05 para R$5,06.

• BOLETIM RENDA FIXA ANBIMA: Em maio, os títulos públicos e corporativos indexados à inflação apresentaram as maiores rentabilidades no período, segundo os índices de mercado da ANBIMA. O sub índice IMA-B, que reflete a carteira das NTN-B’ s marcadas a mercado, subiu 1,06% no período, mas mantém perda de rendimento em 2021, reduzida agora para 1,14%. O IMA-B5+, carteira de maior duração da família IMA (NTN-B’ s acima de cinco anos), e que está exposto ao maior risco de mercado, foi o destaque mensal com 1,38% de variação no período, reduzindo sua perda no ano para 3,35%. O IMA-B5, que reflete a percepção de risco de médio prazo (debêntures até cinco anos), vem em seguida, com 0,69% de ganho mensal, acumulando a maior performance do ano, 1,42%. O IRFM1+, carteira dos títulos pré-fixados e que espelha a percepção dos investidores para o médio e longo prazo (acima de um ano), valorizou, com menor intensidade, rentabilizando 0,20% em maio e recuando 3,51% em 2021. Nas carteiras de curto prazo, o IRF-M1 (papéis prefixados até um ano) e o IMA-S (carteira das LFTs em mercado) exibiram rendimentos de 0,20% e 0,35%, no mês, acumulando 0,60% e 0,87% no ano, respectivamente.

• PERSPECTIVAS: A perspectiva para o mês de junho, gira através de uma manutenção do bom momento vivido em maio. A expectativa é de continuação no processo de normalização da política monetária, com as sucessivas altas na taxa básica de juros, com o próximo comitê de política monetária em 15 e 16 de junho. Restando apenas esperar as medidas a serem tomadas, que podem balizar todo o mês de julho. Nos pontos de atenção, os desgastes políticos seguem como um dos principais fatores de oscilação, aliado a preocupação com a inflação e todos os desdobramentos da pandemia no Brasil. O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

 

Cenário Econômico – Abril/2021

Pelo terceiro ano consecutivo, o governo federal terá que se endividar para arcar com as despesas correntes (como a Previdência Social, salários de servidores, subsídios e o custeio da máquina pública). Devido tal atitude ferir a “regra de ouro” da Constituição Federal, o Congresso precisará autorizar esses endividamentos. E o que tudo indica, é que esse processo possa se repetir para o próximo ano. No total, R$ 453,7 bilhões do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) 2021 estão condicionados a essa autorização. Como possível forma de resposta a pressão sofrida por Bolsonaro em relação ao combate a pandemia, o Presidente do Brasil anunciou uma grande reforma ministerial ao início da semana, ao todo, seis ministérios passaram por mudanças em Brasília. Em um cenário geral, Bolsonaro perde força, o denominado “centrão” se fortalece e o ponto estratégico do governo, que seria Paulo Guedes, não consegue se movimentar para atender as expectativas de mercado. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, comemorou a venda de cinco terminais portuários, ao todo, os investimentos estabelecidos em contratos chegam a mais de 10 bilhões de reais. A expectativa é que os contratos estabelecidos na semana, tenham potencial para gerar 200.000 novos empregos. Logo, o governo aproveitou o sucesso das concessões como uma excelente oportunidade desviar o foco notícias negativas da gestão econômica e da pandemia no país. Ponto de extrema importância, porque mesmo com o avanço da vacinação no Brasil, ainda estamos longe de recuperar o atraso, a aceleração é evidente, mas fato é, que ainda estamos passando pelo pior momento em relação ao número de óbitos. Em relação ao Brasil o país se manteve no 3º lugar no ranking pela plataforma do Johns Hopkins. São 14,3 milhões de casos confirmados, sendo que o número de mortes está em 391 mil. São 12,6 milhões pessoas recuperadas, dados do fechamento de 26/04. Jair Bolsonaro sancionou com vetos na quinta-feira (22) a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021, com cortes de quase R$ 30 bilhões. Com veto definitivo de R$ 19,8 bilhões de dotações orçamentárias, sendo R$ 10,5 bilhões em emendas de relator, R$ 1,4 bilhão em emendas de comissões do Congresso e R$ 7,9 bilhões em despesas discricionárias do Executivo. Houve também, o bloqueio adicional de mais R$ 9 bilhões, que não foram detalhados pela Secretaria-Geral da Presidência e podem ser desbloqueados até o fim do ano. O rombo estimado nas contas públicas é R$ 247,1 bilhões em 2021, além dos gastos fora da meta fiscal, que podem superar mais de R$ 100 bilhões. Pelas alterações, vão ser bancados com crédito extraordinário cerca de R$ 20 bilhões para enfrentamento da Covid-19; R$ 10 bilhões para renovação do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) e mais R$ 5 bilhões para o Pronampe, linha de crédito para socorrer pequenas e médias empresas. Em resumo, o Ibovespa fechou o mês de abril em alta de 1,94%.
INTERNACIONAL ESTADOS UNIDOS
Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden anunciou, na semana que fechava março e inicia abril, o aguardado pacote de infraestrutura de US$ 2,2 trilhões focado em auxiliar o país a minimizar os impactos da pandemia na economia. A expectativa é de que o pacote seja parte de um plano ainda mais ambicioso por parte do governo norte americano, que ainda terá investimentos voltados para a área de saúde. O valor do pacote deve ser despendido ao longo de oito anos, para financiar a medida, o imposto sob empresas deve subir 21% para 28%. Joe Biden também deve adotar medidas destinadas a impedir o offshoring de lucros – a migração dos lucros para outros países-, com o objetivo de elevar a arrecadação de impostos em território nacional. O cenário é de extremo otimismo, levando em consideração ao recém sucesso implementado por Joe Biden em relação a imunização da população. Ao final da segunda semana do mês, os americanos, bateram um novo recorde na aplicação de vacinas contra a Covid-19. Em 24h, o país vacinou 4,6 milhões de pessoas. O presidente Joe Biden em pronunciamento, na terça-feira (6/04), declarou que “Depois de 19 de abril, em todo o país, todo adulto maior de 18 anos estará apto a ser vacinado. Integrantes do FED se pronunciaram ao longo do mês, contribuindo para o bom momento nos mercados, presidente da distrital de St. Louis do Federal Reserve, James Bullard, afirmou que ainda é cedo para se discutir mudanças na conduta da política monetária no país. Segundo Bullard, o FED prevê que a economia americana crescerá 6,5% em 2021. Ele também ressaltou que estão atentos aos riscos contra e estabilidade financeira e inflação. Apesar da pandemia ainda seguir atingindo algumas regiões, os indicadores de vendas no varejo subindo e os de pedidos de auxílio-desemprego caindo, revela que os efeitos da vacinação acelerada já apresentam resultado positivo. O S&P 500 fechou o mês em alta subindo 5,24% no período, o melhor desde novembro de 2020; o Nasdaq também anotou fortes ganhos em abril, avançando 5,40%, enquanto o Dow Jones subiu 2,71%, Houve um ponto de preocupação ao longo do mês com a pausa na vacinação com doses da Johnson&Johnson, devido a algumas reações adversas, a vacina da Janssen é administrada em dose única e até que o processo instaurado seja concluído, haverá uma pausa na agenda prevista. Porém o fator que acabou pesando de maneira negativa nos mercados, foi a percepção de intenção de elevação dos impostos nos Estados Unidos, que seria o escape para financiar o programa de investimento para infraestrutura anunciado por Biden. Mesmo a intenção de elevação dos impostos não sendo novidade, já que estava presente no projeto de infraestrutura divulgado, a intenção se fez mais clara em um ambiente de muito otimismo, devido as perspectivas de crescimento acima da média, e de certa forma, mostrou que os mercados negligenciaram esse fator de risco, mas que tal circunstância não deve promover desordem.
ÁSIA
Na Ásia, a semana ficou dividida entre ganhos e perdas, após a interpretação do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), do Fed, em relação a conduta da política monetária norte americana. Sendo puxados para o campo positivo pelas projeções do Fundo Monetário Internacional – FMI para o crescimento da economia global. A taxa de crescimento da economia asiática em 2021 deve chegar a pelo menos 6,5%, de acordo com um relatório divulgado na última semana de abril pelo Fórum Boao para a Ásia (BFA, sigla em inglês). A taxa de crescimento indica uma recuperação significativa em comparação com a contração de 1,7% registrada no ano passado e principalmente em relação ao resto do mundo, conforme o relatório intitulado “Perspectivas Econômicas e Progresso de Integração da Ásia”, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A economia asiática vem conquistando uma parcela cada vez maior da economia mundial. Medida pela paridade do poder de compra, a economia da região deve representar 47,9% do total mundial em 2021, superior aos 45,3% registrados em 2017, de acordo com os dados do FMI citados no relatório.
EUROPA
Na Europa, a região apresentou alta durante o mês, puxada pelo bom momento norte americano e asiático, além do forte resultado dos índices dos Gerentes de Compras de Manufatura da Zona do Euro, com destaque para o da Alemanha. Na Europa, os mercados foram puxados pelos acontecimentos nos Estados Unidos, por lá, há a agenda econômica seguiu fraca na semana. Uma onda de otimismo puxada pelo processo de vacinação e indicadores de desempenho das empresas. Durante o mês, o Euro ganhou força frente ao Dólar, as principais bolsas da região alcançaram a máxima histórica.
MERCADOS DE RENDA FIXA E VARIAVEL
No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se alta mesmo com o FED prometendo manter o juro próximo de zero, e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento. O que preocupa é a aceleração da inflação, sendo refletida na alta das Treasuries, em resposta as expectativas dos investidores de que a inflação se desequilibre e se torne uma ameaça direta para a economia americana.
NACIONAL ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA
A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano volta a subir e sai de 3,04% para a 3,09% em 2021. Para 2022, a estimativa ficou em 2,34%. Para 2023 e 2024, as projeções ficaram em 2,50%. O Brasil abriu 184.140 vagas de emprego com carteira assinada em março, apontam dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados em abril pelo Ministério da Economia. O saldo se dá pelo resultado de 1.608.007 admissões e de 1.423.867 demissões. O total de empregos com carteira no país somou 40.200.042 em março, o que representa uma variação de 0,46% em relação ao mês anterior. Em fevereiro, foram abertas 395.166 vagas, segundo dados revisados.
SETOR PÚBLICO
A balança Comercial registrou um superavit recorde de US$10,349 bilhões em abril, de acordo com o Ministério da Economia. De acordo com o governo, esse é o melhor resultado desde o início da série histórica, iniciado em 1989. De acordo com o último relatório focus, publicado pelo Banco Central ao final de abril para a taxa Selic, os analistas elevaram de 5,25% para 5,50% em 2021, a estimativa saiu de 6,00% para 6,13% para 2022. Para 2023, a projeção foi mantida para 6,50% e saiu de 6,25% para 6,50% em 2024.
INFLAÇÃO
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de abril em 0,31%. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação acumula 2,37% no ano e 6,76% em 12 meses. A taxa acumulada em 12 meses ficou acima da acumulada até março (6,1%) e do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, de 5,25%. O INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor) sofreu alta de 0,38% em abril, com o resultado, acumulou 2,35% ao ano, em 12 meses ficou em 7,59%. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. Já o IGP-M fechou em alta de 1,51% em abril, acumulando 9,89% ao no e 32,02 em 12 meses. “Todos os índices componentes do IGP-M recuaram em abril. A desaceleração da taxa de variação dos combustíveis orientou o recuo da inflação ao produtor e ao consumidor. Apesar disso, a variação do IGP-M avançou mais em 12 meses, tendência que deve continuar até o próximo mês, dado que o IGP-M havia subido apenas 0,28% em maio de 2020”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
CÂMBIO E SETOR EXTERNO
O Dólar teve queda de 3,49% no mês de abril, cotado a R$ 5,432, sendo a maior queda registrada desde novembro, entretanto o câmbio acumula alta de 4,69% desde o início do ano. Vários fatores podem ter contribuído para o alívio no cambio vivido em abril, os principais são em relação ao quadro fiscal, que gerou um certo alívio com a aprovação do orçamento de 2021, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o texto com vetos que somaram quase R$ 20 bilhões. Além da atual diferença entre as taxas básicas de juros em âmbito global, devido ao Brasil iniciar a normalização da política monetária. De acordo com o último relatório focus para o mês, a expectativa para a taxa de câmbio ficou em R$5,40 para 2021. Para 2022, o valor saiu de R$5,26 para R$5,40. Para 2023, a projeção saiu de R$5,00 para R$5,17. Para 2024, o valor também saiu de R$5,00 para R$5,08. O fluxo cambial no ano de 2021 até 30 de abril foi positivo em US$ 12,713 bilhões, de acordo com o Banco Central. No mesmo período de 2020, o resultado havia sido negativo em US$ 12,730 bilhões.
BOLETIM RENDA FIXA ANBIMA
Em abril, o IMA-Geral, índice que reflete a trajetória dos títulos públicos federais em mercado. No período, rentabilizou 0,51%, acumulando variação negativa de 0,82% em 2021. O desempenho no mês, sobretudo da carteira dos títulos públicos, está relacionado com a redução das expectativas inflacionárias de curto prazo e manutenção do teto de gastos no orçamento deste ano. Uma aproximação do prêmio médio de inflação para os próximos 12 meses, introduzida nas taxas dos papéis pré-fixados, mostra que o prêmio está na mínima de 2021. O subíndice IRF-M1+ (duração de 2,7 anos), que espelha a carteira das NTN-Fs e LTNs acima de um ano de vencimento, apresentou ganho de 1,12% no mês, diminuindo sua desvalorização no ano para 3,70%. Logo após, a carteira das NTN-Bs de até cinco anos de vencimento, refletidas no IMA-B5 (duração de 1,9 ano), encerrou abril com 0,87%, apresentando a melhor performance acumulada em 2021 (0,72%). Por sua vez, o IMA-B5+, que reflete as NTN-Bs com mais de cinco anos de vencimento, segue com resultado modesto no mês e no ano, exibindo ganho de 0,45% e perda de 4,67%, respectivamente. Só no último dia útil de abril, a carteira registrou o recuo de 0,72%, revertendo o curso de valorização de 1,18% no mês. Esses papéis de prazos mais longos são mais aderentes à percepção dos investidores em relação ao cenário econômico de médio e longo prazo. Logo, os efeitos do agravamento da pandemia no nível de atividade combinado com as dúvidas no encaminhamento da proposta de orçamento para 2022 podem ter contribuído para uma maior volatilidade dessa carteira em abril. Nos papéis de prazos mais curtos, o IRF-M1, constituído por LTNs de até um ano de vencimento, subiu 0,27% no período, resultando em variação anual de 0,40%. E o IMA-S, que espelha o comportamento das LFTs em mercado, variou 0,07% e 0,52%, mês e ano, na devida ordem.
PERSPECTIVAS
Para o mês, o calendário de balanços segue sendo um dos do o principal focos do nosso mercado e os resultados prometem movimentar os mercados nacionais. Com a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021 aprovada, o impasse no congresso é cessado por enquanto, porém o cabo de guerra parece não ter terminado ainda. As expectativas positivas em relação ao Brasil, passam por um processo de imunização mais eficiente, e ao que parece, podemos estar próximos dessa aceleração. Teremos agora que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia. Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central. Devemos observar também, o desenrolar da PEC emergencial, que já em vigência aumenta o poder de compra dos consumidores e pode impactar a inflação de curto prazo. A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido. Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial e agora com possível produção nacional com a ButantanVac. A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia. Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais. Segue no radar, o aumento dos índices de preço da economia, uma inflação acelerada e que tem impactos significativos já no curto prazo, podendo já ser vista no IPCA. Agora com a sinalização do Relatório Focus indicando uma aceleração do índice para os próximos períodos. Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo. Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

 

Cenário Econômico – Março/2021

Mês marcado pela decisão do Banco Central do Brasil em elevar a taxa básica de juros em 0,75bps, levando a Selic ao patamar de 2,75%, utilizando da política monetária como instrumento para conter o avanço inflacionário. O processo inflacionário no Brasil demonstra constante evolução desde meados de 2020, fruto do estímulo monetário realizado para combater a pandemia do novo coronavírus, aliado a taxa básica de juros do país na mínima histórica. Logo, as medidas monetárias e fiscais de caráter expansionistas realizadas em 2020, respingaram em 2021, onde puderam finalmente ser sentidas e registradas pelo IPCA, índice usado como inflação oficial, que já vinha sido antecipadas pelo IGP-M. Como resposta direta para a ascensão da curva de inflação, que vem superando o centro da meta para o ano, a medida monetária mais conservadora era de extrema importância para evitar a perda de ancoragem em relação as expectativas de inflação para os próximos períodos e a manter a credibilidade do Bando Central. Durante o mês, no Brasil, tivemos altos e baixos no mercado nacional, por um lado, temos o ponto chave para a retomada econômica, em ascensão, finalmente o Brasil começa a promover uma agenda de vacinação mais eficiente, seja com a importação de vacinas e agora com a possibilidade de produção nacional, com a ButantaVac. Pelo lado negativo, temos ainda a volatilidade causada na renda fixa nacional, com o prêmio de risco não atendendo a demanda, seguindo uma tendencia equiparável as treasures norte-americanas, e sofrendo de maneira indireta por turbulências em outros países emergentes, como Mexico e Turquia. Além da dinâmica do endividamento governamental que segue gerando desconfiança, aliado ao momento sanitário nacional, na contramão do restante do mundo, com a curva de casos de Covid19 no seu auge. Os investidores observaram com alguma desconfiança a aprovação no Congresso da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021. No conjunto geral, o novo programa de transferência de renda, causado principalmente pelas novas medidas de “lockdowns” no país, impedem que o Brasil aproveite as oportunidades advindas do exterior.
INTERNACIONAL ESTADOS UNIDOS: As preocupações com os rendimentos dos títulos americanos, um dos focos do mês passado, se estabilizaram, deixando o mercado menos volátil, os índices acionários americanos fecharam o mês, acumulando ganhos. A grande volatilidade dos mercados está relacionada com a alta nos rendimentos dos títulos de 10 anos do Tesouro americano, os Treasuries. As taxas chegaram a atingir 1,6% ao ano. A alta das Treasuries, é um reflexo das expectativas dos investidores de que a inflação se desequilibre e se torne uma ameaça direta para a economia americana, ao ponto em que a atividade se recupera com o avanço das campanhas de imunização e do novo pacote de estímulos fiscais. Porém, o FED diz que a volatilidade nas taxas de juros dos treasuries, é questão de transição, e que têm mecanismos para controlar a inflação. A preocupação então, fica por conta da taxa de desemprego por lá, que gira em torno de 9,5%. Nos Estados Unidos, a economia parece estar solida, com o pacote fiscal aprovado de aproximadamente 2 trilhões de dólares e o quadro de imunização bem elaborada como as principais medidas. O presidente Joe Biden declarou que o pacote deve por fim a pandemia e recuperar a economia norte americana, gerando demanda doméstica e crescimento global sustentável. Mas eleva as discussões sobre a inflação por lá, com uma política monetária tão expansiva, a concepção é de uma pressão inflacionaria no curto prazo, porém que pode não perdurar por muito tempo. As tensões com a China voltaram ao foco, por parte dos americanos, foram aplicadas sansões contra as autoridades de Hong Kong, pelo lado chinês, a compra de petróleo em maior escala, foi direcionada ao Irã e Venezuela, como forma de afronto aos americanos. A procura por risco se concretizou ao final do mês, com o processo de vacinação acelerado por lá, as expectativas das medidas expansionistas indicadas por Biden e a agenda global enfraquecida, diminuindo a volatilidade e promovendo as compras.
ÁSIA: Na Ásia, o foco continuou sendo os Estados Unidos e as treasuries norte americanas. Houve também, no início do mês, discussões sobre o PIB chinês, uma vez que as projeções indicaram um crescimento abaixo do esperado por lá. As ações de tecnologia do Japão e da China, apresentaram muita volatilidade, principalmente o índice ChiNext de startups. Em Pequim, foi falado sobre o aumento gastos com pesquisa e desenvolvimento em mais de 7% a.a em relação ao PIB, para os próximos cinco anos. A agenda sem movimentação durante o mês, levou os olhares para o exterior, onde os assuntos mais pertinentes são em relação ao avanço da pandemia no mundo e os temores para com as decisões dos bancos centrais.
EUROPA: Na Europa, já se sente a necessidade de novos estímulos para superar a crise, enquanto alguns países comemoram resultados econômicos positivos, outros declaram novamente o “lockdown”, como é o caso da Alemanha, que declarou a medida até 28 de março. Porém a situação agora pode ser diferente, com o processo de imunização em andamento, a medida restritiva pode ser tornar mais eficiente, as vacinas já demonstraram a sua eficácia e agora resta aguardar o momento em que a grande massa esteja vacinada. Em meio a isso, o ambiente parece se manter favorável, na medida do possivel, com o Banco Central Europeu anunciando a continuação do programa de compra de ativos e a taxa de juros inalterada, aliado a velocidade na vacinação no continente, os bons resultados das vacinas começam a ter impactos positivos por lá, gerando otimismo e um horizonte mais claro em relação a retomada econômica. Na Inglaterra, as medidas de restrição vão sendo retirada de acordo com o estipulado, as escolas já estão abertas e a proposta do primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson é de que a abertura total ocorra até o final de junho. No Reino Unido, a preocupação com a vacinação mais lenta também é realidade e afeta os mercados por lá, mesmo com o processo de abertura já iniciado. Ao final do mês, tivemos uma semana de bastante contraste, os investidores mantiveram as atenções para o novo avanço de casos de coronavírus e também na decisão da chanceler alemã Angela Merkel, que recuou referente aos bloqueios para o feriado de Páscoa. Merkel tinha solicitado aos cidadãos para que permanecessem em casa ao longo do feriado de Páscoa e prorrogado as medidas ainda mais restritivas até 18 de abril, que agora foram revisadas para 12 de abril. Por outro lado, ainda na zona do euro, o investidor ficou atento aos demais mercados e embalados pelas ações das montadoras, conseguiram registrar alta.
MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL: No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se alta mesmo com o FED prometendo manter o juro próximo de zero, e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento. O que preocupa é a aceleração da inflação, sendo refletida na alta das Treasuries, em resposta as expectativas dos investidores de que a inflação se desequilibre e se torne uma ameaça direta para a economia americana. No mês de março, o Dow Jones subiu 6,6% e ganhou 7,8% no trimestre. O S&P 500 subiu 4,2% em março e 5,8% no trimestre. O Nasdaq subiu 0,4% no mês e avançou 2,8% no trimestre. O petróleo referência Brent ficou em alta de 0,33% a US$62,95 o barril negociado na bolsa Mercantil de Futuros de Londres. O petróleo WTI ficou em queda de 1,85% aos US$59,43 o barril na bolsa Mercantil de Futuros, Nova York. O preço do minério de ferro negociado no Porto de Qingdao ficou em queda de 0,86% a US$165,15 a tonelada seca. No último pregão do mês, o índice Hang Seng, bolsa de Hong Kong, fechou em queda de 0,70% aos 29.178 pontos. O índice Xangai, China, ficou em queda de 0,43% aos 3.441 pontos. O índice Nikkei 225, bolsa de Tóquio, ficou em alta de 0,86% aos 29.178 pontos, o índice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 0,24% aos 429.60 pontos em Londres; o FTSE-100 (Londres) ficou em queda de 0,86% aos 6.713 pontos; o DAX 30 (Frankfurt) ficou estável aos 15.008 pontos
NACIONAL ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano caiu de 3,22% para 3,18% em 2021. Para 2022, 2023 e 2024 a estimativa permaneceu em 3,25%, a estimativa está no último boletim Focus do mês. Durante o mês de fevereiro deste ano foram criadas 401.639 novas vagas de emprego com carteira assinada no país. O resultado, é o melhor desempenho para o mês em 30 anos. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados no dia (30) pelo Ministério da Economia. O número de empregos com carteira assinada é resultado entre 1.694.604 contratações e 1.292.965 demissões em fevereiro. A taxa desemprego no Brasil fechou em 14,2% no trimestre (novembro a janeiro), a maior para um fechamento de trimestre desde 2012, quando se iniciou a série histórica. Isso significa que 14,3 milhões de cidadãos estão à espera de um emprego no país.
SETOR PUBLICO: Balança comercial registrou superávit de US$ 1,482 bilhão em março, o valor é 63% inferior ao de março do ano passado, pelo critério da média diária, e representa o pior saldo para o mês desde 2015. De acordo com o último relatório focus, publicado pelo Banco Central ao final de março, em relação a taxa Selic, os analistas mantiveram as expectativas para a taxa em 5,00% em 2021, mantiveram os 6,00% em 2022. Para o ano seguinte, saiu de 6% para 6,50% e saiu de 6% para 6,38% em 2024.
INFLAÇÃO: O IPCA subiu 0,93% em março e bateu 6,10 em 12 meses, ultrapassando o teto da meta estipulado para 2021. A meta para esse ano é de 3,75% e teto de 5,25%. Segundo a projeção do Banco Central, a expectativa é de queda para os próximos resultados mensais, para 0,42% em abril e 0,29% em maio. No entanto, em 12 meses, a expectativa é de que o índice continuará a subir e alcançar aproximadamente 7% e na sequência recuar ao final do ano para fechar 2021 em 4,81%.
CÂMBIO E SETOR EXTERNO: No mês, o Dólar comercial obteve avanço de 0,41%, no ano, a alta é de 8,49%, devido principalmente aos investidores estarem monitorando o clima político, a disseminação da Covid-19 no país e a situação do quadro fiscal. No último relatório Focus do mês, A taxa de câmbio saiu de R$5,30 para R$5,33 para 2021. Para 2022, a taxa subiu de R$5,25 para R$5,26. Para 2023 e 2024, a projeção ficou em R$5,00. Após encerrar fevereiro com entradas líquidas de US$ 4,358 bilhões, o Brasil registrou fluxo cambial negativo de US$ 1,481 bilhão até o dia 26/03, de acordo com o Banco Central. O canal financeiro apresentou saídas líquidas de US$ 5,089 bilhões no período. Isso é resultado de aportes no valor de US$ 49,554 bilhões e de retiradas no total de US$ 54,642 bilhões. No comércio exterior, o saldo de março até o dia 26 é positivo em US$ 3,608 bilhões, com importações de US$ 13,707 bilhões e exportações de US$ 17,315 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 2,990 bilhões em ACC, US$ 3,108 bilhões em PA e US$ 11,217 bilhões em outras entradas.
BOLETIM RENDA FIXA ANBIMA: De acordo com o Boletim de renda fixa Anbima, publicado na primeira semana de abril – O ambiente de maior incerteza impacta todos os vencimentos de longo prazo do IMA, os títulos de longo prazo que compõem o IMA, índice da ANBIMA que reflete a carteira dos títulos públicos em mercado, foram os que registraram a maior perda no mês, com resultado negativo em todas as maturidades que compõem as carteiras de maior duration. O IRFM 1+, carteira com NTN-Fs e LTNs de mais de um ano de vencimento, desvalorizou 1,45% no período, acumulando perda de 4,77% em 2021. Em seguida, o IMA B5+, refletindo as NTN-Bs com mais de cinco anos de vencimento, recuou 1,17%, intensificando sua perda no ano para 5,10%. O agravamento da pandemia de Covid-19 e suas consequências na atividade econômica e nas contas públicas, sobretudo em um contexto de aumento da inflação, fizeram piorar as expectativas de longo prazo dos investidores, o que se refletiu na abertura das taxas de NTN-B. Com relação ao IRF-M 1, subíndice representante dos títulos pré-fixados de até um ano de vencimento, houve variação de 0,04% e 0,13%, mês e ano, respectivamente. O IMA B5, formado por títulos indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de até cinco anos de vencimento, apresentou 0,34% de rentabilidade mensal e perda de 0,15% no ano. PERSPECTIVAS: As perspectivas se mantem proporcionalmente as mesmas do mês anterior, os temas seguem relativamente os mesmos, agora com o foco nos efeitos nas decisões tomadas e nas sinalizações por parte do Banco Central e a discussão sobre a magnitude dos próximos movimentos em relação a Selic. As expectativas positivas em relação ao Brasil, passam por um processo de imunização mais eficiente, e ao que parece, podemos estar próximos dessa aceleração. Teremos agora que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia. Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central. Devemos observar também, o desenrolar da PEC emergencial, que já em vigência aumenta o poder de compra dos consumidores e pode impactar a inflação de curto prazo. A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido. Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial e agora com possível produção nacional com a ButantanVac. A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia. Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais. Segue no radar, o aumento dos índices de preço da economia, uma inflação acelerada e que tem impactos significativos já no curto prazo, podendo já ser vista no IPCA. Agora com a sinalização do Relatório Focus indicando uma aceleração do índice para os próximos períodos. Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo. Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

 

Cenário Econômico – Fevereiro/2021

Aliado ao cenário externo não tão favorável como o esperado, tudo que engloba o risco brasil contribuiu para um mês de fevereiro muito abaixo das expectativas. O principal motivo que ocasiona o não aproveitamento do Brasil a janela de oportunidade que o cenário externo ainda proporciona, é a questão fiscal.
INTERNACIONAL EUA: Nos Estados Unidos, o novo presidente Joe Biden adotou medidas para voltar atrás na decisão de saída do acordo de Paris sobre clima e de deixar a OMS, como já era esperado. Como forma de solução para o plano mais lento de vacinação atual, Biden quer vacinar 100 milhões de pessoas em 100 dias. Tivemos também a divulgação do PIB americano do quarto trimestre de 2020, indicando alta de 4% e acumulando queda de 3,5% no ano. O Dow Jones fechou a -3,28% e a Nasdaq a -3,49% na semana. O assunto mais falado na primeira semana do mês, foi o processo especulativo com ações da GameStop e AMC, com a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) suspendendo negócios e iniciando investigação sobre manipulação. Na segunda semana o ambiente de retomada econômica surge novamente por lá, a aceleração do processo de vacinação vem dando resultados, renovando os ganhos em Wall Street. Em breve poderemos ver mais uma rodada de estímulos fiscais, desta vez na ordem de U$ 1.9 Trilhão. O tema ganha força após um Payroll abaixo do esperado, aumentando o consenso de que ainda deve-se amparar os trabalhadores e empresas. Em paralelo, contribuindo para o otimismo do mercado na semana, a Johnson & Johnson pediu autorização para o uso emergencial de sua vacina para a FDA (Agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos).
EUROPA: Na Europa, na primeira semana e no mês, os investidores mostraram um perfil cauteloso devido as medidas restritivas para evitar o avanço do coronavírus, ocasionando queda nos principais índices da região. A Comissão Europeia criou um mecanismo “de emergência” para controlar e bloquear as exportações de vacinas imunizantes contra a Covid-19 produzidas no território da União Europeia para outros países. Por lá o discurso segue como a ação necessária, temporária e saudável, em relação proibição da entrada de imigrantes, cancelamentos de voos e o endurecimento das medidas restritivas.Durante o mês, o foco ficou durante um bom tempo na decisão do ex-presidente do BCE (Banco Central Europeu) de 2011 a 2019, Mario Draghi, de aceitar a missão de ajudar a formar um governo na Itália, que atualmente passa por uma crise política. Draghi será primeiro-ministro da Itália, tendo a missão de substituir Giuseppe Conte. Em sua primeira aparição, Draghi disse “Derrotar a pandemia, completar a campanha de vacinação e relançar o país são os desafios que nos esperam. Temos os recursos extraordinários da UE…” A volta de um dos italianos de maior prestígio nas últimas décadas, favoreceu o mercado acionado, aliado a uma semana sem medidas de restrições e avanço no processo de vacinação. Alguns países se preparam para a retomada após uma série de medidas restritivas, devido à queda de número de casos e o avanço da vacinação em massa. Porém o principal foco ao final do mês, foi o exterior, em principal o pacote fiscal promovido pelos Estados Unidos. Durante a reunião virtual do G7, Angela Merkel, a chanceler alemã, declarou que a Alemanha contribuirá com 1,5 bilhão a mais para a luta global contra a pandemia. Diante disso, a Alemanha se torna o primeiro país a contribuir de maneira global para os esforços multilaterais no combate a pandemia do Covid-19.
ÁSIA: Na Ásia, como já se é esperado, apenas a China apresentou dados de conjuntura acima da média. O PIB chinês fechou 2020 com alta de 2,3%, mesmo sendo o pior resultado em 44 anos, o resultado é o único positivo no mundo todo. Na Ásia, a região se preparou para o feriado do ano novo lunar, onde o governo recomendou que a população ainda não realizasse viagens. A primeira semana do mês foi bem mista, com dias marcados pela realização de lucros e dias marcados otimismo do cenário externo e pela injeção de liquidez do Banco do Povo da China. Tirando esses pontos, a agenda segue enfraquecida por lá. Na segunda semana, a volta do feriado ajustou os mercados. Como em boa parte do mundo, a atenção se virou para os próximos passos dos Estados Unidos e o processo de vacinação local, principalmente no Japão, onde os futuros já operam em alta. Por lá, os investidores estão digerindo os resultados financeiros das principais empresas, bem como os preços das commodities pesando nas ações do setor de energia.
MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL: No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se próxima ao normal devido o FED manter o juro próximo de zero, e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento. No mês de fevereiro, o Dow subiu 3,2%, o S&P 500 subiu 2,6% e o Nasdaq ganhou de 0,9%. O petróleo referência Brent ficou estável a U$64,38 o barril negociado na bolsa Mercantil de Futuros de Londres. O petróleo WTI ficou em queda de 3,07% aos US$61,59 o barril na bolsa Mercantil de Futuros, Nova York. No último pregão do mês, o índice Hang Seng, bolsa de Hong Kong, fechou em queda de 3,64% aos 28.980 pontos. O índice Xangai, China, ficou em queda de 2,12% aos 3.509 pontos. o índice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 1,64% aos 404.99 pontos em Londres; o FTSE-100 (Londres) ficou em queda de 2,53% aos 6.483 pontos; o DAX 30 (Frankfurt) ficou em queda de 0,67% aos 13.786 pontos.
NACIONAL ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano caiu de 3,43% para 3,29% em 2021. Para 2022, 2023 e 2024 a estimativa permaneceu em 2,50%, a estimativa está no último boletim Focus do mês. A economia brasileira gerou 260.353 empregos com carteira assinada em janeiro de 2021. É o melhor resultado para o mês em comparação com a série histórica. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em janeiro foram contratados 1.527.083 trabalhadores formais e demitidos 1.266.730. Portanto, houve saldo positivo de 260.353. O Nível de desemprego bate recorde no Brasil em 2020 e atinge 13,4 milhões de pessoas.
SETOR PUBLICO: A balança comercial brasileira registrou superávit de 1,152 bilhão de dólares em fevereiro, as importações cresceram em ritmo acelerado, juntamente com as exportações, devido ao impacto de operações de nacionalização de plataformas de petróleo no mês, mostraram dados do Ministério da Economia. Para a taxa Selic, os analistas reunidos pelo BC, estimaram a alta de 3,75% para 4,00% em 2021, a alta em 5,0% para 2022. Para 2023 e 2024, a projeção se manteve em 6,00%.
INFLAÇÃO: Para o último relatório Focus do mês, para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), as projeções subiram de 3,62% para 3,82%. Para 2022, a previsão para o IPCA foi mantida de 3,49%. Para 2023 e 2024, as estimativas permaneceram em 3,25%. Devido principalmente a alta nos preços dos combustíveis, a inflação de fevereiro foi de 0,86%, muito acima da vista em janeiro (0,25%). O IPCA acumula alta de 1,11% no ano e, em 12 meses, de 5,20%, acima dos 4,56% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2020, o índice havia ficado em 0,25%. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), divulgado em 25 de fevereiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas subiu 2,53% em fevereiro de 2021. Com este resultado o índice acumula alta de 5,17% no ano e de 28,94% em 12 meses. Em fevereiro de 2020, o índice havia caído 0,04% e acumulava alta de 6,82% em 12 meses.
CÂMBIO E SETOR EXTERNO: No último relatório Focus do mês, a taxa de câmbio saiu de R$5,01 para R$5,05 esse ano. Para 2022, o valor ficou em R$5,00 e para 2023 ficou em R$4,90. Para 2024, o valor subiu de R$4,90 para R$4,96, voltando para o patamar de três semanas atrás. O fluxo cambial positivo no mês de fevereiro em US$ 4,358 bilhões, dados do Banco central, divulgado ao início de março. A entrada líquida, no mês, foi de US$ 3,009 bilhões em fevereiro, com aportes no valor de US$ 38,215 bilhões e de retiradas no total de US$ 35,206 bilhões. No comércio exterior, houve um saldo positivo de US$ 1,349 bilhão, com importações de US$ 21,309 bilhões e exportações de US$ 22,658 bilhões.
BOLETIM RENDA FIXA ANBIMA: Em fevereiro, houve desvalorização das carteiras do IMA-B5+ e IRF-M1+ pelo segundo mês consecutivo. Sozinho, o subíndice IMA-B5+, que reflete o desempenho dos títulos públicos indexados ao IPCA com mais de cinco anos de vencimento, recuou 2,33%, acumulando perda de 3,97% em 2021. Em seguida, o IRF-M1+, com títulos pré-fixados de vencimento acima de um ano, exibiu perda de 2,01% e 3,37%, mês e ano, nesta ordem. Esse comportamento é atribuído à incerteza no mercado em relação à superação da pandemia e a seus possíveis impactos na economia e nas contas públicas. Com relação às carteiras de títulos públicos de vencimento mais curto, o subíndice IMA-B5, que expressa o comportamento dos títulos indexados ao IPCA de até cinco anos, ficou no campo negativo, com baixa de 0,60% no mês e 0,49% no acumulado do ano. Em contrapartida, a carteira de títulos pré-fixados de vencimento máximo de até um ano, o IRF-M 1, performou 0,04% e 0,08%, mês e ano, nesta ordem. Vale destacar a menor variação das LFTs em mercado, representada pelo IMA-S, que saiu de valorização de 0,22% em janeiro para 0,05% em fevereiro, situando-se abaixo da taxa Selic no mês (0,16%).
RENDA VARIÁVEL: O Ibovespa fechou o último pregão do mês (26/02) com queda de 1,98%, chegando a 110.035 pontos. Com isso, o índice acumulou perda de 6,9% na semana e de 4,2% em fevereiro. A perda dos dois primeiros meses de 2021 soma 7,4%. A deterioração do quadro fiscais e os desgastes políticos, seguem sendo os principais motivos para a alta volatilidade no mercado.
PERSPECTIVAS: Podemos observar alguma mobilização dos Bancos Centrais em relação a política monetária, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia. Podendo se esperar uma mudança na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central. Devemos observar também, o desenrolar da PEC emergencial, que foi prorrogada, mas deve ser votada na primeira semana de março. A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido. O que tudo indica é auxílio emergencial menor e por cerca de quatro meses, como o mais indicado, sendo preciso ainda observar a PEC emergencial. Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial, mesmo atrasado, o país segue tentando cumprir o plano estipulado. A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para o momento atual da economia. Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais. Segue no radar, o aumento dos índices de preço da economia, uma inflação que começou acelerar e que tem impactos significativos já no curto prazo, podendo já ser vista no IPCA. Mesmo com o Relatório Focus indicando uma desaceleração do índice para os próximos períodos. Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo. Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. É provável que a qualquer sinal de melhora constante na economia, devemos ter uma elevação da SELIC, mesmo que antes do projetado. Os sinais de abertura na curva de juros, demonstrada pelo aumento da taxa de juros e a alta volatilidade nos títulos federais de longo prazo, aliada ao fato que não acontecia desde 2002 e que aconteceu em setembro e outubro de 2020, com as LFTs (Tesouro Selic) sendo negociada a taxas negativas, indica a pressão sobre a Selic. O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

 

Cenário Econômico – Janeiro/2021

INTERNACIONAL EUA. Na primeira semana de janeiro, os Estados Unidos viviam um contraste entre infecções e vacinas. O país é o número um em número de infectados, porém já iniciou a vacinação em parte da população. Já o tão esperado auxílio de US$900 bilhões para amparar cidadãos e pequenas empresas americanas prometem dar um alívio para os negócios. O ponto mais volátil da primeira semana se deu acerca das discussões sobre o valor do cheque que cada americano deverá receber, que envolveu algumas citações de Donald Trump sobre o assunto. Ao decorrer do mês, o desenrolar das eleições americanas teve mais um ápice, a reunião em capitólio que provavelmente colocaria Biden com o vencedor, dado os votos dos delegados dos estados em contagem, foi interrompida, após apoiadores de Donald Trump invadirem a sede da democracia e vandalizar o ambiente, tudo isso após declarações extremistas do ainda Presidente dos EUA.No que tange aos indicadores americanos, houve a divulgação de PMI e Payroll, os indicadores de atividade industrial e serviços para diferentes países em dezembro vieram acima dos 50 pontos, indicando avanço e expansão de atividade. Já no Payroll de dezembro, se esperava uma evolução de 71000 posições em relação as vagas no setor público e privado, e o resultado foi de contração em 140000. A taxa de desemprego se manteve estável no período. Ao final do mês tivemos a posse de Joe Biden e Kamala Harris, com um discurso pacífico, Biden iniciou atendendo as expectativas. Ao ingressar ao poder, Biden declarou medidas, como a volta ao Pacto ambiental de Paris e retorno para a OMS (Organização Mundial da Saúde), também suspendeu o oleoduto, que levaria petróleo do Canadá até o Texas, cruzando os Estados Unidos de norte a sul e a polemica construção do muro na fronteira com o México. Ainda pode ser aprovado um novo auxílio fiscal até março. Já se especula que seja abaixo da expectativa de mercado, mas ainda sim é muito bem visto aos olhos dos investidores. Em paralelo a tudo isso, o agora ex-presidente Donald Trump tem seu processo de impeachment aprovado na Câmara e segue para o Senado. EUROPA. Na primeira semana do mês, na Europa, a União Europeia e o Reino Unido entraram em acordo e o Brexit. As medidas restritivas estão cada vez mais austeras para tentar conter o avanço da nova cepa de coronavírus. Entretanto, a UE está no processo de imunização em cerca de 27 países. A maioria dos países integrantes da UE celebraram a virada para 2021 confinada pela Covid-19, como já citado antes, as medidas restritivas por lá, deram o tom no primeiro mês do ano. Na Itália, Alemanha e França, foi adotado o toque de recolher para evitar o avanço da contaminação. A segunda onda por lá vem alcançando números equiparáveis com a primeira onda. Pelo lado positivo, o Brexit e o processo de imunização da população contra a Covid-19, com mais uma farmacêutica disponibilizando vacinas, e os índices da produção industrial acima da expectativa, foram os determinantes para algumas semanas positivas no período. Na Zona do Euro, o ponto chave do mês, foi a reunião do BC Europeu, que manteve mais uma vez a taxas de juros e o programa mensal de compra de ativos. Os principais índices acionários fecharam o mês acumulando perdas. O Covid-19 segue promovendo mais medidas restritivas para o seu combate, por lá, mais 221 mortes foram registradas dia 22/01.Em Portugal, por exemplo, foi determinado o fechamento das escolas, universidades e creches até o dia 15 de fevereiro, já o Reino Unido volta a estudar mais medidas restritivas. ÁSIA. Na Ásia o mês seguiu também como o foco nas vacinas, sem ter agenda política para o fim e para o início do ano, as bolsas renovaram ganhos, tendo apenas a China apresentando realização na primeira semana. O cenário segue positivo por lá devido a uma sinalização de estímulos por parte dos governos, em principal o Japonês.2Os mercados acionários da Ásia fecharam as primeiras negociações do ano com ganhos. O otimismo se deu devido ao panorama econômico global, depois das vacinas, do acordo comercial entre a União Europeia e o Reino Unido e com as expectativas para o governo de Joe Biden. A pandemia segue exigindo mais medidas restritivas por parte da capital chinesa. As preocupações no curto prazo são relacionadas ao feriado do Ano Novo Lunar em fevereiro, devido a isso o governo pediu que a população evite as viagens na tradicional comemoração chinesa.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL. No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se próxima ao normal devido o FED manter o juro próximo de zero, e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento. No mês de janeiro, o Dow Jones terminou em queda de 1,40%, e o S&P recuou 0,47%. Nasdaq ganhando 1,55% no acumulado. O petróleo referência Brent ficou estável a U$55,04 o barril negociado na bolsa Mercantil de Futuros de Londres. O petróleo WTI ficou em queda de 0,31% aos US$52,18 o barril na bolsa Mercantil de Futuros, Nova York. O preço do minério de ferro negociado no Porto de Qingdao ficou em alta de 0,71% a US$158,54 a tonelada seca. No último pregão do ano o índice Hang Seng, bolsa de Hong Kong, fechou em queda de 0,94% aos 28.283 pontos. O índice Xangai, China, ficou em queda de 0,63% aos 3.483. O índice Shenzhen Composite ficou em queda de 0,75% a 2.335 e o ChiNext (ETF) ficou em queda de 2,74%. O índice Nikkei 225, bolsa de Tóquio, ficou em queda de 1,89% aos 27.663.Oíndice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 1,87% aos 395.85 pontos em Londres; o FTSE-100 (Londres) ficou em queda de 1,82% aos 6.407 pontos; o DAX 30 (Frankfurt) ficou em queda de 1,71% aos 13.432 pontos.

NACIONAL ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA. De acordo com a carta de conjuntura, divulgada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), expectativa média de crescimento do PIB em 2021 será3,5%, ou muito próxima disso, projeção que se encontra nesse patamar desde maio de 2020.Os gastos do governo federal direcionados ao enfrentamento à pandemia de covid-19 acumulam cerca de R$ 620,5 bilhões, divulgado em 22 de dezembro pela Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia. Do montante total, R$ 588,9 bilhões afetarão o déficit primário em 2020, e R$ 31,6 bilhões impactarão as contas públicas em 2021.A taxa de desemprego no país foi de 14,1% no trimestre de setembro a novembro de 2020 e atingiu 14 milhões de pessoas. Os dados foram divulgados em 28 de janeiro e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). No fechamento de 2020, o Brasil abriu 142.690 vagas de emprego com carteira assinada em 2020, apontam dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados ao final do mês pelo Ministério da Economia. O resultado se dá pelo saldo de15.166.221 contratações e de 15.023.531 demissões ao longo de 2020.

SETOR PUBLICO. A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 1,125 bilhão em janeiro. A balança comercial começou o ano com saldo negativo de R$ 6,14 bilhões (US$ 1,125 bilhão) em janeiro. As exportações somaram R$ 80,9 bilhões (US$ 14,808 bilhões), representando uma alta de 12,4% ante janeiro de 2020. Já as importações chegaram a R$ 87 bilhões (US$ 15,933 bilhões), representando uma alta de 8,3% na comparação com o período anterior correspondente.Com relação aos principais compradores de produtos brasileiros, se viu aumento de 19,4% na participação da China, Hong Kong e Macau, que passou de 26,6% para 28,3%.. Já a participação dos Estados Unidos nas nossas exportações caiu 4,4 %, de 11,1% em janeiro de 2020 para 9,5% em janeiro de 2021. A União Europeia caiu 5,6%, de 14,8% para 12,4%.

INFLAÇÃO. O Índice Geral de Preços –Mercado (IGP-M) teve alta de2,58% em janeiro. Em 12 meses o índice acumula alta de 25,71%. Em janeiro de 2020, o índice havia subido 0,48% e acumulava alta de 7,81% em 12 meses. De acordo com André Braz, Coordenador dos Índices de Preços“ Impulsionado especialmente pelos aumentos nos preços de commodities e de combustíveis, a taxa do IPA voltou acelerar e influenciou destacadamente o resultado do IGP-M. A variação apresentada pelo minério de ferro (4,34% para 22,87%) foi a maior influência positiva do índice ao produtor, que registrou alta de 3,38%, a maior taxa de variação desde novembro de 2020, quando havia subido 4,26%”.O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro foi de 0,25%, 1,10 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de dezembro (1,35%). Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 4,56%, acima dos 4,52% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2020, a variação havia sido de 0,21%.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO. O dólar comercial fechou o mês cotado a R$ 5,475 na venda. Com o resultado de hoje, norte-americana subiu 5,51% no mês. O novo pacote de auxílio americano e risco de alta inflacionária nos Estados Unidos, aliada a tendência de alta de juros no Brasil, risco fiscal ganhando nos holofotes e plano de vacinação mais lento que o esperado, impactam no câmbio. Logo, as projeções são de enfraquecimento do dólar no mundo todo.

RENDA FIXA ANBIMA. De acordo com o Boletim de Renda Fixa ANBIMA, publicado em 08 de fevereiro de 2021. “Em janeiro, o IMA-Geral, carteira que acompanha a performance de todos os títulos da dívida pública doméstica, desvalorizou 0,24%. Os títulos mais longos, considerados de maior exposição ao risco de mercado, foram os principais responsáveis por esse desempenho, sobretudo em virtude das incertezas dos investidores em relação ao avanço da pandemia e da piora do quadro fiscal. O IMA B5+, que reúne as NTN-Bs com vencimento de mais de cinco anos, exibiu perda de 1,69%, o menor resultado dentre os subíndices do IMA, acompanhado do IRF-M 1+, carteira dos títulos pré-fixados de vencimento acima de um ano, com redução de 1,4% no período. Em referência aos títulos mais curtos, o IMA B5, carteira que reflete as NTN-Bs de até cinco anos de vencimento, somente entre o dia 26, quando foi anunciada a prévia da inflação (0,78%) e 29 de janeiro, apresentou ganho de 0,43%, o que reverteu a desvalorização acumulada até o dia 25/janeiro passando de queda de 0,33% para avanço de 0,16% em janeiro. O IRF-M 1, com títulos pré-fixados de vencimento até um ano, performou 0,02%. Por comportar papéis de maior liquidez e menor volatilidade, o seu desempenho foi comprometido pelo aumento das expectativas inflacionárias nas últimas semanas. Uma estimativa do prêmio de risco médio de inflação para os próximos 12 meses, que está embutido nas taxas dos papéis prefixados, mostra que houve elevação expressiva desse indicador em meados de janeiro e que, mesmo apresentando trajetória recente de queda, o prêmio ainda se mantém acima do patamar observado nos últimos meses. Por sua vez, o IMA-S, com rendimento atrelado à taxa Selic, no período rentabilizou 0,21%, refletindo uma expectativa de apostas em elevação da taxa de juros nos próximos meses.”

RENDA VARIÁVEL. O Ibovespa terminou o mês com baixa de -3,32% aos 115.067 pontos. O Índice fechou em queda de mais de 3% no último pregão, fortalecendo o desempenho negativo no acumulado do mês, marcado pelo aumento das preocupações com ruídos políticos e riscos fiscais no país, além do avanço alarmante da pandemia de Covid-19 no mundo, apesar das vacinas, que apesar do aceleração nos Estados Unidos, segue mais fraca por aqui. PERSPECTIVAS. A última semana mais curta devido ao feriado do aniversário de São Paulo, pode levar a uma precificação mais rápida nos ativos de risco durante a semana, mas a existe a expectativa positiva devido a aceleração da vacinação ao redor do mundo e agora também no Brasil. O Brasil também deve começar a se adaptar à nova forma de governo trazida por Joe Biden, temos que observar como será a interação com os republicados. Já Bolsonaro segue sendo pressionado em relação a um impeachment, devido a sua atuação diante da pandemia. O atual presidente segue recebendo críticas de todos os lados, então suas próximas ações seguem sendo de extrema importância, e devemos acompanhar o Fórum Mundial de Davos, que terá Mourão e Guedes. A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia. Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais. Segue no radar, o aumento dos índices de preço da economia, uma inflação que começou acelerar e que tem impactos significativos já no curto prazo, podendo já ser vista no IPCA. Mesmo com o Relatório Focus indicando uma desaceleração do índice para os próximos períodos. Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo. Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. É provável que a qualquer sinal de melhora constante na economia, devemos ter uma elevação da SELIC, mesmo que antes do projetado. Os sinais de abertura na curva de juros, demonstrada pelo aumento da taxa de juros e a alta volatilidade nos títulos federais de longo prazo, aliada ao fato que acontecia desde 2002 e que aconteceu em setembro e outubro de 2020, com as LFTs (Tesouro Selic) sendo negociada a taxas negativas, indica a pressão sobre a Selic. O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

Cenário Econômico – Dezembro/2020

O mês de dezembro foi extremamente positivo para as principais economias do mundo, diversos mercados, incluindo os emergentes, tiveram uma alta considerável durante o mês, puxada principalmente pela agenda de vacinação iniciada no período.
O desfecho positivo do mês, indica um horizonte mais claro em relação a pandemia do coronavírus. A disputa entre vacinação e disseminação do vírus segue intensa, porém agora há luz no final do túnel.
A expectativa é que ainda no primeiro trimestre de 2021 respingue os efeitos negativos de 2020, mas agora com perspectivas de significativas melhoras, tanto no âmbito sanitário, como no econômico.
Durante o mês, vimos aqueles países que ainda possuem alguma folga fiscal, estudando e anunciando pacotes de estímulos para fomentar a economia e combater os efeitos indiretos do vírus, como é o caso dos Estados Unidos, Japão e a União Europeia.
Tivemos pontos negativos oriundo das medidas restritivas de distanciamento social, como forma de combate a disseminação da doença, mas que fere gravemente a economia. A retomada do “lockdown” em diversos países, principalmente na Europa, levou o foco diretamente para as vacinas, pressionando os países a acelerar a sua disponibilização.

INTERNACIONAL EUA
Ao início de dezembro nos Estados Unidos, a transição de Biden ao poder seguir acontecendo sem a imposição de Trump, deixando o clima menos tenso por lá. Durante a primeira semana Janet Yellen foi confirmada como a nova secretaria do tesouro, fato que é visto com bons olhos pelo mercado.
Se tratando de indicadores, o PMI veio acima da expectativa do mercado, atingindo o maior nível desde 2015. Os pedidos de auxílios desemprego veem diminuindo, mostrando uma melhora nesse aspecto, o único dado que preocupou foi o de criação de empregos, que indicou uma desaceleração e contribuiu para a necessidade de mais estímulos por parte do governo.
A realização dos índices no cenário externo se dá pelos mesmos motivos que gerou euforia na semana passada, com investidores de olho no avanço das vacinas em combate a Covid-19 e aprovação da vacina das farmacêuticas Pfizer e BioNtech nos Estados Unidos, pela FDA (Food and Drug Administration), agência responsável pela regulamentação de medicamentos nos EUA.
Donald Trump, ao longo do último mês do ano, impôs sanções contra oficiais chineses que tiveram relações na desqualificação de integrantes do parlamento da oposição em Hong Kong. Perante essa atitude, China suspendeu viagens sem visto de diplomatas dos EUA a Hong Kong. Além disso Biden deu sinais de que não irá afrouxar a sanções impostas a China. E Comissão de Comunicação dos EUA aprovou a remoção do equipamento produzido pela Huawei das redes sociais.
O desfecho em relação ao estímulo veio ao na metade do mês, com o tão esperado pacote de auxílios fiscais definido. Cerca de U$900 bilhões serão destinados a recuperação econômica para combater os efeitos oriundos da pandemia do Covid-19.
O pacote oferecerá outra rodada de cheques diretos aos americanos no valor de US$ 600, incluirá benefícios federais aumentados no auxílio-desemprego de US$ 300 por semana, fundos destinados para pequenas empresas e distribuição em massa das vacinas.

ÁSIA
Na Ásia, na primeira semana de dezembro, pairava a expectativa de que o primeiro-ministro do Japão, Suga, apresentaria um pacote de estímulos reforçados. Já na China se esperava que com a entrada de Biden ao poder, algumas restrições impostas por Trump fossem retiradas, porém o que tudo indica é que isso não vá acontecer e que o governo americano possa banir algumas empresas chinesas do setor acionário.
Em relação ao PMI, no Japão, o índice composto (indústria e serviços) de dezembro encolheu para 48 pontos (ainda em contração), indicando fracas expectativas para o setor no período.
O BOJ manteve a taxa de depósito -0,10%, porém ampliou compras de ETFs (Exchange Trade Funds) em 12 trilhões de ienes, aumentou compras de comercial papers e bônus corporativos em 15 trilhões de ienes e estendeu o prazo do programa de empréstimos em seis meses (setembro de 2021) para empresas afetadas pela pandemia.
Ao final da última semana de dezembro, o índice Hang Seng, bolsa de Hong Kong, fechou em alta 0,86% aos 26.343 pontos. O índice Xangai, China, ficou em alta de 0,76% aos 3.382. O índice Shenzhen Composite ficou em alta de 0,74% a 2.281 e o ChiNext (ETF) ficou em alta de 1,11%. O índice Nikkei 225, bolsa de Tóquio, ficou em alta de 0,33% aos 26.524. O índice FTSE Straits Times, bolsa de Singapura, ficou em alta de 0,22% aos 2.833.

EUROPA
O mês de dezembro levou a Europa ao atual epicentro da pandemia no mundo, foram canceladas as viagens de ano novo e natal em grande parte da região.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ordenou que moradores de Londres e outras partes do sudeste da Inglaterra ficassem em casa e os proibiu de se encontrarem com qualquer pessoa que não morasse na mesma casa por duas semanas.
Várias medias restritivas, inclusive “Lockdown” foi instituído por toda a Europa como forma de combate a pandemia, até então a segunda onda vem sendo tão crítica quanto foi a primeira.
Reino Unido deu início a vacinação da população contra a Covid-19 em dezembro, utilizando a vacina das farmacêuticas Pfizer e BioNtech, contrapondo a aceleração do contágio por lá.
Por outro lado, o BCE (Banco Central Europeu) colocou em pauta a possibilidade de manter por mais um ano a compras de ativos com o objetivo de aumentar a liquidez dos mercados. Por lá segue nítida a desaceleração, de acordo com a deflação medida pelo CPI (Índice de Preços ao Consumidor). Já ao final do mês, O Banco Central Europeu estendeu o programa de compra de títulos por mais 9 meses, no valor de 500 bilhões, totalizando um 1,85 trilhões.
No que tange ao Brexit (saída da Inglaterra da União Europeia) a expectativa na primeira semana do mês era um acordo firme ainda em 2020.
O peso do acordo de US$ 1 trilhão em comercio por conta de cotas e tarifas. As negociações se mantem paralisadas em dois pontos, a atividade de pesca em águas britânicas por parte da UE e as chamadas concorrências equitativas.
O Brexit tem data final marcada para 31 de dezembro. A possível mutação do coronavírus, que assustou os mercados de ações na semana passada, vem sendo estudada pelas autoridades de saúde de Grã-Bretanha.
Ao final da última semana do mês, o índice Stoxx Europe 600 fechou em alta de 1,08% aos 395.49 pontos em Londres; o FTSE-100 (Londres) ficou em alta de 0,66% aos 6.495 pontos; o DAX 30 (Frankfurt) ficou em alta de 1,26% aos 13.587 pontos; o CAC 40 (Paris) ficou em alta de 1,11% aos 5.527 pontos; o FTSE-MIB (Milão) ficou em alta de 1,31% aos 22.130 pontos; o Ibex 35 (Madri) ficou em alta de 1,76% aos 8.073 pontos; e o PSI-20 (Lisboa) ficou em alta de 2,10% a 4.825 pontos.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL
No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se próxima ao normal após o FED manter o juro próximo de zero e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento.
No mês de dezembro, o Dow Jones subiu 3,27%, o S&P 500 também subiu 3,71%. O Nasdaq registrou um avanço de 5,05% em dezembro.
O petróleo referência Brent ficou em queda de 0,27% a U$51,49 o barril negociado na bolsa Mercantil de Futuros de Londres. O petróleo WTI ficou em alta de 0,58% aos US$48,30 o barril na bolsa Mercantil de Futuros, Nova York. O preço do minério de ferro negociado no Porto de Qingdao ficou em queda de -1,94% a US$159,85 a tonelada seca.
No último pregão do ano, o índice Hang Seng, bolsa de Hong Kong, fechou em alta de 2,18% aos 27.147 pontos. O índice Xangai, China, ficou em alta de 1,05% aos 3.414. O índice Shenzhen Composite ficou em alta de 1,34% a 2.288 e o ChiNext (ETF) ficou em alta de 3,09%. O índice Nikkei 225, bolsa de Tóquio, ficou em queda de 0,45% aos 27.147.
O índice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 0,34% aos 400.25 pontos em Londres; o FTSE-100 (Londres) ficou em queda de 0,71% aos 6.555 pontos; o DAX 30 (Frankfurt) ficou em queda de 0,31% aos 13.718 pontos, no último pregão do mês.

NACIONAL

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA
Foi levantado pelo Banco Central a expectativa quanto ao resultado do PIB de 2020, uma melhora de expectativa que saiu de -4,40% para -4,36%. Vale lembrar que em junho de 2020, a expectativa de fechamento de PIB em 2020 era de -6,51%. A melhora da expectativa se dá pela retomada de atividade econômica no Brasil e no mundo.
A retomada conta com uma melhora do nível produtivo, até o aumento do consumo por conta dos agentes econômicos impulsionado inclusive por auxílios governamentais.
O Senado Notícias publicou em 22 de dezembro que o governo federal gastou por volta de R$ 509 bilhões em medidas para enfrentamento à pandemia, e é claro que este recurso dispendido possui reflexos diretos no cenário econômicos, em curto, médio e longo prazo.
Os efeitos imediatos são de estímulo ao consumo e ao emprego, enquanto a médio/ longo prazo as consequências podem ser um pouco nocivas, principalmente no segmento que o país já vinha apresentando dados preocupantes, o fiscal.
Sobre as questões de desemprego, o ministro Paulo Guedes constantemente aparece publicamente mencionando que a economia brasileira está se recuperando em V, e que no final, o fechamento anual pode constar uma perda de zero empregos. Como já dito, o mês de novembro foi marcado pela maior criação de empregos formais desde 1992, foram 414.556.
É apontado que um dos maiores contribuintes foram por conta do programa de governo que permitia a suspenção de contratos de trabalho e a diminuição salarial, que evitou um número muito maior de demissões.

SETOR PUBLICO
Na 4ª semana de dezembro, a balança comercial registrou superávit de US$ 1,856 bilhão e corrente de comércio de US$ 5,97 bilhões, resultado de exportações no valor de US$ 3,913 bilhões e importações de US$ 2,057 bilhões.
No mês, as exportações somam US$ 15,417 bilhões e as importações US$ 16,217 bilhões, com saldo negativo de US$ -0,801 bilhão e corrente de comércio de US$ 31,634 bilhões.
No ano, as exportações totalizam US$ 206,972 bilhões e as importações, US$ 156,737 bilhões, com saldo positivo de US$ 50,235 bilhões e corrente de comércio de US$ 363,709 bilhões.

INFLAÇÃO
O mês de dezembro de 2020 contou com a maior alta histórica de inflação (1,35%) desde fevereiro de 2003 (1,57%) fechando o acumulado do ano com 4,52%, sendo também a maior alta desde a última crise econômico-política de 2016 (6,29%).
Os principais pontos que se destacam no comparativo ano contra ano são os do setor de Alimentação e bebidas que contou com um acumulado de 14,09%, além de Artigos de residência (6%), Habitação (5,25%), e Comunicação (3,42%). Estes são os setores que mais tiveram impactos nos preços.
A proporção da alta dos preços era esperada, dada a dimensão que o Real veio se desvalorizando durante o ano de 2020, tendo sua alta em quase R$ 6,00 durante o mês de maio. E os efeitos já eram previstos, os alvos inerentes de uma valorização do dólar são as commodities, e a alta dos mesmos já eram sinalizados pelo IGP-M durante o terceiro semestre de 2020. O índice calculado pela FGV fechou o ano de 2020 com o acumulado de 23,14%.
Os efeitos do aumento de preços são reflexo das experiências econômicas realizadas pelo Banco Central durante todo o ano, através de uma derrubada da taxa de juros para o menor patamar histórico visto no Brasil. Esta tentativa de estímulo econômico conta como ônus a desvalorização cambial, que por sua vez impacta os preços de atacado e varejo.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO
O dólar comercial voltou a subir no último pregão do ano, chegando a R$ 5,189 na venda (+0,11%).
Mesmo dezembro sendo um mês de desvalorização do dólar frente ao real, chegando a -2,95% no mês, não foi o suficiente para minimizar a alta acumulada de aproximadamente 30% em 2020.
Como resultado, o Real registrou o segundo pior desempenho no mundo em meio à pandemia do covid-19, com juros locais na mínima histórica e incertezas fiscais como principal pauta.
A balança comercial brasileira registrou um déficit de US$ 572 milhões na primeira semana de dezembro.
O resultado é a consequência do crescimento de 80,6% nas importações, chegando a US$ 4,32 bilhões e superando a alta de 6,3% das exportações, que totaliza US$ 3,75 bilhões. Os dados foram divulgados no dia 07/12 pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.
No acumulado do ano, a balança comercial teve superávit de US$ 50,46 bilhões, com crescimento de 14,1% em comparação ao ano de 2019.

BOLETIM RENDA FIXA ANBIMA
Em 2020, o IMA-Geral, que representa a carteira de títulos públicos em mercado, apresentou variação de 5,34% contra 12,82% registrados em 2019, encerrando o ano com variação em 194% do DI. Este desempenho é bem inferior aos resultados de 2019, sobretudo em razão dos efeitos da pandemia sobre a economia e seus reflexos nos preços dos títulos.
Entre as carteiras do IMA, o IRFM rentabilizou 6,7%, correspondente à 140% do DI. Entre os subíndices, o IRFM 1+, com títulos pré-fixados acima de um ano, exibiu o melhor desempenho de toda a família de índices no ano, com retorno de 8,45%, performance corroborada pelo desempenho de 3,05% em dezembro. A valorização desses papéis foi impulsionada no final de 2020 pelo início da vacinação no exterior contra o coronavírus. Por sua vez, os títulos pré-fixados com prazo abaixo de um ano, e representados pelo IRFM 1, registraram a menor rentabilidade anual da família IRFM, com ganho de 3,84%, em função do aumento das expectativas de inflação. Diante disso, a variação em dezembro foi de 0,31%.
Com relação aos títulos públicos indexados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a carteira do IMA B rentabilizou 6,4% no ano. Entre os subíndices, a maior rentabilidade anual foi do IMA B5, índice que comporta títulos até cinco anos e indexados ao IPCA, com variação de 8,04%, performando 1,83% no mês. Esse resultado do ano, mesmo impulsionado pelo aumento da procura por títulos curtos para proteção inflacionária, ficou 39% abaixo em relação a variação de 2019 (13,15%). O IMA B5+ (composto por títulos com mais de cinco anos e indexados ao IPCA), que registrou a menor rentabilidade da família IMA B, encerrou o ano com ganho de 5,5%, variando 7,51% no mês. Apesar disso, em 2020 performou 82% abaixo da rentabilidade de 2019 (30,37%).

RENDA VARIÁVEL
O índice de renda variável do Brasil, o Ibovespa, fechou o ano de 2020 com alta no mês de dezembro de 9,30%, e no acumulado de 2020 de apenas 3% aos 119.017 dado principalmente a alta volatilidade que o ano apresentou.
Ao olhar primeiramente ao índice, tem-se a impressão de ter sido um ano fraco no mercado acionário, porém se analisarmos os impressionantes 67.690 pontos do poço que saímos em março acompanhado de três pregões de circuit breakers, temos um olhar um pouco diferente do potencial que a bolsa atingiu no ano de 2020.
Os eventos pós início da pandemia em que a bolsa estava nos seus menores patamares que permitiram uma acelerada recuperação foram principalmente quanto as notícias de desenvolvimento da vacina contra o Covid-19.
O cenário eleitoral americano favoreceu uma maior busca por risco, o que permitiu uma maior entrada de capital estrangeiro no país, ainda mais com um Real bem desvalorizado perante outras moedas fortes, impulsionando desta forma o mercado interno.
O Patrimônio líquido dos FIA (Fundo de investimentos em Ações) em dezembro registrou crescimento pelo segundo mês consecutivo. Em setembro houve queda de (-3,16%) e em outubro recuo de (-0,40%). Assim, o crescimento foi retomado em novembro, com alta de 12,65%, e em dezembro, com alta de 7,46%.

PERSPECTIVAS
Para a última semana do ano, se cria uma expectativa ainda maior no que tange as vacinas, principalmente sobre a CoronaVac, muito se discutindo sobre a sua efetividade.
Rumores sobre Trump barrar o pacote de estímulos definidos deve ser um assunto bem discutido, porém caso se concretize, será apenas momentaneamente, devido a Trump já estar em final de mandato.
Muito se fala sobre a busca por ativos de risco dado ao cenário mais estável e otimista no exterior, e o Brasil pode continuar sendo um dos favorecidos dessa onda de otimismo.
A expectativa permanece na manutenção do ambiente estável conquistado nas últimas semanas, podendo contribuir para um desenvolvimento econômico mais constante, que possivelmente colaboraria para cessar o auxílio emergencial no Brasil, favorecendo o quadro fiscal do país.
Com o decorrer da semana e ao se aproximar do final do ano, se espera o máximo de atividade possível do governo no que tange as reformas, porém com a ideia já definida que só teremos grandes movimentações em 2021.
A preocupação com o quadro fiscal, endividamento, rolagem de dívidas e teto de gastos, ainda segue como principal pauta, caso isso aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento na taxa de juros e no risco Brasil e isso não seria bom para o estado da economia atual, que já segue prejudicada.
Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.
Segue no radar, o aumento dos índices de preço da economia, uma inflação que começou acelerar e que tem impactos significativos já no curto prazo, podendo já ser vista no IPCA.
Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas do mercado seguem as mesmas, não enxergando espaço para uma queda brusca e esperando algum gatilho advindo das medidas do governo para um posicionamento mais forte nos ativos de risco.
Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. É provável que a qualquer sinal de melhora constante na economia, devemos ter uma elevação da SELIC, mesmo que antes do projetado.
Ainda segue no radar os sinais de abertura na curva de juros, o que nos preocupa quanto ao aumento de taxa de juros e a alta volatilidade nos títulos federais de longo prazo. Fato que não acontecia desde 2002 e que aconteceu em setembro e outubro, são as LFTs (Tesouro Selic) sendo negociada a taxas negativas.
O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo cenário político brasileiro.

 

Cenário Econômico – Novembro/2020

 O mês de novembro foi um dos melhores meses para a economia, mesmo durante a pandemia do novo coronavírus que assola o mundo desde o começo do ano.

Muitos países viram o bom momento através dos índices de mercado alcançando recordes com os desempenhos financeiros das empresas, podendo ser explicada pelos anúncios de vacinas para a Covid-19. Os indicadores econômicos domésticos de cada país também ajudaram, bem como o rumo das eleições norte americanas.

Nos Estados Unidos, após o resultado anunciando Biden como o vencedor, o temor do mercado era de que Trump dificultasse a transição de Biden ao poder por não reconhecer a vitória do candidato, judicializando a decisão.

Porem ao final do mês, Trump parecia mais conformado com a derrota e Biden iniciou a sua transição, acalmando os mercados, que criou expectativas com alguém menos volátil no poder, isso culminou para um mercado com mais apetite por risco.

Fato que contribuiu para elevar os níveis dos mercados em novembro, foi devido as ótimas notícias referentes as vacinas, se criou um otimismo generalizado em relação a aplicação em massa ainda para 2020, tudo isso em meio a ascensão de contaminação em diversos países.

Na Europa, os resultados das vacinas fizeram com que alguns investidores tentassem recuperar a perda anualizada por lá, as medidas restritivas na zona do euro mostram como a Europa vem sofrendo muito com a segunda onda de contaminação.

Por lá, o FMI recomenda ação conjunta aos demais países para superar os efeitos do vírus na economia, mesmo a maioria dos países já não terem mais folga fiscal, tendo em vista que as políticas monetárias não estão surtindo os efeitos esperados.

O desemprego na Europa se mantém elevado e em leve tendência de alta, tendo alcançado 8,3% em setembro, com mostrou a carta de conjuntura do IPEA referente ao 4º trimestre de 2020.

Na Ásia os mercados seguem no positivo, ainda mais com Joe Biden como o vencedor das eleições americanas, que acaba por elevar o humor dos investidores e elevar as negociações nas bolsas da região asiáticas, porem já ao final do mês, o bom humor já não é tão grande, tendo em vista que Biden parece não estar tão interessado em acordos com a China tão cedo.

Ainda por lá, a principal notícia foi o anúncio de Pequim dizendo que irá incentivar o consumo no Japão. Como o resto do mundo, os olhares estão voltados para o desenvolvimento das vacinas em fase final, e seus efeitos imediatos já no mercado, ações ligadas as commodities também tem ajudado as bolsas asiáticas.

Já no Brasil, um dos destaques se deu para o discurso feito pelo presidente Jair Bolsonaro referente ao tratamento do Covid-19 e sua posição em ainda não reconhecer Joe Biden como vencedor das eleições americanas. Já Paulo Guedes falou em privatizações em 2021, colocando o porto de Santos em pauta para 2022, disse ainda que o Brasil pode crescer 4% no ano que vem.

Pesquisas indicam que a aprovação do governo Bolsonaro caiu. Entretanto, o que mais tem preocupado a todos, ainda é o quadro fiscal, principalmente após de declarações de Guedes dizendo que se houver segunda onda de contaminação os auxílios emergenciais serão estendidos.

Fato positivo da semana foi a forte entrada dos investidores estrangeiros na bolsa, o ingresso ocasionou forte alta durante o mês.

Tivemos também, BC nada preocupado com a alta da inflação no curto prazo, deixando ainda a porta aberta para quedas, mesmo que pouco provável, uma vez que já se projeta uma alta nos juros futuros, mas faz adendo sobre a política fiscal e a necessidade de perseguir reformas. Ainda referente ao Banco Central, o Senado aprovou sua autonomia, que segue agora para votação na Câmara, onde pode ser modificada.

INTERNACIONAL

EUA

Nós Estados Unidos, A indústria farmacêutica norte-americana Moderna, anunciou ao final de novembro o pedido de autorização para o uso emergencial junto à Food and Drug Administration dos Estados Unidos para a realização da sua vacina. A concorrente Pfizer, que no início do mês já havia solicitado a autorização, também espera aprovação.

Devido a isso, em meio ao ano onde o Covid-19 foi o principal causador de volatilidade de aversão ao risco do mercado, as notícias referentes as vacinas imunizantes trazem o tom de otimismo para os mercados.

O otimismo foi encontrado também na eleição presidencial, em virtude dos vencedores Joe Biden e Kamala Harris, tendo o acesso a formação de equipe para o governo, uma vez que Trump acusa o golpe e aceita sua derrota nas eleições. A indicação de Biden, Janet Yellen, ex-presidente do Fed, para a Secretaria do Tesouro, foi vista com enorme otimismo pelos mercados, e já criam expectativas para as próximas indicações para formar o time ideal de Biden.

Ainda em novembro, os lucros corporativos surpreenderam positivamente, com as gigantes de tecnologia tendo resultados recordes novamente.

Por outro lado, o país ainda sobre com o aumento de casos de Covid-19 em muitos estados e a incerteza do próximo pacote fiscal, porém democratas e republicanos indicam que podem chegar ao acordo de U$ 900 bilhões para auxiliar a economia por lá.

ÁSIA

Na Ásia, o foco ficou primeiramente no desenrolar das eleições americanas e posteriormente nos dados positivos de PIB.

O PIB chinês cresceu 4,9% no terceiro trimestre em relação a igual período de 2019 e 2,7% na comparação dessazonalizada com o trimestre anterior, após crescimento de 11,7% no segundo e queda de 10% no primeiro trimestre, em dados da carta de conjuntura do IPEA referente ao 4º trimestre de 2020.

Por lá em novembro, o Comitê Central do Partido Comunista começou a analisar o novo plano quinquenal, uma proposta para guiar a economia chinesa até 2025, parceiros comerciais já estão de olhos voltados para os próximos passos da china.

Em relação a Brasil-China, no período de janeiro a novembro, as vendas para a China avançaram 10,3% e, para toda a Ásia, 8,9%.

EUROPA

Na Europa as bolsas encerraram novembro em realização de lucros, tentando aproveitar o bom momento para reverter perdas do ano, o índice pan-europeu Stoxx marcou o maior ganho mensal desde o início da flexibilização. Entretanto, o fator em comum com o resto do mundo o que mais animou os investidores foram as boas notícias referentes a vacinas imunizantes contra o Covid-19 e, ao mesmo tempo, mantiveram as esperanças para um acordo sobre o Brexit para o início de dezembro.

Como o resto do mundo, a Europa ficou atenta ao desenrolar das eleições americanas, enquanto medidas restritivas foram adotadas para conter o novo epicentro da pandemia, o horizonte mais positivo se dava pelo resultado das eleições, indicando Biden ao poder.

Ao final do mês, cria-se a expectativa de uma política comercial mais conciliadora com o novo governo dos Estados Unidos, Joe Biden, por ter um perfil menos volátil, se espera acordos mais bilaterais.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL

No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se próxima ao normal após o FED manter o juro próximo de zero e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento.

No mês de novembro, o Dow Jones subiu 11,9%, melhor resultado no mês desde o início de 1987. O S&P 500 também subiu 10,7%. O Nasdaq registrou um avanço de 11,9% em novembro.

No mês o CSI300 cresceu 5,6%, enquanto o SSEC teve alta de 5,2%, ambos registrando o maior avanço mensal desde julho.

Na bolsa de Tóquio, o índice Nikkei encerrou o último pregão do mês em baixa de 0,79%, aos 26.433,62 pontos, enquanto em Seul, o índice Kospi cedeu 1,60%, aos 2.591,34 pontos. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,49%, para 3.391,76 pontos.

Na Europa, o índice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 0,98% aos 389,36 pontos em Londres; o FTSE-100 (Londres) ficou em alta de 0,07% aos 6.367 pontos; o DAX 30 (Frankfurt) ficou em queda de 0,33% aos 13.291 pontos; o CAC 40 (Paris) ficou em queda de 1,42% aos 5.518 pontos; o FTSE-MIB (Milão) ficou em queda de 1,30% aos 22.060 pontos; o Ibex 35 (Madri) ficou em queda de 1,39% aos 8.076 pontos; e o PSI-20 (Lisboa) ficou em queda de 1,01% a 4.604 pontos.

O petróleo referência Brent ficou em queda de 0,48% a US$47,65 o barril negociado na bolsa Mercantil de Futuros de Londres. O petróleo WTI ficou em queda de 1,03% aos US$45,06 o barril na bolsa Mercantil de Futuros, Nova York. O preço do minério de ferro negociado no Porto de Qingdao ficou em alta de 1,55% a US$131,63 a tonelada seca.

NACIONAL

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB (produto interno bruto) do Brasil cresceu 7,7% no 3° trimestre, em comparação ao trimestre anterior, mesmo sendo inferior a meta de 9%, o resultado foi interpretado com otimismo, por retirar o país da chamada resseção técnica.

O resultado positivo tem como principal motivo o aumento do consumo das famílias e a alta da indústria, porém deve ser levado em consideração os estímulos fiscais promovidos pelo governo no período.

A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal estimou os gastos ligado ao auxílio emergencial deva chegar a R$ 267,9 bilhões e o gasto ligado ao combate a pandemia a R$ 496,8 bilhões em 2020, equivalente a 7% do PIB.

Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) indicaram que em outubro abriram-se 395.000 vagas de emprego com carteira assinada, divulgados na última semana de novembro pelo Ministério da Economia. Sendo assim, o quarto mês seguido de alta e o melhor resultado desde 1992.

Levando em consideração os empregados e os desempregados no período citado, há um salto positivo de 1,03% em relação ao mês anterior. Porém no consolidado de 2020, o resultado permanece negativo.

SETOR PUBLICO

Em novembro a balança comercial registrou um superávit de US$ 3,732 bilhões, de acordo com o ministério da economia, o resultado do mês foi 4,7% superior ao mesmo mês do ano passado, onde o superávit foi de US$ 3,565 bilhões.

O que contribui para tal feito é a alta do dólar no ano, aproximadamente 30% no acumulado, isso contribui para a queda das importações e favorece as exportações, favorecendo o aumento do superávit comercial.

INFLAÇÃO

Com o aumento da desvalorização cambial nos últimos meses, o preço das commodities e das matérias primas vêm aumentando e causando impactos no restante de toda a cadeia produtiva por estes terem sua valorização em dólar.

Pela ótica da demanda, os efeitos do auxílio emergencial tiveram forte poder de influência sob o comportamento dos agentes econômicos, principalmente quanto ao que tange as principais necessidades daqueles que receberam o auxílio – o complemento alimentar. Não por coincidência o setor de alimentos foi o que mais disparou durante toda a pandemia, e o mês de novembro, ainda que um pouco mais distante dos períodos de pico do surto, segue sob forte pressão inflacionária devido a este aumento repentino de demanda.

Na outra ponta, produtores da indústria relatam que há falta de insumos para a confecção de bens de consumo, o que também gera maior escassez e por consequência o aumento de preços, além também do aumento do preço dos combustíveis que também tem forte potencial de disseminação inflacionária para outros bens.

Os setores mais impactados no mês de novembro segundo os principais veículos de informação, foram, como já citados, os setores de alimentos – 0,89% em novembro, o maior para o mês desde 2015, e de 12 meses 4,31% -, em que a batata inglesa foi um grande impulsionador do índice calculado pelo IBGE – com o incrível aumento de 30% -, do tomate – com uma escalada de 18.45% -, e da carne – com aumento de 6%. Fora os alimentos já mencionados, outros tiveram expressivos destaques como o óleo de soja (9,24%), o arroz (6,28%).

Em relação ao combustível, em especial a gasolina com uma alta de 1,64%, foi responsável pelo aumento do setor de transportes (1,33%), além do aumento do etanol de 9,23%.

Os dois itens somados, alimentos e transportes, representam 89% da alta total do IPCA no mês de novembro.

O IGP-M por sua vez, calculado pela FGV, sinaliza uma alta de 3,28% para o mês de novembro, com o acumulado do ano em impressionantes 21,97% e de 24,52% em 12 meses. Segundo o portal da FGV, os principais impactos foram nas commodities como o milho (de 10,98% para 21,85%), o trigo (2,32% para 19.20%), e a carne bovina (de 6,92% para 7,40%).

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

O dólar perdeu força no mês de novembro e fechou com desvalorização de 6,82%, puxada pelo ânimo dos investidores, com um maior apetite ao risco, aliado ao ambiente externo mais tranquilo, com Biden chegando ao poder dos Estados Unidos.

O mês teve como destaque a entrada de investimentos estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo, o mês de novembro registra um saldo líquido positivo de R$ 31,462 bilhões, resultado de R$ 306,937 bilhões em compras e R$ 275,474 bilhões em vendas, apesar do acumulado negativo no ano, o mês foi bem animador para os mercados, colocando em pauta assuntos relacionados ao desenvolvimento econômico, refletindo em uma taxa de câmbio menos pressionada.

RENDA FIXA

Em novembro, o destaque ficou por conta dos títulos públicos atrelados à inflação, em especifico o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), como é o caso do IMA-B 5+ (NTN-Bs com vencimento de mais de cinco anos) que obteve retorno de 2,59% no mês, o maior no período, reduzindo o acumulado no ano para -1,87%.

Na sequência de bons resultados, vem o IMA-B 5 (NTN-Bs até cinco anos), que obteve rentabilidade de 1,32% e acumula 6,10% no ano.

A rentabilidade positiva dos índices pode ser entendida como o reflexo da inflação, que vem em ascensão nos últimos meses e principalmente em novembro, levando ao aumento de procura por títulos que proteja contra os efeitos inflacionários.

Já os títulos pré-fixados, representados pela carteira do IRF-M, o sub índice IRF-M1+ (prefixado acima de um ano) rentabilizou 0,46% no período e no ano acumulando retorno de 5,24%. O IRF-M1 (prefixados até um ano) apresentou variação de 0,23% no mês e 3,52 no ano.

A taxa de juros segue no mesmo patamar dos últimos meses, em 2%, sendo prevista que se mantenha nesse nível até o final do ano pelo menos, porém a qualquer sinal de melhora dos indicadores econômicos, é de se esperar uma elevação da taxa.

RENDA VARIÁVEL

No mês de novembro, o Ibovespa foi apontado pela melhor performance entre os países emergentes com índices acionários, com alta de 26,63% em dólar, segundo o Valor Data.

Os fatores que contribuíram para o desempenho são de caráter internacional. Em primeiro lugar, as notícias sobre o desenvolvimento das vacinas contra o Covid-19, que animam os investidores que contam com a expectativa de uma solução o quanto antes. Além disso, a vitória do democrata Joe Biden sinalizou um alívio quanto a percepção de risco, o que aumenta o apetite pela busca deste risco.

Outros fatores importantes que contribuíram para o mês recorde de novembro, foi a entrada de capital estrangeiro valorizando as ações que estavam muito descontadas por conta da precificação do coronavírus no ano. E o rali nos preços das commodities, onde o minério e a celulose também viveram boas altas, favorecendo o Brasil.

O Ibovespa fechou novembro aos 108.893,32 pontos, uma alta de 15,9% durante o mês, a melhor performance para o período desde 1999.

PERSPECTIVAS

As perspectivas para o próximo mês gira em torno das atitudes dos governos dos estados após as eleições municipais, sabendo que o Brasil vive uma nova onda de contaminação, esperasse que as atitudes tomadas sejam de acordo com a situação econômica delicada que o país sem encontra.

No cenário externo, as boas notícias com vacinas e os dados econômicos acima do esperado no mês, eleva o humor dos investidores em âmbito global, aumentando o apetite por risco, não por coincidência o Brasil foi alvo de entrada de capital estrangeiro com grande volume no mês.

A expectativa é que o bom cenário permaneça, que as medidas restritivas ao redor do mundo sejam as mais eficientes, para que com o avanço da vacina e a provável distribuição em massa possam colaborar para o desenvolvimento econômico ascendente desta vez.

Por outro lado, temos que observar as ações do governo no cenário doméstico, a muitas pautas que ficaram paralisadas ao decorrer do ano e que são de extrema importâncias para o futuro do país, tendo que ser decididas e votadas em tempo recorde.

Portanto, a preocupação com o quadro fiscal, endividamento, rolagem de dívidas e teto de gastos, segue como principal pauta, caso isso aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento na taxa de juros e no risco Brasil e isso não seria bom para o estado da economia atual, que já segue prejudicada.

Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.

Segue no radar, o aumento dos índices de preço da economia, uma inflação que começou acelerar e que tem impactos significativos já no curto prazo.

A partir de uma visão do Banco central onde passa a ideia de que as condições continuam essencialmente as mesmas sem mudanças no quadro fiscal e que aceleração da inflação seria temporária, como principal consequência a taxa de juros pode ficar baixa por mais tempo.

O que se observa são as taxas de juros prefixadas de vencimentos mais longos acabam ficando igualmente pressionadas em níveis mais elevados, sendo a compensação exigida pelos investidores pelo fato de eventualmente a Selic ao nível de hoje estar errada e precisar ser corrigido no futuro para cima. O que nos faz entender que certos segmentos não atraem devido ao prêmio pago e podem gerar volatilidade e risco aos portifólios.

Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. É provável que a qualquer sinal de melhora constante na economia, devemos ter uma elevação da SELIC, mesmo que antes do projetado.

Logo, segue no radar os sinais de abertura na curva de juros, o que nos preocupa quanto ao aumento de taxa de juros e a alta volatilidade nos títulos federais de longo prazo. Fato que não acontecia desde 2002 e que agora vem acontecendo nos últimos 2 meses, são as LFTs (Tesouro Selic) sendo negociada a taxas negativas.

O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve manter-se ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo cenário político brasileiro.

 

Cenário Econômico – Outubro/2020

 Outubro foi pautado novamente pelas preocupações em relação ao Covid-19 e suas possíveis novas ondas de contaminação, fato que trouxe temor os mercados no mundo todo, aliado ao desenrolar das eleições presidenciais norte americanas.

Os principais índices do mundo sofreram quedas, como o MSCI Global que caiu (3,1%) no mês, a Europa sendo o país que mais sofreu em outubro caindo -5,2% e os EUA especificamente o índice S&P500 caiu -2,8%.

Pode se indicar alguns fatores principais para essa forte queda no mês, a primeira sendo a segunda onda de Covid-19 na Europa, forçando o país a tomar medidas de restrição social como maneira de conter a disseminação, desacelerando a economia e afetando os mercados.

O segundo principal fator foram as eleições presidências dos Estados Unidos, fato comum que já costuma trazer volatilidade ao mercado, tendo em vista que a linha de raciocínio dos candidatos se mostra contraria, a disputa entre Democratas e Republicanos se mostrou acirrada, gerando incertezas.

Ainda nos Estados Unidos, fato que já vinha sendo discutido e se manteve amarrado até o fim do mês, eram as contínuas discussões sobre o pacote de estímulos fiscais, se esperava que o acordo entre câmara e senado fosse sinalizado antes das eleições presidências, porém não aconteceu.

A Europa foi castigada mais uma vez por conta da pandemia, novos casos foram apontados, e os principais países europeus viram suas curvas relacionadas a contaminação em ascensão, fato esse que reflete negativamente nos mercados, principalmente nos países emergentes, com os efeitos subsequentes.

Medidas de restrições sociais foram adotadas pelos europeus com o intuito de desacelerar a ascensão do vírus, medida que se tornam positivas no meio sanitário, porém muito prejudiciais a economia, trazendo novamente aversão ao risco no mercado.

Ainda tivemos a União Europeia e Reino Unido sinalizando que estão novamente dispostos a retomar as negociações e discussões sobre o Brexit, fato importante para sanar as incertas criadas por lá, porém que não teve força suficiente para gerar otimismo aos mercados.

O Ibovespa terminou o mês com desvalorização de -0,69%, aos 93.952 pontos. No ano, acumula perda de -18,76% e de -13,33% em 12 meses. O CDI, teve rentabilidade de 0,16% no mês, o que levou a um acumulado de 3,24% em 12 meses. De acordo com o Banco Central (Ptax 800), o Dólar teve alta de +2,32% no mês, cotado a R$ 5,7718, enquanto o Euro subiu +1,68% cotado a R$ 6,7241.

Na Ásia, mas especificamente no Japão, o Banco Central reduziu suas projeções de crescimento econômico e inflação para o atual ano fiscal, mas ofereceu uma visão mais otimista sobre as perspectivas de recuperação. O governador do BOJ, Haruhiko Kuroda, disse que o banco estava pronto para estender o prazo de março de 2021 de seu programa de resposta à crise para ajudar empresas em dificuldades e tomar medidas adicionais de flexibilização monetária, se necessário. Na China, a inflação pelo CPI (consumidor) de setembro anualizada, em queda para 1,7% (anterior em 2,4% e deflação no PPI (Índice de Preços ao Produtor – atacado) de 2,1%). Por lá, o saldo da balança comercial mostrou superávit de US$ 37 bilhões em setembro, muito inferior ao do mês anterior de US$ 58,9 bilhões. A expectativa é de que a China deve crescer 1,9% em 2020 de acordo com as suas próprias previsões e as do FMI.

Por aqui, não houve muitas novidades, o Congresso Nacional engessou suas atividades em detrimento da proximidade das eleições, principalmente em relação aos temas mais sensíveis aos eleitores. O foco ficou para os acontecimentos ao redor do mundo.

No Brasil, os ativos domésticos acompanharam a aversão ao risco vista nos mercados internacionais e apresentaram um mês de desvalorização, com os mercados apresentando alta volatilidade.

A discussão em torno da questão fiscal continuou em evidência, com dúvida em relação à origem dos recursos para fonte de volatilidade para os mercados, visto que parte do governo busca brechas no teto de gastos para implementar esse projeto. Outro assunto que marcou o mês foi a reaproximação do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fato que fortalece a defesa do teto de gastos e uma política fiscal mais rigorosa.

INTERNACIONAL EUA

Nos Estados Unidos, os recordes de contágio estão sendo diariamente alcançados, porém após uma primeira onda tão austera e com os aprendizados e melhora de infraestrutura trazidos por ela, os impactos estão sendo mais leves, mas estão longe de deixar de preocupar.

O que já se sabe é que a cada medida de restrição social imposta para combater os efeitos do vírus, tem enorme impacto na economia, sendo assim, quando o vírus insiste em permanecer em circulação afetando a população e as medidas de restrição entram em pauta novamente e o mercado reage negativamente.

O que acalmará o mercado frente a essa situação será a liberação das vacinas emergencias para a população, aos olhos dos agentes de mercado, isso poderia conter a desaceleração da economia, de acordo com Donald Trump, no último debate presidencial, nas próximas semanas já será possível ministrar as vacinas emergenciais.

Sobre os debates presidenciais, com um caráter menos agressivo, porém mais inconclusivo, enxergamos que a vitória em um debate se dá por conta de conseguir reverter votos para si ou convencer os indecisos, fato que não parece ter ocorrido, uma vez que os candidatos não se expuseram e utilizaram de estratégias que garantiam a sua base de eleitorado.

Os investidores também monitoram a implementação do novo pacote de estímulos econômicos nos EUA, gerando incerteza ao mercado devido à demora para se chegar a um acordo entre câmara e tesouro.

Porém ao final do mês Joe Biden obtinha maior vantagem na corrida presidencial, sendo o mais indicado a vencer a disputa, logo o mercado já começa a antecipar esse acontecimento e precificar de acordo com a possíveis atitudes que Biden tomaria ao assumir o poder.

ÁSIA

As bolsas chinesas fecharam o mês com ganhos, embaladas pelas ações de saúde em meio à esperança de uma maior recuperação econômica depois da pandemia do Covid-19.

Os líderes se reuniram na 19ª reunião do Comitê Central do Partido Comunista, que foi comandada pelo presidente Xi Jinping, para discutir o plano de desenvolvimento no período de 2021 a 2025. Na pauta estão os temas: desenvolvimento econômico, educacional, infraestrutura, meio ambiente e saúde, entre outros.

Já a bolsa de Tóquio o otimismo foi deixado de lado devido as preocupações pelo aumento de casos de corona vírus na Europa e nos Estados Unidos.

Tivemos a divulgação de alguns indicadores Asiáticos na semana, com a China anunciando PIB do terceiro trimestre expandindo 4,9% na comparação anual (previsão era +5,3%), produção industrial anualizada de +6,9% para setembro, indicando melhora sobre a expectativa, vendas no varejo com +3,3% e investimentos em ativos fixos com expansão nos nove meses de 2020 de 0,8%. As vendas de moradias cresceram 6,2% no ano.

No Japão, as exportações de setembro encolheram 4,9%, vindo pior do que era previsto, mas o governo avalia que a economia está melhorando, em paralelo a isso o Banco Central japonês pode flexibilizar ainda mais a política monetária por lá.

EUROPA

Na Europa o mês foi pautado pelas medidas de contenção de Covid-19, as medidas de restrições sociais foi a medida adota pelos Europeus em meio a ascensão do vírus na chamada segunda onda. Alguns países com mais relutância e outros com atitudes imediatas, fato é que com a folga fiscal quase no limite o país segue sendo como um dos mais afetados pela pandemia.

O governo do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, evitou ao máximo um lockdown de âmbito nacional, preferindo um sistema escalonado de controles locais concebidos para endurecer as medidas em regiões afetadas e deixando outras menos limitadas.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel quer que os primeiros-ministros dos Estados do país concordem com o fechamento de todos os restaurantes e bares a partir de 4 de novembro em uma tentativa de conter o coronavírus, mas mantenham escolas e berçários abertos, segundo um esboço de resolução visto pela Reuters.

Pelas novas restrições, as pessoas poderiam apenas sair em locais públicos com pessoas que moram na mesma casa e membros de outras pessoas que vivem em uma mesma casa, afirma a resolução. O texto afirma que as pessoas serão punidas se quebrarem a regra, mas não dá detalhes.

A Alemanha, que foi amplamente elogiada por manter sua taxa de infecção bem abaixo da de outros países na fase inicial da pandemia, agora enfrenta um crescimento maior que o esperado no número de casos, com o último dado oficial de terça mostrando 11.409 novos casos, para um total de 449.275.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL

No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se próxima ao normal após o FED manter o juro próximo de zero e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento.

No mês, o Dow Jones fechou em queda de 4,6; o S&P 500 caiu 1,21%; e o Nasdaq Composite fechou em queda de 2,45%.

Na bolsa de Nova York, o índice DXY, que compara o movimento das seis moedas mais importantes ante o dólar americano, ficou em queda de 0,19% a 93,71. O preço do ouro ficou em alta de 0,78% a US$ 1.910,30 a onça.

O euro ficou em alta de 0,21% a US$ 1,1745 e a libra esterlina ficou em queda de 0,22% a US$1.2887.

O petróleo referência Brent ficou em queda de 0,59% a US$40,69 o barril negociado na bolsa Mercantil de Futuros de Londres.

O petróleo WTI ficou em queda de 4,08% aos US$38,58 o barril na bolsa Mercantil de Futuros, Nova York.

O preço do minério de ferro negociado no porto de Qingdao, China, ficou em alta de 4,98% a US$123,47 a tonelada seca.

NACIONAL ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

O destaque segue para preocupações com o quadro fiscal, que provocam desempenho negativo dos ativos, queda da bolsa de valores e alta dos juros futuros.

Apesar da perspectiva de juros básicos permanecendo em patamares baixos por um período prolongado, prêmios no mercado estão menores e a deterioração do quadro fiscal faz com a palavra “cautela” seja a mais falada pelos agentes de mercado.

O Brasil abriu 394.989 vagas formais de trabalho em outubro, segundo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado Ministério da Economia. O resultado veio bem melhor que a criação líquida de 233.500 postos projetada por analistas em pesquisa Reuters. No acumulado do ano até outubro, foram fechadas 171.139 vagas.

O Relatório de Mercado Focus, divulgado Banco Central, mostra que para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), as projeções subiram de 2,65% para 2,99%. Para 2021, a previsão para o IPCA subiu de 3,02% para 3,10%. Para 2022, as estimativas ficaram em 3,50%. O índice ficou em 3,25% nas projeções para 2023.

A projeção para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) saiu de -5% para -4,81% para este ano. Para 2021, a estimativa saiu de 3,47% para 3,42%. As projeções ficaram em 2,50% para 2022 e 23.

SETOR PUBLICO

O resultado de outubro, se mostrou melhor do que as estimativas do mercado. No mês, o déficit foi de R$ R$ 3,6 bilhões. No ano, o governo espera um rombo de R$ 844,5 bilhões.

Com a dívida aumentando, o governo precisa recorrer ao mercado para cobrir os gastos. Neste ano, a dívida pública federal do subiu 9,2% entre janeiro e outubro, somando R$ 4,64 trilhões.

Para o resultado acumulado de janeiro a outubro, a receita do governo federal caiu 11,6% puxada por medidas de adiamento de impostos e pelo desempenho negativo da economia ao longo do ano, tendo como o principal motivo a pandemia do novo corona vírus.

Já as despesas alcançaram alta de 42,7%, elevação causada também pelas medidas de contenção ao combate do Covid-19. Até outubro de 2020, os gastos primários realizados das medidas de combate à crise do novo corona vírus totalizaram R$ 468,9 bilhões.

INFLAÇÃO

O IPCA do mês de outubro teve variação de 0,86%, acima da variação de 0,64% de setembro, e acima da variação de 0,10% de outubro de 2019.

O grupo Alimentação e Bebidas foi o que gerou maior impacto, com variação de +1,93% e impacto de 0,39 ponto percentual. A inflação acumulada em 12 meses passou de 3,14% para 3,92%, pouco abaixo do centro da meta de inflação (4,00% para 2020).

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) variou 3,23% em outubro de 2020, percentual inferior ao apurado em setembro, quando havia apresentado taxa de 4,34%, aponta o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas. Dado esse resultado, o índice acumula alta de 18,10% no ano e de 20,93% em 12 meses. Em outubro de 2019, o índice havia subido 0,68% e acumulava alta de 3,15% em 12 meses.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

Em outubro, a moeda norte-americana fechou com alta de 2,13%.

Para controlar a disparada do dólar durante o mês, o Banco Central anunciou seu segundo leilão de moeda à vista em apenas três dias. Foram vendidos US$ 787 milhões.

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 5,473 bilhões em outubro, de acordo com o Ministério da Economia. É o segundo melhor resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1989.

No mês, as exportações somaram US$ 17,855 bilhões, e as importações, US$ 12,383 bilhões. Para um mês de outubro, o resultado só ficou abaixo de 2018, quando foi registrado superávit de US$ 5,791 bilhões no período.

RENDA FIXA

O destaque em outubro foi o impacto do resultado do IPCA-15 (0,94%) sobre a trajetória dos títulos públicos em mercado, sobretudo nos prefixados, diante do aumento do risco inflacionário no curto e médio prazo.

Somente entre o dia 23, quando foi anunciada a inflação, e 31 de outubro, o IRFM-1+, carteira com títulos prefixados com mais de um ano de vencimento, apresentou perda de 0,58%, o que contribuiu para o recuo de 0,61% no mês neste índice, acumulando retorno de 4,76% no ano. Existem dúvidas, entretanto, quanto ao aumento da inflação ser temporário ou poder se estender para os próximos meses.

A projeção do grupo Macroeconômico da ANBIMA indica que o IPCA para outubro deve fechar em 0,81% (podendo ser a maior inflação em comparação aos meses anteriores) e em 0,38% para novembro.

Entre os índices indexados ao IPCA, o IMA-B5, composto por títulos de até cinco anos de vencimento, rentabilizou 0,20% e 4,72%, mês e ano, respectivamente. Em referência ao IMA-B5+, constituído por títulos indexados ao índice de preços ao consumidor amplo acima de cinco anos, o subíndice exibiu desempenho no mês de 0,22%, enquanto no ano, até outubro, sinaliza perdas de 4,35%.

Vale destacar a recuperação da carteira das LFTs em mercado, refletida no IMA-S, que saiu de queda de 0,27% em setembro para variação positiva de 0,13% em outubro. Nos prefixados até um ano, expressos pela trajetória do IRF-M1, a rentabilidade foi de 0,16%, acumulando no ano 3,29%.

RENDA VARIÁVEL

A bolsa de valores brasileira, a B3 fechou em forte queda, em meio à safra de resultados corporativos no Brasil e renovados temores de nova onda de contágio pela Covid-19 com o avanço de casos na Europa e EUA.

O Ibovespa caiu 2,72%, a 93.952 pontos, pior fechamento desde o final de setembro.

No último pregão de outubro, a bolsa retrocedeu 7,39% no acumulado da semana e termina o mês com queda de 0,88%. No ano, o tombo é de 18,91%.

O dólar fechou em queda de 0,49%, cotada a R$ 5,7379. O mês de outubro, contudo, registrou alta de 2,13% da moeda.

Entendemos que o Banco Central encerrou, em agosto, o ciclo de redução dos juros com o corte da Selic de 0,25 p.p. para 2,0 p.p. Diante do cenário projetado para atividade e inflação, esperamos Selic estável nesse patamar pelo menos até o final de 2020, mas ao menor sinal de estabilização da economia nacional, o Banco central deve iniciar a retomada do juros, inclusive o mercado já vem mostrando sinal de instabilidade a taxa juros de 2%, podendo ser enxergado no pregão de LFT com rendimentos negativos.

PERSPECTIVAS

Podemos esperar para novembro a consolidação das medidas adotadas para combater o Covid-19, principalmente nos Estados Unidos e Europa. A possível mudança de poder nos Estados Unidos também será um dos principais temas.

O próximo mês tem boas perspectivas devido ao avanços das vacinas para combater o corona vírus, o que se fala é que pode ser utilizada ainda esse ano de forma emergencial, aliado a isso nós aproximamos de datas comemorativas que tem o poder de estimular o consumo, sendo benéfico para as economias.

Porém, no imediato os efeitos do corona-vírus na economia americana e na europeia sugere novos estímulos fiscais e monetários que podem alterar a precificação dos ativos de risco e desequilibrar o câmbio, gerando volatilidade aos mercados.

Na agenda de novembro, temos a votação da independência do BC marcada no Senado e os vetos do presidente ao marco do saneamento e desonerações, entretanto isso pode não ocorrer, uma vez que Congresso anda bem parado a medida em que as eleições se aproximam.

A preocupação com o quadro fiscal, endividamento, rolagem de dívidas e teto de gastos, segue como principal pauta, caso isso aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento na taxa de juros e no risco Brasil e isso não seria bom para o estado da economia atual, que já segue prejudicada.

Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.

Segue no radar, o aumento dos índices de preço da economia, uma inflação que começou acelerar e que tem impactos significativos já no curto prazo.

A partir de uma visão do Banco central onde passa a ideia de que as condições continuam essencialmente as mesmas sem mudanças no quadro fiscal e que aceleração da inflação seria temporária, como principal consequência a taxa de juros pode ficar baixa por mais tempo.

O que se observa são as taxas de juros prefixadas de vencimentos mais longos acabam ficando igualmente impressionadas em níveis mais elevados, sendo a compensação exigida pelos investidores pelo fato de eventualmente a Selic ao nível de hoje estar errada e precisar ser corrigido no futuro para cima. O que nos faz entender que certos segmentos não atraem devido ao prêmio pago e podem gerar volatilidade e risco aos portifólios.

Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. É provável que a qualquer sinal de melhora constante na economia, devemos ter uma elevação da SELIC, mesmo que antes do projetado.

Logo, segue no radar os sinais de abertura na curva de juros, o que nos preocupa quanto ao aumento de taxa de juros e a alta volatilidade nos títulos federais de longo prazo. Fato que não acontecia desde 2002 e que agora vem acontecendo nos últimos 2 meses, são as LFTs (Tesouro Selic) sendo negociada a taxas negativas.

O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

  

Cenário Econômico – Setembro/2020

Setembro vem pautado pela volatilidade e incerteza criada pelo corona-vírus, o vírus que vem castigando o mundo em 2020 insiste em continuar afetando a população, as medidas de combate a pandemia segue girando em torno do desenvolvimento de uma vacina, que apesar do enorme esforço global para a sua criação, ainda não chegamos no estágio desejado para a sua distribuição em massa.

A Europa vem sendo castigada mais uma vez por conta da pandemia, novos casos foram apontados, e os principais países europeus viram suas curvas relacionadas a contaminação em ascensão, fato esse que reflete negativamente nos mercados, principalmente nos países emergentes, com os efeitos subsequentes.

As principais economias, os principais bancos centrais e os líderes globais, não estão medindo esforços para que a economia se aqueça novamente, porem já se pode enxergar a necessidade que o mercado está desenvolvendo em relação aos estímulos fiscais.

Os mercados estão se mostrando dependentes dos estímulos monetários, a liquidez injetada na economia pelos principais agentes globais está servindo o apoio para sair da crise atual, e uma vez que os estímulos não são como os esperados, não estamos enxergando avanço.

O Ibovespa fechou setembro no negativo e acumulou perdas também no trimestre, termina o mês com baixa de 4,80% no mês e perda de 18,20% no ano, é o pior mês desde março, quando a bolsa acumulou queda de 29,9%, pior desempenho desde agosto de 1998.

Os ativos domésticos não aproveitaram do cenário externo positivo por conta do aumento das incertezas em relação ao quadro fiscal do país e do andamento da agenda de reformas. Diante disso, o Ibovespa voltou a operar abaixo de 100 mil pontos, após quatro meses de altas consecutivas.

No cenário político, a relevância no mês segue sendo a preocupação dos últimos meses, o quadro fiscal do país, com as movimentações no governo para encontrar brechas que permitissem a elevação dos gastos em 2021, que hoje é protegida pelo teto de gastos, onde os gastos aprovados são corrigidos apenas pela inflação do período.

E a discussão mais polêmica segue sendo sobre o programa Renda Cidadã, que será um programa de transferência de renda, o questionamento mais pertinente para os mercados, é a origem do recurso que será utilizada pelo governo para pagar o benefício ao cidadão.

As movimentações dos mercados por aqui, indicam que o risco brasil/quadro fiscal é para onde os investidores estão olhando, uma derrapada do governo nessa altura do campeonato, pode significar uma queda brusca na nossa economia, um atraso significativo na retomada econômica e uma enorme fuga de capitais.

INTERNACIONAL EUA

Os mercados globais tiveram em geral, desempenho positivo em setembro, impulsionados pelo avanço das vacinas em desenvolvimento e pela desaceleração da curva de contágio nos Estados Unidos.

Depois uma primeira semana de forte realização nas bolsas americanas, após o mês agosto registrar recordes atrás de recordes, temos uma realização pela frente, principalmente na NASDAQ, onde estão situadas as principais empresas de tecnologia, porem o desenvolvimento acelerado das vacinas e a desaceleração do contagio do vírus, fizeram com que esse cenário mudasse nas semanas subsequentes.

Diante disso, vimos as bolsas americanas atingindo altos patamares e batendo recordes de máximas, obtendo maior pontuação desde que a série histórica foi iniciada.

Foi divulgado também o relatório ADP, que é uma prévia dos dados oficiais do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, que veio em linha com as expectativas do mercado, revelando mais ofertas de trabalho no setor privado.

Após a divulgação sobre o aumento de vagas de emprego acima das expectativas e os estoques do setor do varejo em constante diminuição, levaram o Presidente Donald Trump a voltar a falar sobre uma recuperação em “V”, o que seria muito benéfico para o Brasil.

Os dados sobre o emprego, acabaram por ajudar os índices americanos, que seguem em alta, mesmo após o debate presidencial entre Donald Trump e Joe Biden, normalmente em períodos de eleição o mercado tende a se comportar de maneira mais volátil.

Fato que marcou Setembro e que mais movimentou com os mercados foi a do FED, que ocorreu na segunda semana do mês, de manter inalterada a política monetária, com Jerome Powell seguindo a ideia inflação média na meta de 2,0%, podendo andar por um bom tempo acima disso, pelo passado longo que ficou abaixo.

A decisão traz maior flexibilidade para agir em função do emprego e crescimento econômico, mesmo assim, o humor dos investidores, indica que o país irá precisar de mais estímulos para recuperação mais acelerada.

Ao final do mês, as expectativas giram em torno das eleições presidenciais, o desenrolar na câmara sobre o pacote fiscal ideal para o país, que engloba a discussão entre democratas e republicanos e sem esquecer do corona-vírus que insiste em permanecer em pauta.

Faltando aproximadamente um mês para as eleições presidenciais, as pesquisas apontam vantagem para o candidato democrata, Joe Biden segue liderando as pesquisas nacionais por margem média de aproximadamente 7 pontos percentuais. Tal cenário parecia pouco provável antes da chegada do corona-vírus, quando Trump era o favorito.

Entretanto a disputa foi influenciada por três fatores: a evolução do corona-vírus no país, os resultados econômicos e os protestos contra o racismo. Todos esses fatores favoreceram o democrata. Até a eleição em 3/11, a tendência é de estabilidade ou melhora dos indicadores econômicos e de saúde, levando ao acirramento da disputa.

ÁSIA

Na Ásia, com os índices futuros operando com volatilidade, as bolsas fecharam o mês sem direção. Depois de uma agenda local carregada, os resultados da economia da China surpreenderam. Entretanto, o radar chinês segue apontado para os Estados Unidos, já que país comandado por Xi Jinping é uma das mais interessadas na disputa eleitoral americana.

Os mercados sofreram queda em setembro, tendo como principal fator as preocupações com as contínuas tensões sino-americanas e as oscilações nos mercados estrangeiros devido a temores sobre uma segunda onda de corona-vírus.

Porém, o destaque continua em torno do mesmo assunto relatado no mês anterior, com o Japão, sobre a renúncia formal de Shinzo Abe de primeiro-ministro por motivo de saúde, e a nomeação de Yoshihide Suga para seu lugar, Suga deve manter a linha de pensamento de Shinzo. Porém, Suga quer atuar fortemente no combate a pandemia e prometeu recuperação econômica.

No fechamento, o índice Hang Seng, bolsa de Hong Kong, ficou em alta de 0,79% aos 23.459. O índice Xangai, China, ficou em queda de 0,20% aos 3.218. O índice Shenzhen Composite ficou estável a 2.149 e o ChiNext ficou em alta de 0,44%. O índice Nikkei 225, bolsa de Tóquio, caiu 1,50% a 23.459. O índice FTSE Straits Times, bolsa de Singapura, ficou em queda de 0,20% aos 3.218. O índice Sensex, bolsa da Índia, ficou em queda de 0,25% aos 38.067. O índice Taiex, bolsa de Taiwan, ficou em alta de 0,38% a 12.515. O índice XJO, bolsa de Sidney, ficou em queda de 2,29% aos 5.815. O índice Kospi, Seul, ficou em alta de 0,86% a 2.327 pontos.

EUROPA

Na zona do Euro, temos a aceleração no desenvolvimento das vacinas contra o corona-vírus sendo vista como uma força tarefa pelo mundo todo, e por outro lado a contaminação do vírus novamente em acessão, em especial com a França batendo novos recordes de contaminação, assim como o Reino Unido, Espanha e Alemanha.

Entretanto, no mês, o destaque fica por conta da reunião do Banco Central Europeu, para discutir as políticas monetárias, o resultado ficou dentro do esperado, sem grandes mudanças, chegou-se também a um consenso em que a região cresce de forma desigual e mais estímulos são necessários. O Conselho Europeu aprovou 6,2 bilhões de euros adicionais em resposta ao Covid-19.

Por fim, na zona do euro, o PIB encolheu 11,8% no segundo trimestre, mas veio melhor que o previsto de -14,7%.

Os assuntos mais importantes na Europa giram em torno da disseminação do corona-vírus e o Brexit, em relação ao Brexit, parece que as negociações estão longe de chegarem ao fim, a União Europeia alega quebra do acordo de saída e o Reino Unido, como de costume, desejam todos benéficos e nenhum maleficio. A União Europeia quer negociar, mas respeitando alguns limites. O fato é, todas as previsões de conjuntura feitas pela União Europeia contemplam a saída do Reino Unido sem um acordo.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL

No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se próxima ao normal após o FED manter o juro próximo de zero e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento.

No mês, o Dow Jones fechou em queda de 2,3%; o S&P 500 caiu 3,9%; e o Nasdaq Composite fechou em queda de 5,2%. No terceiro trimestre, o Dow Jones avançou 7,6%; o S&P 500 subiu 8,5%; e o Nasdaq Composite subiu 11%.

Na bolsa de Nova York, o índice DXY, que compara o movimento das seis moedas mais importantes ante o dólar americano, ficou estável a 93,85. O preço do ouro ficou em queda de 0,58% a US$ 1.892,10 a onça.

O euro ficou em queda de 0,13% a US$ 1.1724 e a libra esterlina ficou em alta de 0,40% a US$1.2909. O Bitcoin ficou em queda de 1,05% a US$10.730,60.

O petróleo referência Brent ficou em queda de 0,45% a US$42,11 o barril negociado na bolsa Mercantil de Futuros de Londres.

O petróleo WTI ficou em alta de 1,45% aos US$39,86 o barril na bolsa Mercantil de Futuros, Nova York. O preço do minério de ferro negociado no porto de Qingdao, China, ficou em alta de 4,98% a US$123,47 a tonelada seca.

O euro ficou em queda de 0,48% aos R$6,585 para a venda. A libra esterlina ficou estável a R$7,248 para a venda. O peso argentino ficou em queda de 0,41% a R$0,074 para a venda.

NACIONAL

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

Os dados do PIB recentemente divulgados confirmaram a expectativa de contração histórica no 2º trimestre. A recuperação observada a partir de maio tem sido pautada pelo enorme volume de estímulos fiscais, literalmente uma liquidez sendo injetada a população. Na medida em que estes estímulos forem sendo retirados, a retomada se tornara mais contida.

O destaque segue para preocupações com o quadro fiscal, que provocam desempenho negativo dos ativos, queda da bolsa de valores e alta dos juros futuros.

Apesar da perspectiva de juros básicos permanecendo em patamares baixos por um período prolongado, prêmios no mercado estão menores e a deterioração do quadro fiscal faz com a palavra “cautela” seja a mais falada pelos agentes de mercado.

O Brasil abriu 249.388 vagas de emprego com carteira assinada em agosto, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado pelo Ministério da Economia. Caracterizando o segundo mês seguido positivo. Entretanto, o saldo ainda é negativo, levando em conta que nos oito primeiros meses do ano, foram perdidos 849.387 empregos.

O Relatório de Mercado Focus, divulgado Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 1,99% para 2,05%. Para 2021, a estimativa do seguiu em 3,20%.

SETOR PUBLICO

O setor público consolidado fechou agosto com déficit primário de R$ 96,09 bilhões, de acordo com o Banco Central (BC). Em agosto do ano passado, o resultado havia sido deficitário em R$ 16,82 bilhões.

Os dados do setor público consolidado envolvem governo central (formado por Previdência e Tesouro, além do próprio BC), Estados, municípios e estatais. Ficam Fora da conta Petrobrás Eletrobras e bancos públicos como Banco do Brasil e a caixa econômica federal.

No ano, o governo registra um déficit de R$ 601,28 bilhões. Em 12 meses até agosto, por sua vez, o déficit alcançou R$ 647,8 bilhões, o equivalente a 8,96 % do Produto Interno Bruto (PIB). Em junho, estava em 7,48% do PIB.

No acumulado até agosto de 2020, o RGPS (Resultado do Regime Geral de Previdência Social) registrou déficit de R$ 226,7 bilhões, já o BC e o Tesouro Nacional apresentaram déficit de R$ 377,4 bilhões. A explicação dada, é que a alteração dos superávits do Tesouro Nacional e do Banco Central e o aumento do déficit previdenciário estão diretamente associadas à crise da corona-vírus.

INFLAÇÃO

No acumulado em 2020, IPCA registra aumento de 1,34% e, em 12 meses, de 3,14%. Com esse resultado, a inflação segue abaixo da meta central do governo para o ano, que é de 4%, porém agora acima do piso para 2020, que é de 2,5%, puxada principalmente pelo aumento nos preços de carnes, soja, arroz, leite e gasolina.

Trata-se da maior alta para um mês de setembro desde 2003 (0,78%) e da maior taxa do ano até o momento.

IGP-M avança 4,34% no mês, levando o índice ao acumulado 14,40% de alta no ano e de 17,94% em 12 meses. Para o mesmo mês, no ano passado, o índice havia caído 0,01% e acumulava alta de 3,37% em 12 meses

Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. É provável que a qualquer sinal de melhora constante na economia, devemos ter uma elevação da SELIC, mesmo que antes do projetado.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

No Brasil, ao final no interbancário, o dólar comercial ficou em queda de 0,44% aos R$5,616 para a venda. No mês, a valorização foi de 2,46% e no trimestre em 3,23%. O dólar turismo também ficou em queda de 0,47% a R$5,760.

A balança comercial registrou superávit de US$ 6,164 bilhões em setembro, divulgado pelo Ministério da Economia.

Mesmo com o resultado positivo, as importações e as exportações vêm caindo no Brasil. De janeiro a setembro as exportações somaram US$ 156,780 bilhões, queda de 7% em relação ao mesmo período de 2019. As importações somaram US$ 114,336 bilhões, uma redução de 14% ao mesmo período de 2019.

RENDA FIXA

Em setembro, o destaque se deu ao movimento das LFTs, espelhado pelo IMA-S, as LFTs marcadas a mercados, recuaram 0,27%, enquanto a taxa Selic rendeu 0,16% no mesmo período. No ano, a carteira do IMA-S acumula retorno de 1,81%. Tais papéis, considerados os mais conservadores pelo mercado por acompanharem a taxa Selic diária, foram impactados pelo deságio verificado nos leilões primários de setembro combinado com a sua menor atratividade diante do baixo patamar das taxas de juros.

Já as carteiras atreladas ao IMA-B, compostas por títulos públicos indexados a inflação, o IMA B5+ (NTN-Bs com duration acima de cinco anos) teve desempenho negativo em setembro (2,60%), acumulando em 2020, perda de (4,56%). O IMA B5 (NTN-Bs até cinco anos) recuou 0,12% no mês, mas segue performando positivamente em 2020 em 4,51%.

O IRF M1+, composto por títulos prefixados com duração maior que um ano, registrou perda de (0,91%) em setembro e chega a (5,40%) no ano. O resultado mensal está relacionado ao ajuste nos preços decorrente do maior prêmio pago nos títulos prefixados na ocasião do megaleilão feito pelo Tesouro Nacional. Em relação ao IRF M1, com prefixados de até um ano de prazo, no acumulado, foram registrados rendimentos de 0,15% no mês e 3,12% no ano.

Entendemos que o Banco Central encerrou, em agosto, o ciclo de redução dos juros com o corte da Selic de 0,25 p.p. para 2,0 p.p. Diante do cenário projetado para atividade e inflação, esperamos Selic estável nesse patamar pelo menos até o final de 2020, mas ao menor sinal de estabilização da economia nacional, o Banco central deve iniciar a retomada do juros, inclusive o mercado já vem mostrando sinal de instabilidade a taxa juros de 2%, podendo ser enxergado no pregão de LFT com rendimentos negativos.

RENDA VARIÁVEL

O desempenho do Ibovespa foi negativo no mês, na contramão do movimento observado nas principais bolsas globais. Por aqui, o Ibovespa registrou queda foi de 4,8% e no trimestre em menos 0,47%. O volume financeiro ficou em R$25,76 bilhões, dada a deterioração da perspectiva do quadro fiscal, com dúvidas sobre a sustentabilidade da dívida e o cumprimento do teto dos gastos ao longo dos próximos anos. Alguns segmentos tiveram desempenho abaixo do índice de referência, com destaque para os setores financeiro, imobiliário e de energia. O destaque positivo foi o setor de materiais, influenciado pelo comportamento da economia global.

PERSPECTIVAS

Finalizando o mês de setembro pautados mais uma vez sobre os efeitos do corona-vírus na economia, os principais assuntos giram em torno dos Estados Unidos com as eleições presidenciais se aproximando, o pacote de medidas fiscais para auxiliar a população, denominado Renda Cidadã, trazendo a pauta da origem dos recursos que serão utilizados e como a Europa relatando alguns novos casos de corona-vírus.

A maior fonte de preocupação continua sendo nas Américas do Sul, Central e do Norte, onde o contágio e o número de óbitos seguem na direção ascendente. No Brasil, a curva parece ter se estabilizado, começando a mostrar um fechamento da curva, indicando uma melhora no cenário, porem ainda longe do ideal, com a morte diária causada pelo vírus em um patamar ainda preocupante.

A economia doméstica continua ainda muito fraca, com a demanda agregada reduzida e um nível de ociosidade elevado. Contudo, embora repletos de incertezas por todos os lados, os dados recentes de atividade e demanda começam a se consolidar e parece que a situação parou de piorar. Nada que nos afaste de um cenário ruim, contudo nos parece que já há luz no final do túnel, a depender da evolução do contágio. O cenário provável indica que a economia brasileira recuará na casa dos 6%, e a taxa de desemprego progredirá mais alguns pontos, dado que o final do programa de manutenção do emprego e renda está próximo e forçará pequenos e médios empresários a rever seus negócios, colocando assim mais pessoas na fila do desemprego. A boa notícia, caso retomemos aos rumos pré-pandemia, é que a reação que se prevê na atividade econômica iniciar já em meados do terceiro trimestre, avance e se consolide em 2021. Nessa hipótese, o mercado de trabalho reagirá à frente.

Do lado fiscal, os efeitos da pandemia são devastadores. A disciplina fiscal foi abortada, e as previsões são de que o déficit primário atinja um número próximo dos R$ 871 bilhões em 2020, até certo ponto compreensível diante da situação. Entretanto, a sociedade (leia-se “instituições”) terá que trabalhar duro para que possamos retornar à situação de equilíbrio fiscal, notadamente nas questões que envolvem as reformas que deverão tramitar no Congresso, com destaque para as reformas tributária e administrativa. Caso contrário, estaremos sujeitos a dificuldades em nos financiar com eventual aumento dos prêmios solicitados pelos investidores para rolar a dívida mobiliária. No momento temos a vantagem das taxas de juros se situarem em patamares baixos, mas em um ambiente onde há risco de solvência, a situação passa a ser totalmente adversa.

 

Cenário Econômico – Agosto/2020

 O mês de agosto poderá ser lembrado com bastante otimismo no mercado, uma vez que alguns dos principais índices e termômetros para a economia alcançaram seus recordes e máximas históricas, como é o caso do S&P500, Dow Jones e o índice de ações globais MSCI World.

Historicamente, o mês de agosto tende a ser mais fraco em comparação a outros períodos no quesito desempenho e performance nos mercados globais, porem se tratando de 2020, onde tudo parece descasar do normal, tivemos gratas surpresas, como as ações americanas tendo o melhor mês de agosto desde 1986, liderado pela forte alta do setor de tecnologia.

O Ibovespa pelo contrário não conseguiu acompanhar a alta dos índices globais, e se manteve estável ao redor dos 100.000 pontos ao longo do mês, fechando agosto em 99.369 pontos. Sobre a taxa de câmbio, o Brasil voltou ao último lugar do ranking, tendo a pior moeda e a pior Bolsa do mundo em performance em 2020. Isso se deve principalmente ao câmbio, dado que o Real deprecia 27% no ano em relação ao Dólar. Em moeda local, o Ibovespa cai (-14%) no ano, próximo de outros países e regiões, como o México (-15%), Europa (-13%) e a China (-11%).

Porém, mesmo com a fuga de capitais dos estrangeiros em 2020 registrando recorde, e as preocupações políticas, fiscais e econômicas, o índice Ibovespa recuperou acima da marca dos 100.000 pontos, mesmo com as oscilações constantes e tem espaço para continuar a sua recuperação.

No cenário político, a relevância no mês foi em torno do quadro fiscal do país, com movimentação no governo para encontrar brechas que permitissem a elevação dos gastos em 2021, que hoje é protegida pelo teto de gastos, onde os gastos aprovados são corrigidos apenas pela inflação do período.

Outro fator contribuiu para o aumento da tensão entre executivo legislativo foi derrubada pelo sinal do veto presencial ao reajuste do servidor até o fim 2021. Entretanto a câmera conseguiu reverter a decisão do Senado e manter o veto. O mês também pautou as constantes especulações sobre a saída do ministro da economia Paulo Guedes que estaria descontente devido a inclinação do governo a uma política fiscal menos incisiva.

O lado econômico, surpreendeu positivamente, com os indicadores de atividade vindo em linha com as expetativas do mercado, o Banco Central adotando políticas monetárias de acordo com as expectativas também contribuíram para gerar um certo otimismo.

O viés otimista dos mercados de risco também teve respaldo na expectativa pelo desenvolvimento de uma vacina eficaz contra o “coronavírus” num prazo menor do que o esperado, diante de uma série de laboratórios em estágio avançado de ensaios com resultados promissores.

Uma vez que a curva de novos casos do coronavírus começou a lateralizar, a flexibilização em alguns estados brasileiros, contribuíram positivamente para a economia.

INTERNACIONAL EUA

Nos Estados Unidos, criou-se um otimismo maior após declarações do presidente do Federal Reserve (Banco Central americano), Jerome Powell, sobre as medidas que serão adotadas para a recuperação da economia americana.

Tocando no ponto mais vigiado pelos bancos centrais globais, a inflação, o Fed alterou a regra e se comprometeu a deixar as taxas de juros congeladas no longo prazo, trabalhando de agora em diante com um objetivo de inflação média, ou seja, ao invés de trabalhar com um ponto único como meta, o Fed quer poder compensar a inflação em períodos.

Continuaram as pressões sobre a China, apesar do governo declarar que estão cumprindo os acordos comerciais da primeira fase. Porém, reuniões que antes haviam sido remarcadas, agora tem o status de canceladas, e haverá inicialmente apenas reuniões por teleconferência.

Porém, as pressões sobre tecnologia 5G e bloqueio de acesso à gigante Huawei, empresa multinacional de equipamentos para redes e telecomunicações sediada na cidade de Shenzhen, província de Guangdong, na China, continuaram, assim como pressões sobre países aliados dos EUA para exclusão de empresas de tecnologia chinesa.

Os EUA também iniciaram novas sanções contra o Irã e empresas aéreas dos Emirados Árabes, por manterem vínculos não aprovados com o país chinês.

Nos Estados Unidos com o retorno de 1,8 milhões de trabalhadores ao mercado em julho e o suporte financeiro do governo as famílias, diversos indicadores econômicos surpreenderam.

O governo ainda busca um novo pacote de estímulos no valor de um trilhão de dólares, entretanto a aprovação encontra-se paralisada, os republicanos concordam com esse valor mas os democratas querem um valor ainda maior, se aprovado esse valor somará os 2,8 trilhões de dólares já anunciados em programas de enfrentamento aos efeitos da pandemia.

Se analisarmos no gráfico de vendas no varejo nos Estados Unidos atualmente o número se encontra em linha com os encontrados antes da pandemia, o que já indica uma recuperação rápida nesse setor.

ASIA

Na Ásia, onde a recuperação se iniciou antes do resto do mundo, as bolsas continuam registrando altas, mostrando a acelerada recuperação por lá, exceto o Japão, onde o ministro primeiro-ministro Shinzo Abe, renunciou ao cargo por motivos de saúde. Abe estava no poder desde 2012 e deveria seguir até 2021, sendo o principal motivo pela forte queda dos mercados por lá.

Já na China que voltou ao “novo normal” mais rápido por conta de ter obtido um controle mais efetivo da pandemia, o ritmo de recuperação continua forte, tanto os dados de atividade no setor de serviço quanto o setor manufatureiro apresentaram significativa melhora.

Olhando um pouco mais para frente acreditamos que o cenário seja de recuperação ao longo do terceiro trimestre, contudo deve-se acompanhar ainda a evolução da pandemia muito embora o país já esteja preparado para uma possível nova onda ou o surgimento de novos casos, há algumas regiões como a Índia que estão enfrentando o pior momento da pandemia somente agora.

A inflação da China aumentou em agosto. A divulgação do Escritório Nacional de Estatísticas mostrou que o índice de preços ao consumidor chinês subiu 2,4% na comparação anual de agosto, após avançar 2,7% em julho.

Os alimentos tiveram aumento nos preços de 11,2% em agosto em comparação a agosto de 2019, enquanto os de itens não alimentícios avançaram 0,1% no período.

Já o índice de preços ao produtor (PPI) da China sofreu recuo de 2% em agosto ante agosto de 2019, depois de cair 2,4% no confronto anual de julho. Neste caso, a previsão para o último mês era de recuo de 2,0%.

Ao final de agosto, o índice Hang Seng, bolsa de Hong Kong, ficou em queda de 0,96% aos 25.177. O índice Xangai, China, ficou em queda de 0,24% aos 3.395. O índice Shenzhen Composite ficou em queda de 0,44% a 2.295 e o ChiNext ficou em queda de 1,14%. O índice Nikkei 225, bolsa de Tóquio, ficou em alta de 1,12% aos 23.139. O índice FTSE Straits Times, bolsa de Singapura, ficou em queda de 0,28% aos 2.532. O índice Sensex, bolsa da Índia, ficou em queda de 2,13% aos 38.628. O índice Taiex, bolsa de Taiwan, ficou em alta de 1,08% aos 12.591. O índice XJO, bolsa de Sidney, ficou em queda de 0,22% aos 6.060. O índice Kospi, Seul, ficou em queda de 1,17% a 2.326 pontos.

EUROPA

Na Europa, os investidores seguem com o que pode ser considerado o título para esse ano de 2020 nos mercados, aversão ao risco, a bolsa de valores por lá esfriou bastante e os olhares se apontaram para as declarações do Federal Reserve, e a sua nova metodologia com a inflação.

Na zona do euro, o Reino Unido e a União Europeia mantiveram o impasse nas negociações comerciais pós-Brexit e a União Europeia mantem sua posição em relação as instituições financeiras do Reino Unido, que terão que esperar o aval da UE para operarem.

A ata do BCE (BC europeu) divulgada no período deixou aparente que a recuperação econômica da zona do euro não está clara e está explícita a discordância de países com relação à ajuda emergencial aprovada de 1,35 trilhão de euros, querendo que esse seja o teto de ajuda.

A zona do euro registou em agosto uma taxa de inflação anual negativa de -0,2%, face aos 0,4% de julho e aos 1,0% homólogos, segundo uma estimativa a divulgada pelo Eurostat.

A deflação registada em agosto deve-se principalmente às quebras dos preços da energia (-7,8%, face aos -8,4% de julho) e aos bens industriais não energéticos (-0,1%, que compara com os 1,6% de julho)

Ao final de agosto, o índice Stoxx Europe 600 ficou em queda de 0,62% aos 366.51 pontos em Londres; o FTSE-100 (Londres) ficou em queda de 0,61% aos 5.963 pontos; o DAX -30 (Frankfurt) ficou em queda de 0,67% aos 12.945 pontos; o CAC 40 (Paris) ficou em queda de 1,11% a 4.947 pontos; o FTSE-MIB (Milão) ficou em queda de 1,04% aos 19.633 pontos; o Ibex 35 (Madri) ficou em queda de 2,29% a 6.969 pontos; e o PSI-20 (Lisboa) ficou em queda de 0,96% a 4.301 pontos.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL

No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se próxima ao normal após o FED manter o juro próximo de zero e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento.

Na bolsa de Nova York, o índice DXY, que compara o movimento das seis moedas mais importantes ante o dólar americano, ficou em queda de 0,18% a 92,20. O preço do ouro ficou estável a US$ 1.975,30 a onça. O euro ficou em alta de 0,25% a US$ 1,1936 e a libra esterlina ficou em alta de 0,14% a US$1.3371.

O petróleo referência Brent ficou em alta de 0,62% aos US$45,56 o barril negociado na bolsa Mercantil de Futuros de Londres. O petróleo WTI ficou em queda de 0,35% e com o barril negociado aos US$42,82 na bolsa Mercantil de Futuros, Nova York. O preço do minério de ferro negociado no porto de Qingdao, China, ficou em alta de 0,08% a US$124,47 a tonelada seca.

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia informal do PIB, registrou uma alta de 2,15 % no mês de julho ante junho, revelou o Banco Central, refletindo uma leve recuperação depois da forte retração da atividade por conta da pandemia pelo “coronavírus”. O número não decepcionou, estando dentro das expectativas criadas pelo mercado. Apesar de reportar crescimento em julho, a economia brasileira ainda não se recuperou do tombo registrado nos meses anteriores.

Dados do IBGE apontam que o PIB brasileiro caiu 9,7% no 2º trimestre, na comparação com os 3 primeiros meses do ano, devido ao impacto da crise do coronavírus.

A taxa de desocupação cresceu de 12,4% para 13,1%, atingindo 12,3 milhões de pessoas em julho. No mês, mais 438 mil pessoas ficaram sem emprego, se comparado a junho. A população ocupada caiu para 81,5 milhões de trabalhadores, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Mensal (PNAD).

SETOR PUBLICO

O setor público consolidado fechou julho com déficit primário de R$ 81,071 bilhões, de acordo com o Banco Central (BC). Em julho do ano passado, o resultado havia sido deficitário em R$ 2,763 bilhões.

Os dados do setor público consolidado envolvem governo central (formado por Previdência e Tesouro, além do próprio BC), Estados, municípios e estatais. Ficam Fora da conta Petrobrás Eletrobras e bancos públicos como Banco do Brasil e a caixa econômica federal.

No ano, o governo registra um déficit de R$ 483,773 bilhões. Em 12 meses até julho, por sua vez, o déficit alcançou R$ 537,143 bilhões, o equivalente a 7,48% do Produto Interno Bruto (PIB). Em junho, estava em 6,38% do PIB.

O resultado do mês refletiu um déficit do governo central de R$ 88,141 bilhões e um superávit de R$ 6,946 bilhões dos Estados, municípios e suas respectivas estatais.

Em razão da pandemia, o governo federal decretou estado de calamidade pública, o que permite o descumprimento da meta de resultado primário (déficit de R$ 118,9 bilhões).

INFLAÇÃO

Puxada pela gasolina e pelo preço dos alimentos, a inflação do país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), ficou em 0,24% em agosto. Esse é o maior resultado para um mês de agosto desde 2016.

O item de maior peso no IPCA é a gasolina que obteve uma alta de 3,22% com isso fez com que os transportes apresentassem um maior impacto no índice em agosto que teve uma alta de 0,82%. a segunda maior contribuição vídeo do grupo alimentício com uma alta de 0,78%. Lembrando que os alimentos têm peso de 20% no IPCA

No ano, a inflação acumula alta de 0,70% e, em 12 meses, de 2,44%. Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e se referem às famílias com rendimento de um a quarenta salários-mínimos.

O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que se refere às famílias com rendimento de um a cinco salários-mínimos, registrou alta de 0,36% em agosto, sendo o maior resultado para o mês desde 2012 (0,45%).

No ano, o INPC acumula alta de 1,16% e, nos últimos 12 meses, de 2,94%. No INPC que é um índice que é voltado para as famílias com menor renda, os produtos alimentícios pesam mais, por isso o índice apresenta uma alta superior ao IPCA, por afetar os consumidores com baixa renda e mais necessitados.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

O dólar comercial encerrou o mês de agosto, cotado a R$ 5,4807 na venda, em meio à deterioração das contas públicas devido ao elevado custo social produzido pela pandemia do “coronavírus”, e os temores dos impactos da paralisação das atividades na economia por um período prolongado. No acumulado do ano, a moeda norte-americana valorizou 36,58%.

A taxa efetiva real de câmbio (TERC) sofreu uma desvalorização menor que a observada na taxa nominal. Em comparação do mês de junho em 2019 e 2020, enquanto a taxa de câmbio nominal desvalorizou-se 34%, a TERC ponderada pelas exportações e pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), por exemplo, sofreu uma desvalorização de 29%

As exportações, em julho, registraram US$ 19,6 bilhões, ao mesmo tempo que as importações foram de US$ 11,5 bilhões, com um superavit de US$ 8,1 bilhões. Esses dados dessazonalizados, apresentam a máxima já registrada, desde a nova série iniciada em 1997.

RENDA FIXA

Para o mercado de renda fixa o Copom até então mantém a taxa Selic em 2% o que corrobora para a percepção dos investidores e alimenta a valorização dos ativos.

O destaque em agosto foi a redução de -3,62% do IMA-B5 +, subíndice que reflete a carteira dos títulos públicos indexados ao IPCA acima de cinco anos e que apresenta a maior duration da família IMA (12,9 anos). No ano, esse subíndice acumula perda de 2,01%. Por serem papéis de prazos mais longos e, desta forma, mais correlacionados às expectativas da economia para o longo prazo, sua queda de rentabilidade pode estar relacionada às dúvidas dos investidores quanto ao encaminhamento da política fiscal, sobretudo em relação à permanência do teto de gastos. Um indicador disso foram as taxas de colocação das NTN-Bs longas deste mês, nas quais todos os vencimentos acima de cinco anos saíram com maiores prêmios em relação aos leilões anteriores. Dados publicados pela ANBIMA.

RENDA VARIÁVEL

No Brasil, ao final, o Ibovespa ficou em queda de 2,72% voltando para os 99.369 pontos. No mês, a desvalorização é de 3,44% e no ano o recuo é de 14,07%. Indicando uma lateralização da bolsa de valores, deixando a impressão de uma recuperação mais demorada, necessitando de alguns gatilhos para se movimentar, boas definições advindas do governo, em relação ao quadro fiscal, podem auxiliar um movimento de recuperação com horizonte mais claro.

PERSPECTIVAS

Finalizando o mês de agosto pautados mais uma vez sobre os efeitos do coronavírus na economia, os principais assuntos giram em torno dos Estados Unidos com as eleições presidenciais se aproximando, o pacote de medidas fiscais para auxiliar a população e como a Europa relatando alguns novos casos de coronavírus.

A maior fonte de preocupação continua sendo nas Américas do Sul, Central e do Norte, onde o contágio e o número de óbitos seguem na direção ascendente. No Brasil, a disseminação do contágio pelo interior do país, ainda que nas principais regiões a escalada do contágio tenha regredido, manteve o número de novos casos em patamares elevados e a retomada da atividade como um todo ainda um tanto reduzida.

A economia doméstica continua ainda muito fraca, com a demanda agregada reduzida e um nível de ociosidade elevado. Contudo, embora repletos de incertezas por todos os lados, os dados recentes de atividade e demanda começam a se consolidar e parece que a situação parou de piorar. Nada que nos afaste de um cenário ruim, contudo nos parece que já há luz no final do túnel, a depender da evolução do contágio. O cenário provável indica que a economia brasileira recuará na casa dos 6%, e a taxa de desemprego progredirá mais alguns pontos, dado que o final do programa de manutenção do emprego e renda está próximo e forçará pequenos e médios empresários a rever seus negócios, colocando assim mais pessoas na fila do desemprego. A boa notícia, caso retomemos aos rumos pré-pandemia, é que a reação que se prevê na atividade econômica iniciar já em meados do terceiro trimestre, avance e se consolide em 2021. Nessa hipótese, o mercado de trabalho reagirá à frente.

Do lado fiscal, os efeitos da pandemia são devastadores. A disciplina fiscal foi abortada, e as previsões são de que o déficit primário atinja um número próximo dos R$ 828,6 bilhões em 2020, até certo ponto compreensível diante da situação. Entretanto, a sociedade (leia-se “instituições”) terá que trabalhar duro para que possamos retornar à situação de equilíbrio fiscal, notadamente nas questões que envolvem as reformas que deverão tramitar no Congresso, com destaque para as reformas tributária e administrativa. Caso contrário, estaremos sujeitos a dificuldades em nos financiar com eventual aumento dos prêmios solicitados pelos investidores para rolar a dívida mobiliária. No momento temos a vantagem das taxas de juros se situarem em patamares baixos, mas em um ambiente onde há risco de solvência, a situação passa a ser totalmente adversa.

 

Cenário Econômico – Julho/2020

 Assim como no mês anterior, observamos os efeitos das aberturas realizadas por países do hemisfério norte, porem direcionando o radar de atenção voltado para os Estados Unidos, isso por conta do crescimento do contagio do novo coronavirus, em alguns estados americanos, trazendo preocupação e volatilidade para o mercado.

Além disso, o mercado também acompanhou as negociações no congresso americano sobre a extensão dos estímulos econômicos direcionados para combater os graves efeitos do coronavirus na economia.

Por fim, as movimentações em torno da eleição presidencial dos estados unidos ganharam um maior destaque, com o enfraquecimento do atual presidente Donald Trump, e a ascensão de Joe Biden, dos democratas, fato importante por que a consolidação de um presidente democrata no poder, pode trazer importantes mudanças no que se refere a política econômica.

Devido a esse cenário, o Dólar passou a perder valor perante as demais moedas, porem a manutenção dos baixos juros, contribuiu para um bom desempenho das bolsas de valores dos Estados Unidos.

Em julho, os líderes europeus aprovaram €750 bilhões para o Fundo de Recuperação da União Europeia. Após a publicação do PIB da Zona do Euro, com todos os países do bloco em instabilidade, deu para se ter uma noção melhor dos estragos promovidos pelo coronavírus nas economias e a necessidade desse aporte. Resultados que notamos nos mercados, onde reagiram forte e fecharam no vermelho.

No Brasil, o número de casos de contágio e óbitos pelo “coronavírus” segue crescente, diante de um processo de reabertura econômica sem base científica na maioria das regiões do país, correndo o risco de sermos atingidos por uma segunda onda de contágios sem ao menos sairmos da primeira. Nem ao menos um titular para o Ministério da Saúde o país tem. O certo é que o país está no centro da maior recessão da história, com um acréscimo monstruoso de desempregados na estatística e um aumento da desigualdade social.

O viés otimista dos mercados de risco também teve respaldo na expectativa pelo desenvolvimento de uma vacina eficaz contra o “coronavírus” num prazo menor do que o esperado, diante de uma série de laboratórios em estágio avançado de ensaios com resultados promissores.

INTERNACIONAL – EUROPA

A Europa vê os efeitos econômicos da pandemia se agravarem, ao mesmo tempo em que enfrenta a ameaça de uma segunda onda de contaminações. A Alemanha deve estender seu esquema de licença no trabalho para 24 meses. O sistema permite às empresas colocar seus funcionários em trabalho de meio período para reduzir custos.

Com a dúvida sobre a recuperação na economia, a inflação na Europa continua baixa. Em julho, mês em que as medidas de contenção da Covid-19 continuaram a ser levantadas, a taxa de inflação anual da área do euro foi de 0,4%, pouco mais que o 0,3% em junho. Um ano antes, a taxa era de 1%. A inflação anual da União Europeia foi de 0,9% em julho, face a 0,8% em junho. Um ano antes, a taxa era de 1,4%. Os números são da Eurostat, o serviço de estatística da União Europeia.

Na Europa, ao final, o índice Stoxx Europe 600 ficou em queda de 0,89% aos 356.33 pontos em Londres; o índice FTSE100, bolsa de Londres, ficou em queda de 1,54% aos 5.897 pontos; o índice DAX30, bolsa de Frankfurt, ficou em queda de 0,54% aos 12.313 pontos; o CAC 40 (Paris) ficou em queda de 1,43% aos 4.783 pontos; o FTSE-MIB (Milão) ficou em queda de 0,71% aos 19.091 pontos; o Ibex 35 (Madri) ficou em queda de 1,70% a 6.877 pontos; e o PSI-20 (Lisboa) ficou em queda de 0,22% a 4.295 pontos.

Conforme previsão da Comissão Europeia, o PIB da zona do Euro deve registrar uma contração de -8,7% este ano, diante do impacto econômico sem precedentes devido à crise gerada pela pandemia do “coronavírus”. A nova previsão revela uma piora nas projeções anteriores. Em maio, a Comissão Europeia projetava o PIB da região fechando o ano em -7,7%. Para 2021, a Comissão prevê uma recuperação do PIB da ordem de 6,1%.

EUA

A economia dos Estados Unidos contraiu no segundo trimestre no ritmo mais acelerado desde a Grande Depressão, em 1929. Uma vez que a pandemia de Covid-19 deteriorou os gastos dos consumidores e das empresas, e a recuperação está sob ameaça, após o ressurgimento dos casos de coronavírus em alguns estados americanos.

O Produto Interno Bruto despencou 32,9% em taxa anualizada no trimestre passado, declínio mais forte da produção desde que o governo começou a registrar os dados em 1947, informou o Departamento do Comércio. A queda do PIB foi mais do que o triplo do declínio recorde anterior de 10% no segundo trimestre de 1958.

As projeções sobre o recuo do PIB, mostravam uma taxa de 34,1% entre abril e junho. A maior parte das perdas históricas nos dados do Produto Interno Bruto aconteceu em abril, quando a atividade quase parou depois que restaurantes, bares e fábricas foram fechados em meados de março para conter a disseminação do coronavírus. Embora a atividade tenha acelerado a partir de maio, voltou a desacelerar em meio ao ressurgimento de novos casos da doença, especialmente nas regiões mais povoadas no Sul e Oeste, onde autoridades estão fechando as empresas novamente ou dando uma pausa na reabertura. Isso reduziu as esperanças de uma forte recuperação do crescimento no terceiro trimestre.

O banco central dos EUA manteve a taxa de juros perto de zero e prometeu continuar injetando dinheiro na economia e seguem dizendo que conseguem injetar liquidez na economia até quando for preciso.

Nos Estados Unidos, ao final, o Dow Jones ficou em alta de 0,44% aos 26.428 pontos. O S&P ficou em alta de 0,77% aos 3.271 pontos. O Nasdaq ficou em alta de 1,49% aos 10.745 pontos.

ASIA

Na região da Ásia Oriental, a primeira a enfrentar os problemas oriundos da contaminação pelo “coronavírus” e também a primeira a retomar o comércio, os números da atividade seguem crescentes.

Conforme informou a agência Caixin/Markit, o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial chinês subiu a 54.2 pontos em julho, de 54,4 pontos no mês anterior. De acordo com o relatório, a oferta e a demanda interna e externa se recuperaram na China. E, apesar de ressurgir em alguns lugares específicos, a pandemia permaneceu sob controle no país

O Índice dos Gerentes de Compras (PMI) é um indicador composto projetado para fornecer uma visão geral da atividade no setor industrial e funciona como um indicador importante para toda economia. Quando o PMI está abaixo de 50,0 indica que a economia industrial está em declínio e um valor acima de 50,0 indica uma expansão da economia industrial.

Porém, mesmo com os dados positivos, mercados de ações fecharam julho no negativo. Os dados do PMI da China, que se mantiveram em alta, não tiveram força para sustentar os índices.

PIB chinês cresceu 3,2% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, superando a mediana das previsões de um aumento de 2,6%, após a queda histórica de 6,8% no primeiro trimestre. Agora, o país foi o primeiro a registrar um crescimento positivo após o início da pandemia. A alta do número foi puxada pela indústria, que cresceu 4,8% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Entretanto, o protagonismo dos investimentos públicos na indústria, além dos números fracos do consumo, com as vendas no varejo recuando -3,9% no segundo trimestre frente ao mesmo período do ano anterior, apontam para um crescimento não sustentado do PIB.

Na Ásia, ao final, o índice Hang Seng, bolsa de Hong Kong, ficou em queda de 0,47% aos 24.595. O índice Xangai, China, ficou em alta de 0,71% aos 3.310. O índice Shenzhen Composite ficou em alta de 1,33% a 2.256. O índice Nikkei 225, bolsa de Tóquio, ficou em queda de 2,82% aos 21.710. O índice FTSE Straits Times, bolsa de Singapura, ficou em queda de 1,70% aos 2.529. O índice Kospi, Seul, ficou em queda de 0,78% aos 2.249. O índice Sensex, bolsa da Índia, ficou em queda de 0,34% aos 37.606. O índice Taiex, bolsa de Taiwan, ficou em queda de 0,46% aos 12.664. O índice XJO, bolsa de Sidney, ficou em queda de 2,04% aos 5.927. Os mercados de Singapura não operaram com feriado.

Conforme previsão do BoJ, o banco central japonês, a economia do país encolherá entre -4,5% a -5,7% no ano fiscal de 2020, que termina em março de 2021, e crescerá entre 3% a 4% no ano fiscal de 2021, com expectativas de que atividades econômicas retornarão gradualmente aos níveis pré-pandemia.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL

No mercado internacional de renda fixa, a volatilidade nos preços manteve-se próxima ao normal após o FED manter o juro próximo de zero e anunciar que assim deverá permanecer por um tempo suficientemente prolongado enquanto a economia doméstica não se consolidar no terreno do crescimento. Os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 0,568% ao ano no final junho, recuaram no fechamento de julho para o nível em torno de 0,533% ao ano, enquanto o rendimento dos títulos do Tesouro de 30 anos recuou para 1,196% ao ano em julho.

Já o rendimento dos títulos do governo japonês de 30 anos passou para 0,525% ao ano em no fechamento de junho, uma queda de 0,077 pontos em relação a maio.

Para as bolsas de valores internacionais o movimento foi de valorizações diante da maior clareza sobre a retomada do crescimento da economia global. Enquanto a bolsa alemã (Dax) recuou 0,54 %, a inglesa (FTSE 100) caiu 1,54%, a do Japão (Nikkei 225) registrou queda de 2,82% e a americana (S&P 500) valorizou 0,77 %.

O petróleo referência Brent ficou em alta de 0,39% aos US$43,69 o barril negociado na bolsa Mercantil de Futuros de Londres, o petróleo WTI também operou em alta de 1,28% e com o barril negociado aos US$40,43 na bolsa Mercantil de Futuros, Nova York. O preço do minério de ferro negociado no porto de Qingdao, China, ficou estável a US$110,58 a tonelada seca.

O avanço no preço do óleo ocorre após o acordo de corte na produção pela OPEP+, além de declínios acentuados na produção de outros produtores, liderados pelos EUA e Canadá, em resposta ao colapso na demanda sem precedentes.

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia informal do PIB, registrou uma alta de 4,89 % no mês de junho ante maio, revelou o Banco Central, refletindo uma leve recuperação depois da forte retração da atividade por conta da pandemia pelo “coronavírus”. O número não decepcionou, estando dentro das expectativas criadas pelo mercado. Apesar de reportar crescimento em junho, a economia brasileira ainda não se recuperou do tombo registrado nos meses anteriores. No acumulado do segundo trimestre, o indicador do BC registrou queda de 10,94%.

A taxa de desemprego no Brasil avançou para 12,9% no trimestre encerrado em maio, atingindo 12,7 milhões de pessoas, segundo dados da Pnad Contínua divulgados pelo IBGE. A taxa é ligeiramente superior a registrada no trimestre encerrado em abril, de 12,6%, e mostra parte dos efeitos da crise econômica causada pela pandemia pelo “coronavírus” no mercado de trabalho brasileiro.

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobrás) registrou um déficit primário R$ 188,6 bilhões em junho, o maior déficit já registrado na série histórica, iniciada em dezembro de 2001, em um reflexo dramático dos impactos da crise provocado pela pandemia no front fiscal.

Apesar da meta original para este ano estar fixada em R$ 124 bilhões, ou 1,6% do PIB, com o aumento de despesas públicas em função da pandemia pelo “coronavírus” o Tesouro Nacional revisou as estimativas para a atividade econômica em 2020, e espera um déficit primário do setor público de R$ 708,7 bilhões em 2020. O valor corresponde a 9,9% do PIB.

A dívida bruta geral do setor público, que contabiliza os passivos dos governos federal, estaduais, municipais e do INSS passou de 55,0% para 58,1% do PIB em junho de 2020. A DLSP atingiu R$ 4,176 trilhões, conforme divulgou o Bacen. As estimativas do mercado convergem para uma disparada na dívida pública este ano em função do aumento de gastos com as medidas emergenciais de ajuda aos mais necessitados. É crescente o número de previsões esperando que a dívida ultrapasse o patamar de 95% do PIB, quase o dobro da média dos países emergentes.

INFLAÇÃO

Puxada pela gasolina e pela conta de luz, a inflação do país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), aumentou para 0,36% em julho. Esse é o maior resultado para um mês de julho desde 2016, quando o IPCA foi de 0,52%.

Em junho, o indicador (IPCA) ficou em 0,26% Em julho de 2019, a taxa havia ficado em 0,19%. O índice acumula alta de 0,46% no ano, enquanto o acumulado em 12 meses é de 2,31%.

Portando, a inflação segue abaixo da meta do governo para este ano, que é de 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, ou seja, podendo variar entre 2,5% e 5,5%.

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 2,23% em julho de 2020, percentual superior a junho, quando havia apresentado taxa de 1,56%. Com este resultado, o índice acumula alta de 6,71% no ano e de 9,27% em 12 meses. Em julho de 2019, o índice havia subido 0,40% e acumulava alta de 6,39% em 12 meses.

De acordo com André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) e Coordenador dos Índices de Preços, “Os três índices componentes do IGP-M apresentaram aceleração em julho. O IPA, índice de maior peso, registrou forte alta nos preços de importantes commodities: minério de ferro (5,83% para 8,98%), soja (1,43% para 8,89%) e bovinos (3,26% para 8,94%). Já o IPC foi diretamente influenciado pela alta de 4,45% no preço da gasolina. Por fim, a taxa do INCC avançou devido aos acordos coletivos firmados no RJ e em SP que resultaram em alta de 0,92% na mão de obra”.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

O dólar comercial encerrou o mês de julho com alta de 1,34%, cotado a R$ 5,2242 na venda, em meio à deterioração das contas públicas devido ao elevado custo social produzido pela pandemia do “coronavírus”, e os temores dos impactos da paralisação das atividades na economia por um período prolongado. No acumulado do ano, a moeda norte-americana valorizou 38%.

As exportações, em julho, registraram US$ 19,6 bilhões, ao mesmo tempo que as importações foram de US$ 11,5 bilhões, com um superavit de US$ 8,1 bilhões. Em termos dessazonalizados, este foi o maior já registrado, ao menos com base na nova série que se inicia em 1997. A razão desse grande superavit é uma queda relativamente modesta das exportações, sempre corrigidas as variações sazonais, enquanto as importações continuam a cair fortemente.

O deficit de transações correntes, utilizando com base o produto interno bruto (PIB), caiu de 2,3% para 1,4%. A redução tanto das exportações quanto das importações de bens resultou numa queda do superavit comercial. Ao mesmo tempo, o deficit da conta de serviços também se reduziu. Já nas contas financeiras, o ingresso líquido de recursos, excluída a variação de reservas, caiu US$ 17 bilhões para US$ 8,1 bilhões, uma variação de US$ 25,1 bilhões.

RENDA FIXA

Para o mercado de renda fixa, a decisão do Copom em reduzir a taxa Selic em mais 25 pontos base, levando a taxa para o menor patamar da série histórica, aos 2% ao ano, corroborou com a percepção dos investidores e alimentou a valorização dos ativos.

Em julho, o mercado de títulos públicos e o de títulos corporativos, representados pelo IMA e pelo IDA, vivenciaram o seu melhor mês em 2020. O IMA-Geral registrou retorno mensal de 1,74% e acumula variação de 3,64% em 2020. Já o IDA-Geral apresentou ganho de 2% em julho e no ano registra 1,25%.

Entretanto, o destaque ficou com o índice de maior duration e que reflete a percepção de risco no longo prazo, o IMA-B5+, o qual registrou ganho de 7,32% no mês – o melhor resultado desde o final das eleições presidenciais de 2018. O IRF-M1+, que também reflete a percepção de risco no médio e longo prazo, vem em seguida, com ganho mensal de 1,47% e de 7,59% no ano. O IFR-M1 e IMA-B5 apresentaram resultado em linha com o mês anterior, e rentabilizaram 0,24% e 0,99%, no mês, acumulando 2,84% e 4,19%, em 2020, respectivamente.

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, o mês foi de manutenção do movimento de recuperação parcial das fortes perdas observadas nos meses de março e abril. Mesmo com o avanço da pandemia pelo Brasil, o mercado financeiro acompanhou o desempenho externo. O Ibovespa espelhou, em parte, os ganhos das bolsas no exterior, mas principalmente a melhora de uma série de indicadores da economia doméstica. Ao final do mês de julho, o Ibovespa acumulou alta de 8,27%, no ano a desvalorização é de 11,01. O índice encerrou o mês aos 102.912 pontos.

PERSPECTIVAS

O mês de julho foi pautado pela evolução positiva da pandemia no velho continente e na Ásia, apesar da preocupação com uma possível segunda onda de contágios devido à reabertura gradual das atividades, que colocou um grande contingente de pessoas na rua expostas ao vírus que ainda circula. E pelos novos casos da disseminação tardia do vírus nos Estados unidos, trazendo mais incertezas e instabilidades a economia, levantando novamente os assuntos relacionados ao desenho da curva de recuperação.

Os indicadores mais recentes da saúde econômica dos países já permitem afirmar que a reabertura das atividades destravou a economia, ainda que a normalidade ainda esteja longe de ser atingida.

A maior fonte de preocupação continua sendo nas Américas do Sul, Central e do Norte, onde o contágio e o número de óbitos seguem na direção ascendente. No Brasil, a disseminação do contágio pelo interior do país, ainda que nas principais regiões a escalada do contágio tenha regredido, manteve o número de novos casos em patamares elevados e a retomada da atividade como um todo ainda um tanto reduzida.

A economia doméstica continua ainda muito fraca, com a demanda agregada reduzida e um nível de ociosidade elevado. Contudo, embora repletos de incertezas por todos os lados, os dados recentes de atividade e demanda começam a se consolidar e parece que a situação parou de piorar. Nada que nos afaste de um cenário ruim, contudo nos parece que já há luz no final do túnel, a depender da evolução do contágio. O cenário provável indica que a economia brasileira recuará na casa dos 6%, e a taxa de desemprego progredirá mais alguns pontos, dado que o final do programa de manutenção do emprego e renda está próximo e forçará pequenos e médios empresários a rever seus negócios, colocando assim mais pessoas na fila do desemprego. A boa notícia, caso retomemos aos rumos pré-pandemia, é que a reação que se prevê na atividade econômica iniciar já em meados do terceiro trimestre, avance e se consolide em 2021. Nessa hipótese, o mercado de trabalho reagirá à frente.

Do lado fiscal, os efeitos da pandemia são devastadores. A disciplina fiscal foi abortada, e as previsões são de que o déficit primário atinja um número próximo dos R$ 700,0 bilhões em 2020, até certo ponto compreensível diante da situação. Entretanto, a sociedade (leia-se “instituições”) terá que trabalhar duro para que possamos retornar a situação de equilíbrio fiscal, notadamente nas questões que envolvem as reformas que deverão tramitar no Congresso, com destaque para as reformas tributária e administrativa. Caso contrário, estaremos sujeitos a dificuldades em nos financiar com eventual aumento dos prêmios solicitados pelos investidores para rolar a dívida mobiliária. No momento temos a vantagem das taxas de juros se situarem em patamares baixos, mas em um ambiente onde há risco de solvência é a situação passa a ser totalmente adversa.

 

Cenário Econômico – Junho/2020

 Retrospectiva: Os ativos de risco fecharam a semana em queda, com as tensões políticas envolvendo as duas grandes potências econômicas mundiais, EUA e China, no radar dos investidores e levando preocupações diante do nível da agressividade diplomática. Na quarta-feira, os EUA determinaram o fechamento do consulado chinês em Huston, no estado do Texas. Ao justificar o ato, o Departamento de Estado americano afirmou que a medida tem por objetivo proteger a propriedade intelectual e as informações privadas dos americanos, após dois hackers chineses serem suspeitos de roubar informações sobre projetos de vacinas contra o “coronavírus”. Em retaliação, a China determinou o fechamento do consulado dos EUA em Chengdu, na província de Sichuan, no sudoeste da China.

No campo da economia, destaque para a divulgação de um pacote de ajuda bilionário pelos governos dos países que integram a União Europeia. Pelo acordo, será criado um fundo de 750 bilhões de euros, equivalente a R$ 4,6 trilhões, dos quais metade será direcionada para os países mais afetados economicamente pela pandemia.

Destaque para a divulgação do índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) em algumas regiões. Nos EUA, foi divulgado que o PMI composto, que engloba os setores industrial e de serviços, avançou a 50,0 pontos em julho, ante 47,9 pontos em junho, marcando o fim de cinco contrações mensais consecutivas. O número foi puxado pelo setor industrial, que registrou 51,3 pontos no mês. Na zona do euro, o PMI composto preliminar subiu de 48,5 pontos em junho para 54,8 pontos, nível mais alto desde meados de 2018 e bem acima da expectativa de 51,1 pontos.

Do lado da demanda, o Reino Unido reportou que as vendas no varejo subiram 13,9% em junho, na comparação com o mês anterior, acima da expectativa do mercado, porém é fato que o consumo está bem abaixo dos níveis anteriores a pandemia.

Para os mercados de ações internacionais, a semana foi de desvalorizações. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã, recuou -0,63%, e o FTSE-100, da bolsa inglesa, desvalorizou -2,65%, o índice SP 500, da bolsa norte-americana, caiu -0,28% e o Nikkei 225, da bolsa japonesa, avançou 0,24%.

No Brasil, conforme divulgou o IBGE, o IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, ficou em 0,30% em julho, abaixo das expectativas do mercado que apontavam alta entre 0,40% a 0,55%. O número foi puxado pela alta dos combustíveis. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco apresentaram alta em julho, sendo que o maior impacto (0,22 ponto percentual) e a maior variação positiva (1,11%) vieram dos Transportes, que teve alta após quatro meses de quedas. Em junho, a alta havia sido de 0,02%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 0,67% e, nos últimos 12 meses, a variação acumulada é de 2,13%.

A confiança dos consumidores manteve em julho a tendência de recuperação, motivada principalmente pela melhora das expectativas em relação à economia. Conforme divulgou a FGV, o Índice de Confiança do Consumidor, que mede a disposição do consumidor em comprar e demandar produtos e serviços, subiu 7,7 pontos em julho, para 78,8 pontos. Após três meses em alta, o índice agora está 9,0 pontos abaixo de fevereiro, último mês antes de a pandemia atingir a economia brasileira.

No campo político, repercutiu sobre o mercado a proposta de reforma tributária, apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao Congresso Nacional. Pela proposta em primeira fase, o governo quer unificar o PIS/Cofins em um único imposto, denominado CBS – Contribuição sobre Operações com Bens e Serviços. O texto base recebeu críticas de diversos setores, principalmente sobre aumento da carga tributária.

Para a bolsa brasileira a semana foi de queda, acompanhando os movimentos das bolsas internacionais. O Ibovespa encerrou a semana com recuo de -0,49%, aos 102.381 pontos, acumulando valorização de 7,71% no mês, e desvalorização de -11,47% no ano. O dólar comercial encerrou a sessão de sexta-feira cotado a R$ 5,2070 para a venda. Na semana, a moeda recuou -3,26% frente ao real, enquanto no ano acumula alta de 29,76%. Já o IMA-B Total encerrou a semana avançando 0,34%, enquanto no mês acumula alta de 3,19% e no ano valorização de 1,48%. Em 12 meses a valorização é de 6,88%.

 

Relatório Focus: No Relatório Focus revelado hoje, os economistas que militam no mercado financeiro ajustaram as estimativas para a inflação deste ano, ainda em meio à economia doméstica fragilizada. O documento revela que a expectativa, na mediana das projeções, para o IPCA deste ano foi reduzida para mantida em 1,67%, ante projeção de 1,72% uma semana atrás. Um mês atrás a previsão para o IPCA deste ano era de 1,63%. O resultado continua distante da meta de inflação fixada pelo CMN para este ano, de 4,00%. Para 2021, o mercado financeiro manteve pela sexta semana seguida a expectativa de que a inflação encerre o ano em 3,00%. Em 2021, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.

Para a Selic, o mercado manteve pela quarta semana consecutiva a estimativa de que a taxa encerre o ano em 2,00% ao ano. O número projeta um novo corte da Selic na próxima reunião do Copom, em agosto, o que implicaria em uma redução de 0,25 ponto percentual frente ao atual patamar. Para o encerramento de 2021, a previsão para a taxa Selic foi mantida em 3,00% pela sexta semana consecutiva.

Entre os economistas que mais acertam as previsões, reunidos no chamado “top 5”, as estimativas para a taxa Selic ao final do ano foram reduzidas para 1,88% na mediana das coletas. Para 2021 as apostas são de que a taxa Selic encerre o ano em 2,25% na mediana das coletas.

Os analistas do mercado financeiro voltaram a reduzir a expectativa de contração da economia brasileira medida pelo PIB. O mercado estima que o PIB brasileiro encolha -5,77% neste ano, ante expectativa de -5,95% uma semana atrás. Há quatro semanas, a estimativa era de queda de -6,54%. Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão de expansão do PIB pela nona semana consecutiva em 3,50%. Em junho, o Bacen atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2020, de variação zero para retração de -6,4%.

O documento mostrou que a projeção dos economistas para o câmbio ao final de 2020 foi mantida em R$ 5,20 pela sexta semana seguida. Para 2021, a projeção para o câmbio foi mantida em R$ 5,00. Um mês atrás a projeção para o câmbio era de R$ 5,00.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, caracterizado pelo interesse duradouro do investimento na economia, o mercado manteve a projeção de queda no ingresso de recursos de fora do país. A mediana das previsões para 2020 é de um ingresso de US$ 53,95 bilhões, mesmo número da semana anterior, enquanto que para 2021 a expectativa foi mantida em US$ 64,10 bilhões. Há quatro semanas, a estimativa era de ingressos da ordem de US$ 57,50 bilhões e US$ 72,50 bilhões, respectivamente.

Perspectiva: Os mercados de risco mantém certo otimismo, com os investidores na expectativa do anúncio de um pacote de estímulos econômicos que está em discussão no Congresso dos EUA.  Conforme informou o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, o texto, de autoria dos Republicanos, prevê uma ajuda de US$ 1 trilhão. No final do mês vence o prazo da ajuda aos cidadãos mais vulneráveis, que inclui cerca de 30 milhões de americanos desempregados, e a prorrogação depende da aprovação do pacote no Congresso.

Ainda por lá, os investidores estarão de olho na reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês), que divulga na quarta-feira sua decisão sobre política monetária, com a estimativa dos analistas apontando para manutenção da taxa de juros no atual patamar, em torno de zero.

O mercado também mantém suas atenções ao clima de tensão entre EUA e China, após a ação americana de fechar o consulado chinês em Huston, e a imediata reação chinesa na mesma moeda. Os investidores ficarão atentos para possíveis novas medidas, no que está sendo chamado de “guerra fria” entre as duas nações.

Na agenda de indicadores, destaque especial para a divulgação do PIB do segundo trimestre dos EUA, com estimativa de queda anualizada de 35%, segundo dados compilados pela Bloomberg. Na região do euro, também será divulgado o PIB do bloco, e a estimativa é de recuo de 12% no comparativo trimestral. Atenção também para os PMIs de julho na China, com estimativas de atividade perto dos mesmos níveis de junho.

Por aqui, as atenções se voltam para os dados de emprego de junho, a serem divulgados na quarta-feira, após o índice de desemprego em maio subir para 12,9%. Entre outros indicadores relevantes sobre o último mês do segundo trimestre estão previstos o resultado fiscal, a conta corrente e os números de crédito, além do IGP-M de julho.

No campo político, a reforma tributária fica no destaque. A Comissão Mista da Reforma Tributária voltará a se reunir para discutir as três propostas que já estão no Congresso – a do governo, a da Câmara e a do Senado.

Em relação a pandemia pelo “coronavírus”, destaque para o início da última fase de testes da vacina da farmacêutica americana Moderna. Nesta fase, a vacina será testada em aproximadamente 30 mil pessoas em 87 lugares diferentes dos EUA até meados de outubro. Enquanto isso, o contágio não dá trégua, com a escalada de contágios seguindo nos EUA e América Latina. Enquanto na Europa o número de casos vem aumentando, fazendo com que alguns países aumentassem as restrições.

 

 Cenário Econômico – Maio/2020

 A curva de contaminação por covid-19 no Brasil ainda não se estabilizou. Tendo começado o distanciamento social em um estágio inicial da doença, o país conseguiu fazer com que a curva de contágio per capita crescesse “por baixo” daquelas observadas nos EUA e na Europa. Ainda que esse seja um bom sinal, diante da enorme crise sanitária observada no mundo, o fato é que nossa curva de contaminação ainda não se estabilizou e, portanto, não é possível definir com precisão a duração do distanciamento social. Mas há grande heterogeneidade entre os estados brasileiros e começam a aparecer condições preliminares de reabertura em algumas regiões do país. Trata-se de um quadro ainda bastante incerto, mas o Brasil poderá observar os protocolos e efeitos da reabertura em outros países para adotar estratégias eficazes de mitigação dos riscos de uma segunda onda de contaminação.

Após uma sequencia de altas expressivas nas últimas semanas, os mercados de risco sofreram pesadas baixas na medida em que foram renovadas as preocupações de uma nova onda de contágios nos países que abriram os mercados e relaxaram as regras de distanciamento social, especialmente na região sul dos EUA, onde nos estados da Flórida, Texas e Califórnia voltaram a apresentar altas recordes de novos casos de contágio pelo “coronavírus”. Nada que não estivesse fora do radar dos investidores, mas acabou sendo o mote para a realização de lucros. Os dados mais recentes do contágio pelo “coronavírus” no mundo mostram uma resistência na curva de novos casos e óbitos, tendo a região sul da Ásia como novo epicentro do contágio, com a Índia somando mais de 10 mil casos diários, atrás apenas do Brasil e EUA. São pouco mais de 7,8 milhões de pessoas infectadas no mundo, que levaram a mais de 432 mil óbitos. Os números mostram um crescimento de 11% no número de contágios e de 7% no número de óbitos em uma semana, indicando manutenção no avanço de contágios e óbitos em relação aos dados de sete dias atrás. Em relação à preocupação com a recuperação das economias, a semana trouxe uma série de indicadores relevantes e previsões importantes. Destaque para o encontro do Federal Reserve (FED, na sigla em inglês). O colegiado reuniu-se nos dias 09 e 10 de junho e decidiu pela manutenção do juro no patamar entre 0% e 0,25% e o prosseguimento do programa de apoio financeiro a economia local. No comunicado pós-reunião, o colegiado disse que as taxas permanecerão nesse nível pelo tempo suficiente para que a economia se recupere, dando a entender que a adoção de juros negativos está fora de propósito. Entretanto, afirmou que usará todas as ferramentas necessárias para atingir o melhor nível de emprego e inflação no centro da meta. Ainda por lá, foi divulgado pelo Departamento do Trabalho que os novos pedidos de auxílio desemprego caíram para 1,5 milhões na semana encerrada em 06 de junho, ante 1,9 milhões da semana anterior, e afastando-se do recorde de 6,8 milhões de solicitações registradas no final de março, o que mostra uma diminuição das demissões e reforça a visão de que o mercado de trabalho pode ter chegado ao pior momento. A OCDE, órgão de fomento da economia mundial, estima que a economia mundial encolha -6% neste ano na melhor das hipóteses, ou -7,6% em caso de uma segunda onda de contágios. Para 2021, a organização prevê uma forte recuperação em caso de controle da pandemia, na ordem de 5,2%, ou crescimento de 2,8% num cenário pessimista de disseminação do “coronavírus”. Para os mercados de ações internacionais, a semana foi de perdas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã, recuou -7,0%, o FTSE-100, da bolsa inglesa, desvalorizou -5,9%, O índice S&P 500, da bolsa norte-americana, caiu -4,8% e o Nikkei 225, da bolsa japonesa, perdeu -2,4%. Por aqui, destaque para a divulgação do IPCA do mês de maio, que registrou deflação de -0,38%, enquanto um mês atrás o índice recuou -0,31%. No ano, o índice acumula queda de -0,16%. O maior impacto negativo veio do grupo de “Transportes”, cuja queda foi de -1,9%. Os grupos “Vestuário” e “Habitação” também contribuíram para a queda do indicador. Do lado das altas, destaque para os grupos “artigos de residência” e “Alimentação e Bebidas”, que subiram 0,58% e 0,24%, respectivamente. No campo da política, destaque para a suspensão do julgamento sobre a cassação da chapa Bolsonaro/Mourão após um pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes, quando o placar apontava 3 votos a 2 a favor da reabertura de investigações policiais em ações que pedem a cassação da chapa. Para a bolsa brasileira a semana foi de baixa, acompanhando os movimentos das bolsas internacionais. O Ibovespa encerrou a semana com queda de -1,9%, aos 92.795 pontos, acumulando valorização de 6,2% no mês, e desvalorização de -19,8% no ano. O dólar comercial encerrou a sessão de sexta-feira cotado a R$ 5,045 para a venda. Na semana, a moeda avançou 1,2% frente ao real, enquanto no ano acumula alta de 25,7%. Já o IMA-B Total encerrou a semana com valorização de 0,2%, enquanto no mês a alta é de 1,7% e no ano acumula desvalorização de -2,0%. Em 12 meses a valorização é de 7,4%.

Relatório Focus: As estimativas para a taxa Selic em 2020 foram ajustadas para 2,25% na mediana das coletas, ante 2,13% da estimativa semanal anterior. Para 2021 as apostas são de que a taxa Selic encerre o ano em 2,25% na mediana das coletas, ante previsão de 2,75% da semana passada. Os efeitos da pandemia do “coronavírus” sobre a economia brasileira continuam fazendo os economistas aprofundarem os cortes nas projeções para o PIB em 2020, pela décima oitava semana seguida. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a economia este ano passou de retração de -6,48% para -6,51%. Há quatro semanas, a estimativa era de queda de -5,12%. Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão do PIB em 3,50%. Quatro semanas atrás, estava em 3,20%. Em março, na esteira da pandemia pelo “coronavírus”, o BC atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2020, de alta de 1,8% para variação zero. O próprio BC, no entanto, já reconheceu que o cenário está se alterando rapidamente e que, por isso, a projeção do RTI não reflete, necessariamente, a situação atual. O relatório mostrou que a projeção dos economistas para o câmbio ao final de 2020 foi alterada, de R$ 5,40 da semana passada para R$ 5,20 na estimativa atual. Um mês atrás a projeção era de R$ 5,28. Para 2021, a projeção para o câmbio foi reduzida para R$ 5,00, ante cotação de R$ 5,08 da semana passada. Um mês atrás a projeção para o câmbio era de R$ 5,00. Para o Investimento Estrangeiro Direto, caracterizado pelo interesse duradouro do investimento na economia, a mediana das previsões para 2020 é de um ingresso de US$ 60,00 bilhões, mesmo número da semana passada, enquanto que para 2021 a expectativa também foi mantida em US$ 75,00 bilhões. Há quatro semanas, a estimativa era de ingressos da ordem de US$ 65,00 bilhões e US$ 76,00 bilhões, respectivamente.

 

Perspectiva: Os temores com uma segunda onda de infecções pelo “coronavírus” mantêm os mercados de risco em alerta, na medida em que as notícias sobre o aumento de novos casos em países que aparentemente já haviam passado pelo pior momento da pandemia voltam a pesar. Parte dos ganhos recentes foi devolvido na semana passada, e aparentemente esse movimento de queda tende a se fixar com o noticiário negativo ganhando terreno. Por aqui os mercados seguem contaminados pelo comportamento dos mercados globais, na medida em que a reabertura do comércio e relaxamento do distanciamento social em quase todas as regiões do país segue avançando, e um aumento no número de casos é mais do que esperado pelas autoridades sanitárias, com alguns especialistas prevendo um novo colapso do sistema de saúde em várias regiões. O número de novos casos e de óbitos no Brasil segue avançando, porém em um ritmo menos intenso. Até agora são mais de 867 mil infectados e 43 mil óbitos, apontando um aumento de 26% nos casos de infectados e 19% nos casos de óbitos em uma semana. Na agenda da semana, destaque para dois discursos programados pelo presidente do FED, Jerome Powell, no Senado e na Câmara, que poderão revelar mais informações da autoridade monetária, apenas alguns dias depois do FED decidir pela manutenção do juro norte-americano, e fazer previsões nada animadoras sobre a recuperação da economia no curto prazo.  Os bancos centrais do Japão e Reino Unido também têm reuniões agendadas nesta semana, e na pauta estará a política monetária de seus países. Por aqui, destaque para a reunião do COPOM programada para os dias 16 e 17 de junho. Apesar das apostas majoritárias para um corte de 0,75 pontos percentuais na taxa Selic e manutenção da taxa até o final do ano, o mercado não descarte um corte menor agora, acompanhado de mais um a frente. Também está prevista a divulgação do IBC-Br de abril pelo Bacen e o indicador de vendas no varejo pelo IBGE.

  

Cenário Econômico – Abril/2020

 Economia mundial: A pandemia da Covid-19 representou um choque profundo sobre a economia mundial, cujo alcance e consequências ainda são difíceis de vislumbrar. As medidas de isolamento social impactaram fortemente a oferta e a demanda por bens e serviços, desorganizando as relações de trabalho, produtivas, de comércio e de crédito. Os mercados financeiros reagiram derrubando as bolsas de valores, valorizando o dólar e desvalorizando as commodities – especialmente o petróleo – diante da expectativa de forte retração da atividade econômica. Os primeiros dados do período pós-Covid-19 já mostram que o impacto foi grande: os índices de gerentes de compras (PMIs na sigla em inglês) desabaram, afetando principalmente os serviços. A única exceção foi a China, onde o ciclo da pandemia já se encontra mais avançado e o índice se recuperou em março. Nos Estados Unidos, caíram fortemente produção industrial, vendas no varejo e indicadores da construção civil residencial. No mercado de trabalho, a perspectiva é de forte aumento do desemprego. As projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) são de que o produto interno bruto (PIB) mundial terá uma queda de 3,0% em 2020 – a maior retração desde a grande depressão dos anos 1930 –, mas que deve se recuperar e crescer 5,8% em 2021. Para enfrentar esse choque, as políticas econômicas vêm sendo intensamente mobilizadas ao redor do mundo. A política monetária voltou à posição “tudo que for necessário” utilizada antes, no período posterior à crise financeira internacional de 2008, incluindo volta dos juros para próximo de zero e expansões quantitativas envolvendo também títulos privados. A política fiscal, por seu turno, tem sido direcionada para aliviar a súbita perda de renda pelas famílias, bem como para garantir empréstimos às empresas de modo a permitir a garantia do emprego e a preservação de seu capital organizacional.  Em 11 de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a Covid-19 como pandemia mundial. A disseminação da doença provocada pelo novo coronavírus a partir da China, no entanto, já avançava a passos largos desde janeiro, como revelado por recentes pesquisas feitas nos Estados Unidos. As reações de políticas públicas, no sentido de retardar o processo de propagação e permitir que os sistemas de saúde se preparassem para o crescimento abrupto dos casos de internação e para a necessidade de utilização de unidades de terapia intensiva, foram relativamente lentas, possivelmente por desinformação quanto à natureza da doença e à sua grande velocidade de contágio. O quadro hoje no mundo já é de mais de três milhões de pessoas infectadas e de mais de 200 mil mortes. Os gráficos 1 e 2 retratam a evolução do número de casos e de mortes para alguns países até 26 de abril. Destaca-se o elevado número de casos e mortes nos Estados Unidos, que já respondem por um terço do total de casos e um quarto das mortes em todo mundo.

Mercados: Embora a declaração da Covid-19 como uma pandemia só tenha ocorrido em março, os mercados financeiros já vinham refletindo desde dois meses antes a perspectiva que se desenhava quanto aos efeitos da disseminação da doença a partir da China. As bolsas de valores registraram fortes quedas, próximas a 40%, entre o pico recente de cada mercado, localizado entre a metade de janeiro e início de fevereiro, e o mínimo alcançado na terceira semana de março. Em 17 de abril, os índices haviam recuperado pouco menos de metade da perda, com destaque para o S&P 500, com alta de 26,8% desde o mínimo em 23 de março. Por outro lado, a busca por ativos seguros fez o rendimento dos títulos do Tesouro americano com maturidade de dez anos cair de 1,6% ao ano (a.a.) para 0,5% a.a. entre o início de fevereiro e o de março. Não há registro de taxa tão baixa desde 1976. Após a crise financeira internacional de 2008, a taxa de juros de dez anos teve dois momentos de mínimo, em agosto de 2012 e julho de 2016. Em ambos, ela ficou próxima de 1,5% a.a., refletindo o receio por parte dos investidores de uma recessão à frente. Nesses dois momentos, o diferencial entre o juro de dez anos e o de dois anos ficou muito baixo, mas não negativo, e a recessão de fato não aconteceu. Na segunda metade de 2019, o diferencial entre juro longo e curto chegou a ficar próximo de zero, novamente pelo receio de que a política monetária do Federal Reserve System (Fed), que indicava alta dos juros à frente, pudesse levar novamente à recessão. As reduções da Fed Funds já no final de 2019 e, com mais intensidade, ao longo de março, no entanto, fizeram o diferencial voltar a crescer. O valor do dólar frente a uma cesta ampla de moedas oscilou significativamente no período: queda de 5% entre 20 de fevereiro e 9 de março, valorização de 8,4% nos dez dias seguintes, e nova correção para baixo, de 2,3% até 24 de abril. Os preços de commodities têm refletido as perspectivas negativas para a economia mundial: em março, as commodities agrícolas caíram 5,8% em relação a janeiro; metais e minerais, 11,6%; e aquelas ligadas a energia, 43,6%. O índice de todas as commodities do FMI caiu 21,5%. As commodities agrícolas tiveram, portanto, uma queda muito menor que a média, o que é especialmente positivo para o Brasil, que, no momento, colhe uma safra de grãos recorde. O petróleo apresentou forte queda, de 67% entre o início de janeiro e o final de março (de US$ 69/barril para US$ 22,7/barril), recuperando-se para a faixa de US$ 30/barril na segunda semana de abril.

Atividade econômica: Os primeiros indicadores captando o impacto da pandemia da Covid-19 sobre a atividade econômica mundial mostram quedas acentuadas já em março. Os PMIs compostos desabaram: 17,5% nos Estados Unidos, 42% na Área do Euro e 23% no Japão. Na China, refletindo a gradual normalização da atividade econômica, ele aumentou 69%, depois da queda de 47% em fevereiro. Na indústria de transformação, as variações foram bem mais modestas (-3,0%; -9,6%; -6,2%; e +24,3%, respectivamente), indicando que o peso da forte queda no índice composto recaiu sobre os serviços. Os dados para os Estados Unidos são corroborados pelo ISM – índice análogo ao PMI calculado nos Estados Unidos pelo Institute for Supply Management: o da indústria caiu 2% em março e dos serviços, 8,4%. Na Área do Euro, a prévia dos PMIs de abril indica novas quedas, tanto na indústria, de 44,5 para 33,6 pontos, quanto, principalmente, nos serviços, de 26,4 para 11,7 pontos. Segundo a prévia, a queda do índice composto para a Área do Euro como um todo foi de 54,5%. Dados da atividade econômica nos Estados Unidos em março já mostraram o impacto da pandemia e das medidas para promover o distanciamento social. A produção industrial de março caiu 5,4% em relação a fevereiro – a maior queda mensal no período pós-guerra, superando inclusive aquela de setembro de 2008, de 4,3%. O segmento mais afetado foi o de transformação, no qual a queda foi de 6,3%. No setor de mineração, fortemente influenciado pela exploração de petróleo, a queda foi de 2%, mas os eventos recentes que levaram à forte queda do preço do petróleo, especialmente o produzido nos Estados Unidos, permitem esperar uma retração ainda maior da produção do setor nos próximos meses. As vendas no varejo também sofreram retração acentuada em março, de 6,2%, em relação a fevereiro. Da mesma forma que na indústria, é a maior queda mensal desde 1992. Em outubro e novembro de 2008, logo após a eclosão da crise financeira internacional, a queda foi de 4,1% e 4,2%, respectivamente. No mercado de trabalho, os dados de contratações líquidas no setor não agrícola americano também mostraram, em março, os primeiros efeitos da crise de saúde pública: houve demissões líquidas de 758 mil pessoas no mês, ante contratações líquidas de 243 mil pessoas por mês nos três meses anteriores. A taxa de desemprego em março aumentou para 4,4%, 0,9 ponto percentual (p.p.) acima da registrada em fevereiro. Entretanto, o dado que vem chamando mais a atenção são os novos pedidos de seguro-desemprego: ao longo de 2019 até a primeira semana de março, o número de novos pedidos girou em torno de 217 mil por semana. Na segunda semana, ele aumentou para 282 mil e então disparou para 3,3 milhões e 6,9 milhões nas duas semanas seguintes, mantendo-se ainda em 6,6 milhões na primeira semana de abril. Desde então, houve recuo a cada semana, com a terceira semana do mês registrando 4,4 milhões. O acumulado desde a terceira semana de março é de 26,5 milhões de novos pedidos. O setor da construção, principalmente devido à redução dos juros mais longos, ganhou impulso considerável na segunda metade de 2019: no PIB, o investimento residencial amargou seis trimestres consecutivos de variações negativas ao longo de 2018 e primeiro semestre do ano passado. No terceiro e quarto trimestres de 2019, as variações ante o trimestre anterior foram, em termos dessazonalizados e anualizados, 4,6% e 6,5%. Os indicadores mais recentes, contudo, mostram forte reversão em março: a taxa de crescimento ante igual mês do ano anterior do início da construção de novas casas caiu de 30% no primeiro bimestre para 1,4% em março. Em números anualizados, passou-se de 1,6 milhão no primeiro bimestre para 1,2 milhão em março. As autorizações para novas construções tiveram queda semelhante: de 1,5 milhão para 1,4 milhão. As vendas de novas, que cresciam à taxa média anual de 20% de agosto do ano passado a fevereiro deste ano, caíram 15% em março em relação a fevereiro e 9,5% na comparação com março de 2019. Diante de quedas tão acentuadas em março – mesmo que as medidas de quarentena e/ou isolamento social só tenham começado na segunda metade do mês – o PIB do primeiro trimestre do ano, segundo a primeira estimativa do Bureau of Economic Analysis (BEA), caiu 4,8% na comparação dessazonalizada e anualizada com o trimestre anterior. O consumo caiu forte, 7,6%, com destaque para as reduções no consumo de bens duráveis (-16,1%) e de serviços (-10,2%). O investimento não-residencial caiu 8,6% enquanto, em sentido contrário, e conforme os dados setoriais comentados anteriormente já revelavam, o investimento residencial acelerou bastante no primeiro trimestre, com crescimento de 21% – reflexo das condições financeiras mais favoráveis desde a segunda metade do ano passado, quando houve três reduções da Fed Funds. Olhando para as contribuições para o crescimento observado, as exportações líquidas tiveram impacto positivo (+1,3 p.p.), já que a queda das exportações (-8,7%) foi menor que a das importações (-15,3%). A variação de estoques contribuiu negativamente, com -0,5 p.p., para a variação do PIB no período. Na China, os dados de março mostraram os primeiros sinais de recuperação da atividade econômica após a retração, igualmente forte, do primeiro bimestre. Isso não impediu que o PIB do primeiro trimestre tivesse uma queda, inédita na história daquele país, de 6,8% em relação ao primeiro trimestre de 2019 e de 9,8%, após ajuste para sazonalidade, ante o último trimestre do ano passado. Em março, a produção industrial caiu apenas 1,1% na comparação interanual. Pode parecer ruim, mas na verdade mostra forte recuperação depois da queda de 13,5%, na mesma comparação, no primeiro bimestre. As vendas do comércio, por seu turno, ainda registram forte queda na comparação com igual período do ano anterior: -20,5% no primeiro bimestre e -15,8% em março. No setor serviços, segundo o índice de produção setorial do National Bureau of Statistics (NBS), a queda também continuava intensa: -13,0% no bimestre janeiro-fevereiro e -9,1% em março, sempre em relação a igual período de 2019. Os dados de investimentos em ativos fixos ainda mostram queda acentuada em março relativamente a março do ano passado (-9,5%), porém com alguma recuperação em relação ao primeiro bimestre, quando a queda foi de 24,5%. Por fim, destaca-se o comportamento do comércio exterior chinês, que também registrou alguma reação em março, com taxas menos negativas do que as do primeiro bimestre do ano. A variação das exportações em março foi de -6,6%, ante -17,2% no bimestre janeiro-fevereiro; para as importações, esses valores foram -0,9% e -4,0%, respectivamente. Vale notar que a retração da economia no resto do mundo certamente representará um fator de atrito na recuperação chinesa, que ainda tem nas exportações, basicamente de produtos manufaturados, um componente importante da demanda: mesmo tendo recuado em relação aos níveis elevados, superiores a 25% do PIB no início da década, elas ainda responderam por 17,4% do PIB em 2019.

Projeções para a economia mundial: O FMI divulgou recentemente suas previsões para economia mundial em 2020 e 2021. Elas indicam que o impacto da pandemia da Covid-19 será brutal – caracterizando a pior recessão desde a Grande Depressão. A previsão é de que a economia mundial contraia 3,0% em 2020, o que representa uma variação de 6,3 p.p. para baixo em relação à previsão feita em janeiro deste ano. Para 2021, a previsão é de crescimento de 5,8%, uma revisão para cima de 2,4 p.p. em relação a janeiro. De acordo com o FMI, mesmo com esta forte recuperação no próximo ano, o PIB mundial no final de 2021 ainda estaria 3,3% abaixo da trajetória projetada em janeiro. Mais ainda, o FMI argumenta que essa crise não encontra paralelo na história (“a crisis like no other”), dada sua natureza: um choque negativo de oferta associado às medidas de isolamento social necessárias para impedir a disseminação descontrolada da doença e que rapidamente se transforma em choque negativo de demanda. Assim, não apenas a magnitude do choque não encontra precedentes como há uma contínua incerteza em relação a sua duração e intensidade. A política econômica nessas circunstâncias, normalmente associada a estímulos à demanda agregada, perde seu sentido, já que a queda da demanda é fruto das próprias medidas adotadas para enfrentar a pandemia. No entanto, as projeções, como o próprio FMI reconhece, carregam uma margem de erro muito maior que em outros momentos, especialmente quanto à intensidade da recuperação projetada para 2021. O FMI aponta para a necessidade de enfrentar a pandemia aumentando os gastos com saúde e garantindo a famílias e empresas os meios de se manterem durante o período de isolamento social. Medidas monetárias, fiscais e financeiras direcionadas e em volume expressivo serão críticas para manter os laços entre trabalhadores e empresas, e entre credores e devedores, preservando a infraestrutura econômica, financeira e social. As projeções por país e região são apresentadas na tabela 3. Destaca-se a previsão de queda em 2020 nos países desenvolvidos, de 6,1%, com destaque para a redução prevista na Área do Euro, de 7,5%, e de 5,9% nos Estados Unidos. O desempenho dos países emergentes e em desenvolvimento também será afetado, com previsão de queda de 1%, variação que se transforma em redução de 2,2% quando se exclui do grupo a China, onde a queda do crescimento será significativa, porém com desempenho ainda positivo, de 1,2% em 2020.

  

Cenário Econômico – Março/2020

 INTERNACIONAL: O Pânico tomou conta dos mercados mundiais com os investidores reagindo ao avanço do contágio do “coronavírus”, que atingiu fortemente os países da Europa e da América do Norte, levando a Organização Mundial da Saúde – OMS a decretar estado de pandemia no momento em que atingiu 114 países. O vírus já havia infectado aproximadamente 118 mil pessoas e levado a óbito pouco mais de 4 mil. Os governos iniciaram um processo de isolamento da população, decretando o fechamento de fronteiras terrestres, aeroportos, transporte público em geral, além de determinar o fechamento do comércio e orientar a população a ficar em casa a fim de diminuir a disseminação. O temor por uma recessão em larga escala motivou as autoridades monetárias a anunciar amplos programas de distribuição de renda entre a população mais frágil, bem como outros programas de ajuda principalmente as empresas de pequeno e médio porte na tentativa de evitar, ou até mesmo diminuir, uma onde de demissões em massa que levariam a algumas centenas de milhões de pessoas desempregadas.

EUROPA: Os principais bancos centrais da região se reuniram para discutir as medidas de alívio monetário em meio ao cenário da pandemia. O banco central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), cortou o juro extraordinariamente pela primeira vez desde 2008, de 0,75% para 0,25%, uma redução de 0,50 pontos percentuais, além de anunciar estímulos a empréstimos às pequenas e médias empresas e às famílias.

Ainda no Reino Unido, o governo britânico ampliou um pacote de ajuda para incluir os trabalhadores autônomos que perderam seus sustentos por conta do isolamento social. O auxílio abrange cerca de 5 milhões de trabalhadores autônomos do Reino Unido, que terão direito a uma verba de até 2.500 libras mensais.

Já na zona do euro, o banco central europeu (BCE, na sigla em inglês) aprovou medidas de estímulo temporárias para ajudar a economia da região, porém manteve a taxa de juros inalterada, atualmente em -0,50% para depósitos e 0,0% para financiamentos, além de ampliar seu programa de relaxamento quantitativo ao anunciar a disposição em comprar 120 bilhões de euros adicionais em títulos até o final do ano, que era de 20 bilhões de euros. Enquanto que na Alemanha o Conselho de Ministros aprovou um crédito suplementar de 156 bilhões de euros, que na prática autoriza o governo alemão a se endividar para apoiar a economia local. Além disso, foi reativado o Fundo de Estabilização com suporte de 500 bilhões de euros para apoiar as grandes indústrias alemãs. Conforme anunciou a agência Eurostat, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 0,7% na comparação anual de março, desacelerando fortemente em relação ao aumento de 1,2% observado em fevereiro em meio aos efeitos da pandemia de “coronavírus”, segundo dados preliminares. O resultado veio abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta de 0,8%. A prévia de março afasta a inflação anual da zona do euro ainda mais da meta do BCE, que é de uma taxa ligeiramente inferior a 2%. Apenas o núcleo do CPI do bloco, que exclui os preços de energia e de alimentos, registrou alta anual de 1% em março, menor do que o acréscimo previsto de 1,1%. Alguns indicadores da produção após o início da pandemia começaram a ser divulgados, e mostram o estrago que a paralisação parcial das atividades está causando na economia. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro caiu à mínima recorde de 31,4 pontos em março, ante 51,6 pontos em fevereiro, puxado pelo setor de serviços que recuou para a mínima de 28,4 pontos. Os números sugerem que a economia da região está encolhendo a uma taxa trimestral de 2%.

EUA: O banco central norte-americano (FED, na sigla em inglês), cortou o juro duas vezes em sequencia. Na primeira, em decisão emergencial e extraordinária, baixou a taxa de juros para o intervalo entre 1,00% e 1,25%. Poucos dias depois, na reunião ordinária, anunciou novo corte, mais agressivo, levando o juro para o intervalo entre 0,00% e 0,25%, um corte de 1 ponto percentual. No comunicado pós-reunião, o FED afirmou que “está monitorando cuidadosamente os mercados de crédito e está preparado para usar toda a sua gama de ferramentas para apoiar o fluxo de crédito para famílias e empresas”. A instituição também anunciou a compra de US$ 500 bilhões em títulos do Tesouro e de US$ 200 bilhões em valores hipotecários. O governo Donald Trump anunciou, com apoio do Congresso, um amplo programa financeiro de assistência, que inclui pagamentos diretos a população e ajuda aos setores mais afetados pela pandemia. O pacote, sem precedentes na história, envolve a quantia de US$ 2 trilhões, o equivalente a R$ 10 trilhões, e representa cerca de 10% do PIB norte-americano. O programa inclui a transferência de renda de para pagamento direto a pessoas e famílias e aumento dos benefícios aos desempregados e autônomos, além de um programa de crédito para pequenas empresas em condições que estimulem a manutenção de postos de trabalho. Ainda que não tenha capturado toda a extensão do impacto do “coronavírus” na economia, o que significa que dados futuros certamente serão piorados, a atividade nos EUA desacelerou em março. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto recuou 8,7 pontos em março. Ele foi de 49,6 pontos em fevereiro para 40,9 pontos. O resultado foi puxado, principalmente, pelo setor de serviços, que caiu de 49,4 pontos para 39,8 pontos, na medida em que negócios não essenciais estão sendo forçados a fechar, alguns indo à falência.

Além disso, os bloqueios estão levando a uma redução considerável no gasto do consumidor. Já o PMI industrial, recuou para 48,5 pontos ante 50,7 pontos em fevereiro. O mercado de trabalho norte-americano já mostra os sinais da desaceleração acentuada da economia por lá. Conforme divulgou o Departamento de Trabalho, foram destruídos 701 mil postos de trabalho em março, ante previsão de perda de 100 mil postos. Com isso, a taxa de desemprego subiu para 4,4%, ante taxa de 3,5% em fevereiro. Estima-se que o número de desempregados é bem maior, devido à metodologia para apuração dos resultados não capturar totalmente a realidade visto que os dados foram coletados até a semana que terminou em 12 de março. Uma melhor imagem do cenário do mercado de trabalho é dada pelo relatório semanal de pedidos de auxílio-desemprego. Nas duas últimas semanas de março, cerca de 10 milhões de norte-americanos entraram com pedido do seguro.

ÁSIA: Enquanto isso, na China a situação do contágio vai perdendo força na medida em que a disseminação do “coronavírus” diminuiu e as empresas voltam aos poucos a abrir suas portas. No entanto, os danos a economia da região são alarmantes, a ponto do Banco do Povo (BPoC, na sigla em inglês) anunciar estímulos adicionais. Além de manter inalteradas as taxas de juros por lá, o BPoC cortou a taxa do depósito compulsório pela terceira vez no ano e reduziu a taxa de juros sobre as reservas excedentes dos bancos pela primeira vez desde a crise de 2008.

Com as empresas chinesas estão retornando suas atividades aos poucos, agora o país contabiliza os estragos na economia. A produção industrial por lá caiu 13,5% nos dois primeiros meses do ano. As vendas no varejo caíram 20,5% no mesmo período. Ambos os números vieram bem piores do que o previsto por especialistas. Porém, dados de março já indicam uma reviravolta nos números. O PMI oficial da China surpreendeu ao subir para 52,0 pontos em março ante a mínima recorde de 35,7 pontos em fevereiro, acima da marca de 50 pontos que separa crescimento de contração. Analistas consultados pela Reuters esperavam uma leitura de 45,0 pontos em março.

Os analistas atribuíram a recuperação inesperada no PMI à base de comparação muito baixa em fevereiro, e alertaram que a leitura não sinaliza uma estabilização da atividade econômica. Economistas já preveem uma forte contração do PIB chinês no primeiro trimestre, com alguns esperando uma queda anualizada de 9% ou mais – a primeira contração do tipo em três décadas. No Japão, dados divulgados da atividade mostram os efeitos da contração econômica agressiva devido à disseminação do “coronavírus” na região. O PMI composto, que engloba os setores industrial e de serviços, ficou em 35,8 pontos. O resultado, que é uma prévia de março, representa uma redução de mais de 10 pontos em relação a fevereiro, quando o índice marcou 47 pontos. O setor de serviços ficou em 32,7 pontos, em março, ante 46,8 em fevereiro, enquanto o industrial foi de 47,8 em fevereiro para 44,8 em março. Para a indústria, é o pior resultado desde 2011, quando o país foi atingido por um tsunami. Como estratégia para estimular a economia, o banco central local (BoJ, na sigla em inglês) anunciou injeção de liquidez de 1,7 trilhões de ienes, através de compra de títulos soberanos de cinco e dez anos, no valor de 200 bilhões de ienes, além de uma injeção de 1,5 trilhões de ienes em empréstimo de duas semanas. Decidiu também aumentar suas compras de fundos comercializados na bolsa para 12 trilhões de ienes ao ano, bem como irá dobrar a aquisição de fundos de investimentos imobiliários para 180 bilhões de ienes por ano.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL: No mercado internacional de renda fixa, a busca por proteção diante da pandemia levou os prêmios dos ativos soberanos a movimentos históricos. Os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 1,163% ao ano no final fevereiro, despencaram cerca de 51 pontos base no fechamento de março para o nível em torno de 0,652% ao ano, enquanto o rendimento dos títulos do Tesouro de 30 anos caiu para 1,324% ao ano, uma queda de 36 pontos base em relação ao fechamento de fevereiro. Já o rendimento dos títulos do governo japonês de 30 anos passou para 0,426% ao ano, uma alta de 14 pontos em relação a fevereiro. Já as bolsas internacionais, o movimento foi de queda generalizada devido à fuga de ativos de risco em meio às preocupações com os efeitos do “coronavirus” sobre a economia global. Enquanto a bolsa alemã (Dax) caiu – 16,39%, a inglesa (FTSE 100) despencou -13,81%, a do Japão (Nikkei 225) registrou queda de -10,53% e a americana (S&P 500) desvalorizou -12,51%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent para junho/20 registrou uma queda -36,4% no mês, a US$ 31,82 o barril, enquanto o WTI para maio/20 recuou -54,6%, cotado a US$ 20,55 o barril, em meio a estoques mais altos e queda da demanda global, agravado pela posição antagônica entre árabes e russos sobre a redução da produção mundial do óleo em meio a uma demanda cada vez mais fraca em face da pandemia do “coronavírus”.

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia informal do Produto Interno Bruto (PIB), registrou uma leve alta de 0,24% em janeiro frente a dezembro de 2019. Na comparação anual, o indicador teve uma expansão de 0,69%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o IBC-Br ficou em 0,86%. O resultado, calculado após ajuste sazonal – espécie de compensação para comparar períodos diferentes –, leva em consideração três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária. A taxa de desemprego no Brasil avançou para 11,6% no trimestre encerrado em fevereiro, atingindo 12,3 milhões de pessoas, segundo dados da Pnad Contínua divulgados pelo IBGE. A taxa é ligeiramente superior registrada no trimestre encerrado em janeiro, de 11,2%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.375 no trimestre, queda de 0,3% em relação ao número do mesmo período do ano anterior. Os números, no entanto, são anteriores ao agravamento da pandemia de “coronavírus”, que exige medidas de isolamento social que atingem duramente empresas e trabalhadores e devem gerar uma alta relevante do desemprego nos próximos meses.

SETOR PÚBLICO: Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobrás) registrou um déficit primário R$ 20,901 bilhões em fevereiro, o pior para o mês desde 2017, ainda que não tenha registrado gastos relacionados aos efeitos da pandemia do “coronavírus”, que começaram a ser autorizadas nas últimas semanas de março. Para o ano, a meta é de um rombo primário de R$ 118,9 bilhões, que não será atingido por conta do decreto de calamidade pública que aumenta os gastos do governo com as áreas sociais. A dívida bruta geral do setor público, que contabiliza os passivos dos governos federal, estaduais, municipais e do INSS, fechou fevereiro aos R$ 5,611, o equivalente a 76,5% do PIB. No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB. Agora, é esperado que a dívida bruta subisse de maneira estratosférica nos próximos meses, por conta do aumento das despesas públicas em função da pandemia do “coronavírus”.

INFLAÇÃO: O IBGE divulgou que o IPCA variou 0,07% em março, o menor resultado para o mês desde o início do Plano Real, e ficou 0,18 ponto percentual abaixo da taxa de fevereiro, de 0,25%. No ano, o índice acumula alta de 0,53%, e nos últimos 12 meses de 3,30%. O grupo Alimentação e bebidas apresentou a maior variação, 1,13%, e o maior impacto, 0,22 ponto percentual. No lado das quedas, embora a menor variação tenha sido a dos Artigos de residência, com -1,08%, a maior contribuição negativa no índice do mês veio dos Transportes, com -0,90%, que contribuiu com -0,18 pontos percentuais. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação da cesta de consumo de famílias com renda até cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados, registrou inflação de 0,18% em março, após registrar alta de 0,17% em fevereiro. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 0,54% no ano, e 3,31% em doze meses.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO: O dólar comercial encerrou o mês de março com alta de 15,92%, a maior alta para o mês desde setembro de 2011, cotado a R$ 5,194 na venda, em meio à pandemia do “coronavírus” que se espalhou pelo planeta e os temores dos impactos da paralisação das atividades na economia global por um período prolongado. No acumulado do ano, a moeda norte-americana valorizou 29,44%. Em fevereiro, as transações correntes apresentaram déficit de US$ 3,904 bilhões em termos nominais, um aumento de 17,1% sobre igual mês do ano passado, principalmente pela piora nas contas de serviços e de renda primária. No primeiro bimestre do ano, o déficit em transações correntes somou US$ 15,784 bilhões, crescimento de 27,5% ante igual período do ano passado. Em 12 meses, ele passou a responder por 2,91% do PIB, maior patamar desde dezembro de 2015 (3,03% do PIB). Conforme divulgou o Ministério da Economia, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 4,713 bilhões em março, em razão de uma maior quantidade de dias úteis. As exportações cresceram para US$ 19,239 bilhões, assim como as importações, para US$ 14,525 bilhões. As autoridades mostram preocupações com os números que virão à frente, em razão de que a retração no comércio global devido à pandemia do “coronavírus” deve dificultar a retomada das exportações brasileiras no curto prazo.

RENDA FIXA: Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de fevereiro acabou sendo o do IRF-M 1, que reflete a variação dos títulos préfixados mais curtos, com valorização de 0,60%, seguido pelo IRF-M Total, que desvalorizou -0,11%. As maiores perdas vieram dos títulos com vencimentos mais longos. O pior desempenho foi do IDkA IPCA 20A, com perdas de -16,46%, seguido pelo IMA-B 5+, que recuou -10,93%. O IMA-B Total encerrou o mês com queda de -6,97%. Já o CDI variou 0,34% no período.

RENDA VARIÁVEL: Para o Ibovespa, o noticiário negativo em meio à decretação, pela OMS, de pandemia pelo “coronavírus”, que atingiu fortemente os países da Europa e da América do Norte, e também chegou à América do Sul, levando os governos a iniciarem um processo de isolamento da população, decretando o fechamento de fronteiras terrestres, aeroportos, transporte público em geral, além de determinar o fechamento do comércio e orientar a população a ficar em casa a fim de diminuir a disseminação, levou o principal indicador de desempenho da bolsa de valores a sessões de fortes quedas com sucessivas interrupções de pregões sendo acionado o mecanismo de “circuit breaker”. Ao final do mês de março, o Ibovespa recuou -29,90%, levando o índice a maior queda para um primeiro trimestre de sua história, de -36,86%. O índice encerrou o mês aos 73.019pontos.

PERSPECTIVAS: O mês de março fechou como um dos piores meses para os mercados de risco da história, tanto no Brasil quanto no exterior. A rápida disseminação do novo “coronavírus” pelo planeta alterou o modo de vida da população, na medida em que os governos dos países tomavam ações no sentido de restringir o fluxo de pessoas e decretando estado de calamidade. O comércio fechou as portas, as pessoas se trancaram dentro de casa o mundo parou !!!

Ao mesmo tempo, os investidores entraram em modo de pânico e iniciaram uma mudança brusca em seus portfólios, vendendo ativos de risco (ações, crédito, países emergentes) e comprando ativos considerados “porto seguro” (dólar, ouro, bonds americanos). Antevendo o pior, os bancos centrais iniciaram um movimento de oferecer liquidez aos mercados na forma de compra e recompra de ativos, redução do juro, e outros instrumentos no sentido de mostrar que possuem munição pesada e acalmar os ânimos exaltados. Nesses momentos os investidores globais costumam sair a qualquer preço, simplesmente porque numa situação de risco sistêmico, a esses investidores, o que importa é vender rápido e se desfazer das posições, antes que os preços atinjam o fundo do poço. E assim possuir recursos em mãos para voltar ao mercado quando o momento for oportuno, de preferência comprando de volta os mesmos ativos com preços mais baratos. E de preferência ganhando dinheiro nesse movimento. Chega o mês de abril e nos parece que esse momento ainda está um pouco distante. O número de pessoas com infecção só faz aumentar. Hoje, dia 14 de abril, o número de casos confirmados de infectados no planeta está próximo de 2 milhões de pessoas, com quase 125 mil óbitos. Há 15 dias o número de casos confirmados era de aproximadamente 725 mil pessoas e quase 35 mil óbitos, ou seja, um aumento de quase 3 vezes no número de casos e mais de 3,5 vezes no número de óbitos num período curto de tempo. E as estimativas das autoridades de saúde são de que o pico da pandemia ainda está por vir. Além da questão da saúde pública, os efeitos do “coronavírus” sobre a economia são devastadores. Especialistas projetam uma contração na economia mundial sem precedentes. O Fundo Monetário Internacional – FMI – estima que a economia mundial se contraia 3% este ano, uma reviravolta se consideramos que em 2019 o crescimento mundial foi de 2,9%. Por outro lado, o retorno ao crescimento da economia global será tão rápido quão a pandemia se dissipar. O próprio FMI estima que a economia mundial cresça 5,8% em 2021, à medida que a atividade se normalizar auxiliada pelos estímulos fiscais dos países atingidos, o que deverá ocorrer no segundo semestre desse ano, segundo perspectivas do órgão.

  

Cenário Econômico – Fevereiro/2020

 INTERNACIONAL EUROPA: Ainda que “muito preocupado” com os impactos do “coronavirus” na economia da eurozona, o Banco Central Europeu (BCE, na sigla em inglês) descartou por enquanto medidas de política monetária que respondam a propagação do surto, ainda que várias entidades venham cortando a projeção de crescimento da economia na região. O Bank of America reduziu a estimativa de crescimento da zona do euro de 1,0% para 0,6%, enquanto o Credit Suisse cortou a estimativa de 0,9% para 0,5%.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) desacelerou em fevereiro ao apontar variação 1,2% na comparação anual, perdendo força em relação ao aumento de 1,4% observado em janeiro, conforme divulgou a agência Eurostat. O número coloca a inflação anual do bloco bem abaixo da meta, que é uma taxa ligeiramente inferior a 2%. Apenas o núcleo do CPI do bloco, que exclui os preços de energia e de alimentos, registrou alta anual de 1,2% em fevereiro.

Em relação à atividade, foram divulgadas prévias do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de diversas regiões. Na zona do euro, o índice composto, que engloba os setores industrial e de serviços, subiu de 51,3 pontos em janeiro para 51,6 pontos em fevereiro, o major nível em seis meses. O PMI industrial subiu de 47,9 pontos em janeiro para 49,1 pontos em fevereiro, o maior patamar em doze meses. Já o PMI de serviços avançou de 52,5 pontos para 52,8 pontos mesmo período.

Quanto ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego da zona do euro se manteve em 7,4% em janeiro, o nível mais baixo desde maio de 2008, conforme informou a agência Eurostat. Estima-se que havia 12,2 milhões de desempregados em janeiro na região. Em janeiro, as menores taxas de desemprego foram registradas na República Checa (2,0%), Polônia (2,9%) e Holanda (3,0%), enquanto as mais altas foram observadas na Grécia (16,5%, dados de novembro) e Espanha (13,7%).

EUA: Apesar das palavras do presidente do Federal Reserve (FED, na sigla em inglês), Jerome Powell, ainda em fevereiro, não indicarem um corte no juro norte-americano, ao revelar que a economia da região permanece em expansão moderada, o Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC, na sigla em inglês) anunciou um corte emergencial no juro de 0,5 ponto percentual em reunião extraordinária, por unanimidade. Com isso, as taxas agora ficam entre 1,00% e 1,25% ao ano. No comunicado pós-reunião, o colegiado informou que os fundamentos da economia dos EUA permanecem fortes, no entanto o “coronavírus” apresenta riscos crescentes para a economia local, e à luz desses riscos e em apoio ao cumprimento de suas metas de pleno emprego e estabilidade dos preços, o FOMC decidiu pela redução preventiva. A próxima reunião ordinária está marcada para os dias 17 e 18 de março, e a decisão de cortar juros antes reflete a urgência da ação para evitar uma possível recessão global.

A inflação medida pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) avançou 0,1% em janeiro, ante avanço de 0,3% em dezembro, conforme divulgou o Departamento de Comércio. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o núcleo do PCE subiu os mesmos 0,1%. Isso elevou o aumento anual do núcleo da inflação para 1,6% em janeiro, ante 1,5% em dezembro. O núcleo do PCE é a medida de inflação monitorada mais de perto pelo Federal Reserve (FED, na sigla em inglês), e tem ficado abaixo da meta de 2,0% neste ano.

O Departamento de Comércio, em segunda estimativa, confirmou que o PIB americano avançou a uma taxa anualizada de 2,1% no quarto trimestre de 2019, levando o crescimento da economia norte americana a encerrar o ano com crescimento de 2,3%, o menor ritmo em três anos. Em 2017 a alta foi de 2,4%, enquanto em 2018 a economia cresceu 2,9%. A queda do investimento empresarial em meio a tensões comerciais com a China fez com que a taxa ficasse abaixo dos 3% desejados pelo governo.

Conforme informou o Departamento de Trabalho, o relatório de empregos não agrícolas (payroll, na sigla em inglês) mostrou uma criação de 273 mil postos de trabalho em fevereiro, acima do número de janeiro das expectativas do mercado, de 175 mil vagas. Por outro lado, a taxa de desemprego teve uma leve queda de 3,6% em janeiro para 3,5% em fevereiro, resultando em 5,8 milhões de pessoas desempregadas.

ÁSIA: O Banco do Povo da China (o banco central chinês, PBoC na sigla em inglês) informou que irá manter os programas de incentivo a economia da região, que incluem linhas de crédito mais baratas a empresas que enfrentem dificuldades em função da disseminação do “coronavírus”. Durante o mês de fevereiro, a autoridade monetária local injetou bilhões de dólares na economia, tanto em operações de recompra de ativos, quanto em redução do depósito compulsório. Além de baixar a taxa de empréstimo de curto prazo (até 14 dias) no início do mês, baixou também a taxa para operações de um ano, de 3,25% para 3,15%, e posteriormente baixou a taxa de empréstimo de cinco anos, de 4,80% para 4,75%.

Em relação ao desempenho da economia chinesa, a piora das perspectivas ocorre por conta da rápida disseminação do surto do “coronavírus”. A instituição financeira JPMorgan cortou a projeção do PIB chinês do primeiro trimestre, de 4,9% anualizado para 1%.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) chinês recuou de 5,4% em janeiro para 5,2% em fevereiro na base anualizada, com alta no mês de 0,8%, enquanto o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) recuou -0,4%, ante previsão de -0,3%.

No Japão, o presidente do banco central local (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, prometeu ação contundente se a epidemia do “coronavírus” afetar ainda mais a economia do país. Em março, a instituição se reúne para decidir sobre a política monetária japonesa, que atualmente pratica a taxa de depósito de curto prazo em -0,10% e a meta de juro para o bônus do governo japonês de 10 anos em torno de 0%, além do pacote de compras de 80 trilhões de ienes em bônus japonês e 6 trilhões de ienes em ETF’s, anualmente.

Dados da inflação de janeiro colocam mais pressão para que o BoJ prossiga sua política monetária expansionista, na medida em que se mantém teimosamente fraca em meio à disseminação do “coronavírus” na região e a fraqueza no crescimento econômico. O núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos frescos, subiu 0,8% em janeiro, liderado pelo custo da gasolina. O resultado vem após um crescimento de 0,7% em dezembro sobre o ano anterior.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL: No mercado internacional de renda fixa, a busca por proteção impulsionou a procura pelos ativos soberanos. Os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 1,505% ao ano no final janeiro, caíram cerca de 34 pontos base no mês de fevereiro para o nível em torno de 1,163% ao ano, enquanto o rendimento dos títulos do Tesouro de 30 anos caiu para 1,684% ao ano, uma queda de 31 pontos base em relação ao fechamento de janeiro. Já o rendimento dos títulos do governo japonês de 30 anos passou para 0,286% ao ano, uma queda de 8 pontos em relação a janeiro.

Já as bolsas internacionais, o movimento foi de queda generalizada devido à fuga de ativos de risco em meio às preocupações com os efeitos do “coronavirus” sobre a economia global. Enquanto a bolsa alemã (Dax) caiu -8,41%, a inglesa (FTSE 100) despencou -9,68%, a do Japão (Nikkei 225) registrou queda de -8,89% e a americana (S&P 500) desvalorizou -8,41%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent para maio/20 registrou uma queda 13,1% no mês, a US$ 50,52 o barril, enquanto o WTI para abril/20 recuou 13,20%, cotado a US$ 44,76 o barril, em meio a estoques mais altos e queda da demanda global.

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: O IBGE divulgou que o PIB brasileiro fechou o ano de 2019 com crescimento de 1,1%, totalizando R$ 7,3 trilhões, engatando a terceira alta anual consecutiva após as quedas verificadas em 2015 e 2016. A maior contribuição para o avanço do PIB veio do consumo das famílias, que cresceu 1,8%, em que pese à diminuição do ritmo em relação aos anos anteriores, e dos investimentos privados. Pelo lado da oferta, destaque para o setor de serviços que cresceu 1,3% e responde por 2/3 da economia, além do setor da construção civil, com crescimento de 1,6%, primeira alta após cinco anos consecutivos de queda. Já o PIB per capita (por habitante) teve alta de apenas 0,3% em termos reais em 2019, alcançando R$ 34.533 em 2019.

A taxa de desemprego no Brasil avançou para 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, atingindo 11,9 milhões de pessoas, segundo dados divulgados pelo IBGE. A taxa é ligeiramente superior registrada no trimestre encerrado em dezembro, de 11,0%. Com isso, o número de desempregados subiu para 11,9 milhões de pessoas, e o total de pessoas ocupadas recuou para 94,1 milhões de pessoas. O IBGE apontou que, na comparação com os três meses anteriores, o rendimento médio real habitual ficou ligeiramente maior, alcançando 2.361 reais.

SETOR PÚBLICO: Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobrás) registrou um superávit primário R$ 56,276 bilhões em janeiro, o melhor para o mês na série histórica, ajudado pela arrecadação de tributos sobre a renda das empresas. A expectativa era de um saldo positivo de R$ 46,8 bilhões para o mês. Para o ano, a meta é de um rombo primário de R$ 118,9 bilhões, sétimo resultado consecutivo no vermelho.

Com o superávit, a dívida bruta geral do setor público, que contabiliza os passivos dos governos federal, estaduais, municipais e do INSS, recuou em janeiro, passando a R$ 5,550 trilhões, o equivalente a 76,1% do PIB. É a primeira vez desde 2013 que a dívida recua de um ano para outro – ao fim de 2018, a dívida era de 76,5% do PIB.

INFLAÇÃO: O IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou em fevereiro uma variação de 0,25%, menor resultado para o mês em 20 anos, enquanto em janeiro havia subido 0,21%. No ano, a inflação acumula alta de 0,46%, enquanto em doze meses acumula 4,01%. O maior impacto positivo veio do grupo Alimentação e Bebidas, que desacelerou para 0,11%, afetado novamente pelo recuo no preço das carnes, que acumula retração de 7,58% este ano. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação da cesta de consumo de famílias com renda até cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados, registrou inflação de 0,17% em fevereiro, após registrar alta de 0,19% em janeiro. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 0,36% no ano, e 3,92% em doze meses.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO: O dólar comercial encerrou o mês de fevereiro com alta de 4,56%, cotado a R$ 4,481 na venda, em meio ao surto do “coronavírus” que se espalhou pelo planeta e os temores dos impactos da paralisação das atividades na economia global.

Em janeiro, as transações correntes apresentaram déficit de US$ 11,879 bilhões em termos nominais, maior rombo para o mês de janeiro em cinco anos. O desempenho também veio pior que a expectativa do Bacen de um déficit de US$ 8,7 bilhões de dólares no mês. O déficit em transações correntes acontece quando o volume de dinheiro que sai do Brasil supera o montante que entra no país. A medida considera exportações e importações, os gastos de brasileiros no exterior e as remessas de lucros, juros e dividendos para fora.

Conforme divulgou o Ministério da Economia, a balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 1,745 bilhão em janeiro, após consecutivos superávits neste mesmo mês desde 2016. No mesmo mês do ano passado, o saldo ficou superavitário em US$ 1,697 bilhão. No mês, a exportação alcançou cifra de US$ 14,430 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 16,175. Na comparação com janeiro do ano passado, as exportações tiveram queda de 20,2%. Já as importações registraram recuo menor, de 1,3%.

 

RENDA FIXA: Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de fevereiro acabou sendo o do IRF-M 1+, que reflete a variação dos títulos pré-fixados mais longos, com valorização de 0,80%, seguido pelo IDkA IPCA 2A, que valorizou 0,69%. Dos títulos com vencimentos mais longos, o melhor desempenho foi do IMA-B 5+, com ganhos de 0,32%. O IMA-B Total encerrou o mês em 0,45% positivo. Já o CDI variou 0,29% no período.

RENDA VARIÁVEL: Para o Ibovespa, o noticiário negativo em meio ao “coronavírus” que atingiu novo patamar como fonte de preocupação nos mercados, com o surto se espalhando fortemente por países fora da China, com destaque na Europa para o aumento de casos na Itália, levou o principal indicador de desempenho da bolsa de valores a sessões de intensa volatilidade. Ao final do mês de fevereiro, o Ibovespa recuou -8,43%, na maior queda mensal desde maio de 2018 por conta da greve dos caminhoneiros. O índice encerrou o mês aos 104.172 pontos. No ano, o principal índice da B3 acumula recuo de 9,92%.

PERSPECTIVAS: O clima azedou para os mercados de risco, após a confirmação de casos do “coronavírus” se espalhando fora da China, atingindo a Europa e a confirmação da primeira morte nos EUA. Os países, de um modo geral, ligaram o sinal de alerta e o pânico tomou conta dos mercados ao final do mês. Com a demanda reprimida, os preços das commodities despencaram e o mundo enfrenta o pior choque desde a crise financeira global em 2008. A expectativa de estímulo fiscal e monetário para salvar essa demanda reprimida deve criar volatilidade no preço das commodities daqui pra frente.

Os bancos centrais das principais economias têm agido no sentido de incrementar seus programas de estímulos monetários, com reduções no custo do dinheiro, tendo em vista a fraqueza da demanda e paralisação das atividades na indústria e a previsão de um menor crescimento das economias.

Para os mercados de capitais, a volatilidade deve permanecer em patamares elevados, com as notícias que chegam alterando o humor dos investidores. Neste momento de turbulência, a melhor recomendação é manter a serenidade e lembrar que os investidores de longo prazo devem manter o foco lá na frente, sem movimentos abruptos e mudanças que possam colocar em risco o cumprimento do planejamento estratégico.

  

Cenário Econômico – Janeiro/2020

 INTERNACIONAL EUROPA: O Banco Central europeu (BCE, na sigla em inglês), em sua primeira reunião de 2020, decidiu pela manutenção do juro na zona do euro. Conforme previsto, o BCE manteve a taxa de refinanciamento em zero e a de depósitos em -0,50%, além de reafirmar a manutenção do programa de recompra mensal de ativos em 20 bilhões de euros. No comunicado, o colegiado informou que o programa será mantido pelo tempo necessário, além de reafirmar que os juros continuarão nesse patamar até que a inflação convirja de forma robusta para a meta oficial, que é ligeiramente abaixo de 2% ao ano.

Apesar de ganhar força, a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) se mostra ainda longe de atingir os objetivos do BCE. Conforme divulgou a agência Eurostat, a inflação da região subiu 1,4% na comparação anual de janeiro, em relação ao aumento de 1,3% observado em dezembro. Apesar do avanço, a inflação anual do bloco permanece bem abaixo da meta. Apenas o núcleo do CPI do bloco, que exclui os preços de energia e de alimentos, registrou alta anual de 1,1% em janeiro, ante previsão do mercado de alta de 1,2%.

Em relação à atividade, foram divulgadas prévias do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de diversas regiões. Na zona do euro, o índice composto, que engloba os setores industrial e de serviços, ficou estável em janeiro aos 50,9 pontos. O resultado, acima dos 50 pontos, mostra que a atividade econômica do bloco mantém expansão, ainda que modesta. O PMI industrial subiu de 46,3 pontos em dezembro para 47,8 pontos em janeiro, atingindo o maior nível em 9 meses. Já o PMI de serviços caiu de 52,8 pontos para 52,2 pontos no mesmo período.

Quanto ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego da zona do euro retrocedeu para 7,4% em dezembro, o nível mais baixo desde maio de 2008, conforme informou a agência Eurostat. O resultado é o menor registrado na zona do euro desde julgo de 2008. Estima-se que havia 12,2 milhões de desempregados em dezembro na região. A Alemanha, primeira economia da zona do euro, e a Holanda registraram o nível mais baixo dos 19 países integrantes, 3,2%, seguidos de Malta, com 3,4%.

EUA: O Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC, na sigla em inglês) decidiu manter inalterados os juros básicos da economia do país na primeira reunião do ano, na faixa de 1,5% a 1,75%, além de não interromper o programa de compra de US$ 60 bilhões mensais em títulos do governo, para garantir liquidez de curto prazo adequada. Foi a segunda reunião seguida sem alteração na taxa. Nas três reuniões anteriores, com a piora da atividade global e a guerra comercial, o FOMC havia optado por reduzir os custos de empréstimo. No comunicado pós- reunião, o FOMC afirmou que “considera que o patamar atual da política monetária é apropriado para apoiar a expansão sustentada da atividade econômica, fortes condições do mercado de trabalho, e inflação retornando ao objetivo simétrico de 2% do Comitê”.

A inflação medida pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) avançou a taxa anualizada de 1,8% no quarto trimestre de 2019, conforme divulgou o Departamento de Comércio em segunda estimativa, depois de expandir a um ritmo acelerado de 3,2% no terceiro trimestre do ano. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o núcleo do PCE subiu 1,3% no período. O núcleo do PCE é a medida de inflação monitorada mais de perto pelo Federal Reserve (FED, na sigla em inglês), e tem ficado abaixo da meta de 2,0% neste ano.

O Departamento de Comércio, em primeira estimativa, divulgou que o PIB americano avançou a uma taxa anualizada de 2,1% no quarto trimestre de 2019, levando o crescimento da economia norte americana encerrar o ano com crescimento de 2,3%, o menor ritmo em três anos. Em 2017 a alta foi de 2,4%, enquanto em 2018 a economia cresceu 2,9%. A queda do investimento empresarial em meio a tensões comerciais com a China fez com que a taxa ficasse abaixo dos 3% desejados pelo governo.

Conforme informou o Departamento de Trabalho, o relatório de empregos não agrícolas (payroll, na sigla em inglês) mostrou uma criação de 225 mil postos de trabalho em janeiro, acima do número de dezembro e acima das expectativas do mercado. Por outro lado, a taxa de desemprego teve um leve ajuste de 3,5% em dezembro para 3,6% em janeiro, resultando em 5,9 milhões de pessoas desempregadas.

ÁSIA: Em meio à disseminação do “coronavirus”, que começou a preocupar as autoridades sanitárias a partir de janeiro, o governo chinês vem promovendo uma série de medidas de ordem econômica para minimizar o impacto da epidemia na economia da região, que já registrou mais de 60 mil casos confirmados e vitimou mais de 1.300 pessoas.

Em reunião ordinária, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) decidiu manter inalteradas as taxas de empréstimo de curto prazo (4,15%) e de longo prazo (4,80%) pelo segundo mês consecutivo. Além disso, vem injetando recursos no sistema financeiro para manter a liquidez do sistema em níveis razoáveis. Somente em janeiro foram injetados um total de 300 bilhões de yuans, algo em torno de US$ 43,3 bilhões para dar suporte à economia da região, que sofre com o enfraquecimento da economia.

Conforme divulgou a Agência Nacional de Estatísticas do país, o PIB chinês avançou 6,1% em 2019, após avançar 6,8% em 2018. Embora ainda forte pelos padrões globais, e dentro da meta fixada pelo governo, foi a expansão mais fraca dos últimos 29 anos, em meio aos impactos da guerra comercial com os EUA. A produção industrial cresceu 6,9% em dezembro sobre o ano anterior, ritmo mais forte em nove meses, enquanto as vendas no varejo avançaram 8,0%.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) chinês disparou a 5,4% em janeiro na comparação com janeiro do ano anterior, o que significa a maior leitura desde outubro de 2011. Em dezembro, o índice foi de 4,5%%. O resultado se dá em meio à epidemia do “coronavírus”, com desabastecimento de produtos no mercado chinês e disparada dos preços. A carne suína puxou a inflação, registrando alta de 116% na comparação com o ano anterior. O preço do produto sofreu seguidas altas devido à febre suína na África, maior fornecedor chinês.

No Japão, o banco central local (BoJ, na sigla em inglês) decidiu manter sua política monetária inalterada na primeira reunião do ano. O BoJ manteve sua taxa de depósito de curto prazo em -0,10% e a meta de juro para o bônus do governo japonês de 10 anos em torno de 0%, além de reiterar o pacote de compras de 80 trilhões de ienes em bônus japonês e 6 trilhões de ienes em ETF’s, anualmente. O quadro de estímulos monetários deve perdurar enquanto a inflação não convergir para a meta estabelecida em 2% ao ano.

O núcleo da inflação japonesa acelerou em dezembro, em leve aceleração ante o mês anterior, sugerindo que as empresas estão gradualmente repassando o aumento dos custos trabalhistas e a alta nos impostos para os compradores. O núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos frescos, subiu 0,7% em dezembro sobre o ano anterior, igualando a expectativa do mercado e acelerando ante 0,5% em novembro. O chamado núcleo do núcleo da inflação, que elimina o efeito de alimentos frescos e custos da energia, avançou 0,9% em dezembro sobre o ano anterior, no ritmo mais forte de alta desde março de 2016.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL: No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 1,89% ao ano no final de dezembro, caíram cerca de 38 pontos base no mês de janeiro para o nível em torno de 1,50% ao ano, enquanto o rendimento dos títulos do Tesouro de 30 anos caiu para 2,00% ao ano, uma queda de 38 pontos base em relação ao fechamento de dezembro. Já o rendimento dos títulos do governo japonês de 30 anos passou para 0,37% ao ano, uma queda de 4 pontos em relação a dezembro.

Já as bolsas internacionais, o movimento foi de queda generalizada devido à fuga de ativos de risco em meio às preocupações com os efeitos do “coronavirus” sobre a economia global. Enquanto a bolsa alemã (Dax) caiu -2,02%, a inglesa (FTSE 100) despencou -3,40%, a do Japão (Nikkei 225) registrou queda de -1,91% e a americana (S&P 500) desvalorizou -0,16%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent registrou uma queda 14,9% no mês, a US$ 56,65 o barril, enquanto o WTI recuou 16,0%, cotado a US$ 51,67 o barril, em meio a estoques mais altos e queda da demanda global.

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: Dados divulgados pelo BACEN indicam que a atividade desacelerou ao final do ano. O IBC-Br, considerado a prévia do PIB brasileiro, aponta que a economia brasileira cresceu 0,89% em 2019. Se confirmado, esse será o terceiro ano seguido de expansão econômica, mas representará desaceleração frente ao ritmo registrado em 2018 – quando o PIB do país cresceu 1,3%. Em termos de impacto no nível de atividade, 2019 foi marcado pelo rompimento da barragem de Brumadinho, no início do ano e, também, por incertezas no ambiente externo, como a guerra comercial entre China e EUA e a recessão na Argentina, que influenciaram o resultado comercial. A produção industrial recuou 1,1% em 2019, resultado puxado pela indústria extrativa que caiu 9,7%, influenciada por uma produção menor de minério de ferro. Já o setor de serviços cresceu 1% em 2019, a primeira alta do indicador em 5 anos. O crescimento do setor em 2019 foi puxado principalmente pelo segmento de informação e comunicação, que acumulou alta de 3,3% no ano.

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,0% no trimestre encerrado em novembro, atingindo 11,9 milhões de pessoas, segundo dados divulgados pelo IBGE. A taxa é superior aos 11,2% registrados no trimestre encerrado em novembro. Já o número de desempregados recuou em 300 mil na comparação com o mês anterior: em novembro, eram 11,9 milhões de trabalhadores brasileiros desempregados. Com isso, a população ocupada chegou ao número de 94,5 milhões de pessoas. O IBGE apontou que, na comparação com os três meses anteriores, o rendimento médio real habitual ficou estável na passagem do terceiro para o quarto trimestre, alcançando R$ 2.340.

SETOR PÚBLICO: Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobrás) registrou um déficit primário R$ 13,513 bilhões em dezembro. No acumulado do ano, o rombo do setor público consolidado fechou em R$ 61,872 bilhões, o equivalente a 0,85% do PIB. O esforço do governo federal para conter os gastos fez com que o setor público brasileiro registrasse em 2019 o menor déficit primário em cinco anos, desde 2014.

Com o déficit menor, a dívida bruta geral do setor público, que contabiliza os passivos dos governos federal, estaduais, municipais e do INSS, recuou em dezembro, passando a R$ 5,602 trilhões, o equivalente a 75,8% do PIB. É a primeira vez desde 2013 que a dívida recua de um ano para outro – ao fim de 2018, a dívida era de 76,5% do PIB.

INFLAÇÃO: O IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou em janeiro uma variação de 0,21%, enquanto, em dezembro, havia subido 1,15%. Em doze meses, o índice acumula alta de 4,19%. O maior impacto veio do grupo Habitação (0,08%), puxado por condomínio e aluguel, seguido por Alimentação e Bebidas (0,07%). Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação da cesta de consumo de famílias com renda até cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados, registrou inflação de 1,22% em dezembro, após registrar alta de 0,54 em novembro. Como resultado, o índice fechou 2019 com alta de 4,48%.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO: O dólar comercial encerrou o mês de janeiro em alta de 6,86%, cotado a R$ 4,286 na venda, em meio ao surto do “coronavírus” que afetou linhas de produção, comércio e serviços em várias regiões da China, afetando a economia chinesa e a atividade econômica global.

Em dezembro, as transações correntes apresentaram déficit de US$ 5,691 bilhões em termos nominais. Assim, as transações correntes encerraram o ano com déficit de US$ 50,762 bilhões, alta de 22,8% sobre 2018, afetado pela queda do superávit comercial. O resultado é equivalente a 2,76% do PIB.

Conforme divulgou o Ministério da Economia, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 4,764 bilhões em dezembro, contra US$ 5,977 bilhões no mesmo mês de 2018. No mês, a exportação alcançou cifra de US$ 18,200 bilhões, recuo de 6% em relação ao mesmo período de 2018. No ano, o saldo da balança comercial acumulou superávit de US$ 39,404 bilhões, recuo de 25,7% sobre o ano de 2018.

RENDA FIXA: Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de dezembro acabou sendo o do IRF-M 1+, que reflete a variação dos títulos pré-fixados mais longos, com valorização de 1,11%, seguido pelo IRF-M Total, que valorizou 0,88%. Dos títulos referenciados a inflação, o melhor desempenho foi do IMA-B 5, com ganhos de 0,56%. O IMA-B Total encerrou o mês em 0,26% positivo. Já o CDI variou 0,38% no período.

RENDA VARIÁVEL: Para o Ibovespa, o noticiário negativo em meio ao “coronavírus” falou mais alto e levou o principal indicador de desempenho da bolsa de valores a sessões de forte volatilidade. Ao final do mês, o Ibovespa recuou -1,63%, afetada especialmente pela saída de investidores estrangeiros, que retiraram do mercado acionário local mais de US$ 15 bilhões. O índice encerrou o mês aos 113.760 pontos.

PERSPECTIVAS: Janeiro deu o tom dos mercados para o ano de 2020. Muita volatilidade, em meio a um cenário desafiador, tendo como pano de fundo um crescimento global menos intenso. Somam-se a isso eventos pontuais, como o surto do “coronavírus”, além das eleições americanas e a saída do Reino Unido da União Europeia, evento sem precedentes na região.

Por outro lado, os bancos centrais das principais economias mantém o compromisso pela continuidade dos programas de estímulos monetários, com manutenção e/ou redução nas taxas de juros de empréstimos e financiamentos, com objetivo de estimular o crescimento das economias, tendo em vista o fraco crescimento da produção mundial, com reflexos diretos no crescimento do PIB, dado que as taxas de inflação permanecem fracas indicando um baixo consumo da população.

Para o mercado de capitais, esse cenário menos previsível vai exigir maior seletividade na gestão do patrimônio, devido a maior dispersão no desempenho dos ativos. Tomamos como exemplo o desempenho do mercado de ações no mês de janeiro: enquanto o Ibovespa recuou -1,63% e o IDIV (índice de dividendos) caiu – 1,58%, o SMLL (índice das empresas de baixo valor de mercado) valorizou 0,45% e o ICON (índice de empresas ligadas ao consumo) subiu 3,65%. Isso sem falar das estratégias livres, onde o gestor tem liberdade para construir a carteira de acordo com suas convicções sobre o crescimento das empresas, sem estar “amarrado” a qualquer índice de bolsa.

Cenário Econômico – Dezembro de 2019 

INTERNACIONAL EUROPA: O Banco Central europeu (BCE, na sigla em inglês), na primeira reunião sob o comando de Christine Lagarde, decidiu por dar sequencia a política monetária ao manter inalteradas as taxas de juros na zona do euro. A taxa de juros principal foi mantida em zero, enquanto aquelas para linhas de crédito marginal e depósitos permanecem em 0,25% e -0,50%, respectivamente. Além de sinalizar a manutenção do juro baixo por um período prolongado, a instituição manteve em 20 bilhões de euros por mês o ritmo de compra de títulos, visando dar liquidez ao sistema.

Com a atividade contraindo pelo 11º mês consecutivo, as indústrias da região encerraram o ano com fraqueza. O índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria permaneceu abaixo dos 50,0 pontos, que separa crescimento de contração, encerrando dezembro com 46,3 pontos, ante 46,9 pontos em novembro.

A inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) seguiu ganhando força e registrou aceleração em dezembro para 1,3% em doze meses, ante 1,0 em novembro Apesar do avanço, a inflação anual da zona do euro permanece bem abaixo da meta do BCE, que é de uma taxa ligeiramente inferior a 2%. O núcleo do CPI do bloco, que exclui os preços de energia e de alimentos, também registrou alta anual de 1,3% em dezembro, como previsto pelo mercado.

Quanto ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego da zona do euro manteve-se em 7,5% em novembro, mesmo número de outubro, segundo dados com ajustes sazonais divulgados pela Eurostat. O resultado é o menor registrado na zona do euro desde julgo de 2008. A Eurostat estima que havia 12,315 milhões de desempregados na zona do euro em novembro. Em relação a outubro, o número de pessoas sem emprego na região sofreu queda de 10 mil.

EUA: O Federal Reserve (FED, o banco central dos EUA) encerrou o ciclo de afrouxamento monetário na última reunião do colegiado no ano, e manteve o juro na faixa de 1,50 a 1,75%, diante do crescimento econômico moderado e baixas taxas de desemprego. O ano foi marcado por uma inversão na expectativa da condução da política monetária dos EUA. Ao fim de 2018, a expectativa era de que o FED iria subir os juros duas vezes em 2019. Porém diante da piora da atividade global e da guerra comercial travada com a China, o FED optou por reduzir o custo do dinheiro nas últimas três reuniões. No comunicado pós-reunião, o colegiado sugeriu que o juro permanecerá estável por um período suficientemente prolongado.

A inflação medida pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu 0,2% em novembro, mesmo número registrado em outubro, impulsionado pelos preços de bens e serviços de energia. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o PCE subiu 0,1%, repetindo o número de outubro. Assim, o núcleo do PCE recuou para 1,6% em novembro, ante 1,7% em outubro. O núcleo do PCE é a medida de inflação monitorada mais de perto pelo Federal Reserve (FED, na sigla em inglês), e tem ficado abaixo da meta de 2,0% neste ano.

A agência IHS Markit informou que o PMI composto, que engloba os setores de serviços e industrial norte-americano acelerou para 52,2 pontos em dezembro, frente os 52,0 pontos registrados em novembro. Apesar de permanecer abaixo da tendência de longo prazo, foi o maior valor em cinco meses. O setor de serviços saltou para 52,2 pontos em dezembro, ante 51,6 em novembro. Já o índice da indústria recuou de 52,6 pontos em novembro para 52,4 pontos em dezembro.

Conforme informou o Departamento de Trabalho, o relatório de empregos não agrícolas (payroll, na sigla em inglês) mostrou uma criação de 145 mil postos de trabalho em dezembro, e a taxa de desemprego permaneceu inalterada em 3,5%, ou seja, o número de pessoas desempregadas se manteve em 5,8 milhões. Os melhores resultados ocorreram no comércio varejista e na assistência médica, enquanto a mineração perdeu empregos.

ÁSIA: Na China, o Banco Central do Povo (BPoC, na sigla em inglês) tomou importantes medidas para estimular a economia do país. Além de passar a utilizar a taxa básica de empréstimo como nova referência para precificar os contratos de empréstimos a taxas flutuantes existentes, o que ajudará a reduzir o custo de crédito, especialmente as empresas de pequeno/médio porte, a autoridade monetária local reduziu a alíquota de depósito compulsório em 50 pontos base, a vigorar a partir de 6 de janeiro. A medida deverá liberar aproximadamente US$ 115 bilhões em fundos para dar suporte à economia em desaceleração.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) chinês subiu 4,5% em dezembro em relação a igual mês do ano passado, mesmo número registrado em novembro, conforme divulgou o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS). O índice permanece no nível mais alto em quase oito anos, impulsionado especialmente pelos preços crescentes da carne de porco, após a febre suína africana devastar os rebanhos no país.

O PMI industrial da china, medido pela IHS Markit/Caixin, caiu de 51,8 pontos em novembro para 51,5 pontos em dezembro, diante da expectativa de analista que permaneceria estável. Entretanto, o número ficou acima da marca de 50 pontos que separa contração de crescimento pelo quinto mês seguido.

No Japão, o banco central local (BoJ, na sigla em inglês) decidiu manter sua política monetária inalterada, mas reiterou que tomará medidas de estímulo adicionais se necessário. O BoJ manteve sua taxa de depósito de curto prazo em -0,10% e a meta de juro para o bônus do governo japonês de 10 anos em torno de 0%, além de reiterar o pacote de compras de 80 trilhões de ienes em bônus japonês e 6 trilhões de ienes em ETF’s, anualmente. No comunicado pós-reunião, o colegiado reiterou a promessa de manter o juro lá embaixo enquanto a inflação não convergir para a meta estabelecida em 2% ao ano.

O núcleo da inflação japonesa acelerou em novembro e atingiu máxima de mais de três anos, sugerindo que as empresas estão gradualmente repassando o aumento dos custos trabalhistas e a alta nos impostos para os compradores. O núcleo do CP, que exclui os voláteis preços de alimentos frescos, subiu 0,5% em novembro sobre o ano anterior, igualando a expectativa do mercado e acelerando ante 0,4% em outubro. O chamado núcleo do núcleo da inflação, que elimina o efeito de alimentos frescos e custos da energia, avançou 0,8% em novembro sobre o ano anterior, no ritmo mais forte de alta desde abril de 2016.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL: No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 1,77% ao ano no final de novembro, subiram cerca de 12 pontos base no mês de dezembro para o nível em torno de 1,89% ao ano, enquanto o rendimento dos títulos do Tesouro de 30 anos subiu para 2,34% ao ano, um aumento de 14 pontos base em relação ao fechamento de novembro. Já o rendimento dos títulos do governo japonês de 30 anos passou para 0,41% ao ano, estável em relação a novembro.

Já as bolsas internacionais, em geral, mantiveram o movimento de valorização nos preços. Enquanto a bolsa alemã (Dax) subiu 0,10%, a inglesa (FTSE 100) avançou 2,67%, a do Japão (Nikkei 225) registrou alta de 1,56% e a americana (S&P 500) valorizou 2,86%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent registrou uma alta de 5,7% no mês, a US$ 63,11 o barril no contrato para março/2020, enquanto o WTI avançou 10,6%, cotado a US$ 61,06 o barril no contrato para fevereiro/2020.

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: Apesar do setor industrial tenha mantido o viés expansivo ao final do ano, as taxas de crescimento de novos pedidos e da produção recuaram sensivelmente em dezembro, além da queda mais acentuada nas exportações. O PMI, calculado pela IHS Markit, recuou para 50,2 pontos em dezembro, ante 52,9 pontos em novembro, registrando a taxa mais baixa após 5 meses de crescimento. O crescimento do PMI foi puxado pelas categorias de bens de consumo e intermediários, com ambos registrando expansão em dezembro. O segmento de bens de capital teve a maior influência negativa no número geral, registrando o primeiro recuo em um ano, tendo como pano de fundo “fortes contrações” em vendas e produção.

Já o setor de serviços avançou levemente em dezembro, conforme revelou a agência IHS Markit. O PMI de serviços brasileiro foi a 51,0 pontos em dezembro, ante 50,9 em novembro. O resultado mantém a expectativa de se obter um crescimento moderado à frente.

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,2% no trimestre encerrado em novembro, atingindo 11,9 milhões de pessoas, segundo dados divulgados pelo IBGE. A taxa é superior aos 11,6% registrados no trimestre encerrado em outubro. Já o número de desempregados recuou em 400 mil na comparação com o mês anterior: em outubro, eram 12,3 milhões de trabalhadores brasileiros desempregados. Contribuíram para a queda no desemprego, as vagas temporárias abertas no comércio para fazer frente às datas comemorativas de final de ano. Com isso, a população ocupada chegou ao recorde de 94,4 milhões de pessoas. O IBGE apontou que, na comparação com os três meses anteriores, o rendimento médio real habitual teve leve alta, de 1,1%, alcançando R$ 2.332.

SETOR PÚBLICO: Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobrás) registrou um déficit primário R$ 15,312 bilhões em novembro. No acumulado deste ano, o rombo do setor público consolidado foi a R$ 48,359 bilhões. Em 12 meses, o rombo chegou a R$ 89,492 bilhões, equivalente a 1,24% do PIB.

A dívida bruta geral do setor público, que contabiliza os passivos dos governos federal, estaduais, municipais e do INSS, aumentou em novembro, passando a R$ 5,602 trilhões, o equivalente a 77,7% do PIB.

INFLAÇÃO: O IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou em dezembro uma variação de 1,15%, a maior alta para um mês de dezembro desde 2002, enquanto em novembro havia registrado 0,51% de alta. No acumulado, o índice fechou 2019 com alta de 4,31%, ligeiramente acima do centro da meta do Bacen, que é de 4,25%. Liderando a alta nos preços, o grupo de alimentos e bebidas subiu 6,0%. O que mais pesou para esse resultado foi o preço da carne. Com o aumento das exportações para a China, a oferta de carne no Brasil diminuiu e os preços aumentaram, enquanto o grupo dos transportes teve alta de 3,57%, pressionado pelo aumento dos combustíveis.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação da cesta de consumo de famílias com renda até cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados, registrou inflação de 1,22% em dezembro, após registrar alta de 0,54 em novembro. Como resultado, o índice fechou 2019 com alta de 4,48%.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO: O dólar comercial encerrou o mês de dezembro em queda de 5,42%, cotado a R$ 4,013 na venda, fechando o ano com alta de 3,50% na medida em que as tensões políticas no Brasil e América Latina se dissipavam, além do otimismo com o acordo comercial envolvendo as duas maiores potências econômicas mundiais, EUA e China.

Em novembro, as transações correntes apresentaram déficit de US$ 2,164 bilhões em termos nominais, menor rombo para o mês em três anos, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 51,163 bilhões, equivalente a 2,78% do PIB.

Conforme divulgou o Ministério da Economia, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 5,599 bilhões em dezembro, valor 17,0% inferior, pela média diária, ao alcançado em igual período de 2018, de US$ 6,428 bilhões. No mês, a exportação alcançou cifra de US$ 18,155 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 12,555 bilhões. No ano, o saldo da balança comercial acumulou superávit de US$ 46,674 bilhões.

RENDA FIXA: Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de dezembro acabou sendo o do IDkA IPCA 20A, com alta de 3,94%, seguido pelo IMA-B 5+ (2,60% de alta) e pelo IMA-B Total (2,01% de alta). Os vértices mais curtos apresentaram os menores resultados: enquanto o IRF-M 1 cresceu 0,42%, o IMA-B 5 valorizou 1,24%. Já o CDI variou 0,38% no período.

RENDA VARIÁVEL: Para o Ibovespa, o noticiário positivo envolvendo o mercado de juros, o abrandamento das tensões geopolíticas e o acordo comercial entre EUA e China levaram o principal indicador de desempenho da bolsa de valores a sucessivos recordes no mês de dezembro. A alta foi de 6,85%, acumulando no ano um avanço de 31,58%. O índice encerrou o mês aos 115.645 pontos.

PERSPECTIVAS: Após um ano de 2019 com excelentes resultados, do ponto de vista dos investimentos de maior risco, esperamos uma continuidade de valorização para tais ativos no ano de 2020. Entretanto em um ritmo menos intenso do que ocorreu em 2019.

Alguns temas podem atrapalhar a pauta, especialmente os assuntos ligados às questões geopolíticas, porém imaginamos que serão questões pontuais a serem enfrentadas. A principal pauta para o início do ano é para um desfecho favorável a questão da guerra tarifária entre EUA e China. O acordo da primeira fase de negociações está concluído, e espera-se pela assinatura de seus termos em meados de janeiro.

Espera-se por uma continuidade dos programas de estímulos monetários dos bancos centrais das principais economias, com manutenção e/ou redução nas taxas de juros de empréstimos e financiamentos, com objetivo de estimular o crescimento das economias, tendo em vista o fraco crescimento da produção mundial, com reflexos diretos no crescimento do PIB, dado que as taxas de inflação permanecem fracas indicando um baixo consumo da população. 

Cenário Econômico – Novembro de 2019

INTERNACIONAL EUROPA: O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, formado por um bloco de 19 países, avançou 1,0% em novembro, na comparação anual, acelerando em relação ao aumento de 0,7% registrado em outubro, e acima das expectativas do mercado. Conforme divulgou a agência oficial de estatísticas da União Europeia (Eurostat), o núcleo do CPI, que inclui os preços da energia elétrica e alimentos, foi o motor do avanço ao registrar alta de 1,3%. Os preços de alimentos não processados da zona do euro cresceram 1,8% neste mês sobre o ano anterior, de 0,7% em outubro.

A agência IHS Markit divulgou que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 50,6 pontos em outubro para 50,3 pontos em novembro. O resultado, ainda que preliminar, frustrou a expectativa de analistas consultados, que previam alta a 50,8 pontos, e mostra que a atividade econômica no bloco está mais próxima da estagnação.

Em relação ao crescimento da economia da região, a Eurostat informou que o PIB da zona do euro cresceu 0,2% no terceiro trimestre deste ano, em comparação ao trimestre anterior. Além da zona do euro, a publicação revelou que considerando todos os 28 países da União Europeia (UE), o crescimento foi de 0,3%. No segundo trimestre de 2019, o PIB havia crescido 0,2% em ambas as leituras. Em comparação com o mesmo trimestre de 2018, o PIB, ajustado sazonalmente, cresceu 1,2% na zona do euro e 1,4% na UE, depois de expansão de 1,2% e 1,4%, respectivamente, em comparação com os trimestres anteriores, na base anual.

Quanto ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego da zona do euro recuou para 7,5% em outubro, segundo dados com ajustes sazonais divulgados pela Eurostat. O resultado veio em linha com a previsão de analistas O dado de setembro foi revisado para cima, de 7,5% para 7,6%. A Eurostat estima que havia 12,334 milhões de desempregados na zona do euro em outubro. Em relação a setembro, o número de pessoas sem emprego na região sofreu queda de 31 mil.

EUA: A inflação medida pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu 0,2% em outubro, impulsionado por alimentos, energia e serviços. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o PCE subiu 0,1%, após ficar inalterado em setembro. Assim, o núcleo do PCE recuou para 1,6% em outubro, ante 1,7% e, setembro. O núcleo do PCE é a medida de inflação monitorada mais de perto pelo Federal Reserve (FED, na sigla em inglês), e tem ficado abaixo da meta de 2,0% neste ano.

A agência IHS Markit informou que o PMI composto, que engloba os setores de serviços e industrial norte-americano acelerou para 52,0 pontos em novembro, frente os 50,9 pontos registrados em outubro. Apesar de permanecer abaixo da tendência de longo prazo, foi o aumento mais rápido em quatro meses. O setor de serviços saltou para 51,6 pontos em novembro, ante 50,6 em outubro. Já o índice da indústria aumentou de 51,3 pontos em outubro para 52,6 pontos em novembro.

Conforme divulgou o Departamento de Comércio, em sua segunda estimativa sobre o PIB do terceiro trimestre, a economia norte-americana cresceu a uma taxa anualizada de 2,1% no terceiro trimestre, na comparação com o trimestre abril a junho quando cresceu 2,0%, ao invés da desaceleração anunciada na primeira estimativa, em meio a um ritmo mais forte de acúmulo de estoques e um recuo menos intenso no investimento empresarial. Os especialistas projetavam que o número não seria modificado e permaneceria em 1,9%.

Conforme informou o Departamento de Trabalho, o relatório de empregos não agrícolas (payroll, na sigla em inglês) mostrou uma criação de 226 mil postos de trabalho em novembro, o melhor número em 10 meses, bem acima da mediana das projeções levantadas pela agência Reuters, de 180 mil postos. O número foi impulsionado pelos grevistas que retornaram à folha de pagamentos da General Motors e o setor de saúde intensificando as contratações. A taxa de desemprego recuou a 3,5%.

ÁSIA: O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) chinês subiu 4,5% em novembro em relação a igual mês do ano passado, bem acima do aumento registrado em outubro, de 3,8%, conforme divulgou o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS). O índice atingiu o nível mais alto em quase oito anos, impulsionado especialmente pelos preços crescentes da carne de porco, após a febre suína africana devastar os rebanhos no país. Já o núcleo da inflação, que exclui os preços de itens voláteis como alimentos e energia, permaneceu moderado Por outro lado, o índice de preços ao produtor (PPI), visto como um indicador chave da rentabilidade das empresas, caiu 1,4% no ano. A queda nos preços de produtos manufaturados sugere que a demanda permanece fraca.

O PMI composto da china, medido pela IHS Markit/Caixin, subiu de 52,0 pontos em outubro para 53,2 pontos em novembro, o maior nível em 21 meses. A recuperação foi impulsionada por fortes desempenhos nos setores de manufatura e serviços. Surpreendentemente, os provedores de serviços registraram um aumento sólido e acelerado da atividade, fazendo com que o PMI de serviços, ajustado sazonalmente, passasse de 51,1 pontos em outubro para uma alta de 53,5 em novembro.

No Japão, foi revelado que o PIB do terceiro trimestre cresceu a um ritmo mais elevado que o anteriormente esperado, atingindo 1,8% em termos anualizados. Sustentaram o crescimento uma demanda doméstica resiliente e os gastos das empresas, que compensaram a queda nas exportações e tensões comerciais globais. Na leitura anterior, a economia do Japão, no intervalo de julho a setembro, em termos anualizados, havia avançado 0,2%. O forte crescimento marcou o quarto trimestre seguido de expansão, e também superou a expectativa de economistas de uma alta de 0,7%. As melhoras nos gastos de capital e consumo privado fortaleceram o indicador.

Também no Japão, foi divulgado que a inflação ao consumidor registrou estabilidade em outubro ante setembro, e subiu 0,2% na comparação anual. O núcleo do CPI teve avanço anual de 0,4% em outubro, em linha com a projeção dos especialistas. Já o chamado “núcleo do núcleo” do indicador, que exclui os componentes de alimentos frescos e energia, acelerou de uma alta de 0,5% em setembro para avanço de 0,7% em outubro.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL: No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 1,77% ao ano no final de novembro, sem oscilação em relação ao mês anterior, enquanto o rendimento dos títulos do Tesouro de 30 anos subiu para 2,20% ao ano, uma redução marginal em relação ao fechamento de outubro. Já o rendimento dos títulos do governo japonês em 30 anos passou para 0,40% ao ano, também estável em relação a outubro.

Já as bolsas internacionais, em geral, mantiveram o movimento de valorização nos preços. Enquanto a bolsa alemã (Dax) subiu 2,87%, a inglesa (FTSE 100) avançou 1,35%, a do Japão (Nikkei 225) registrou alta de 1,60% e a americana (S&P 500) valorizou 3,82%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent registrou uma alta de 3,83% no mês, a US$ 63,11 o barril, enquanto o WTI avançou 7,40%, cotado aos US$ 58,19.

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: Em setembro de 2019, a produção industrial variou 0,8% frente a setembro, puxada principalmente pelos produtos alimentícios e farmacêuticos, a terceira alta mensal seguida. Na comparação com outubro de 2018 a indústria avançou 1,0%.

Já o setor de serviços recuou novamente em novembro, conforme revelou a agência IHS Markit. O PMI de serviços brasileiro foi a 50,9 pontos em novembro, ante 51,2 em outubro. O resultado é o mais fraco do atual período de cinco meses de expansão do setor.

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,6% no trimestre encerrado em outubro, atingindo 12,3 milhões de pessoas, segundo dados divulgados pelo IBGE. A taxa é superior aos 11,8% registrados no trimestre encerrado em setembro. Já o número de desempregados recuou em 200 mil na comparação com o mês anterior: em setembro, eram 12,5 milhões de trabalhadores brasileiros desempregados.

SETOR PÚBLICO: Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobrás) registrou um superávit primário de R$ 9,444 bilhões em outubro. No acumulado de janeiro a outubro, o rombo do setor público consolidado foi a R$ 33,047 bilhões. Em 12 meses, o rombo chegou a R$ 89,782 bilhões, equivalente a 1,27% do PIB.

A dívida bruta geral do setor público, que contabiliza os passivos dos governos federal, estaduais, municipais e do INSS, recuou em outubro, passando a R$ 5,549 trilhões, o equivalente a 78,3% do PIB.

INFLAÇÃO: O IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou em novembro variação de 0,51%, a maior alta para um mês de novembro desde 2015, enquanto em outubro havia registrado 0,10% de alta. No acumulado do ano, a inflação registrou alta de 3,12% e, nos últimos 12 meses, ficou em 3,27%, bem abaixo do centro da meta do Bacen, que é de 4,25%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete registraram alta em novembro, com destaque para despesas pessoais (1,24%), alimentação e bebidas (0,72%).

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação da cesta de consumo de famílias com renda até cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados, registrou inflação de 0,54% em novembro, após registrar alta de 0,04% em outubro. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 3,22% e o dos últimos 12 meses foi para 3,37%.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO: O dólar comercial encerrou o mês de setembro cotado a R$ 4,241 na venda, registrando alta de 5,77% no mês, na medida em que as tensões políticas no Brasil e América Latina se acentuavam, além da decepção com o mega leilão de petróleo.

Em outubro, as transações correntes apresentaram déficit de US$ 7,874 bilhões em termos nominais, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 45,6 bilhões.

Conforme o Ministério da Economia, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 3,428 bilhões em novembro, pior saldo para o mês desde 2015. No mês, as exportações caíram 16,0% pela média diária frente igual mês do ano passado, totalizando US$ 17,596, enquanto as importações registraram igual queda na mesma base de comparação, somando US$ 14,169. No acumulado do ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 41,079.

RENDA FIXA: Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de novembro acabou sendo o do IRF-M 1, com alta de 0,33%, enquanto o IMA-B 5+ desvalorizou -4,07%, o IMA-B 5 teve queda de -0,28%. O IMA-B Total, que contabiliza o retorno de todas as NTN-Bs, contabilizou perda de -2,45% no mês.

RENDA VARIÁVEL: Para o Ibovespa, o mês de outubro refletiu igualmente os movimentos das bolsas internacionais, de valorização dos ativos. A alta foi de 0,95%, acumulando no ano um avanço de 23,15% e em doze meses de 20,93%. O índice terminou o mês aos 108.233 pontos.

PERSPECTIVAS: Na pauta para o mês de dezembro, destaque para um desfecho na batalha comercial entre EUA e China. Após idas e vindas nas declarações de ambas as partes sobre o avanço das negociações, é chegado o momento dos EUA praticarem o aumento da sobretaxa para mais de US$ 160 bilhões em produtos chineses. Em contrapartida, os chineses esperam chegar a um acordo o mais breve possível, usando como moeda de troca o status de maior compradora mundial de soja.

Fato é que esse imbróglio é ruim para a economia mundial, que entrou em rota de crescimento pífio, especialmente as economias dos países desenvolvidos, que convivem com baixas taxas de desemprego e inflação abaixo das metas estipuladas pelas autoridades monetárias.

Espera-se uma continuidade dos programas de estímulos monetários dos bancos centrais das principais economias, com redução nas taxas de juros de empréstimos e financiamentos, com objetivo de estimular o crescimento da produção e consumo.  

Cenário Econômico – Outubro de 2019 

INTERNACIONAL EUROPA: O banco central europeu (BCE, na sigla em inglês) decidiu manter sua política monetária inalterada no encerramento da à última reunião sob o comando do italiano Mario Draghi, que será sucedido na presidência da instituição por Christine Lagarde em 1º de novembro. Como já era previsto, o BCE manteve a taxa de refinanciamento em 0% e a de depósito em -0,50%, bem como confirmou que retomará seu programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), através do qual comprará 20 bilhões de euros em ativos mensalmente a partir de 1º novembro. No comunicado pós-reunião, a instituição indicou que os juros continuarão em patamar baixo pelo tempo necessário para que a inflação convirja para o centro da meta estabelecida, de algo próximo a 2% ao ano, bem como o QE será mantido sem prazo estabelecido.

Em relação à inflação, a agência Eurostat divulgou que os preços nos 19 países da zona do euro recuaram de 0,2% em setembro para 0,1% em outubro. Na comparação com outubro de 2018, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) teve alta de 0,7%. O baixo nível da inflação na região permanece sendo o maior dos problemas para BCE, apesar dos juros negativos e de anos de estímulos não convencionais, como a compra de ativos.

Conforme informou a agência IHS Markit, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, subiu de 50,1 em setembro para 50,6 em outubro, mostrando que a atividade no bloco se expandiu em ritmo um pouco mais forte no último mês após ficar próximo da estagnação. Apenas o PMI de serviços da zona do euro aumentou de 51,6 em para 52,2 em outubro. Leituras acima de 50 pontos sugerem expansão da atividade, enquanto valores menores apontam contração.

Quanto ao mercado de trabalho, conforme a agência Eurostat, a taxa de desemprego na zona do euro ficou em 7,5% em setembro, ante resultado revisado de agosto também de 7,5% recuou em agosto a 7,4%, registrando em 12,3 milhões o número de pessoas sem trabalho.

EUA: Destaque para a reunião do Comitê de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) do Federal Reserve (FED, na sigla em inglês), que decidiu reduzir a taxa básica de juros norte-americana em 0,25 pontos base, para o intervalo de 1,50% a 1,75%, a terceira queda do ano. Mesmo que o corte já estivesse precificado pelo mercado, o temor era de que houvesse uma mudança de direção depois da divulgação de indicadores do setor de trabalho e de atividade dos EUA. Após a decisão, o presidente do FED, Jerome Powell, declarou que novos cortes no juro são improváveis enquanto as condições de inflação, emprego e atividade permanecerem nos patamares atuais.

Conforme divulgado pelo escritório oficial de estatísticas, o PIB norte-americano cresceu a uma taxa anualizada de 1,9% no terceiro trimestre, uma leve desaceleração em relação ao trimestre anterior, quando o PIB expandiu 2,0%, porém acima das previsões levantadas pela agência Reuters, de 1,6%. O número foi puxado pelos gastos dos consumidores e um aumento nas exportações.

Conforme informou o Departamento de Trabalho, relatório de empregos não agrícolas (payroll, na sigla em inglês) mostrou uma criação de 128 mil postos de trabalho em outubro, bem acima da mediana das projeções levantadas pela agência Broadcast, de 75 mil postos. A taxa de desemprego ficou estável em 3,6%.

A inflação medida pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) recuou frente aos dois primeiros trimestres do ano e registrou taxa anualizada de 1,6% no terceiro trimestre, ante expectativa de ficar em 1,9% de alta. Já o núcleo do PCE, dado que é acompanhado mais de perto pelo FED, aumentou 2,2%, ante projeção de aumentar 2,1%.

ÁSIA: O PMI do setor industrial da china, medido pela IHS Markit/Caixin, subiu de 51,4 em setembro para 51,7 em outubro, maior leitura registrada desde fevereiro de 2017. As exportações tiveram a maior aceleração desde o início da guerra comercial sino-americana.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) chinês subiu 3,8% em outubro em relação a igual mês do ano passado, comparado com um aumento de 3,0% em setembro, conforme divulgou o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS). O índice disparou em outubro ao nível mais alto em mais de sete anos, aquecido por uma elevação contínua dos preços de carne de porco, que saltou 101,3% anualizado em outubro.

O comitê de política monetária do Banco Central do Japão (BoJ, na sigla em inglês) decidiu pela manutenção da política monetária expansionista, mantendo a taxa de juros inalterada, em -0,1% no curto prazo e em zero para o rendimento do título de 10 anos. Após a reunião, o presidente do BoJ, Haruhiko Koruda, disse que ainda há espaço para mais redução a fim de evitar que as incertezas globais prejudiquem a economia local. Já o produto interno bruto (PIB) local se expandiu a um ritmo anualizado de 0,2% entre julho e setembro, registrando o quarto trimestre consecutivo de crescimento.

Também no Japão, foi divulgado que a inflação ao consumidor registrou mais um mês de desaceleração, caindo em setembro para mínimas em quase dois anos e meio. O índice subiu 0,3% em setembro sobre o ano anterior, mostraram dados do governo, igualando a expectativa e desacelerando ante avanço de 0,5% em agosto depois de subir 0,6% em julho.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL: No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 1,67% ao ano no final de agosto, subiram cerca de 10 pontos base no mês de outubro para o nível em torno de 1,77% ao ano, enquanto o rendimento dos títulos do Tesouro de 30 anos subiu para 2,25% ao ano, um aumento de 1,3 pontos base em relação ao fechamento de setembro, enquanto o rendimento dos títulos do governo japonês em 30 anos passou para 0,39% ao ano, um aumento de 0,025 pontos base.

Já as bolsas internacionais, em geral, mantiveram o movimento de valorização nos preços. Enquanto a bolsa alemã (Dax) subiu 3,53%, a inglesa (FTSE 100) recuou -2,16% por conta das incertezas em relação ao Brexit, a do Japão (Nikkei 225) registrou alta de 5,38% e a americana (S&P 500) valorizou 2,04%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent registrou uma queda de -0,90% no mês, a US$ 60,78 o barril, enquanto o WTI avançou menos de 0,20%, cotado aos US$ 54,18.

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: Em setembro de 2019, a produção industrial variou 0,3% frente a agosto (série com ajuste sazonal). Essa foi a segunda taxa positiva seguida, com acumulo de 1,5% nesse período. Na comparação com setembro de 2018 (série sem ajuste sazonal), houve alta de 1,1%, interrompendo, assim, três meses de resultados negativos consecutivos: junho (-5,9%), julho (-2,5%) e agosto (-2,1%).

Já o setor de serviços recuou em outubro, segundo dados do Markit Economics. O PMI de serviços brasileiro foi a 51,2 em outubro, de 51,8 em setembro. O setor mostrou crescimento da produção pelo quarto mês seguido, já que números acima de 50 indicam crescimento, mas o ritmo foi o mais lento nesse período.

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,8% no trimestre encerrado em setembro, atingindo 12,5 milhões de pessoas, segundo dados divulgados pelo IBGE. A taxa é a mesma registrada nos três meses terminados em agosto. Já o número de desempregados recuou em 100 mil na comparação com o mês anterior: em agosto, eram 12,6 milhões de trabalhadores brasileiros desempregados.

SETOR PÚBLICO: Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) registrou um déficit de R$ 13,448 bilhões em agosto. No acumulado de janeiro a agosto, o déficit do setor público consolidado foi a R$ 21,950 bilhões, queda de 36,7% sobre um ano antes. Em 12 meses, o rombo chegou a R$ 95,508 bilhões, equivalente a 1,36% do PIB.

A dívida bruta geral do setor público, que contabiliza os passivos dos governos federal, estaduais, municipais e do INSS, subiu em agosto 0,8 ponto percentual, passando de R$ 5,618 trilhões, o equivalente a 79% do PIB.

INFLAÇÃO: O IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou em outubro variação de 0,10%, enquanto em setembro havia registrado -0,04%. Este é o menor resultado para um mês de outubro desde 1998, quando o IPCA ficou em 0,02%. No acumulado do ano, o índice acumula 2,60% e, na ótica dos últimos doze meses, o índice ficou em 2,54%, bem abaixo do centro da meta do Bacen, que é de 4,25%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três apresentaram deflação de setembro para outubro, com destaque para Habitação (-0,61%), grupo responsável pela maior contribuição negativa no IPCA do mês, com -0,10 ponto percentual.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação da cesta de consumo de famílias com renda até cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados, registrou inflação de 0,04% em outubro, após recuar -0,05% em setembro. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 2,67% no ano de 2019, além de avanço de 2,55% em 12 meses.

JUROS: O Comitê de Política Monetária – COPOM – do BACEN decidiu por nova redução do juro doméstico para 5,0% ante os 5,5% então vigentes, em meio a um quadro de fraqueza na economia e baixa inflação. Foi a 3ª reunião seguida de corte, com a taxa chegando ao menor nível da história. A decisão era amplamente esperada pelo mercado, que já precificava sua magnitude nas transações com contratos de DI futuros. No comunicado pós-reunião, o COPOM indicou que deverá fazer um novo corte na próxima reunião, marcada para 11 de dezembro, reduzindo a Selic para 4,5% ao ano.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO: O dólar comercial encerrou o mês de setembro cotado a R$ 4,009 na venda, com uma queda de 3,52% no mês, a maior desde janeiro, na medida em que as tensões geopolíticas e tarifárias se acalmavam.

Em setembro, as transações correntes apresentaram déficit de US$ 3,487 bilhões em termos nominais, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 37,4 bilhões, equivalente a 2,5% do PIB. Apesar do aumento do déficit em transações correntes, conta que engloba também o comércio de serviços e os fluxos de juros e lucros, os investimentos diretos no país (IDP), de US$ 6,306 bilhões, foram mais do que suficientes para financiar o saldo negativo.

Conforme o Ministério da Economia, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,206 bilhões em setembro, pior saldo para o mês desde 2014, resultado da queda nos preços internacionais de vários produtos, a crise econômica na Argentina e a menor demanda por soja na China. No acumulado do ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 34,823 bilhões.

RENDA FIXA: Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de outubro acabou sendo o do IDkA IPCA 20 A, com alta de 5,77%, seguido do IMA-B 5+, com alta de 4,67%. Nos vértices mais curtos, o IRF-M 1 valorizou 0,62% enquanto o IDkA IPCA 2A rendeu 1,23%. O IMA-B Total, que contabiliza o retorno de todas as NTN-Bs, valorizou 3,36% no mês.

RENDA VARIÁVEL: Para o Ibovespa, o mês de outubro refletiu igualmente os movimentos das bolsas internacionais, de valorização dos ativos. A alta foi de 2,36%, acumulando no ano um avanço de 22,00% e em doze meses de 21,26%. O índice terminou o mês em 107.219 pontos.

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL: A pauta do mês de novembro permanece a mesma: as negociações entre EUA e China para um acordo comercial que atenda aos interesses de ambas as potências econômicas, o que não será fácil. Nos últimos dias ambos os lados tem declarado desejo de chegar a um acordo. A autoridade chinesa pretende novo encontro com os negociadores americanos, desta vez em solo chinês, para avançar as negociações para um desfecho em primeira fase.

Os indicadores de produção e consumo dos principais países tem mostrado preocupação quanto ao crescimento das suas economias. Conforme recentes projeções do fundo Monetário Internacional – FMI para a economia mundial houve uma revisão para o crescimento da economia global este ano de 3,2%, na estimativa de julho, para 3,0% em outubro, a taxa mais baixa de expansão desde 2009. Em relação a 2020, o FMI também reduziu levemente a previsão para a expansão do PIB global, de 3,5% para 3,4%.

Em um movimento coordenado que busca reativar o crescimento das suas economias, os bancos centrais dos principais países vêm reduzindo o juro e renovando seus pacotes de estímulos que incluem, em alguns casos, recompra de ativos.

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL: O FMI revisou as projeções de crescimento para o Brasil e elevou a projeção do PIB em 2019, de 0,8% estimado em julho para 0,9% em outubro. Para 2020, no entanto, a previsão de crescimento passou de 2,4% para 2,0%. Recentes indicadores de produção e consumo tem indicado uma melhora na margem, apoiados em um cenário de inflação baixa, crescimento maior dos salários e melhora nas condições de liquidez que sustentarão o consumo privado, enquanto condições financeiras favoráveis, maior confiança na economia e reformas estruturais deverão estimular os investimentos. A autoridade monetária vem fazendo seu papel, com seguidas reduções no juro básico da economia, indicando que a taxa Selic deverá encerrar este ano em 4,75%. 

Cenário Econômico – Setembro de 2019 

INTERNACIONAL – EUROPA: Destaque para a reunião do banco central europeu (BCE, na sigla em inglês), que tomou importante decisão monetária para estimular a economia da região em meio à divulgação de indicadores que sugerem contração do setor manufatureiro, em especial a indústria alemã, além das incertezas com o conflito comercial entre EUA e China. O BCE anunciou um corte na taxa de depósitos de -0,4% para -0,5%, além de reativar o programa de compra de ativos que havia encerrado em dezembro passado. Conforme pesquisa divulgada pela IHS Markit, a leitura preliminar do índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto, que abrange os setores industrial e de serviços, caiu para 50,4 em setembro, ante 51,9 em agosto, atingindo o menor nível desde junho de 2013. As expectativas eram de estabilidade no número. Apesar da queda, leituras acima de 50 mostram que a atividade do bloco continua em expansão. Já o PMI industrial indica contração mais acentuada da manufatura, ao diminuir para 45,6 em setembro ante 47 em agosto. Outro dado importante que mede a confiança dos empresários da região, recém-divulgado, dá sinais de que a desaceleração na região do Euro degradou. O índice que mede o clima econômico no bloco de 19 países caiu em setembro para o nível mais baixo em quase cinco anos, para 101,7 pontos, ante 103,1 pontos em agosto. Do lado da inflação, a agência de notícias Eurostat informou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,9% na comparação anual de setembro, uma desaceleração em relação ao acréscimo de 1,0% verificado em agosto e de 1,1% em julho, e abaixo das expectativas dos especialistas. O índice é o mais baixo desde novembro de 2016, e afasta a inflação da região ainda mais da meta do BCE de 2% ao ano. Quanto ao mercado de trabalho, conforme a agência Eurostat, a taxa de desemprego na zona do euro recuou em agosto a 7,4%, o menor nível desde maio de 2008, registrando em 12,1 milhões o número de pessoas sem trabalho.

EUA: Destaque para a reunião do comitê de política monetária do banco central norte-americano (FOMC, na sigla em inglês). Em decisão dividida, o FOMC decidiu reduzir o juro básico da economia em 0,25 pontos percentuais para a faixa de 1,75% a 2,00%, mas não deu indicações claras sobre possíveis novos cortes este ano, uma vez que dirigentes da instituição mostraram divergências sobre o que fazer no futuro. Após a reunião, o presidente do Federal Reserve (FED, na sigla em inglês), Jerome Powell, disse em discurso que, caso a expansão econômica nos EUA mostre arrefecimento, a autoridade monetária agirá apropriadamente cortando ainda mais o juro.

Conforme divulgado pelo Departamento do Comércio, o PIB norte-americano do segundo trimestre apresentou crescimento de 2% anualizado. Apesar de o número vir alinhado às projeções e estimativas anteriores, mostrou desaceleração frente ao ritmo de crescimento do primeiro trimestre, quando a economia avançou 3,1% anualizado. Consumo e gastos do governo compensaram a fraqueza do investimento privado no índice. Quanto à inflação americana, os dados mais recentes reportam números próximos a meta definida pelo FED, de 2,00% ao ano. O índice de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) avançou a taxa anualizada de 2,4% no segundo trimestre, acima dos 2,3% medidos no primeiro trimestre. Conforme informou o Departamento de Trabalho, em setembro foram criados 136 mil postos de trabalho não agrícolas, abaixo da previsão de 150 mil, enquanto a taxa de desemprego caiu para 3,5%, a menor taxa em 50 anos.

ÁSIA: O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) oficial da indústria chinesa subiu de 49,5 em agosto para 49,8 em setembro, superando previsão de analistas de avanço para 49,6. Já o PMI industrial chinês medido pela IHS Markit/Caixin aumentou de 50,4 para 51,4 no mesmo período, acima das expectativas de 50,2 dos analistas.

O comitê de política monetária do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) decidiu manter sua política monetária inalterada, com a taxa de depósitos interbancários estabilizada em -0,1%, além de reiterar por meio de seu presidente, Haruhiko Kuroda, que a instituição não hesitará em tomar novas medidas de estímulo a economia da região. O PIB local do segundo trimestre cresceu 0,3% na comparação com o trimestre de janeiro a março, abaixo da leitura preliminar que indicava ganho de 0,4%. Também no Japão, foi divulgado que a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) aumentou 0,5% em agosto em relação ao ano anterior, em linha com a mediana das previsões do mercado. A medida desacelerou a alta depois de subir 0,6% em julho. O núcleo da inflação ao consumidor subiu no ritmo mais lento em dois anos, devido aos custos mais baixos do petróleo e ao fraco crescimento econômico.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL: No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 1,50% ao ano no final de agosto, subiram cerca de 17 pontos base no mês de setembro para o nível em torno de 1,67% ao ano, registrando o maior aumento mensal em 12 meses, enquanto o rendimento dos títulos do Tesouro de 30 anos subiu para 2,12% ao ano, um aumento de 0,8 pontos base em relação ao fechamento de agosto, enquanto o rendimento dos títulos do governo japonês em 30 anos passou para 0,365% ao ano, um aumento de 4,4 pontos base. Já as bolsas internacionais recuperaram-se das perdas observadas no mês anterior. Enquanto a bolsa alemã (Dax) subiu 4,09%, a inglesa (FTSE 100) avançou 2,79%, a do Japão (Nikkei 225) registrou alta de 5,07% e a americana (S&P 500) valorizou 1,72%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent registrou uma alta de 0,58% no mês, a US$ 60,78 o barril, enquanto o WTI recuou -1,33%, cotado aos US$ 54,07.

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: Após três meses de quedas seguidas, a produção industrial brasileira cresceu 0,8% em agosto na comparação com julho. Conforme divulgou o IBGE, a recuperação foi puxada pela indústria extrativa (minério de ferro, petróleo e gás), que cresceu 6,6% no mês. Já o setor de serviços ganhou novo impulso em setembro, segundo dados do Markit Economics. O índice de atividade de negócios do setor cresceu de 51,4 em agosto para 51,8 em setembro. Apesar da expansão moderada, a leitura ficou acima da média de longo prazo para a pesquisa. A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 11,8% no trimestre encerrado em julho, ficou estável em agosto atingindo a mesma marca. Conforme o IBGE. A população ocupada no país somou 93,7 milhões de pessoas em agosto, sendo que 41,4% se encontram na informalidade.

SETOR PÚBLICO: Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) registrou um déficit de R$ 13,448 bilhões em agosto. No acumulado de janeiro a agosto, o déficit do setor público consolidado foi a R$ 21,950 bilhões, queda de 36,7% sobre um ano antes. Em 12 meses, o rombo chegou a R$ 95,508 bilhões, equivalente a 1,36% do PIB. A dívida bruta geral do setor público, que contabiliza os passivos dos governos federal, estaduais, municipais e do INSS, subiu em agosto 0,8 ponto percentual, passando de R$ 5,618 trilhões, o equivalente a 79% do PIB.

INFLAÇÃO: O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), depois de ter registrado alta de 0,11% em agosto, recuou -0,04% em setembro, influenciado principalmente pela queda no grupo “alimentação e bebidas” e pela fraqueza da economia, que dificulta o reajuste de preços em meio a uma demanda fraca. A variação acumulada no ano ficou em 2,49% e, nos últimos 12 meses em 2,89%, bem abaixo do centro da meta do Banco Central, que é de 4,25%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação da cesta de consumo de famílias com renda até cinco salários mínimos, registrou deflação de -0,05% em setembro, após subir 0,12% em agosto. O índice acumulou uma elevação de 2,63% no ano de 2019, além de avanço de 2,92% em 12 meses.

JUROS: O Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM), por unanimidade, decidiu pela redução da taxa básica de juros da economia de 6,00% para 5,50% ao ano. O percentual, que já era esperado pelo mercado financeiro, é o menor desde o início do regime de metas de inflação, em 1999. É também o menor da série histórica do Banco Central, que começou em 1986. No comunicado pós-reunião, o COPOM deixou a porta aberta para nova redução ainda este ano, porém ressalvou que eventual frustração com as reformas em andamento podem comprometer os esforços para consolidação do cenário benigno para a inflação futura. Em relação à inflação, o Copom voltou a destacar que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação, além de destacar que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO: O dólar comercial encerrou o mês de setembro cotado a R$ 4,155 na venda, com uma valorização de 0,32% no mês. Em agosto, as transações correntes apresentaram déficit de US$ 4,274 bilhões em termos nominais, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 30,277 bilhões. Conforme o BACEN, o desempenho é fruto de uma balança comercial mais fraca e do aumento das remessas líquidas de lucros e dividendos para fora do país. Conforme o Ministério da Economia, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,246 bilhões em setembro, pior saldo para o mês desde 2014. Fortemente afetado pelo recuo nas exportações, o dado veio abaixo da expectativa de um saldo positivo de US$ 3,2 bilhões. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a balança comercial ficou positiva em US$ 33,79 bilhões.

RENDA FIXA: Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de setembro acabou sendo o do IDkA IPCA 20 A, com alta de 4,78%, seguido do IMA-B 5+, com alta de 3,73%, ambos recuperando com sobras o baixo retorno de agosto. Nos vértices mais curtos, o IRF-M 1 valorizou 0,64% enquanto o IDkA IPCA 2A rendeu 1,60%.

RENDA VARIÁVEL: Para o Ibovespa, o mês de setembro refletiu igualmente os movimentos das bolsas internacionais, de recuperação aos ativos de riscos. A alta foi de 3,57%, acumulando no ano um avanço de 19,18% e em doze meses de 33,22%. O índice terminou o mês em 104.745 pontos.

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL: O mês de outubro deverá ter como maior “drive” o resultado do encontro entre EUA e China para negociar acordo comercial que termine com a guerra tarifária imposta pelas duas maiores potências econômicas do planeta. Caso as chances de um acordo pacífico se concretizem, espera-se por nova rodada de valorização dos ativos de riscos. Os bancos centrais das principais economias vêm reduzindo o juro e renovando seus pacotes de estímulos que incluem recompra de ativos, em alguns casos. Esse movimento busca reativar as economias que vem sofrendo com o baixo consumo e pessimismo das indústrias globais como resultado da guerra tarifária.

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL: Por aqui, permanece o ambiente de baixo crescimento econômico conforme os indicadores de desempenho vão sendo conhecidos, reflexo da deterioração do nível de investimentos, da situação fiscal do governo e da abalada confiança de consumidores e empresários na economia. Os olhos dos investidores se voltam para Brasília, onde o Senado deve votar em segundo turno a reforma da previdência, com previsão para o dia 22. O plenário do Senado concluiu a votação em primeiro turno das mudanças nas regras previdenciárias no último dia 2, com a análise dos destaques com sugestões de alterações ao texto-base. Na véspera, os senadores aprovaram o texto-base por 56 votos a favor, 19 contra e nenhuma abstenção. Eram necessários 49 votos, equivalentes a três quintos mais um dos senadores, para aprovar a proposta.

 Cenário Econômico – Agosto de 2019

 

INTERNACIONAL – EUROPA: Conforme o instituto HIS Markit, o Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços avançou de 53,2 para 53,5 em agosto, um pouco acima das estimativas preliminares que apontavam 53,4 pontos. Já o PMI Composto, que considera também o setor industrial, avançou de 51,5 para 51,9. Apesar de números acima de 50 pontos indicarem expansão da atividade, os resultados são modestos. Outro dado relevante divulgado foi o indicador que mede a confiança do consumidor, conforme divulgado pela Comissão Europeia. O indicador registrou queda de 0,5 pontos em agosto, ficando ainda assim acima da média de longo prazo. A inflação permaneceu baixa em 1,0% anualizada em agosto, após registrar 1,1% em julho, e ainda distante da meta do Banco Central Europeu (BCE, na sigla em inglês) de 2% ao ano. O escritório de estatísticas da União Europeia reportou que a inflação nos 19 países que compartilham o euro permaneceu inalterada em julho, em linha com as expectativas. Após de ter mantido inalteradas as taxas de juros em sua reunião no final de julho, o BCE agora tem motivos para afrouxar ainda mais a política monetária da região, e já sinalizou que na próxima reunião reduzirá ainda mais a taxa de depósitos bancários e o reinício do programa de recompra de ativos. Ainda assim, mais de 80% dos economistas consultados pela Reutes estão céticos sobre a capacidade do banco de influenciar a inflação no médio prazo.

 

EUA: O Departamento de Comércio dos EUA divulgou dado sobre os gastos do consumidor, que corresponde a mais de dois terços da atividade econômica local. Houve um aumento de 0,6% no mês de julho, após elevação de 0,3% em junho, ante previsão de 0,5%, conforme economistas consultados pela Reuters. Entretanto, com os EUA impondo tarifas adicionais sobre produtos chineses, há preocupações de que os gastos com consumidor sofram um impacto no futuro. A criação de vagas de trabalho não agrícola em agosto foi de 130 mil novos postos. A taxa de desemprego se manteve inalterada pelo terceiro mês consecutivo em 3,7% conforme informou o Departamento de Trabalho, enquanto o número de pessoas desempregadas se manteve praticamente inalterado em 6 milhões. Já o salário médio por hora de todos os funcionários em folhas de pagamento privadas não agrícolas aumentou 11 centavos, para US $ 28,11, após ganhos de 9 centavos em junho e julho. Em sua reunião no final de julho, o FED reduziu a taxa básica de juros da faixa entre 2,25% e 2,50% ao ano, para 2,0% e 2,25% ao ano, e as expectativas são de mais flexibilização monetária na reunião de setembro diante do enfraquecimento da economia global.

 

ÁSIA: A desaceleração da economia chinesa se intensificou em agosto, após a leitura dos dados da produção industrial que recuou para 4,4% anualizados em agosto ante o mesmo período do ano anterior, menor taxa desde fevereiro de 2002 e abaixo da alta de 4,8% em julho. Conforme a Reuters, a expectativa era de crescimento de 5,2%. No Japão, foi divulgado que o PIB local do segundo trimestre cresceu 0,3% na comparação com o trimestre de janeiro a março, abaixo da leitura preliminar que indicava ganho de 0,4%. A fraqueza da economia global e o agravamento do protecionismo comercial adicionam certa pressão sobre o banco central japonês (BOJ, na sigla em inglês) para que tome medidas expansionistas na próxima reunião, marcada para esta semana.

 

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL: No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 2,00% a.a. no final de julho, caíram cerca de 50 pontos base no mês de agosto para o nível em torno de 1,50% a.a. enquanto o rendimento dos títulos do Tesouro de 30 anos caiu para um mínimo histórico de 1,91%, acompanhando uma queda semelhante nas taxas no exterior. O rendimento japonês de 10 anos caiu para uma nova baixa negativa de três anos, enquanto o rendimento alemão e francês de 10 anos atingiu baixos recordes e a taxa italiana caiu abaixo de 1% pela primeira vez na história. De maneira geral, os rendimentos da dívida pública de longo prazo em agosto registraram uma de suas mais dramáticas retrações na memória recente, com o aumento da demanda global por títulos forçando os preços e as taxas a subir, com os temores de desaceleração da economia global relacionadas à política comercial de sobretarifas prevalecendo. Já as bolsas internacionais tiveram em agosto um mês de quedas fortes. Enquanto a bolsa alemã (Dax) caiu -2,05%, a inglesa (FTSE 100) recuou -5,00%, a do Japão (Nikkey 225) registrou queda de -3,80% e a americana (S&P 500) desvalorizou -1,81%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent registrou uma queda de -7,3% no mês, enquanto o WTI recuou -6,0%.

 

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: Conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o Produto Interno Bruto – PIB – brasileiro cresceu 0,4% no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses deste ano. O avanço da atividade, que veio acima das principais projeções, fez com que país escapasse da recessão técnica, quando a economia deixa de crescer por dois trimestres consecutivos, já que entre janeiro e março, o Brasil registrou um recuo de 0,2%. O resultado foi puxado, principalmente, pelos ganhos da indústria (0,7%) e dos serviços (0,3%), enquanto a agropecuária caiu 0,4%. A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 12,0% no trimestre encerrado em junho, caiu para 11,8% no trimestre encerrado em julho, atingindo 12,6 milhões de pessoas, conforme o IBGE. A população ocupada no país somou 93,6 milhões de pessoas em julho.

SETOR PÚBLICO: Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 2,763 bilhões em julho, menor que o de junho, de R$ 30,102 bilhões. Nos sete primeiros meses de 2019, as contas do setor público acumularam um déficit primário de R$ 8,503 bilhões, o equivalente a 0,21% do PIB. A dívida bruta geral do setor público, que contabiliza os passivos dos governos federal, estaduais, municipais e do INSS, subiu em julho, passando de R$ 5,540 trilhões, o equivalente a 79% do PIB.

 

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), depois de ter registrado alta de 0,19% em julho, subiu apenas 0,11% em agosto, com os preços dos grupos “alimentação e bebidas” e “transportes” contribuindo positivamente. A variação acumulada no ano ficou em 2,54% e, nos últimos 12 meses, em 3,43%, bem abaixo do centro da meta do Banco Central, que é de 4,25%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação da cesta de consumo de famílias com renda até cinco salários mínimos, registrou inflação de 0,12% em agosto. A taxa é superior ao INPC de julho (0,10%) e de agosto do ano passado, quando não registrou variação.

 

JUROS: O Comitê de Política Monetária – Copom, divulgou a ata da última reunião realizada ao final de julho, quando a taxa de juros, Selic, sofreu um corte de 0,50 p.p passando para 6% ao ano. Na ata, o Copom reiterou que os indicadores recentes da atividade econômica sugerem possibilidade de retomada do processo de recuperação da economia brasileira, porém, em ritmo gradual. Em relação à inflação, o Copom destacou que o balanço de riscos evoluiu de maneira favorável, mas avalia que o risco ainda é preponderante. O cenário básico para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções. Se por um lado, o nível de ociosidade elevado pode continuar produzindo trajetória prospectiva abaixo do esperado, por outro lado uma eventual frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar os prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária. O risco se intensifica no caso de reversão do cenário externo benigno para economias emergentes.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO: A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de agosto cotada em R$ 4,1425, com uma valorização de 8,45% no mês. Em julho, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 9,035 bilhões em termos nominais, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 24,4 bilhões. Conforme o BACEN, o desempenho é fruto de uma balança comercial mais fraca e do aumento das remessas líquidas de lucros e dividendos para fora do país. Conforme o Ministério da Economia, a balança comercial brasileira registrou superávit de 3,284 bilhões de dólares em agosto, melhor saldo para o período desde 2017, num mês em que as importações caíram mais que as exportações. O dado veio em linha com expectativa de um saldo positivo de 3,2 bilhões de dólares, conforme pesquisa Reuters com analistas.

RENDA FIXA: Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de agosto acabou sendo o do IRF-M 1, com alta de 0,55%, seguido do IRF-M Total, com alta de 0,26%. Nos vértices mais longos, o IMA-B 5+ recuou -0,77% enquanto o IDkA IPCA 20A desvalorizou -1,35%.

RENDA VARIÁVEL: Para o Ibovespa, o mês de agosto também refletiu os movimentos das bolsas internacionais. A queda foi de -0,67% acumulando no ano um avanço de 15,07% e em doze meses de 31,90%. O índice terminou o mês em 101.134 pontos.

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL: O mês de setembro deve ser marcado pela resposta dos principais Bancos Centrais com estímulos monetários visando manter o crescimento da economia global que dá sinais de desaquecimento mundo afora. A batalha comercial sino-americana tem afetado o comércio global, e os protagonistas se mostram dispostos a negociar um acordo benéfico. Está marcada para o início de outubro uma reunião presencial em Washington, aumentando as chances de uma solução para a guerra tarifária entre os países. Ambos os lados deram demonstrações recentes de “boa vontade”. Enquanto a China anunciou um pacote de isenções tarifárias para 16 produtos americanos da pauta de importações, os EUA concordaram em adiar de 01 para 15 de outubro o aumento de tarifas sobre US$ 250 bilhões de importações chinesas.

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL: No Brasil, uma série de indicadores tem revelado forte resistência do país ao crescimento econômico desde o fim da recessão, em 2016. O resultado é reflexo da deterioração do nível de investimentos, da situação fiscal do governo e da abalada confiança de consumidores e empresários na economia. A pesquisa semanal Focus tem apontado sistematicamente uma redução da expansão para o PIB, para este ano e agora também para o próximo. O mercado concentra suas apostas em nova redução da taxa Selic na reunião do Copom deste mês, e qualquer movimento contrário deverá refletir negativamente nos preços dos ativos.

Cenário Econômico – Julho de 2019

INTERNACIONAL EUROPA: Conforme a agência Eurostat, a estimativa preliminar mostrou que o crescimento do PIB da zona do euro, no segundo trimestre de 2019 foi de 0,2% sobre o trimestre anterior, que havia crescido 0,4% sobre o último trimestre de 2018. Na comparação anual o avanço da atividade econômica da região foi de 1,1%. Quanto à inflação do consumidor, depois de ter registrado um avanço anual de apenas 1,3% em junho caiu para 1,1% em julho, a taxa mais baixa em 17 meses e ainda mais distante da meta de 2% do BCE. Após de ter mantido inalteradas as taxas de juros em sua reunião no final de julho, o BCE divulgou comunicado afirmando que a perspectiva econômica da região está piorando mais e mais e que agora passa a prever que as taxas de juros permaneçam nos seus níveis presentes ou mais baixos até pelo menos o fim do primeiro semestre de 2020.

EUA: A economia norte-americana desacelerou para 2,1%, anualizado, no segundo trimestre de 2019, em relação ao trimestre anterior, depois de ter crescido 3,1% no primeiro, conforme estimativa inicial do Departamento de Comércio do país. Os gastos dos consumidores, que respondem por 70% do PIB cresceram 4,3% no período, mas foram compensados por uma ampliação no déficit comercial. A criação de vagas de trabalho não agrícola em julho de 2019 foi de 164 mil novos postos, quando a expectativa era de 170 mil. A taxa de desemprego, que era de 3,7 em junho, se estabilizou nesse patamar. Em sua reunião no final de julho, o FED reduziu a taxa básica de juros da faixa entre 2,25% e 2,50% ao ano, para 2,0% e 2,25% ao ano, diante do enfraquecimento da economia global. Foi o primeiro corte da taxa desde 2008. Após a reunião, o seu presidente afirmou que o movimento pode não ser o início de uma campanha prolongada para proteger a economia contra riscos que incluem uma fraqueza econômica.

ÁSIA: Na China, o PIB do segundo trimestre de 2019 evoluiu 6,2% em taxa anualizada, o menor crescimento trimestral em 27 anos. O resultado, no entanto, está dentro da meta estabelecida pelo governo, de um crescimento anual entre 6% e 6,5%. A contração das exportações para os Estados Unidos, por conta da “guerra” comercial, pesou no resultado.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL: No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 2,00% a.a. no final de junho, terminaram julho com rendimento de 2,02% a.a. Já os títulos emitidos pelo governo britânico rendiam 0,60% a.a., enquanto os emitidos pelo governo alemão, por sua vez, fecharam o mês de julho com rendimento negativo de 0,43%. Paralelamente, no mês, o dólar se desvalorizou 1,98% perante o euro e se valorizou 0,86% e perante o yen. Já as bolsas internacionais tiveram em junho um mês de resultados mistos. Enquanto a bolsa alemã (Dax) caiu 1,86%, a inglesa (FTSE 100) subiu 2,17%, a do Japão (Nikkey 225) 1,15% e a americana (S&P 500) 1,31%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent caiu no mês 2,07%.

NACIONAL ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: Conforme o Banco Central, o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, após recuar 0,47% em abril, subiu 0,54% em maio. Em um ano, sem os ajustes sazonais, a alta foi de 1,31%. A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 12,3% no trimestre encerrado em maio, caiu para 12,0% no trimestre encerrado em junho. Cerca de 12,8 milhões de pessoas estravam sem trabalho.

SETOR PÚBLICO: Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 12,7 bilhões em junho, comparativamente a déficit de R$ 13,5 bilhões em maio do ano anterior. Em doze meses o déficit acumulado foi de R$ 99,6 bilhões. As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 357,3 bilhões (5,11% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 456,9 bilhões (6,54% do PIB) no mesmo período. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em junho R$ 5.499,6 trilhões (78,7% do PIB).

INFLAÇÃO: O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), depois de ter registrado alta de 0,01% em junho, subiu apenas 0,19% em julho, com os preços da energia elétrica dando a maior contribuição. No ano acumulou variação de 2,42% e em doze meses de 3,22%, bem abaixo do centro da meta do Banco Central, que é de 4,25%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,10 em julho, após ter subido 0,01% em junho. No ano acumulou alta de 2,55% e de 3,16% em doze meses.

JUROS: Em sua reunião no final de julho, o Copom reduziu a taxa Selic de 6,5% para 6%ao ano, depois de tê-la mantido por dez vezes consecutivas. Na ata da reunião, o BC indicou que pode continuar reduzindo a taxa nos próximos meses.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO: A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de julho cotada em R$ 3,7649, com uma valorização de 1,76% no mês. Em junho, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 2,9 bilhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 17,1 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 2,2 bilhões em junho e acumularam US$ 91,8 bilhões em doze meses. As reservas internacionais eram de US$ 388,1 bilhões no final do mês. A Balança Comercial, por sua vez, teve em julho de 2019 um superávit de US$ 2,29 bilhões, e no ano acumula superávit de US$ 28,36 bilhões.

RENDA FIXA: Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de julho acabou sendo o do IDkA 20A (IPCA), com alta de 1,79%, seguido do IMA-B 5+, com alta de 1,51% e do IMA-B Total, com alta de 1,29%.

RENDA VARIÁVEL: Para o Ibovespa, julho também foi um mês de avanço. A alta foi de 0,84% acumulando no ano um avanço de 15,84% e em doze meses de 28,39%. O índice terminou o mês em 101.812 pontos.

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL: Com o presidente Trump acentuando a “guerra” comercial com a China, ao impor novas tarifas sobre as importações daquele país até que um acordo comercial seja alcançado e com a desvalorização da moeda chinesa, em represália, os mercados financeiros internacionais elevaram novamente a aversão ao risco. Serão os desdobramentos desses fatos que atrairão as maiores atenções dos mercados nas próximas semanas.

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL: No Brasil, depois da aprovação da reforma da Previdência em segundo turno, na Câmara, será o trâmite no Senado que ocupará as atenções. Com a perspectiva de baixa inflação o mercado também estará atento na possibilidade de novos cortes da taxa Selic.

Cenário Econômico – Junho de 2019

INTERNACIONAL EUROPA: Apesar da desaceleração do crescimento da economia ao longo do último ano e da não concretização da aguardada recuperação, por enquanto, a agência Eurostat informou que a taxa de desemprego recuou de 7,6% em abril, para 7,5% em maio, o menor nível desde julho de 2008. Quanto à inflação do consumidor, depois de ter registrado um avanço anual de apenas 1,2% em maio, menos do que o esperado, ela se manteve no mesmo patamar em junho, ainda bem distante da meta de 2% do BCE. Após de ter mantido inalteradas as taxas de juros em sua reunião no início de junho, o BCE divulgou a ata da reunião, em que reiterou a intenção de manter os juros baixos até meados de 2020, na medida em que os riscos para o crescimento econômico aumentaram com as tensões comerciais entre os EUA e a China, União Europeia e México.

EUA: A economia norte-americana efetivamente avançou 3,1%, anualizado, no primeiro trimestre de 2019, em relação ao trimestre anterior, conforme a terceira e última estimativa do Departamento de Comércio do país. A despesa dos governos estaduais e municipais, o comércio exterior e o investimento em estoques foram os principais motores da aceleração da atividade no início do ano. A criação de vagas de trabalho não agrícola em junho de 2019 surpreendeu e foi de 224 mil novos postos, quando a expectativa era de 160 mil. A taxa de desemprego, que era de 3,6 em maio, subiu para 3,7% no mês seguinte, com o aumento do número de pessoas procurando emprego. Em sua reunião no final de junho, o FED manteve a taxa básica de juros na faixa entre 2,25% e 2,50% ao ano, mas sustentou que as incertezas continuam altas, sinalizando cortes futuros da taxa ainda neste ano. No final do mês, na reunião do G-20 o presidente norte-americano e o chinês anunciaram uma nova trégua na guerra comercial travada entre as duas maiores economias do mundo e apontaram para a continuidade das negociações comerciais.

ÁSIA: Na China, em maio, a atividade econômica continuou a arrefecer, com o investimento e a produção industrial perdendo vigor de forma significativa, em meio às tensões comerciais com os EUA. A produção industrial, por exemplo, avançou 5% ao ano em maio, o resultado mais fraco para o mês desde 1992. Já a economia japonesa surpreendeu ao ter confirmado um crescimento de 2,2% anualizado do PIB do primeiro trimestre deste ano, frente ao último do ano anterior.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL: No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 2,14% a.a. no final de maio, terminaram junho com rendimento de 2,00% a.a. Já os títulos emitidos pelo governo britânico rendiam 0,83% a.a., enquanto os emitidos pelo governo alemão, por sua vez, fecharam o mês de junho com rendimento negativo de 0,32%. Paralelamente, no mês, o dólar se valorizou 1,83% perante o euro e se desvalorizou 0,41% e perante o yen. Já as bolsas internacionais tiveram em junho um mês de fortes altas. Enquanto a bolsa alemã (Dax) avançou 7,02% e a inglesa (FTSE 100) 3,69%, a do Japão (Nikkey 225) subiu 5,48% e a americana (S&P 500) 6,89%, alcançando novo patamar recorde com a possibilidade de corte da taxa básica de juros. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent caiu no mês 0,48%.

NACIONAL ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: Conforme o Banco Central, o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, após recuar 0,30% em março, teve queda de 0,47% em abril. Em um ano, sem os ajustes sazonais, a queda foi de 0,62%. A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 12,5% no trimestre encerrado em abril, caiu para 12,3% no trimestre encerrado em maio. Cerca de 13 milhões de pessoas estravam sem trabalho.

SETOR PÚBLICO: Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 13,0 bilhões em maio, comparativamente a déficit de R$ 8,2 bilhões em maio do ano anterior. As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 384,4 bilhões (5,52% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 484,7 bilhões (6,96% do PIB) no mesmo período. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em fevereiro R$ 5.480,6 trilhões (78,7% do PIB). 3 de 5

INFLAÇÃO: O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), depois de ter registrado alta de 0,13% em maio, subiu apenas 0,01% em junho, com os preços dos alimentos e dos combustíveis dando a maior contribuição para o índice baixo. No ano acumulou variação de 2,23% e em doze meses de 3,37%, bem abaixo do centro da meta do Banco Central, que é de 4,25%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu também 0,01 em junho, após ter subido 0,15% em maio. No ano acumulou alta de 2,45% e de 3,31% em doze meses.

JUROS: Em sua reunião no final de junho, o Copom manteve a taxa Selic no seu piso histórico de 6,5% ao ano, pela décima vez seguida. Na ata da reunião, o BC indicou que há espaço maior do que o antecipado anteriormente para a queda dos juros, mas deixou claro que isso não acontecerá antes de uma evolução mais concreta da reforma da Previdência.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO: A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de junho cotada em R$ 3,8642, com uma desvalorização de 1,94% no mês. Em maio, as transações correntes, apresentaram superávit de US$ 662 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 13,9 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 7,1 bilhões em maio e acumularam US$ 96,6 bilhões em doze meses. As reservas internacionais eram de US$ 386,2 bilhões no final do mês. A Balança Comercial, por sua vez, teve em junho de 2019 um superávit de US$ 5,02 bilhões, e no ano acumula superávit de US$ 27,13 bilhões. Importante destacar que no final do mês foi fechado o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, que deve permitir aumentar consideravelmente os intercâmbios comerciais ente as duas regiões nos próximos anos.

RENDA FIXA: Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de junho acabou sendo o do IDkA 20A (IPCA), com alta de 6,82%, seguido 4 de 5 do IMA-B 5+, com alta de 5,06% e do IMA-B, com alta de 3,73%. Importante mencionar que com a perspectiva de queda dos juros básicos aqui e no exterior, por conta da atividade econômica mais frágil e com a perspectiva de aprovação das reformas, os juros reais no Brasil recuaram para a faixa de 2%, o menor nível desde 2013.

RENDA VARIÁVEL: Para o Ibovespa, junho também foi um ótimo mês. A alta foi de 4,06% acumulando no semestre um avanço de 14,88% e em doze meses de 38,76%. O índice terminou o mês em 100.967 pontos.

PERSPECTIVAS MERCADO INTERNACIONAL: Muito embora os últimos dados referentes à criação de novas vagas de trabalho nos EUA tenham revelado robustez acima da esperada, segue firme a ideia de que o enfraquecimento da economia mundial deve levar o banco central norte-americano a reduzir a sua taxa básica de juros. Tal fato pode acontecer até o final do mês de julho.

PERSPECTIVAS MERCADO NACIONAL: No Brasil as atenções ainda continuarão totalmente voltadas para o rito de aprovação da reforma da Previdência. Depois de aprovado na Comissão Especial o texto segue para votação em plenário onde é esperada a aprovação. Resta saber como será aprovado para encaminhamento para o Senado.

Cenário Econômico – Maio de 2019

INTERNACIONAL EUROPA: Foi confirmado em 0,4%, o crescimento econômico da zona do euro, no primeiro trimestre de 2019, em relação ao último de 2018. No acumulado de 12 meses o avanço do PIB foi de 1,2%, conforme a última estimativa da agência Eurostat. A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 7,7% em março, recuou para 7,6% em abril, o menor índice desde agosto de 2008. Quanto à inflação do consumidor, depois de ter registrado um avanço anual de 1,7% em abril, desacelerou para 1,2% em maio, mais do que o esperado, se distanciando da meta de 2% do BCE. Em sua reunião no início de junho, o BCE manteve inalterada, em 0% a taxa de refinanciamento e em -0,40% a taxa de depósito dos bancos e afirmou que a instituição prevê manter suas principais taxas de juros nos níveis atuais por um período mais longo, até o final do primeiro semestre de 2020, devido a incertezas prolongadas.

EUA: A economia norte-americana avançou 3,1%, anualizado, no primeiro trimestre de 2019 em relação ao trimestre anterior, conforme nova estimativa do Departamento de Comércio do país. No entanto, grande parte desse ganho decorreu de fatores temporários que irão se diluir, deixando o crescimento mais lento no atual trimestre. A criação de vagas de trabalho não agrícola em maio de 2019 foi de 75 mil novos postos, quando a expectativa era de 180 mil. A taxa de desemprego, que era de 3,6 em abril, se repetiu em maio, o menor patamar desde dezembro de 1969. Em sua última reunião no inicio de maio, o FED manteve na faixa entre 2,25% e 2,50% a taxa básica de juros e afirmou que pretende mantê-la nesse patamar por algum tempo. No decorrer do mês, ganhou novos contornos a “guerra” comercial com a adoção de novas tarifas pelos EUA sobre produtos importados da China e a represália chinesa sobre produtos americanos.

ÁSIA: Na China, em abril, a indústria, o varejo e os investimentos desaceleraram as suas taxas de crescimento, o que levou os economistas locais a esperarem que o governo aumente os esforços para ajudar a estabilizar a economia doméstica em meio ao aumento das tensões comerciais com os EUA. Já a economia japonesa surpreendeu ao ter crescimento de 2,1% anualizado do PIB do primeiro trimestre deste ano, frente ao último do ano anterior, apesar do polêmico aumento no imposto sobre o consumo.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL: No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 2,51% a.a. no final de abril, terminaram maio com rendimento de 2,14% a.a. Já os títulos emitidos pelo governo britânico rendiam 0,88% a.a., enquanto os emitidos pelo governo alemão, por sua vez, fecharam o mês de maio com rendimento negativo de 0,20%. Paralelamente, no mês, o dólar se valorizou 0,41% perante o euro e se desvalorizou 2,81% e perante o yen. Já as bolsas internacionais tiveram em maio um mês de fortes quedas. Enquanto a bolsa alemã (Dax) caiu 5,00% e a inglesa (FTSE 100) 3,46%, a do Japão (Nikkey 225) recuou 7,45% e a americana (S&P 500) 6,58%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent caiu no mês 11,41%.

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: Conforme o IBGE, o PIB brasileiro recuou 0,2% no primeiro trimestre de 2019, frente ao último de 2018. Na comparação com o primeiro trimestre do ano anterior a alta foi de 0,5%. O setor agrícola teve contração de 0,5%, o industrial de 0,7% e o de serviços teve avanço de 0,2%. A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 12,7% no trimestre encerrado em março, caiu para 12,5% no trimestre encerrado em abril. Cerca de 13,2 milhões de pessoas estravam sem trabalho.

SETOR PÚBLICO: Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 6,6 bilhões em abril, comparativamente a superávit de R$ 2,9 bilhões em abril do ano anterior. As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 389,5 bilhões (5,60% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 485,1 bilhões (6,98% do PIB) no mesmo período. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em fevereiro R$ 5.479 trilhões (78,8% do PIB).

INFLAÇÃO: O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), depois de ter registrado alta de 0,57% em abril, subiu apenas 0,13% em maio, com os preços dos alimentos dando a maior contribuição para o índice baixo. No ano acumulou variação de 2,22% e em doze meses de 4,66%, acima do centro da meta do Banco Central, que é de 4,25%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,15 em maio, após ter subido 0,60% em abril. No ano acumulou alta de 2,44% e de 4,78% em doze meses.

 

JUROS: Em sua reunião no inicio de maio, o Copom manteve novamente a taxa Selic no seu piso histórico de 6,5% ao ano. Na ata da reunião, o BC apontou o possível recuo do PIB no primeiro trimestre e que a inflação de doze meses deve atingir um pico no curto prazo e depois recuar.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO: A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de maio cotada em R$ 3,9407, com uma desvalorização de 0,12% no mês. Em abril, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 62 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 13,7 bilhões.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 7,0 bilhões em maio e acumularam US$ 92,5 bilhões em doze meses. As reservas internacionais eram de US$ 383,8 bilhões no final do mês. A Balança Comercial, por sua vez, teve em maio de 2019 um superávit de US$ 6,42 bilhões, e no ano acumula superávit de US$ 22,80 bilhões.

 

RENDA FIXA: Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de abril acabou sendo o do IDkA 20A (IPCA), com alta de 8,55%, seguido do IMA-B 5+, com alta de 5,20% e do IMA-B, com alta de 3,66%.

 

RENDA VARIÁVEL: Para o Ibovespa, maio foi um mês de alta, enquanto o mundo todo teve queda. A alta foi de 0,70% acumulando, em doze meses avanço de 25,62%. Foi a primeira vez que o Ibovespa encerrou um mês de maio no azul, em nove anos. O índice encerrou o mês em 97.030 pontos.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL: E a disputa comercial entre os EUA e a China, principalmente, ganhou novos contornos e um tom mais agressivo. Espera-se que após a próxima reunião do G-20, no final de junho no Japão, um acordo possa ser alcançado. Enquanto isso os efeitos da disputa já atrapalham o crescimento mundial e caso afete os investimentos um corte nos juros pode ser promovido pelos bancos centrais dos EUA e da zona do euro.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL: No Brasil as atenções continuarão totalmente voltadas para o rito de aprovação da reforma da Previdência, com o mercado se comportando ao sabor das notícias do seu andamento. Com a inflação baixa e a economia fraca, muito se especula sobre uma possível redução da taxa básica de juros, muito embora o presidente do BC tenha dito que usar os juros para combater a fraqueza da atividade já foi feito no passado, com resultados muito ruins.

 

 

Cenário Econômico – Abril de 2019

 

INTERNACIONAL – EUROPA: Superou as expectativas o crescimento econômico de 0,4% da zona do euro, no primeiro trimestre de 2019, em relação ao último de 2018. No acumulado de 12 meses o avanço do PIB foi de 1,2%, conforme estimativa inicial da agência Eurostat. A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 7,8% em fevereiro, recuou para 7,7% em março, o menor índice desde setembro de 2008. Quanto à inflação do consumidor, depois de ter registrado um avanço anual de 1,4% em março, acelerou para 1,7% em abril, se aproximando da meta de 2% do BCE. Em sua reunião no início de março, o BCE manteve inalterada, em 0% a taxa de refinanciamento e em -0,40% a taxa de depósito dos bancos e afirmou que agora pretende manter inalteradas as taxas de juros até o final de 2019.

 

EUA:

Também superando as previsões, a economia norte-americana avançou 3,2%, anualizado, no primeiro trimestre de 2019 em relação ao trimestre anterior, conforme estimativa inicial do Departamento de Comércio do país. Cabe destacar que em março, as vendas no varejo saltaram 1,6%, a maior alta em um ano e meio. A criação de vagas de trabalho não agrícola em abril de 2019 foi de 263 mil novos postos, quando a expectativa era de 190 mil. A taxa de desemprego, que era de 3,8 em março, caiu para 3,6% em abril, o menor nível desde 1969. Em sua última reunião, o FED manteve na faixa entre 2,25% e 2,50% a taxa básica de juros, em meio a sinais econômicos mistos.

 

ÁSIA: Na China, o PIB do primeiro trimestre de 2019 cresceu 6,4% na base anual, também acima das expectativas, por conta do desempenho de alguns setores chave, como o industrial por exemplo. Já a inflação do consumidor atingiu em abril o maior nível em seis meses ao subir 2,50% na base anual, impulsionada por fortes altas nos preços dos alimentos.

 

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL: No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 2,41% a.a. no final de março, terminaram abril com rendimento de 2,51% a.a. Já os títulos emitidos pelo governo britânico rendiam 1,17% a.a., enquanto os emitidos pelo governo alemão, por sua vez, fecharam o mês de abril com rendimento de 0,01%. Paralelamente, no mês, o dólar se desvalorizou 0,02% perante o euro e se valorizou 0,51% e perante o yen. Já as bolsas internacionais tiveram em abril um mês de altas. Enquanto a bolsa alemã (Dax) subiu 7,10% e a inglesa (FTSE 100) 1,91%, a do Japão (Nikkey 225) avançou 4,97% e a americana (S&P 500) 3,93%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent subiu no mês 5,33%.

 

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: Conforme o Banco Central, o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, acumulou alta de 1,66% no primeiro bimestre de 2019 e de 1,21% nos doze meses encerrados em fevereiro. A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 12,4% no trimestre encerrado em fevereiro, subiu para 12,7% no trimestre encerrado em março. Cerca de 13,4 milhões de pessoas estravam sem trabalho.

 

SETOR PÚBLICO: Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 18,6 bilhões em março, comparativamente a déficit de R$ 25,1 bilhões em março do ano anterior. As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 384,5 bilhões (5,55% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 483,8 bilhões (6,98% do PIB) no mesmo período. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em fevereiro R$ 5433 trilhões (78,4% do PIB).

 

INFLAÇÃO: O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), depois de ter registrado alta de 0,75% em março, subiu 0,57% em abril, com os preços dos serviços crescendo 0,32%. No ano acumulou variação de 2,09% e em doze meses de 4,94%, acima do centro da meta do Banco Central, que é de 4,25%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,60 em abril, após ter subido 0,77% em março. No ano acumulou alta de 2,29% e de 5,07% em doze meses.

 

JUROS: Em sua reunião já no inicio de maio, o Copom decidiu novamente manter a taxa Selic no seu piso histórico de 6,5% ao ano. Não deu indícios de passos futuros.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO: A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de abril cotada em R$ 3,9453, com uma valorização de 1,25% no mês. Em março, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 494 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 13,7 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 6,8 bilhões em março e acumularam US$ 88,5 bilhões em doze meses. As reservas internacionais eram de US$ 384,2 bilhões no final do mês. A Balança Comercial, por sua vez, teve em abril de 2019 um superávit de US$ 6,06 bilhões, segundo melhor resultado para o mês. No ano o superávit acumulado foi de US$ 16,57 bilhões.

 

RENDA FIXA: Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de abril acabou sendo o do IDkA 20A (IPCA), com alta de 2,08%, seguido do IMA-B 5+, com alta de 1,79% e do IMA-B, com alta de 1,51%.

 

RENDA VARIÁVEL: Para o Ibovespa, o mês de abril foi de ligeira recuperação, com alta de 0,98%, acumulando, em doze meses, alta de 11,89%. O índice encerrou o mês e o ano em 96.353 pontos.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL: Com a inflação comportada e os juros em estabilidade, o foco no mercado internacional é no desenrolar da “guerra” comercial EUA x China, países ainda distantes de um acordo comercial.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL: No Brasil as atenções continuarão totalmente voltadas para o rito de aprovação da reforma da Previdência, importante sinalizador do compromisso do governo com o ajuste das contas públicas. Volatilidade mais alta continua à frente.

 

 

Cenário Econômico – Março de 2019

 

INTERNACIONAL EUROPA: Com a desaceleração do setor industrial na Alemanha tornando-se mais acentuada, a atividade econômica na zona do euro vem mostrando fraqueza, depois de uma ameaça de recuperação no início do ano. O PMI composto desacelerou de 51,9 pontos em fevereiro, para 51,3 pontos em março. A maior queda foi a do PMI industrial, sendo que o de serviços teve pequena variação. A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 7,8% em janeiro, manteve-se nesse mesmo patamar em fevereiro, resultado em linha com as previsões dos analistas. Quanto à inflação do consumidor, depois de ter registrado um avanço anual de 1,5% em fevereiro, desacelerou para 1,4% em março de 2019, voltando para o nível de janeiro e distante da meta de 2% do Banco Central Europeu – BCE. Em sua reunião no início de março, o BCE manteve inalterada, em 0% a taxa de refinanciamento e em -0,40% a taxa de depósito dos bancos e afirmou que agora pretende manter inalteradas as taxas de juros até o final de 2019.

 

EUA: Com a paralisia do governo norte-americano no início do ano, o Departamento de comércio dos EUA divulgou efetivamente a estimativa final do PIB do EUA no quarto trimestre de 2018, só no final de março. Nesse período a economia cresceu 2,2% anualizados, para terminar o ano com uma expansão de 2,9%, sendo que em 2017 havia sido de 2,2%. A criação de vagas de trabalho não agrícola em março de 2019 foi de 196 mil novos postos, quando a expectativa era de 180 mil. A taxa de desemprego, que era de 3,8 em fevereiro, permaneceu nesse mesmo patamar em março. Em sua reunião no final de março, o FED manteve na faixa entre 2,25% e 2,50% a taxa básica de juros e seus membros abandonaram projeções de novas altas nos juros neste ano, por conta da possibilidade de desaceleração da economia.

 

ÁSIA: Na China, depois que o governo reduziu a meta de crescimento do PIB em 2019 de 6,5%, para algo entre 6% e 6,5%, está havendo uma intensificação de medidas de estímulo ao crescimento econômico. Reduzir os empréstimos compulsórios dos bancos para estimular financiamentos para pequenas e médias empresas, que têm papel chave no crescimento do PIB, é uma delas.

 

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL: No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 2,73% a.a. no final de fevereiro, terminaram março com rendimento de 2,41% a.a. Já os títulos emitidos pelo governo britânico rendiam 0,99% a.a., enquanto os emitidos pelo governo alemão, por sua vez, fecharam o mês de março com rendimento negativo de 0,068%. Paralelamente, no mês, o dólar se valorizou 1,35% perante o euro e se desvalorizou 0,47% e perante o yen. Já as bolsas internacionais tiveram em fevereiro outro mês de mais altas. Enquanto a bolsa alemã (Dax) subiu 0,09% no mês e a inglesa (FTSE 100) 2,89%, a do Japão (Nikkey 225) caiu 0,84% e a americana (S&P 500) avançou 1,79%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent subiu no mês 3,57%.

 

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA: Conforme o Banco Central, o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, ficou negativo em 0,41% em janeiro, em relação a dezembro, mas teve alta de 0,79% em relação a janeiro do ano passado e de 1% em doze meses. A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 12% no trimestre encerrado em janeiro, subiu para 12,4% no trimestre encerrado em fevereiro. Cerca de 13,1 milhões de pessoas estravam sem trabalho.

 

SETOR PÚBLICO: Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 14,9 bilhões em fevereiro, comparativamente a déficit de R$ 17,4 bilhões em fevereiro do ano anterior. As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 373,4 bilhões (5,42% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 479,2 bilhões (6,95% do PIB) no mesmo período. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em fevereiro R$ 5,33 trilhões (77,4% do PIB).

 

INFLAÇÃO: O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), depois de ter registrado alta de 0,43% em fevereiro, subiu 0,75% em março, com os grandes aumentos concentrados nos grupos alimentação e transportes. No ano acumulou variação de 1,51% e em doze meses de 4,58%, acima do centro da meta do Banco Central, que é de 4,25%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,77 em março, após ter subido 0,54% em fevereiro. No ano acumulou alta de 1,68% e de 4,67% em doze meses.

 

JUROS: Em sua reunião no final de março, o Copom decidiu manter a taxa Selic no seu piso histórico de 6,5% ao ano e indicou que, diante da retomada econômica abaixo do esperado, o balanço de riscos para a inflação tem pesos iguais tanto pra cima quanto pra baixo. Foi o primeiro encontro sob o comando do economista Roberto Campos Neto.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO: A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de março cotada em R$ 3,8967, com uma valorização de 4,23% no mês. Em fevereiro, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 1,1 bilhão, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 13,9 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 8,4 bilhões em fevereiro e acumularam US$ 89,5 bilhões em doze meses. As reservas internacionais eram de US$ 378,4 bilhões no final do mês. A Balança Comercial, por sua vez, teve em março de 2019 um superávit de US$ 4,99 bilhões, o pior resultado para o mês desde 2016. No ano o superávit acumulado foi de US$ 10,88 bilhões.

 

RENDA FIXA: Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de janeiro acabou sendo o do IMA-B 5, com alta de 0,78%, seguido do IDkA 2A (IPCA), com alta de 0,67% e do IRF-M 1+, com alta de 0,63%.

 

RENDA VARIÁVEL: Para o Ibovespa, o mês de março foi ruim, com queda de 0,18%, acumulando, em doze meses, alta de 11,77%. O índice encerrou o mês e o ano em 95.415 pontos.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL: Enquanto tanto o FED, quanto o Banco Central Europeu não planejam aumentos nos juros, pelo menos até o final do ano, os mercados financeiros ao redor do mundo continuam centrando as suas atenções na “guerra comercial” promovida pelo governo Trump e sem perspectiva de terminar. O foco volta a ser a União Europeia. Ao mesmo tempo as atenções seguem também voltadas para a China, no seu esforço de manter o crescimento econômico dentro do planejado.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL: No Brasil as atenções continuarão totalmente voltadas para o rito de aprovação da reforma da Previdência, importante sinalizador do compromisso do governo com o ajuste das contas públicas. Volatilidade mais alta à frente.

 

Cenário Econômico – Fevereiro de 2019

 

INTERNACIONAL

EUROPA

Conforme a última estimativa da agência Eurostat , o PIB da zona do euro no quarto trimestre de 2018, cresceu 0,2% frente ao trimestre anterior e 1,1% na base anual. No trimestre anterior o crescimento havia sido de 0,2% e de 1,6% na base anual. As exportações, os investimentos e o consumo ajudaram nesse resultado .

A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 7,9% em dezembro, caiu para 7,8% em janeiro, a menor taxa desde outubro de 2008.

Quanto à inflação do consumidor, depois de ter registrado um avanço anual de 1,4% em janeiro, teve alta de 1,5% em fevereiro de 2019, a primeira aceleração da taxa desde outubro.

EUA

Já a economia dos EUA, conforme a estimativa final cresceu a taxa anualizada de 2,6% no último trimestre de 2018, acima da expectativa dos economistas. No ano o crescimento do PIB foi de 3,1%, com o gasto dos consumidores, que representa dois terços da economia avançando 2,8%.

A criação de vagas de trabalho não agrícola em fevereiro de 2019 foi de 20 mil novos postos, quando a expectativa era de 185 mil. A taxa de desemprego, que era de 4% em janeiro, recuou para 3,8%.

Na ata da sua reunião no final de janeiro, o FED citou várias incertezas, que representam riscos para o crescimento econômico, para justificar a pausa no aumento dos juros.

ÁSIA

Na China, o governo reduziu a meta de crescimento do PIB em 2019 de 6,5%, para algo entre 6% e 6,5%. Reiterou que o governo cortará impostos e aumentará os empréstimos para sustentar a economia.

No Japão, o PIB do quarto trimestre de 2018 foi revisado para cima e apontou um crescimento de 1,4% anualizado no trimestre, em relação ao anterior. No ano o avanço do PIB foi de 0,3%.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL

No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 2,63% a.a. no final de janeiro, terminaram fevereiro com rendimento de 2,73% a.a. Já os títulos emitidos pelo governo britânico rendiam 1,29% a.a., enquanto os emitidos pelo governo alemão, por sua vez, fecharam o mês de fevereiro com rendimento de 0,18%. Paralelamente, no mês, o dólar se valorizou 0,67% perante o euro e 1,87% e perante o yen.

Já as bolsas internacionais tiveram em fevereiro outro mês de altas. Enquanto a bolsa alemã (Dax) subiu 3,07% no mês e a inglesa (FTSE 100) 1,52%, a do Japão (Nikkey 225) avançou 2,94% e a americana (S&P 500) ,%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent subiu no mês 6,73%.

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

Conforme o IBGE, o PIB brasileiro cresceu 1,1% em 2018 e está no mesmo nível de atividade em que estava no primeiro semestre de 2012. O setor agropecuário evoluiu 0,1%, o industrial 0,6% e o de serviços 1,3% em relação a 2017.

A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 11,6% no trimestre encerrado em dezembro, subiu para 12% no trimestre encerrado em janeiro, com a dispensa de temporários contratados para o natal. Cerca de 12,7 milhões de pessoas estravam sem trabalho.

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 46,9 bilhões em janeiro, resultado semelhante a janeiro do ano anterior. De qualquer forma, foi o segundo melhor resultado da série histórica para um mês de janeiro.

As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 371,7 bilhões (5,38% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 480,0 bilhões (6,95% do PIB) no mesmo período.

A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em novembro R$ 5,32 trilhões (76,7% do PIB).

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), depois de ter registrado alta de 0,32% em janeiro, subiu 0,43% em fevereiro. No ano acumulou variação de 0,75% e em doze meses de 3,89%, abaixo da meta do Banco Central.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,54 em fevereiro, após ter subido 0,36% em janeiro. No ano acumulou altas 0,90% e de 3,94% em doze meses.

JUROS

Conforme a ata da reunião no início de janeiro, o Copom reafirmou que diversas medidas de inflação subjacentes se encontram em níveis apropriados ou confortáveis, mas riscos existem de forma a manter a postura cautelosa.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de fevereiro cotada em R$ 3,7385, com uma valorização de 2,37% no mês.

Em janeiro, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 6,5 bilhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 14,8 bilhões.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 5,9 bilhões em janeiro e acumularam US$ 85,8 bilhões em doze meses. As reservas internacionais eram de US$ 377,0 bilhões no final do mês.

A Balança Comercial, por sua vez, teve em fevereiro de 2019 um superávit de US$ 3,67 bilhões, o segundo melhor para o mês na série histórica.

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de janeiro acabou sendo o do IDkA 20A (IPCA), com alta de 0,64%, seguido do IMA-B 5+ com alta de 0,55% e do IMA-B Total com alta de 0,55%.

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, o mês de janeiro foi ruim, com queda de 1,86%, acumulando, em doze meses, alta de 11,95%. O índice encerrou o mês e o ano em 95.584 pontos.

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

Enquanto a economia da zona do euro tem apresentado indicadores de desaceleração do crescimento econômico, a economia americana ainda tem se mostrado mais robusta. Os olhos do mercado estarão no curto prazo voltados para as conversações entre EUA e China no que diz respeito às suas diferenças comerciais e para a zona do euro, onde a atividade fraqueja.

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

No Brasil as atenções estarão totalmente voltadas para o rito de aprovação da reforma da Previdência, bem como para como deverá evoluir a atividade econômica e o emprego. Importante destacar também que o mercado estará atento ao Banco Central, agora sob nova direção.

 

Cenário Econômico – Janeiro de 2019

 

INTERNACIONAL

EUROPA

Conforme a primeira estimativa da agência Eurostat, o PIB da zona do euro no quarto trimestre de 2018, cresceu 0,2% frente ao trimestre anterior e 1,2% na base anual. No trimestre anterior o crescimento havia sido de 0,2% e de 1,6% na base anual. Só em dezembro, as vendas no varejo recuaram 1,6%, apresentando a maior queda desde maio de 2011. A atividade foi ficando mais fraca. A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 7,9% em novembro, se manteve no mesmo patamar em dezembro, a menor taxa desde agosto de 2008. Quanto à inflação do consumidor, depois de ter registrado um avanço anual de 1,6% em dezembro, teve alta de 1,4% em janeiro de 2019, ainda mais abaixo das expectativas. O Banco Central Europeu, por sua vez, manteve, em sua reunião em janeiro, a taxa de depósito negativa em 0,40% ao ano e a de empréstimos em 0,25% ao ano e deve mantê-las assim até o próximo verão europeu.

EUA

Ainda aguardando a divulgação dos dados sobre a atividade econômica nos EUA no último trimestre de 2018, atrasados por conta da paralização do governo em janeiro, já sabemos que a produção industrial registrou o seu maior ganho em dez meses, ao subir 1,1% em dezembro, frente a novembro. E no Livro Bege de janeiro o FED reconheceu que o mercado de trabalho ficou mais forte e os salários cresceram moderadamente. A criação de vagas de trabalho não agrícola em janeiro de 2019 foi de 304 mil novos postos, quando a expectativa era de 170 mil. A taxa de desemprego, que era de 3,9% em dezembro, se elevou para 4,0%, o nível mais alto em sete meses. Em sua reunião no final de janeiro, o FED manteve a taxa básica de juros do intervalo entre 2,25% e 2,50% e sinalizou que terá paciência antes de promover novas altas.

ÁSIA

Na China, foi divulgado que o PIB em 2018 cresceu 6,6%, um avanço que embora estivesse acima da meta de crescimento do governo, de 6,5%, foi o pior registrado desde 1990. O governo reconheceu que as tensões comerciais com os EUA afetaram a economia chinesa, especialmente no último trimestre.

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL

No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 2,69% a.a. no final de dezembro, terminaram janeiro com rendimento de 2,63% a.a. Já os títulos emitidos pelo governo britânico rendiam 1,22% a.a., enquanto os emitidos pelo governo alemão, por sua vez, fecharam o mês de janeiro com rendimento de 0,16%. Paralelamente, no mês, o dólar se desvalorizou 0,35% perante o euro e 0,65% e perante o yen. Já as bolsas internacionais tiveram em janeiro um mês de fortes altas. Enquanto a bolsa alemã (Dax) subiu 5,82% no mês e a inglesa (FTSE 100) 3,58%, a do Japão (Nikkey 225) avançou 3,79% e a americana (S&P 500) 7,00%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent subiu no mês 18,08%.

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

Conforme o Banco Central, medida através do IBC-Br, considerado prévia do PIB, a economia brasileira avançou 0,29% em novembro, depois de ter registrado aumento de 0,02% em outubro. Na comparação com novembro de 2017 a alta foi de 1,86%. A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 11,6% no trimestre encerrado em novembro, se manteve no mesmo patamar no trimestre encerrado em dezembro, com 12,8 milhões de pessoas sem trabalho.

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 41,1 bilhões em dezembro. Em 2018 o déficit primário foi de R$ 108,3 bilhões, quando a meta era de um déficit de R$ 161,3 bilhões. As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 379,2 bilhões (5,54% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 487,4 bilhões (7,09% do PIB) no mesmo período. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em novembro R$ 5,27 trilhões (76,7% do PIB).

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), depois de ter registrado alta de 0,15% em dezembro, subiu 0,32% em janeiro. Em doze meses, a alta acumulada foi de 3,78%, abaixo da meta do Banco Central. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,36 em janeiro, após ter subido 0,14% em dezembro e acumulou alta de 3,57% em doze meses.

JUROS

Reunido no início de janeiro, o Copom manteve inalterada a taxa Selic em 6,50% ao ano. No comunicado pós reunião afirmou que em relação a dezembro houve uma redução dos riscos inflacionários, mas indicou que o cenário externo pode permanecer desafiador.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de janeiro cotada em R$ 3,6519, com uma desvalorização de 5,75% no mês. Em dezembro, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 815 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 14,5 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 9,0 bilhões em dezembro e acumularam US$ 88,3 bilhões em doze meses. As reservas internacionais eram de US$ 374,7 bilhões no final do mês. A Balança Comercial, por sua vez, teve em janeiro de 2019 um superávit de US$ 2,19 bilhões, resultado um pouco abaixo das estimativas dos analistas.

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de janeiro acabou sendo o do IDkA 20A (IPCA), com alta de 11,06%, seguido do IMA-B 5+ com alta de 6,61% e do IMA-B Total com alta de 4,37%.

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, o mês de janeiro foi excepcional, com uma alta de 10,82%, acumulando, em doze meses, alta de 13,92%. O índice encerrou o mês e o ano em 97.394 pontos.

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

Se por um lado a economia americana continua a mostrar crescimento e, sobretudo um mercado de trabalho bastante sólido, a economia da zona do euro, a chinesa e japonesa, por exemplo, vão na direção contrária. Por enquanto, não há indícios concretos de que a desaceleração econômica nesses lugares possa se transformar em recessão. No entanto demanda o devido acompanhamento. Assim, corre-se o risco do crescimento econômico dos EUA perder força ou ser o responsável por puxar o resto do mundo. Cabe observar.

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

Janeiro acabou sendo um mês de fortes altas tanto na renda fixa, quanto na variável, por conta apenas das expectativas que foram criadas com o novo governo do presidente Bolsonaro e as reformas a serem implementadas, ajudadas por um FED mais brando na condução da política monetária norte-americana. Segundo o secretário de Previdência, Rogério Marinho a reforma da Previdência deve ser apresentada entre os dias 19 e 21 de fevereiro e seguir seu trâmite, que não deverá ser rápido, até a aprovação final. Nisso estará o foco do mercado financeiro e de todo o país. Importante destacar que depois dos fortes avanços ocorridos nos IMA’s mais longos, exclusivamente por conta de expectativas com as reformas, a apreensão com uma eventual demora no trâmite já foi suficiente para provocar um recuo dos mencionados indicadores.

Cenário Econômico – Dezembro de 2018

INTERNACIONAL

EUROPA

Conforme a última estimativa da agência Eurostat , o PIB da zona do euro no terceiro trimestre de 2018, cresceu 0,2% frente ao trimestre anterior e 1,6% na base anual. No trimestre anterior o crescimento havia sido de 0,4% e de 2,2% na base anual. Já o avanço anualizado do PIB do terceiro trimestre sofreu revisão para baixo, de 0,7% para 0,6% e foi o pior desempenho da economia desde o primeiro trimestre de 2013.

A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 8,1% em outubro, recuou para 7,9% em novembro, a menor taxa desde agosto de 2008.

Quanto à inflação do consumidor, depois de ter registrado um avanço anual de 2% em novembro, teve alta de 1,6% em dezembro, bem abaixo das expectativas. Mesmo assim, o Banco Central Europeu confirmou o encerramento em dezembro de seu programa de compra de ativos iniciado em 2015 e que injetou mais de 2,6 trilhões de euros na economia.

EUA

Conforme a terceira e última estimativa do Departamento de Comércio, o PIB americano no terceiro trimestre de 2018 subiu à taxa anual de 3,4%, com desaceleração em relação ao trimestre anterior que fechou com alta de 4,2%. A queda de 0,10% em relação à revisão anterior, que apontava avanço no PIB do terceiro trimestre de 3,5%, decorreu de uma queda de 8,1% na exportação de bens, a maior desde os primeiros três meses de 2015.

Quanto ao mercado de trabalho, a criação de vagas de trabalho não agrícola em dezembro foi de 312 mil novos postos, quando a expectativa era de 176 mil. A taxa de desemprego, que era de 3,7% em novembro, se elevou para 3,9% com mais pessoas procurando emprego.

Em sua reunião em meados do mês, o FED manteve elevou a taxa básica de juros do intervalo entre 2% e 2,25% ao ano, para o intervalo entre 2,25% e 2,50%, a quarta alta da taxa em 2018, apesar de toda a oposição do presidente Trump.

ÁSIA

Na China, o recuo da indústria em dezembro, depois de 19 meses em alta, já revela a desaceleração da economia por conta da guerra comercial com os EUA. No Japão, nova estimativa do PIB do terceiro trimestre de 2018 revelou uma contração de 2,5% na base anual, a maior em quatro anos.

 

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL

No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 3,01% a.a. no final de novembro, terminaram dezembro com rendimento de 2,69% a.a. Já os títulos emitidos pelo governo britânico rendiam 1,27% a.a., enquanto os emitidos pelo governo alemão, por sua vez, fecharam o mês de dezembro com rendimento de 0,25%. Paralelamente, no mês, o dólar se valorizou 1,32% perante o euro e se desvalorizou 3,42% e perante o yen.

Já as bolsas internacionais tiveram em novembro um mês de fortes baixas. Enquanto a bolsa alemã (Dax) recuou 6,20% no mês e a inglesa (FTSE 100) 3,07%, a do Japão (Nikkey 225) caiu 10,45% e a americana (S&P 500) 9,18%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent caiu no mês 8,36%, depois de ter desabado 22,21% em novembro.

 

NACIONAL

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

Conforme o Banco Central, medida através do IBC-Br, considerado prévia do PIB, a economia brasileira avançou 0,02% em outubro, depois de ter registrado retração de 0,09% em setembro. O resultado veio bem melhor que a previsão de analistas que esperavam contração de 0,02%.

A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 11,7% no trimestre encerrado em outubro, recuou para 11,6% no trimestre encerrado em novembro, com 12,2 milhões de pessoas sem trabalho.

 

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 15,6 bilhões em novembro. Em doze meses o déficit primário foi de R$ 99,4 bilhões.

As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 385,6 bilhões (5,64% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 485,0 bilhões (7,10% do PIB) no mesmo período.

A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em novembro R$ 5,28 trilhões (77,3% do PIB).

 

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), depois de ter registrado queda de 0,21% em novembro, subiu 0,15% em dezembro, a menor alta para o mês desde o Plano Real. Em 2018, a alta acumulada foi de 3,75%, abaixo da meta do Banco Central.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,14 em dezembro, após ter caído 0,25% em novembro e acumulou alta de 3,43% em 2018.

 

JUROS

Reunido no meio de dezembro, o Copom manteve inalterada a taxa Selic em 6,50% ao ano. Na ata afirmou que o cenário básico de inflação envolve fatores de risco em ambas as direções. O desinflacionário ligado à ociosidade da economia e o inflacionário relacionado ao andamento das reformas necessárias a serem feitas.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de dezembro cotada em R$ 3,8748, com uma valorização de 0,30% no mês.

Em novembro, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 795 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 14 bilhões.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 10,3 bilhões em novembro e acumularam US$ 80,7 bilhões em doze meses. As reservas internacionais eram de US$ 379,7 bilhões no final do mês.

A Balança Comercial, por sua vez, teve em dezembro de 2018 um superávit de US$ 6,66 bilhões, o que elevou o resultado no ano para US$ 58,29 bilhões.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de novembro acabou sendo o do IDkA 20A (IPCA), com alta de 2,09%, seguido do IRF-M 1+ com alta de 1,92% e do IMA-B 5+ com alta de 1,88%.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, a perda no mês foi de 1,81%, acumulando, no ano alta de 15,03%. O índice encerrou o mês e o ano em 87.887 pontos.

 

PERSPECTIVAS

MERCADO INTERNACIONAL

Terminado o programa de estímulos quantitativos do Banco Central Europeu, em meio a um comportamento mais fraco da economia da zona do euro e com os sinais de desaceleração na China e no Japão, resta saber qual será o comportamento da economia americana em um ambiente de elevação da taxa básica de juros. Embora a inflação do consumidor ainda esteja flutuando abaixo ou ligeiramente acima da meta do FED, o mercado de trabalho continua extremamente robusto com tendência de maior alta dos salários. Embora o FED esteja prometendo ter paciência na elevação dos juros, o instável presidente Trump com as suas continuadas críticas, não deverá dar descanso à autoridade monetária. Resta aguardar e ver o que vai acontecer. Analistas, de uma forma global, não estão entusiasmados com as perspectivas do crescimento global.

 

PERSPECTIVAS

MERCADO NACIONAL

Definidas as equipes do presidente Bolsonaro, bem como a do Ministério da Fazenda, o mercado aguarda agora as posses no Legislativo e as definições dos presidentes da Câmara e do Senado para avaliar a pauta das reformas e as perspectivas do seu andamento. Com a inflação nas mínimas históricas, o país aguarda ansioso e confiante as medidas que possibilitarão a retomada do crescimento econômico e do emprego.

 

 

Cenário Econômico – Novembro de 2018

 

INTERNACIONAL

 

EUROPA

Conforme nova estimativa da agência Eurostat, o PIB da zona do euro no terceiro trimestre de 2018, cresceu 0,2% frente ao trimestre anterior e 1,6% na base anual. No trimestre anterior o crescimento havia sido de 0,4% e de 2,2% na base anual. O resultado veio novamente abaixo das expectativas que apontavam uma variação anual de 1,7%.

Já a taxa de desemprego que era de 8,1% em setembro, se manteve em 8,1% em outubro, pelo quarto mês consecutivo a menor taxa desde novembro de 2008.

Quanto a inflação do consumidor, depois de ter registrado um avanço anual de 2,2% em outubro, em novembro teve alta de 2%, abaixo das expectativas, mas dentro da meta de 2% do BCE.

 

EUA

Conforme a segunda estimativa do Departamento de Comércio, o PIB americano no terceiro trimestre de 2018 subiu à taxa anual de 3,5%, com desaceleração em relação ao trimestre anterior que fechou com alta de 4,2%. No entanto, para as despesas dos consumidores o crescimento a um ritmo anual de 4% foi revisto para 3,6%.

Quanto ao mercado de trabalho, a criação de vagas de trabalho não agrícola em novembro foi de 155 mil novos postos, quando a expectativa era de 200 mil. A taxa de desemprego, que era de 3,7% em outubro, se manteve nesse patamar. Quanto aos salários, o crescimento foi menor que o esperado.

Em sua reunião no início de novembro, o FED manteve a taxa básica no intervalo entre 2% e 2,25% ao ano, mas sinalizou que deverá aumentar a taxa em sua reunião em dezembro.

 

ÁSIA

No Japão, o PIB do terceiro trimestre de 2018 se contraiu 1,2% em taxa anualizada, devido, sobretudo ao impacto de causas naturais tanto no consumo doméstico, quanto nas exportações. Já na Índia, o PIB do terceiro trimestre cresceu 7,1% na comparação anual, acima da expectativa de evolução de 7,4%.

 

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL

No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 3,16% a.a. no final de outubro, terminaram novembro com rendimento de 3,01% a.a. Já os títulos emitidos pelo governo britânico rendiam 1,35% a.a., enquanto os emitidos pelo governo alemão, por sua vez, fecharam o mês de novembro com rendimento de 0,31%. Paralelamente, no mês, o dólar se desvalorizou 0,04% perante o euro e se valorizou 0,55% e perante o yen.

Já as bolsas internacionais tiveram em novembro um mês de altas e baixas. Enquanto a bolsa alemã (Dax) recuou 1,66% no mês e a inglesa (FTSE 100) 2,07%, a do Japão (Nikkey 225) subiu 1,96% e a americana (S&P 500) 1,79%.

No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent caiu no mês 22,21%. Com o excesso de oferta global, novembro terminou como o pior mês para o preço do petróleo em uma década.

 

NACIONAL

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

Conforme o IBGE, a economia brasileira avançou 0,8% no terceiro trimestre de 2018, em relação ao trimestre anterior. Pelo lado da oferta, o setor agropecuário cresceu 0,7%, o industrial 0,4% e o de serviços 0,5%. Pelo lado da demanda o consumo das famílias evoluiu 0,6% o do governo 0,3%, os investimentos 16,9% e as exportações 6,7%. Na base anual a alta do PIB foi de 1,3%.

A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 11,9% no trimestre encerrado em setembro, recuou para 11,7% no trimestre encerrado em outubro, com 12,4 milhões de pessoas sem trabalho.

 

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 7,8 bilhões em outubro. Em doze meses o déficit primário foi de R$ 84,8 bilhões.

As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 379,7 bilhões (5,55% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 464,4 bilhões (6,79% do PIB) no mesmo período.

A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em agosto R$ 5,23 trilhões (76,5% do PIB).

 

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), depois de ter subido em outubro 0,45%, registrou queda de 0,21% em novembro. Em doze meses, a alta acumulada foi de 4,05% e no ano de 3,59%.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), caiu 0,25 em novembro, após ter subido 0,40% em outubro e acumulou alta de 3,56% em doze meses e de 3,29% no ano.

 

JUROS

Depois que logo no início de novembro, o Copom manteve inalterada a taxa Selic em 6,5% ao ano, na ata afirmou que a atual conjuntura econômica ainda prescreve política monetária estimulativa, ou seja, abaixo da taxa estrutural, sendo que o estímulo deve ser removido gradualmente, caso o cenário prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária e/ou seus balanços de riscos apresentem piora.

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de novembro cotada em R$ 3,86, com uma valorização de 3,92% no mês.

Em outubro, as transações correntes, apresentaram superávit de US$ 329 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 15,5 bilhões.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 10,4 bilhões em outubro e acumularam US$ 67,5 bilhões em doze meses. As reservas internacionais eram de US$ 380,3 bilhões no final do mês.

A Balança Comercial, por sua vez, teve em novembro de 2018 um superávit de US$ 4,06 bilhões, o que elevou o resultado no ano para US$ 51,69 bilhões.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de novembro acabou sendo o do IDkA 20A (IPCA), com alta de 2,90%, seguido do IMA-B 5+ com alta de 1,52% e do IRF-M 1+ com alta de 1,17%.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, o ganho no mês foi de 2,38%, acumulando, no ano alta de 17,15% e de 23,86% em doze meses. O índice encerrou o mês em 89.504 pontos e o ingresso líquido de capital estrangeiro no mês foi negativo em R$ 1,04 bilhão.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

Dezembro deverá ser o mês em que o Banco Central Europeu irá terminar com o seu programa de estímulos quantitativos, ao mesmo tempo em que o FED deverá novamente elevar a sua taxa de juros. A grande dúvida do mercado é como será em 2019, com a atividade econômica internacional ameaçada de enfraquecimento pela “guerra” comercial EUA x China e o mercado de trabalho americano, por outro lado, num momento de pleno emprego. Maior volatilidade nos mercados à vista.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

Definida a maioria dos nomes para a composição da nova equipe governamental, o mercado agora acompanha o cenário internacional, sob forte volatilidade por conta da guerra comercial EUA x China e aguarda o início do próximo governo, já de olho no encaminhamento que terão as reformas tão necessárias ao país.

 

 

 

 

Cenário Econômico – Outubro de 2018

 

INTERNACIONAL:

 

EUROPA

Conforme a agência Eurostat , o PIB da zona do euro no terceiro trimestre de 2018, cresceu 0,2% frente ao trimestre anterior e 1,7% na base anual. No trimestre anterior o crescimento havia sido de 0,4% e de 2,2% na base anual. O resultado preliminar veio bem abaixo das expectativas.

Já a taxa de desemprego que era de 8,1% em agosto, se manteve em 8,1% em setembro, a menor taxa desde novembro de 2008.

Em sua última reunião, no final de outubro, o Banco Central Europeu manteve inalteradas as taxas de juros. Segue em 0% a taxa de referência, em 0,25% a taxa de empréstimos e negativa em 0,40% a taxa de depósito dos bancos no banco central. Paralelamente, o BCE reforçou o sinal de que o programa de estímulos quantitativos se encerrará no final deste ano.

Quanto a inflação do consumidor, depois de ter registrado um avanço anual de 2,1% em setembro, em outubro teve alta de 2,2%, também acima da meta de 2% do BCE.

 

EUA

Conforme a primeira estimativa do Departamento de Comércio, o PIB americano no terceiro trimestre de 2018 subiu à taxa anual de 3,5%, com desaceleração em relação ao trimestre anterior que fechou com alta de 4,2%. No entanto, as despesas dos consumidores cresceu a um ritmo anual de 4%, o melhor em quase quatro anos.

Quanto ao mercado de trabalho, a criação de vagas de trabalho não agrícola em outubro foi de 250 mil novos postos, quando a expectativa era de 190 mil. A taxa de desemprego, que era de 3,7% em setembro, se manteve nesse patamar. Com crescimento anual de 3,1%, os salários tiveram o maior ganho desde 2009. A realidade é que hoje nos EUA, há mais vagas de trabalho que desempregados.

Na ata de sua reunião em setembro, o FED reiterou os aumentos graduais da taxa básica de juros, na medida em que a solidez da economia americana demanda uma atuação continuada.

 

ÁSIA

Na China, o PIB do terceiro trimestre de 2018 subiu 6,5% na base anual, sendo que no trimestre anterior havia crescido 6,7%. Apesar da desaceleração, a meta de crescimento de 6,5% neste ano deve ser atingida. No Japão, a inflação do consumidor em setembro subiu 1,2%, resultado em linha com as projeções. 2 de 5

 

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL

No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano de 10 anos, que tinham rendimento de 3,05% a.a. no final de setembro, terminaram outubro com rendimento de 3,16% a.a. Já os títulos emitidos pelo governo britânico rendiam 1,43% a.a., enquanto os emitidos pelo governo alemão, por sua vez, fecharam o mês de outubro com rendimento de 0,39%. Paralelamente, no mês, o dólar se valorizou 2,59% perante o euro e se desvalorizou 0,50% e perante o yen.

Já as bolsas internacionais tiveram em outubro um mês de fortes quedas. Enquanto a bolsa alemã (Dax) recuou 6,53% no mês, a inglesa caiu (FTSE 100) 5,09%, a do Japão (Nikkey 225) 9,12% e a americana (S&P 500) 6,94%.

No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent caiu no mês de outubro 8,76%.

 

NACIONAL

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

Conforme o Banco Central, a economia brasileira cresceu 0,47% em agosto, frente a julho, sustentada pelos setores de varejo e serviços, que cresceram acima do esperado Já a produção industrial em setembro caiu 1,8% frente a agosto, dentro da média das expectativas dos analistas.

A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 12,1% no trimestre encerrado em agosto, recuou para 11,9% no trimestre encerrado em setembro, com 12,5 milhões de pessoas sem trabalho.

 

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 24,6 bilhões em setembro. Em doze meses o déficit primário foi de R$ 87,8 bilhões.

As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 401 bilhões (6,40% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 488,8 bilhões (7,20% do PIB) no mesmo período.

A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em agosto R$ 5,24 trilhões (77,2% do PIB).

 

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), depois de ter subido em setembro 0,48%, registrou alta de 0,44% em outubro. Em doze meses, a alta acumulada foi de 4,56% e no ano de 3,81%.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,40 em outubro, após ter subido 0,30% em setembro e acumulou alta de 4% em doze meses e de 3,55% no ano. 3 de 5

 

JUROS

Em sua reunião logo no início de novembro, o Copom manteve inalterada a taxa Selic em 6,5% ao ano, e no comunicado afirmou que a conjuntura econômica fraca ainda prescreve uma política monetária estimulativa, com a taxa Selic permanecendo no atual patamar.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de outubro cotada em R$ 3,71, com uma desvalorização de 7,15% no mês.

Em setembro, as transações correntes, apresentaram superávit de US$ 32 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 14,5 bilhões.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 7,8 bilhões em setembro e acumularam US$ 70,8 bilhões em doze meses. As reservas internacionais eram de US$ 381,7 bilhões no final do mês.

A Balança Comercial, por sua vez, teve em outubro de 2018 um superávit de US$ 6,12 bilhões, o que elevou o resultado no ano para US$ 47,72 bilhões.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de setembro acabou sendo o do IDkA 20A (IPCA), com alta de 17,32%, seguido do IMA-B 5+ com alta de 10,66% e do IMA-B com alta de7,14% .

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, o ganho no mês foi de 10,19%, acumulando, no ano alta de 14,43% e de 18,42% em doze meses. O índice encerrou setembro em 87.424 pontos e o ingresso líquido de capital estrangeiro no mês foi negativo em R$ 6,20 bilhões.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

Com os democratas ganhando a maioria na Câmara dos Representantes dos EUA, deverá haver a intensificação dos esforços para obstruir e investigar o presidente Trump e criar volatilidade nos mercados financeiros, exatamente em um momento em que a política monetária tende a ser mais dura e já começa a existir temores de que o crescimento da atividade econômica possa ter atingido o seu pico. Teremos também pela frente o fim do programa de estímulos na zona do euro, mais um teste do comportamento futuro dos mercados.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

Com a definição das eleições presidenciais, as atenções se voltam agora para a composição da equipe de governo e a definição da pauta de reformas a serem apresentadas para o Legislativo. Como na medida em que o candidato preferido pelo mercado financeiro ia ganhando espaço nas pesquisas eleitorais, os juros com vencimento mais longos caíram significativamente, voltando para os patamares alcançados em maio deste ano, deixando a dúvida de qual será o seu comportamento no futuro próximo. Para a bolsa de valores, é grande a expectativa do retorno dos recursos dos investidores estrangeiros, que foram desinvestidos.

 

 

 

Cenário Econômico – Setembro de 2018

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA:

Conforme o Banco Central, a economia brasileira cresceu 0,57% em julho, frente a junho, quando os analistas previam uma alta de apenas 0,05%.

A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 12,3% no trimestre encerrado em julho, recuou para 12,1% no trimestre encerrado em agosto, com 12,7 milhões de pessoas sem trabalho. O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.225,00 no final do trimestre.

 

SETOR PÚBLICO:

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 16,9 bilhões em agosto. Em doze meses o déficit primário foi de R$ 84,4 bilhões.

As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 418,5 bilhões (6,20% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 503 bilhões (7,45% do PIB) no mesmo período.

A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em agosto R$ 5,22 trilhões (77,3% do PIB).

 

INFLAÇÃO:

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), depois de ter caído em agosto 0,09%, registrou alta de 0,48% em setembro. Em doze meses, a alta acumulada foi de 4,53% e no ano de 3,34%.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,30 em setembro, após ter ficado estável em agosto e acumulou alta de 3,97% em doze meses e de 3,14% no ano.

 

JUROS:

Em sua reunião em setembro, o Copom manteve inalterada a taxa Selic em 6,5% ao ano, mas reconheceu que a incerteza sobre a conjuntura pode levar a um aumento da taxa na próxima reunião.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO:

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de setembro cotada em R$ 4,00, com uma desvalorização de 3,18% no mês.

Em agosto, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 17 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 15,5 bilhões.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 10,6 bilhões em agosto e acumularam US$ 69,6 bilhões em doze meses. As reservas internacionais eram de US$ 381,4 bilhões no final do mês.

A Balança Comercial, por sua vez, teve em setembro de 2018 um superávit de US$ 4,97 bilhões, o que elevou o resultado no ano para US$ 42,64 bilhões.

 

RENDA FIXA:

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de setembro acabou sendo o do IRF-M 1+, com alta de 1,57%, seguido do IDkA 2A com alta de 1,36% e do IRF-M Total com alta de1,30% .

 

RENDA VARIÁVEL:

Para o Ibovespa, 0 ganho no mês foi de 3,47%, acumulando, no ano alta de 3,85% e de 6,80% em doze meses. O índice encerrou setembro em 79.342 pontos e o ingresso líquido de capital estrangeiro no mês foi de R$ 3,28 bilhões.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL:

Continuam os temores com os desdobramentos da “guerra” comercial iniciada pelo governo Trump, ao mesmo tempo em que a economia americana mostra robustez, por um lado e surgem com mais intensidade os desconfortos com a elevação dos juros pelo FED e pelo mercado, de outro lado.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL:

Com a definição do primeiro turno das eleições presidenciais, as atenções se voltam agora para o segundo turno, num primeiro momento e para a formação das equipes de governo num segundo. O comportamento dos mercados continuará condicionado a essas variáveis e ao que acontece no exterior.

 

 

 

Cenário Econômico – Agosto de 2018

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA:

Conforme o IBGE, a economia brasileira cresceu 0,20% no segundo trimestre de 2018, em relação ao primeiro, graças ao avanço de 0,3% do setor de serviços. Enquanto a indústria registrou queda de 0,6% no período, a agropecuária ficou estável. Na base anual o crescimento do PIB foi de 1%.

A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 12,4% no trimestre encerrado em junho, recuou para 12,3% no trimestre encerrado em julho, com 12,8 milhões de pessoas sem trabalho. O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.205,00 no final do trimestre.

 

SETOR PÚBLICO:

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 3,4 bilhões em julho. Em doze meses o déficit primário foi de R$ 77,1 bilhões.

As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 394,5 bilhões (5,86% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 471,6 bilhões (7,0% do PIB) no mesmo período.

A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em março R$ 5,18 trilhões (77,0% do PIB).

 

INFLAÇÃO:

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), depois de ter subido em julho 0,33%, registrou queda de 0,09% em agosto, a menor taxa para o mês em 10 anos. Em doze meses, a alta acumulada foi de 4,19% e no ano de 2,85%.Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), ficou estável em agosto, após ter subido 0,25% em julho e acumulou alta de 3,64% em doze meses e de 2,83% no ano.

 

JUROS:

Na ata de sua reunião no primeiro dia de agosto, o Copom reconheceu que a incerteza sobre a conjuntura exige maior flexibilidade da política monetária e não deu maiores indicações sobre quais serão os próximos passos em relação à taxa Selic.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO:

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de agosto cotada em R$ 4,13, com uma desvalorização de 10,13% no mês.

Em julho, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 4,4 bilhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 15,0 bilhões.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 3,9 bilhões em julho e acumularam US$ 64,2 bilhões em doze meses. As reservas internacionais eram de US$ 379,4 bilhões no final do mês.

A Balança Comercial, por sua vez, teve em agosto de 2018 um superávit de US$ 3,77 bilhões, o que elevou o resultado no ano para US$ 37,81 bilhões.

 

RENDA FIXA:

Dos sub índices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de agosto acabou sendo o do DI, com alta de 0,56%, seguido do IRF-M1 com alta de 0,44% e do IDkA 2A com alta de 0,10%.

 

RENDA VARIÁVEL:

Para o Ibovespa, a perda no mês foi de 3,21%, acumulando, no ano, alta de 0,36% e de 6,61% em doze meses. O índice encerrou agosto em 76.678 pontos e o ingresso líquido de capital estrangeiro no mês foi de R$ 3,17 bilhões.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL:

Ainda permanecem os temores com os desdobramentos da “guerra” comercial iniciada pelo governo Trump, ao mesmo tempo em que a economia americana mostra robustez, principalmente no mercado de trabalho, onde a taxa de desemprego se encontra nas mínimas histórica. É altamente provável que o FED promova nova elevação da taxa básica de juros, o que, com a insegurança gerada com a crise turca reforce os movimentos de mercado completamente desfavoráveis aos mercados emergentes.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

Como era de se esperar, a tendência é de continuado aumento da volatilidade no mercado brasileiro por conta das eleições em outubro e das grandes indefinições. Como se não bastassem as incertezas da corrida eleitoral, o mercado externo deverá continuar colaborando para esse cenário incerto e volátil.

 

 

 

Cenário Econômico – Julho de 2018

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA:

Conforme o Banco Central, a economia brasileira decresceu 3,34% em maio, frente a abril. Na comparação anual a queda foi de 2,90% sem os ajustes sazonais. Também afetada pela greve dos caminhoneiros, o setor de serviços caiu 3,8% frente a abril e 16,6% em relação a 2017. Em junho, a produção industrial do Brasil se recuperou e subiu 13,1% frente a maio e 3,5% na comparação anual. A taxa de desemprego, por sua vez, que era de 12,7% no trimestre encerrado em maio, recuou para 12,4% no trimestre encerrado em junho, com 13 milhões de pessoas sem trabalho. O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.198,00 no final do trimestre.

 

SETOR PÚBLICO:

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 13,5 bilhões em junho. Em doze meses o déficit primário foi de R$ 89,8 bilhões. As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 397,2 bilhões (5,94% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 487 bilhões (7,28% do PIB) no mesmo período. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em março R$ 5,16 trilhões (77,2% do PIB).

 

INFLAÇÃO:

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu em julho 0,33%, depois da alta de 1,26% em junho. Em doze meses, a alta acumulada foi de 4,48% e no ano de 2,94%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,25% em julho e acumulou alta de 3,61% em doze meses e de 2,83% no ano.

 

JUROS:

Em sua reunião no primeiro dia de agosto, o Copom por unanimidade decidiu manter a taxa Selic em 6,50%, e ainda por conta da paralização no setor de transporte e da piora do cenário externo não deu indicação de quando pretende mexer nos juros . Na ata da reunião, o BC reconheceu que o processo de alta dos juros nos EUA gera riscos para os mercados emergentes e preferiu não sinalizar os próximos passos da política monetária.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO:

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de julho cotada em R$ 3,75, com uma desvalorização de 2,62% no mês. Em junho, as transações correntes, apresentaram superávit de US$ 435 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 13,9 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 6,5 bilhões em junho e acumularam US$ 64,3 bilhões em doze meses. As reservas internacionais eram de US$ 379,5 bilhões no final do mês. A Balança Comercial, por sua vez, teve em julho de 2018 um superávit de US$ 4,22 bilhões, o que elevou o resultado no ano para US$ 34,16 bilhões.

 

RENDA FIXA: Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de julho acabou sendo o do IDkA 20A com alta de 4,64%, seguido do IMA-B 5+ com alta de 3,15%.

 

RENDA VARIÁVEL: Para o Ibovespa, a variação no mês foi de 8,87%, acumulando no ano alta de 3,69% e em doze meses alta de 19,10%. O índice encerrou julho em 79.220 pontos.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL: Permanecem os temores com os desdobramentos da “guerra” comercial iniciada pelo governo Trump, ao mesmo tempo em que a economia americana mostra robustez, principalmente no mercado de trabalho, onde a taxa de desemprego se encontra nas mínimas histórica. Embora a intenção do FED seja a de elevar a taxa básica de juros em ritmo gradual, pressões inflacionárias, como as decorrentes de uma eventual alta maior do petróleo, poderão mudar esse quadro e trazer maior volatilidade para os mercados e para os ativos dos países emergentes, principalmente.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL: Embora a inflação tenha voltado a se enfraquecer e em doze meses permaneça abaixo da meta do Banco Central, do lado fiscal a situação continua preocupante. Enquanto a evolução das receitas continue condicionada pelo baixo crescimento econômico, o crescimento das despesas segue avançando. Assim, no curto prazo, os mercados financeiro e de capitais permanecerão tendo seu desempenho altamente vinculado às eleições.

 

 

 

Cenário Econômico – Junho de 2018

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA:

Conforme o Banco Central, a economia brasileira cresceu 0,46% em abril, frente a março. Na comparação anual a alta foi de 3,70% sem os ajustes sazonais. Já em maio, com a greve dos caminhoneiros, a produção industrial despencou 10,9% frente ao mês anterior e 6,6% em relação a 2017. Já a taxa de desemprego, que era de 12,9% no trimestre encerrado em abril, recuou para 12,7% no trimestre encerrado em maio, com 13,2 milhões de pessoas sem trabalho. O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.187,00 no final do trimestre.

 

SETOR PÚBLICO:

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$8,2 bilhões em maio. Em doze meses o déficit primário foi de R$ 95,8 bilhões. As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 384,3 bilhões (5,77% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 480,2 bilhões (7,21% do PIB) no mesmo período. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em março R$ 5,13 trilhões (77% do PIB).

 

INFLAÇÃO:

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu em junho 1,26%, depois da alta de 0,40% em maio. Em doze meses, a alta acumulada foi de 4,39% e no ano de 2,60%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 1,43% em junho e acumulou alta de 3,53% em doze meses e de 2,57% no ano.

 

JUROS:

Em sua reunião no final de junho, o Copom por unanimidade decidiu manter a taxa Selic em 6,50%, por conta da paralização no setor de transporte e da piora do cenário externo. Na ata da reunião, o BC reconheceu que o processo de alta dos juros nos EUA gera riscos para os mercados emergentes e preferiu não sinalizar os próximos passos da política monetária.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO:

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de junho cotada em R$ 3,85, com uma valorização de 3,18% no mês. Em maio, as transações correntes, apresentaram superávit de US$729 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 13 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 3 bilhões em maio e acumularam US$ 61,8 bilhões em doze meses. As reservas internacionais eram de US$ 382,5 bilhões no final do mês. A Balança Comercial, por sua vez, teve em junho de 2018 um superávit de US$ 5,88 bilhões, o que elevou o resultado no ano para US$ 30,05 bilhões.

 

RENDA FIXA:

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de junho acabou sendo o do IRF-M1 com alta de 0,55%, seguido do DI com alta de 0,52%.

 

RENDA VARIÁVEL:

Para o Ibovespa, a variação no mês foi de -5,20%, acumulando no ano queda de 4,76% e em doze meses alta de 15,68%. O índice encerrou junho em 72.762 pontos.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL:

Além da elevação dos juros pelo FED e da consequente valorização do dólar no mercado internacional, bem como o anúncio do término dos estímulos quantitativos na zona do euro, no final deste ano, o mercado financeiro e de capitais internacional foi sacudido pela guerra comercial que se iniciou com a adoção pelos EUA, de tarifas de importação sobre produtos siderúrgicos e alumínio, bem como sobre US$ 50 bilhões em produtos chineses. Em represália, tanto a China, quanto a União Europeia e a Rússia já anunciaram medidas compensatórias. Outro temor a ser acompanhado é de que o petróleo suba de forma acentuada, juntamente com outras commodities de forma a alimentar uma inflação que em algum momento pode superar suas respectivas metas. Maior volatilidade nos mercados está à vista.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL:

Os momentos de tensão e volatilidade que o mercado viveu em junho, consequência da greve dos caminhoneiros e da valorização continuada do dólar no exterior e aqui, poderão se repetir nos próximos meses. A guerra comercial iniciada pelo governo Trump pode ter desdobramentos indesejáveis para o Brasil e demais mercados emergentes, além de ser difícil prever sua extensão e duração. Embora com o alto desemprego a demanda doméstica continue enfraquecida, um dólar mais alto pode ter reflexos inflacionários, em momento em que os custos de energia se elevam no mundo. E sem falar no impacto das próximas eleições.

 

 

 

Cenário Econômico – Maio de 2018

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

A economia brasileira cresceu 0,4% no primeiro trimestre de 2018, na comparação com o trimestre anterior. O setor agropecuário cresceu 1,4%, o industrial e o de serviços 0,1%. Tanto o consumo das famílias, quanto os investimentos, também apresentaram evolução.

Já a taxa de desemprego, que era de 13,1% no trimestre encerrado em março, recuou para 12,9% no trimestre encerrado em abril, com 13,4 milhões de pessoas sem trabalho. O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.182,00 no final do trimestre.

 

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 2,9 bilhões em abril. Em doze meses o déficit primário foi de R$ 118,4 bilhões.

As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 380,9 bilhões (5,73% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 499,3 bilhões (7,51% do PIB) no mesmo período.

A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em março R$ 5,04 trilhões (75,9% do PIB).

 

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu em maio 0,40%, depois da alta de 0,22% em abril. Em doze meses, a alta acumulada foi de 2,86% e no ano de 1,33%.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,43% em maiol e acumulou alta de 1,76% em doze meses e de 1,12% no ano.

 

JUROS

Em sua reunião no final de maio, o Copom surpreendeu o mercado e após 12 cortes seguidos, com o cenário externo pior, manteve a taxa Selic em 6,50%, sendo que dias antes o presidente do Banco Central havia sugerido um novo corte de 0,25 pp.

Na ata da reunião, voltou a ser enfatizado que a aprovação de reformas é fundamental para sustentar a inflação baixa. Principalmente as de natureza fiscal.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de maio cotada em R$ 3,74, com uma valorização de 7,46% no mês.

Em abril, as transações correntes, apresentaram superávit de US$620 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 8,9 bilhões.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 2,6 bilhões em abril e acumularam US$ 61,7 bilhões em doze meses.

A Balança Comercial, por sua vez, teve em maio de 2018 um superávit de US$ 5,98 bilhões, o que elevou o resultado no ano para US$ 26,15 bilhões.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de março acabou sendo o CDI com alta de 0,52%, seguido do IRF-M1 com alta de 0,20%.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, a variação no mês foi de -10,87%, acumulando no ano alta de apenas 0,46% e em doze meses de 22,39%. O índice encerrou abril em 76.753 pontos. Maio também apresentou a maior saída líquida de investidores estrangeiros desde 2004, quando o indicador passou a ser rastreado. Um total de R$ 8,43 bilhões deixou o país.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

Junho é um mês em que os dois maiores bancos centrais do mundo estarão promovendo reuniões para deliberar sobre a evolução de suas políticas monetárias. Enquanto o Banco Central Europeu tende a manter inalterada a taxa básica de juros, por conta da inflação da região ainda abaixo da meta, o FED deverá elevar em 0,25 pp a taxa básica americana, para o intervalo entre 1,75% e 2% ao ano. Mais do que o movimento de elevação da taxa, o mercado estará atento ao comunicado pós-reunião que poderá dar indícios dos próximos movimentos. Se em consequência a taxa de juros de 10 anos voltarem a romper o patamar de 3%, o dólar irá se valorizar em novo patamar perante as demais moedas e os juros, mundo a fora subirá.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

Depois das intensas turbulências vividas pelo mercado local, em decorrência do cenário externo e da greve dos caminhoneiros no Brasil, o mês de junho nos reserva uma nova reunião do Copom, em que a taxa Selic deverá ser novamente mantida, apesar das novas coletas de preços indicarem inflação ascendente. Paralelamente, o agravamento da recuperação econômica deverá acentuar as nossas dificuldades fiscais e junto com o processo eleitoral aumentar os temores no mercado financeiro. Maior volatilidade à frente.

 

 

 

Cenário Econômico – Abril de 2018

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

Conforme o Banco Central, a economia brasileira teve em fevereiro alta de 0,09%, em comparação com o mês anterior. As expectativas, porém, apontavam uma expansão de 0,13% do IBC-Br. Já em março, as vendas do varejo subiram 0,3%, quando era esperada uma queda de 0,5% e a produção industrial caiu 0,1%, quando se esperava uma alta de 0,6%. Já a taxa de desemprego, que era de 12,6% no trimestre encerrado em fevereiro, avançou para 13,1% no trimestre encerrado em março, com 13,7 milhões de pessoas sem trabalho. O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.169,00 no final do trimestre.

 

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 25,1 bilhões em março. Em doze meses o déficit primário foi de R$ 108,4 bilhões. As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 379,5 bilhões (5,73% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 487,9 bilhões (7,37% do PIB) no mesmo período. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em março R$ 4,98 trilhões (75,3% do PIB).

 

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu em abril 0,22%, depois da alta de 0,09% em março. Em doze meses, a alta acumulada foi de 2,76% e no ano de 0,92%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,21% em abril e acumulou alta de 1,69% em doze meses e de 0,69% no ano.

 

JUROS

Lembramos que na reunião realizada no final de março, o Copom, por unanimidade, decidiu reduzir a taxa Selic de 6,75% para 6,50% aa, a décima segunda redução da taxa seguida. Na ata da reunião, o comitê sinalizou a probabilidade de um novo corte na reunião de 16 de maio e o fim do ciclo de redução da taxa Selic.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de abril cotada em R$ 3,4805, com uma valorização de 4,71% no mês. Em março, as transações correntes, apresentaram superávit de US$ 798 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 8,3 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 6,5 bilhões em março e acumularam US$ 64 bilhões em doze meses. A Balança Comercial, por sua vez, teve em abril de 2018 um superávit de US$ 6,14 bilhões, o que elevou o resultado no ano para US$ 20,09 bilhões.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de março acabou sendo o do IDkA 2A (IPCA) com alta de 0,82%, seguido do CDI com alta de 0,52% e do IRF-M1 com alta de 0,51%.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, a variação no mês foi de 0,88%, acumulando no ano alta de 12,71% e em doze meses de 31,67%. O índice encerrou abril em 86.115 pontos.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

Com a inflação já evoluindo acima da meta de 2% fixada pelo FED e o mercado de trabalho bastante robusto, o dólar engatou continuada valorização frente às demais moedas e o rendimento dos títulos do tesouro americano de 10 anos se aproximou dos 3%, taxa que se rompida deverá ensejar patamares ainda maiores. O fato é que cresceu bastante a expectativa de que o FED promova novo aumento dos juros na sua reunião em junho e de que, com a valorização internacional do dólar, as economias dos países emergentes sofram impactos importantes, assim como visto na Argentina e Turquia, por exemplo.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

No mercado local, embora a inflação tenha continuado nas mínimas históricas, a forte valorização do dólar parece querer continuar, sobretudo por fatores externos. Câmbio mais elevado em um país que importa cerca de 40% do que necessita, petróleo mais caro internacionalmente e a conta de luz com bandeira amarela em maio, são ingredientes que podem reverter o quadro benigno de inflação. No lado da atividade econômica, sem plano B para a economia, depois do não avanço da reforma da Previdência, o governo tem tocado apenas poucas medidas que não dependem do Congresso. Dessa forma e com a grande indefinição no cenário político, com certeza momentos de alta volatilidade nos mercados, nos aguarda no futuro.

 

 

 

Cenário Econômico – Março de 2018

 

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÁVEL:

No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano, de 10 anos, que tinham rendimento de 2,87% a.a. no final de fevereiro, terminaram março com um rendimento de 2,74% a.a., ao passo que os emitidos pelo governo britânico rendiam 1,34% a.a. Os emitidos pelo governo alemão, por sua vez, fecharam o mês de março com rendimento de 0,49%. Paralelamente, no mês, o dólar se desvalorizou 1,06% perante o euro e 0,37% perante o yen, por exemplo. Já as bolsas internacionais tiveram em março novamente um mês de quedas generalizadas. Enquanto a bolsa alemã (Dax) recuou 2,73% no mês, a inglesa caiu (FTSE 100) 2,42%, a do Japão (Nikkey 225) 2,78%, e a americana (S&P 500) 2,69%. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent subiu no mês de fevereiro 6,83%.

 

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA:

Conforme o Banco Central, a economia brasileira iniciou o ano com uma contração de 0,56%, em comparação com o mês anterior. As expectativas, porém, apontavam uma queda de 0,8% do IBC-Br. Já a taxa de desemprego, que era de 12,2% no trimestre encerrado em janeiro, avançou para 12,6% no trimestre encerrado em fevereiro, com 13,1 milhões de pessoas sem trabalho. O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.186,00 no final do trimestre.

 

SETOR PÚBLICO:

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 17,4 bilhões em fevereiro. Em doze meses o déficit primário foi de R$ 94,3 bilhões. As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 390,3 bilhões (5,91% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 484,6 bilhões (7,34% do PIB) no mesmo período. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em dezembro R$ 4,95 trilhões (75,1% do PIB).

 

INFLAÇÃO:

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu em março 0,09%, depois da alta de 0,32% em fevereiro. Foi a menor taxa para um mês de março desde o Plano Real em 1994. Em doze meses, a alta acumulada foi de 2,68%, indo ainda mais abaixo do piso da meta que é 3%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,07% em março e acumulou alta de 1,56% em doze meses.

 

JUROS:

Na reunião realizada no final de março, o Copom, por unanimidade, decidiu reduzir a taxa Selic de 6,75% para 6,50% aa, a décima segunda redução da taxa seguida. Na ata da reunião, o comitê sinalizou a probabilidade de um novo corte em maio e o fim do ciclo de redução da taxa Selic.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO:

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de março cotada em R$ 3,3238, com uma valorização de 2,43% no mês. Em fevereiro, as transações correntes, apresentaram superávit de US$ 283 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 7,8 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 4,7 bilhões em fevereiro e as reservas internacionais terminaram o mês em US$ 377 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em março de 2018 um superávit de US$ 6,28 bilhões, o segundo melhor resultado para o mês da série histórica. No trimestre, o superávit comercial somou US$ 13,95 bilhões.

 

RENDA FIXA:

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de março acabou sendo o do IMA-B 5 com alta de 1,62%, seguido do IDkA 2A (IPCA) com alta de 1,59% e do IRF-M1+ com alta de 1,57%.

 

RENDA VARIÁVEL:

Para o Ibovespa, a variação no mês foi de 0,01%, acumulando no ano alta de 11,73% e em doze meses de 30,80%. O índice encerrou março em 85.366 pontos.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL:

Mesmo com o FED tendo por enquanto descartado mais que três aumentos na taxa básica de juros neste ano, as atenções do mercado internacional continuaram nos EUA por conta do ato que estabeleceu tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio importados pelos americanos. Embora alguns países tenham sido poupados da medida, inclusive o Brasil, o alvo principal, a China retaliou taxando diversos produtos americanos. Em resposta ao presidente americano, o chinês se comprometeu com maior abertura econômica, num momento em que o governo Trump toma medidas cada vez mais protecionistas. Como essa guerra afetará o crescimento econômico mundial e os mercados financeiros é que iremos ver.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL:

No mercado local, depois do IPCA bastante baixo como o de março, segue altamente discrepante a diferença entre a taxa de juros que remunera o poupador e aquela que penaliza o tomador. Como sinalizou o BC uma nova redução de 0,25 p.p poderá ocorrer na próxima reunião do Copom em maio. Depois, a evolução das contas públicas por um lado e o cenário eleitoral, altamente incerto, por outro é que deverão dar o tom dos mercados. Volatilidade à frente.

 

Cenário Econômico – Fevereiro de 2018

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA:

Conforme o IBGE, a economia brasileira cresceu 1% em 2017 e o PIB totalizou R$ 6.55 trilhões. No último trimestre do ano o avanço da atividade econômica foi de 0,1%, frente ao trimestre anterior. No ano, pelo lado da oferta, o setor agropecuário cresceu 13%, o industrial ficou estável e o de serviços teve alta de 0,3%. Pelo lado do consumo, o aspecto negativo foi a queda da taxa de investimento para 15,6% do PIB, o patamar mais baixo desde 1996. Já a taxa de desemprego, que era de 11,8% no trimestre encerrado em dezembro, avançou para 12,2% no trimestre encerrado em janeiro, com 12,7 milhões de pessoas sem trabalho. O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.169,00 no final do trimestre.

 

SETOR PÚBLICO:

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 46,9 bilhões em janeiro. Em doze meses o déficit primário foi de R$ 100,4 bilhões, abaixo do déficit acumulado no mesmo período em 2017, que foi de R$ 110,6 bilhões. As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 392,7 bilhões (5,97% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 493,1 bilhões (7,49% do PIB) no mesmo período. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em dezembro R$ 4,90 trilhões (74,5% do PIB). No lado fiscal, o aspecto positivo foi o aumento de 10% na arrecadação do governo federal em janeiro, que junto com o Refis permitiram o superávit primário obtido. O lado negativo ficou por conta da desistência de se votar agora a reforma da Previdência, o que acabou acarretando o rebaixamento da nota de crédito do país de BB para BB-, pela agência Fitch.

 

INFLAÇÃO:

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu em fevereiro 0,32%, depois da alta de 0,29% em janeiro. Mesmo com a pequena aceleração, é o menor índice para o mês desde 2000. Em doze meses, a alta acumulada foi de 2,84%, indo ainda mais abaixo do piso da meta que é 3%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,18% em janeiro e acumulou alta de 1,81% em doze meses.

 

JUROS:

Na reunião realizada no início de fevereiro, o Copom, por unanimidade, decidiu reduzir a taxa Selic de 7,00% para 6,75% aa, a décima primeira redução da taxa seguida. Na ata da reunião, o comitê afirmou que a piora no cenário internacional e a retomada mais consistente da atividade econômica são fatores que contribuem para o fim deste ciclo de queda da taxa básica de juros.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO:

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de fevereiro cotada em R$ 3,2449, com uma valorização de 2,61% no mês. Em janeiro, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 4,3 bilhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 9 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 6,5 bilhões em janeiro e as reservas internacionais terminaram o mês em US$ 375,7 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em fevereiro de 2018 um superávit de US$ 4,91 bilhões, o melhor resultado para o mês da série histórica. No bimestre, o superávit comercial somou US$ 7,67 bilhões.

 

RENDA FIXA:

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de fevereiro acabou sendo o do IRF-M1+ com alta de 1,31%, seguido do IRF-M Total com 1,10% e do IMA Geral com alta de 0,72%.

 

RENDA VARIÁVEL:

Para o Ibovespa, a alta no mês foi de 0,52%, acumulando no ano alta de 11,72% e em doze meses de 27,42%. O índice encerrou janeiro em 85.354 pontos. Cabe destacar que mesmo com a saída de R$ 4,23 bilhões de capital estrangeiro no mês, o acumulado no ano ainda está positivo em R$ 5,3 bilhões.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL:

Depois de um início de fevereiro turbulento, por conta dos dados de emprego nos EUA em janeiro, que ascenderam de maneira mais incisiva os temores de mais altas nas taxas de juros americanas por conta da economia superaquecendo, os mercados ficaram mais tranquilos com os dados de fevereiro. No entanto, estando os mercados acionários em níveis recorde e as taxas de juros dos títulos governamentais subindo lentamente, é bem possível que novos dados venham trazer novos momentos de forte volatilidade para os mercados. Não podemos esquecer que a queda dos impostos promovida pelo governo Trump no final do ano, poderá aquecer exageradamente o ritmo da economia americana.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL:

No mercado local, as taxas de juros continuam em queda, principalmente com a expectativa de que o Copom irá promover nova redução da taxa Selic em sua próxima reunião no dia 21 de março. Se por um lado isso pode realmente ocorrer com a inflação corrente muito baixa, por outro devemos recordar que a reforma da Previdência foi abandonada e a situação fiscal do país continua bastante delicada. Foram inúmeros os pronunciamentos do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central no sentido de que a não aprovação da reforma da Previdência poderia reavivar o fantasma da hiperinflação por conta do estouro da situação fiscal e do fator confiança. É nesse contexto que se vislumbra nova redução da taxa Selic.

 

 

Cenário Econômico – Janeiro de 2018

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

Conforme o IBGE, a economia brasileira acelerou o ritmo e cresceu 0,49% em novembro, marcando o terceiro mês seguido de expansão da atividade. Em outubro o crescimento de 0,29% foi revisado para 0,37%.

Já a taxa de desemprego, que era de 12% no trimestre encerrado em novembro, recuou para 11,8% no trimestre encerrado em dezembro, com 12,3 milhões de pessoas sem trabalho. O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.154,00 no final do trimestre.

 

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 32,3 bilhões em dezembro. Em 2017 o déficit primário foi de R$ 110,6 bilhões, abaixo da meta de R$ 163,1 bilhões. Fato que não justifica qualquer comemoração.

As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 400,8 bilhões (6,11% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 511,4 bilhões (7,80% do PIB).

A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em dezembro R$ 4,85 trilhões (74% do PIB).

Com as incertezas sobre a reforma da Previdência e a política, a agência S&P reduziu a nota de crédito soberano do país para BB-, com perspectiva estável.

 

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu em janeiro 0,29%, abaixo do esperado por conta dos menores preços da energia elétrica.

Em doze meses, a alta acumulada foi de 2,86%, indo mais abaixo do piso da meta que é 3%.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,23% em janeiro e acumulou alta de 1,87% em doze meses.

 

JUROS

Na reunião realizada já no início de dezembro, o Copom, por unanimidade, decidiu reduzir a taxa Selic de 7,50% para 7% aa, a décima redução da taxa seguida. No comunicado após a reunião, o comitê afirmou que a continuidade da queda dependerá do cenário na época.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de janeiro cotada em R$ 3,1624, com uma desvalorização de 4,40% no mês. Em dezembro, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 4,3 bilhões, acumulando em 2017 saldo negativo de US$ 9,8 bilhões.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 3,4 bilhões no mês, acumulando US$ 70,3 bilhões no ano. As reservas internacionais terminaram dezembro em US$ 374 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 309,5 bilhões.

A Balança Comercial, por sua vez, teve em janeiro de 2018 um superávit de US$ 2,76 bilhões, o segundo melhor para o mês da série histórica.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de janeiro acabou sendo o do IDkA 20 (IPCA) com alta de 8,56%, seguido do IMA-B 5+ com 4,95% e do IMA-B Total com alta de 3,40%.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, a alta no mês foi de 11,14%, acumulando em doze meses um avanço de 30,97%. O índice encerrou janeiro em 84.913 pontos. Cabe destacar o ingresso líquido de capital estrangeiro no mês que foi de R$ 9,5 bilhões.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

Depois dos fortes dados relativos ao mercado de trabalho em janeiro, as bolsas de valores apresentaram fortes quedas, principalmente nos EUA e no Japão, devolvendo parte dos significativos ganhos obtidos nas últimas semanas. É possível que esse movimento se acentue, na medida em que a atividade econômica estimule cada vez mais a expectativa de alta nos juros americanos, em ritmo mais intenso do que os mercados supunham. O fato é que com a redução dos impostos nos EUA, o crescimento global será impulsionado gerando a alta generalizada de preços e salários, em um momento de juros extremamente baixos nos países desenvolvidos.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

No mercado local, depois que o Copom reduziu a taxa Selic para 6,75% logo no início de fevereiro e indicou ter sido a última queda da taxa, o mercado financeiro estará atento aos movimentos dos mercados internacionais, principalmente no que se refere à política monetária norte-americana e ao apetite por risco dos investidores.

Cenário Econômico – Dezembro de 2017

 ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA:

Conforme o IBGE, a economia brasileira cresceu 0,29% em outubro, iniciando o quarto trimestre do ano de forma melhor do que se esperava e indicando que a evolução do PIB do ano pode ultrapassar 1%. Já a taxa de desemprego, que era de 12,2% no trimestre encerrado em outubro, recuou para 12% no trimestre encerrado em novembro, com 12,6 milhões de pessoas sem trabalho. O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.127,00 no final do trimestre.

SETOR PÚBLICO:

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 909 milhões em novembro. No ano o déficit primário acumulou R$ 78,3 bilhões e em doze meses R$ 149 bilhões (2,29% do PIB). As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 402 bilhões (6,17% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 551 bilhões (8,45% do PIB), também em doze meses. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em janeiro R$ 4,85 trilhões (74,4% do PIB).

 INFLAÇÃO:

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu, de novembro para dezembro de 0,28% para 0,44%, por conta dos aumentos dos preços dos alimentos e dos transportes. Em doze meses, a alta acumulada foi de 2,95%, bem abaixo do piso da meta que é 3%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,26% em dezembro e acumulou uma alta de 2,07% no ano. Na ata da reunião sinalizou que a taxa poderá sofrer novo corte em fevereiro, dependendo do cenário econômico na época.

 JUROS:

Na reunião realizada já no início de dezembro, o Copom, por unanimidade, decidiu reduzir a taxa Selic de 7,50% para 7% aa, a décima redução da taxa seguida. No comunicado após a reunião, o comitê afirmou que a continuidade da queda dependerá do cenário na época.

 CÂMBIO E SETOR EXTERNO:

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de dezembro cotada em R$ 3,308, com uma desvalorização de 0,39% no mês, mas com uma alta de 1,5% no ano. Em novembro, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 2,4 bilhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 11,3 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 546 milhões no mês, as reservas internacionais terminaram outubro em US$ 381,1 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 317,2 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em dezembro de 2017 um superávit de US$ 5 bilhões e acumulou no ano um saldo de US$ 67 bilhões, recorde para o período.

 RENDA FIXA:

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de dezembro acabou sendo o do IRF-M1+, com alta de 1,46%, seguido do IRF-M Total, com alta de 1,24% e do IDkA2 (IPCA), com alta de 1,16%. Em 2017, o melhor desempenho foi o do IRF-M 1+, com alta 16,67%, seguido do IRF-M Total, com alta de 15,20% e do IDkA2 (IPCA) com alta de 13,61%.

 RENDA VARIÁVEL:

Para o Ibovespa, a alta no mês foi de 6,16% e acumulou no ano uma expressiva alta de 26,86%. O índice encerrou o ano em 76.402 pontos.

 PERSPECTIVAS MERCADO INTERNACIONAL:

O mercado financeiro internacional terá como o principal foco em 2018, a economia americana. Tendo o Congresso dos EUA aprovado a redução de impostos tanto para pessoas físicas, quanto jurídicas, no final de 2017, o estímulo fiscal virá em um momento em que a economia americana está em pleno emprego, o que aumenta o risco de superaquecimento. Também com a perspectiva de que os preços das commodities, inclusive o petróleo tenha em 2018, um ano de valorizações mais expressivas, como irá o FED conduzir a política monetária? É uma das grandes apreensões do mercado.

 PERSPECTIVAS MERCADO NACIONAL:

 No mercado local, as atenções em 2018 estarão voltadas para o eventual avanço das reformas econômicas, sendo a principal a da Previdência e para as eleições presidenciais, o que aumenta o quadro de incertezas. Se no próximo ano, alguns fundamentos seguirem como em 2017, teremos a inflação controlada e os juros em novo piso histórico. No entanto, os gastos com os alimentos e a energia poderão ser maiores, e o não avanço das reformas deverá ser mal recebido pelo mercado.

 

 

 

 

Cenário Econômico – Novembro de 2017

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

Conforme o IBGE, a economia brasileira cresceu 0,1% no terceiro trimestre, mostrando estabilidade. Enquanto o setor agrícola apresentou queda de 3% no período, a indústria cresceu 0,4% e o setor de serviços 1%.

Já a taxa de desemprego, que era de 12,4% no trimestre encerrado em setembro, recuou para 12,2% no trimestre encerrado em outubro, com 12,7 milhões de pessoas sem trabalho. O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.127,00 no final do trimestre.

 

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 4,8 bilhões em outubro. No ano o déficit primário acumulou R$ 77,4 bilhões e em doze meses R$ 187,2 bilhões (2,88% do PIB).

As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 414,2 bilhões (6,37% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 601,4 bilhões (9,25% do PIB), também em doze meses.

A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em janeiro R$ 4,83 trilhões (74,4% do PIB).

 

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), recuou, de outubro para novembro de 0,42% para 0,28%.

Em doze meses, a alta acumulada foi de 2,80%, bem abaixo do piso da meta que é 3% e no ano, de 2,50%.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,18% em novembro passando a acumular uma alta de 1,80% no ano e de 1,95% em doze meses.

 

JUROS

Na reunião realizada já no início de dezembro, o Copom, por unanimidade, decidiu reduzir a taxa Selic de 7,50% para 7% aa, a décima redução da taxa seguida. No comunicado após a reunião, o comitê afirmou que a continuidade da queda dependerá do cenário na época.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de novembro cotada em R$ 3,2616, com uma desvalorização de 0,47% no mês.

Em outubro, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 343 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 9,6 bilhões.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 8,2 bilhões no mês, as reservas internacionais terminaram outubro em US$ 380,4 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 320,7 bilhões.

A Balança Comercial, por sua vez, teve em novembro de 2017 um superávit de US$ 3,54 bilhões e acumula no ano um saldo de US$ 62 bilhões, recorde para o período.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de novembro acabou sendo o do IRF-M1, com alta de 0,62%, seguido do CDI com alta de 0,57% e do IDkA2 (IPCA), com 0,26%. Em doze meses, o melhor desempenho foi o do IDkA 20 (IPCA) com alta de 24,38%, seguido do IRF-M 1+, com alta de 18,70% e do IMA-B 5+, com alta de 18,65%.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, a queda no mês foi de 3,15% e agora acumula no ano uma alta de 19,50% e de 20,95% em doze meses. O índice encerrou o mês em 71.970 pontos.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

Com o forte avanço da economia americana, a expectativa maior do mercado repousa no que fará o FED em relação à política monetária. Um aumento dos juros é esperado.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

No mercado local, as atenções em dezembro continuarão voltadas para o andamento da reforma da previdência, que irá precisar de ao menos 308 votos para ser aprovada. Ao que tudo indica as dificuldades para a aprovação da matéria serão enormes.

Com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das alocações em vértices mais longos.

 

 

 

Cenário Econômico – Outubro de 2017

 

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL

No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano, de 10 anos, que tinham rendimento de 2,32% a.a. no final de setembro, terminaram outubro com um rendimento de 2,37% a.a., ao passo que os emitidos pelo governo britânico rendiam 1,33% a.a. Os emitidos pelo governo alemão, por sua vez, fecharam o mês com rendimento de 0,37%. Paralelamente, o dólar se valorizou 1,42% perante o euro e 1% perante o yen, por exemplo.

Já as bolsas internacionais tiveram em outubro, bons resultados novamente. Enquanto a bolsa alemã (Dax) subiu 3,12% no mês, a inglesa (FTSE 100) avançou 1,63%, a do Japão (Nikkey 225) 8,13%, enquanto a americana avançou (S&P 500) 2,22%, estabelecendo novos recordes.

No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent subiu no mês de outubro 6,65%, depois de ter registrado forte alta em setembro.

 

NACIONAL – ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

O IBC-B, considerado prévia do PIB, apresentou queda de 0,38% em agosto, na comparação com julho, mas cresceu 1,64% na base anual. O resultado foi pior que o esperado pelos analistas. Já em setembro, a produção industrial cresceu 2,6%, frente ao mesmo mês do ano anterior, graças ao bom desempenho do setor de bens duráveis.

Já a taxa de desemprego, que era de 12,6% no trimestre encerrado em agosto, recuou para 12,4% no trimestre encerrado em setembro, com 13 milhões de pessoas sem trabalho. O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.115,00 no final do trimestre.

 

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 21,3 bilhões em setembro. No ano o déficit primário acumulou R$ 82,1 bilhões e em doze meses R$ 152,4 bilhões (2,35% do PIB).

As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 415,1 bilhões (6,40% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 567,5 bilhões (8,75% do PIB), também em doze meses.

A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em janeiro R$ 4,79 trilhões (73,9% do PIB).

 

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentou, de setembro para outubro de 0,16% para 0,42%, conta dos preços da energia mais elevados.

Em doze meses, a alta acumulada foi de 2,70%, bem abaixo do piso da meta que é 3% e no ano, de 2,21%.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,37% em outubro passando a acumular uma alta de 1,62% no ano e de 1,83% em doze meses.

 

JUROS

Na reunião realizada já no final de outubro, o Copom, por unanimidade, decidiu reduzir a taxa Selic de 8,25% para 7,50% aa, a nona redução da taxa seguida. No comunicado após a reunião, o comitê afirmou que via, naquele momento, como adequada uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de outubro cotada em R$ 3,2769, com uma valorização de 3,44% no mês.

Em setembro, as transações correntes, apresentaram superávit de US$ 434 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 12,6 bilhões.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 6,3 bilhões no mês, as reservas internacionais terminaram agosto em US$ 381,2 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 320,7 bilhões.

A Balança Comercial, por sua vez, teve em outubro de 2017 um superávit de US$ 5,20 bilhões, o maior superávit para o mês desde o início da série histórica e acumula no ano um saldo de US$ 58,4 bilhões, recorde para o período.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de setembro acabou sendo o do IDkA2 (IPCA), com alta de 0,80%, seguido do IMA-B 5 com alta de 0,48% e do IRF-M Total, com 0,10%. Em doze meses, o melhor desempenho foi o do IRF-M 1+ com alta de 17,86%, seguido do IDkA 20 (IPCA) com alta de 16,89% e do IRF-M Total, com alta de 16,35%.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, a alta no mês foi de 0,02% e agora acumula no ano uma alta de 23,38% e de 17,34% em doze meses. O índice encerrou o mês em 74.308 pontos.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

Com as economias europeias e a do Japão em franca melhora, com a da China no caminho para atingir a meta fixada pelo governo e com a americana mostrando cada vez mais força, principalmente no seu mercado de trabalho, é de imaginar que em algum momento não muito distante a inflação volte a surgir com mais força, o que exigiria uma política monetária mais restritiva por parte dos grandes bancos centrais. A velocidade desse ajuste, que por enquanto imaginamos que deva ser moderada, é que ditará o comportamento dos mercados emergentes, incluído o Brasil, com esse processo.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

No mercado local, as atenções em novembro estarão voltadas para o andamento da reforma da previdência, que irá precisar de ao menos 308 votos para ser aprovada e para a evolução da inflação, depois de maiores pressões nos preços vindas da energia.

 

 

 

Cenário Econômico – Setembro de 2017

 

MERCADOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÀVEL:

No mercado internacional de renda fixa, os títulos do tesouro americano, de 10 anos, que tinham rendimento de 2,12% a.a. no final de agosto, terminaram setembro com um rendimento de 2,32% a.a., ao passo que os emitidos pelo governo britânico rendiam 1,37% a.a. Os emitidos pelo governo alemão, por sua vez, fecharam o mês com rendimento de 0,46%. Paralelamente, o dólar se valorizou 0,59% perante o euro e 2,06% perante o yen, por exemplo. Já as bolsas internacionais tiveram em setembro resultados bons em sua maioria. Enquanto a bolsa alemã (Dax) subiu 6,41% no mês, a inglesa (FTSE 100) caiu 0,78%, mas a do Japão (Nikkey 225) subiu 3,61%, enquanto a americana avançou (S&P 500) 1,93%, estabelecendo novos recordes. No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent subiu no mês 9,85% e registrou o melhor desempenho para um terceiro trimestre, em 13 anos, com os países ricos voltando a consumir em grande escala.

 

NACIONAL: ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA:

O IBC-B, considerado prévia do PIB, apresentou crescimento de 0,41% em julho, na comparação com junho e 1,41% em um ano. O resultado foi melhor que o esperado pelos analistas e deveu-se à recuperação do consumo das famílias diante da inflação e dos juros em queda. Já em agosto, a produção industrial caiu 0,8%, frustrando as expectativas, mas o faturamento do varejo teve a primeira alta em dois anos com o crescimento de 1,5% no mês. Já a taxa de desemprego, que era de 12,8% no trimestre encerrado em julho, recuou para 12,6% no trimestre encerrado em agosto, com 13,1 milhões de pessoas sem trabalho. O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.105,00 no final do trimestre.

 

SETOR PÚBLICO:

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 9,5 bilhões em agosto. No ano o déficit primário acumulou R$ 60,9 bilhões e em doze meses R$ 157,8 bilhões (2,44% do PIB). As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 423,5 bilhões (6,55% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 581,3 bilhões (8,98% do PIB), também em doze meses. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em janeiro R$ 4,76 trilhões (73,7% do PIB).

 

INFLAÇÃO:

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), recuou, de agosto para setembro de 0,19% para 0,16%, ainda por conta dos alimentos mais baratos, que compensaram a alta da gasolina. Em doze meses, a alta acumulada foi de 2,54%, bem abaixo do piso da meta que é 3% e no ano, de 1,78%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), caiu 0,02% em setembro passando a acumular uma alta de 1,24% no ano e de 1,63% em doze meses.

 

JUROS:

Na reunião realizada no final de setembro, o Copom, por unanimidade, decidiu reduzir a taxa Selic de 9,25% para 8,25% aa, a oitava redução da taxa seguida. No comunicado após a reunião, o comitê afirmou que o cenário externo favorável e a inflação sob controle colaboraram para a decisão. No entanto, sinalizou que vai reduzir o ritmo de corte na próxima reunião.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO:

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de setembro cotada em R$ 3,168, com uma valorização de 0,66% no mês. Em agosto, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 302 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 13,5 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 5,1 bilhões no mês, as reservas internacionais terminaram agosto em US$ 381,8 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 315,3 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em setembro de 2017 um superávit de US$ 5,17 bilhões, o maior superávit para o mês desde o início da série histórica e acumula no ano um saldo de US$ 53,2 bilhões, recorde para o período.

 

RENDA FIXA:

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de setembro acabou sendo o do IDkA 20 (IPCA), com alta de 3,75%, seguido do IMA-B 5+ com alta de 2,40% e do IMA-B Total, com 1,81%. Em doze meses, o melhor desempenho foi também o do IDkA 20 (IPCA) com alta de 20,78%, seguido do IRF-M 1+ com alta de 19,22% e do IRF-M Total, com alta de 17,44%.

 

RENDA VARIÁVEL:

Para o Ibovespa, a alta no mês foi de também expressivos 4,88% e agora acumula no ano uma alta de 23,36% e de 27,29% em doze meses. Os juros ainda em queda, a evolução do PIB melhor que a esperada e o ingresso de capital estrangeiro, que no mês foi de R$ 3,79 bilhões, elevando o acumulado no ano para cima de R$ 14,7 bilhões, foram os principais responsáveis pela alta.

 

PERSPECTIVAS MERCADO INTERNACIONAL:

Cabe destaque a continuada recuperação econômica da zona do euro. Em setembro, as empresas da região cresceram mais rapidamente, num esforço para atender a também crescente demanda. Mas com a inflação ainda abaixo da meta, o BCE, ao manter inalteradas as taxas de juros nas mínimas históricas, deixou aberta a porta para a adoção de estímulos monetários adicionais. E nos EUA, o FED reviu para cima a previsão de crescimento dos EUA para 2017, o que pode permitir uma elevação dos juros até o final do ano.

 

PERSPECTIVAS MERCADO NACIONAL:

No mercado local, as atenções em setembro estarão voltadas para a próxima reunião do Copom, no dia 25 de outubro, quando nova redução da taxa Selic é esperada, mas em ritmo inferior ao que vinha sendo adotado. O mercado também estará atento ao que ocorre no campo político, sendo que nova denúncia contra o presidente Temer será avaliada pelos parlamentares. Dado o expressivo avanço já ocorrido com os índices que referenciam os fundos de investimentos em títulos públicos, nos meses recentes, por conta da queda da inflação e da redução da taxa Selic, o momento é de realização dos lucros obtidos com as aplicações de longuíssimo prazo.

 

 

 

Cenário Econômico – Agosto de 2017

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

O PIB do Brasil cresceu 0,2% no segundo trimestre deste ano, em relação ao primeiro. Pelo lado da oferta o setor da agroindústria ficou estável, o industrial registrou queda de 0,5%, mas o de serviços teve expansão de 0,6% no período. Pelo lado da demanda, o consumo das famílias cresceu 1,4%, a demanda do governo recuou 0,9% e a formação bruta de capital fixo (investimentos) recuou 0,7% entre abril e junho. Já o setor externo continuou a ter impacto positivo, com as exportações crescendo 0,5% no segundo trimestre.

Já a taxa de desemprego, que era de 13,6% no trimestre encerrado em abril, recuou para 12,8% no trimestre encerrado em julho, com 13,8 milhões de pessoas sem trabalho. O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.106,00 no final do trimestre.

 

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 16,1 bilhões em agosto. No ano o déficit primário acumulou R$ 51,3 bilhões e em doze meses R$ 170,5 bilhões (2,66% do PIB) As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 428,2 bilhões (6,69% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 598,7 bilhões (9,35% do PIB), também em doze meses. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em janeiro R$ 4,72 trilhões (73,8% do PIB).

 

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), recuou, de julho para agosto de 0,24% para 0,19%, por conta dos alimentos mais baratos, que compensaram a alta dos combustíveis.

Em doze meses, a alta acumulada foi de 2,46%, bem abaixo do piso da meta que é 3% e no ano, de 1,62%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), caiu 0,03% em agosto passando a acumular uma alta de 1,27% no ano e de 1,73% em doze meses.

 

JUROS

Na ata do Copom, em que decidiu reduzir a taxa Selic de 10,25% para 9,25% aa ficou entendida a continuidade do movimento de redução de 1% da taxa Selic, desde que o balanço de riscos permita o fato.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de agosto cotada em R$ 3,1471, com uma valorização de 0,52% no mês.

Em julho, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 3,4 bilhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 13,8 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 4,1 bilhões no mês, as reservas internacionais terminaram julho em US$ 381 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 306,1 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em agosto de 2017 um superávit de US$ 5,9 bilhões, o maior superávit para o mês desde o início da série histórica e acumula no ano um saldo de US$ 48,1 bilhões, recorde para o período.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de agosto acabou sendo o do IMA-B 5+ com alta de 1,36%, seguido do IMA-B Total, com 1,34% e do IDKa 20 (IPCA), com 1,18%%. Em doze meses, o melhor desempenho foi o do IRFM 1+ com alta de 19,51%, seguido do IDkA 20 (IPCA) com alta de 18,36% e do IRF-M Total, com alta de 17,69%.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, a alta no mês foi de expressivos 7,46% e agora acumula no ano uma alta de 17,61% e de 21,63% em doze meses. Os juros em queda, a evolução do PIB melhor que a esperada e o ingresso de capital estrangeiro, que no mês foi de R$ 2,98 bilhões, elevando o acumulado no ano para cima de R$ 10 bilhões, foram os principais responsáveis pela alta.

 

PERSPECTIVAS MERCADO INTERNACIONAL

As atenções no mercado internacional em setembro se voltam para os aspectos geopolíticos, como a questão da bomba norte-coreana e para o resultado da reunião do Banco Central Europeu, além das mudanças fiscais que o governo Trump pretende implementar.

 

MERCADO NACIONAL

No mercado local, as atenções em setembro estarão voltadas para a próxima reunião do Copom, onde nova redução de 1% da taxa Selic é esperada e para as discussões a respeito do avanço das reformas, em um ambiente em que uma nova denúncia que envolva o presidente Temer pode acontecer.

 

 

 

Cenário Econômico – Julho de 2017

 

ATIVIDADE,EMPREGO E RENDA

Conforme divulgação do Banco Central, o IBC -Br, considerado uma prévia do PIB, encolheu 0,51% em maio, frente a abril, quando o esperado era um crescimento de 0,5%. Mas frente a maio do ano anterior a alta foi de 1,4%. Já a produção industrial se estabilizou em junho, depois de dois meses seguidos de alta. Ainda de acordo com o IBGE, a taxa de desemprego no país se situou em 13% no trimestre encerrado em junho, sendo que um ano antes era de 11,3%. O úmero de desempregados foi de13,5milhões de pessoas.

 

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado e registrou déficit primário de R$ 19,6bilhões em junho. No ano o déficit primário acumulou R$ 35,2bilhões e em doze meses R$ 67,2bilhões(2,62% do PIB). As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 440,3bilhões (6,89% do PIB)e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 607,5bilhões (9,50% do PIB), também em doze meses. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em janeiro R$ 4,67trilhões (73,1% do PIB).

 

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), avançou, de junho para julho de-0,23% para 0,24%, por conta da alta dos preços dos combustíveis e da energia elétrica. Em doze meses, a alta acumuladafoide2,71%, abaixo do piso da meta que é 3% e ao ano, de 1,43%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu0,17% em julho passando a acumular uma alta de 1,92% no ano e de 2,06% em doze meses

 

JUROS

O Copom decidiu em sua reunião no final do mês, reduzir a taxa Selic de 10,25% para 9,25% aa. Foi a sétima redução seguida e decidida de forma unânime. No comunicado o BC afirmou que o ritmo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica e do balanço de riscos.3 de 4

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de julho cotada em R$ 3,1307, com uma desvalorização de 5,37% no mês. Em junho as transações correntes, apresentaram superávit de US$ 1,3bilhão, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 14,3bilhões.Os Investimentos Estrangeiros Diretos –IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 4 bilhões no mês, as reservas internacionais terminaram junho em US$ 378,4bilhões e a dívida externa bruta em US$ 307,3bilhões.A Balança Comercial, por sua vez, teve em julho de 2017um superávit de US$ 6,3bilhões, o maior superávit para o mês e acumula no ano um saldo de US$ 42,5 bilhões, recorde para o período.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de maio acabou sendo o do IDkA 20 (IPCA), com alta de 6,30%, seguido do IMA-B 5+,com 4,67%e do IMA-B Total, com 4%. Em doze meses ,o melhor desempenho foi o do IRF-M 1+ com alta de 19,40%, seguido do IRF-M Total com alta de 17,73%e do IDkA 20 (IPCA), com alta de 17,39%.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, a alta no mês foi de 4,80%e agora acumula no ano uma alta de 9,45% e de 16,15% em doze meses.

 

PERSPECTIVAS MERCADO INTERNACIONAL

As atenções no mercado internacional em agosto se voltam mais para o Banco Central Europeu e a possibilidade de começar a discutir afrouxar os estímulos quantitativos adotados, bem como para os EUA, onde o mercado de trabalho sólido sugere uma maior alta dos salários e da inflação.

 

PERSPECTIVAS MERCADO NACIONAL

No mercado local, as atenções em julho estarão voltadas para as discussões a respeito das reformas e das alternativas a serem apresentadas para a questão fiscal, além do aumento dos impostos incidentes sobre os combustíveis e seu impacto na inflação.

 

 

 

Cenário Econômico – Junho de 2017

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

Conforme divulgação do IBGE, em meados de junho, o segundo trimestre começou para a economia brasileira, com uma expansão de 0,28% em abril, frente a março. Em relação a um ano antes, no entanto, houve um recuo de 1,75%. Nesse mês, as vendas no varejo surpreenderam, sendo que a alta de 1% foi a maior para um mês de abril em nove anos e o setor de serviços, também com crescimento de 1% foi outro destaque.

Ainda de acordo com o IBGE, a taxa de desemprego no país se situou em 13,3% no trimestre encerrado em maio, sendo que um ano antes era de 11,2%. O número de desempregados foi de 13,8 milhões de pessoas.

 

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 30,7 bilhões em maio. Foi o pior resultado para um mês de maio de toda série histórica e foi agravado pela antecipação do pagamento de precatórios. No ano o déficit primário acumulou R$ 15,6 bilhões e em doze meses R$ 157,7 bilhões (2,47% do PIB).

As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 430,9 bilhões (6,75% do PIB) e o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 588,6 bilhões (9,22% do PIB), também em doze meses.

A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em janeiro R$ 4,63 trilhões (72,5% do PIB).

 

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), recuou de maio para junho de 0,31% para -0,23%. Foi a primeira deflação desde junho de 2006.

Em doze meses, a alta acumulada foi de 3% e no ano de 1,18%. O maior recuo de preços foi no grupo habitação por conta da energia elétrica e dos combustíveis.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), caiu 0,30% em junho passando a acumular uma alta de 1,12% no ano e de 2,56% em doze meses.

 

JUROS

A ata da última reunião do Copom, divulgada no início de junho reiterou o aumento das incertezas com a crise política, mas não afastou a possibilidade da manutenção do corte da taxa em 1% na próxima reunião, no final de julho. Com a deflação de junho, uma queda maior da taxa Selic voltou para o radar do mercado.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de junho cotada em R$ 3,3082, com uma valorização de 1,99% no mês.

Em maio, as transações correntes, apresentaram superávit de US$ 2,9 bilhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 18,1 bilhões.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 2,9 bilhões no mês, as reservas internacionais terminaram junho em US$ 377,7 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 314,3 bilhões.

A Balança Comercial, por sua vez, teve em junho de 2017 um superávit de US$ 7,19 bilhões, o maior superávit para o mês desde 1989 e acumula no ano um saldo de US$ 36,22 bilhões, recorde para o período.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de maio acabou sendo o do IRF-M 1+, com alta de 1,51%, seguido do IRF-M Total, com 1,35% e do IRF-M 1, com 0,89%. Em doze meses, o melhor desempenho foi o do IRF-M 1+ com alta de 18,04%, seguido do IDkA 20 (IPCA), com alta de 17,04% e do IRF-M Total com alta de 16,68%.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, a alta no mês foi de 0,30% e agora acumula no ano uma alta de 4,44% e de 20,42% em doze meses.

 

PERSPECTIVAS MERCADO INTERNACIONAL

As atenções no mercado internacional em julho se voltam para a reunião do FOMC, no próximo dia 26, em um momento em que o colegiado está dividido sobre o rumo da inflação e em que deve avançar com a discussão sobre a redução gradual do balanço da entidade a se iniciar nos próximos meses.

 

MERCADO NACIONAL

No mercado local, as atenções em julho estarão voltadas para a próxima reunião do Copom, também no próximo dia 27, em que uma nova redução da taxa Selic deverá ocorrer. A dúvida repousa na intensidade da redução na medida em que por um lado a deflação de junho reascende a expectativa de uma redução de pelo menos 1%, mas por outro o prolongamento da crise política mantém a incerteza da permanência do governo e da aprovação das reformas.

 

 

 

Cenário Econômico – Maio de 2017

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

De acordo com o IBGE, depois de dois anos de queda, o PIB do Brasil voltou a crescer no primeiro trimestre do ano, em relação ao último de 2016. A alta foi de 1%, favorecida pelo avanço de 13,4% do setor agropecuário, de 0,9% do industrial e pela estabilidade do setor de serviços.

Ainda de acordo com o IBGE, a taxa de desemprego no país se situou em 13,6% no trimestre encerrado em abril, sendo que um ano antes era de 11,2%. O número de desempregados chegou a 14 milhões de pessoas.

 

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o Banco Central, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 12,9 bilhões em abril. No ano registrou-se um superávit de R$ 15,1 bilhões. Em doze meses o déficit acumulado alcançou R$ 145,1 bilhões (2,29% do PIB).

As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 437,1 bilhões (6,89% do PIB). Já o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 582,2 bilhões (9,18% do PIB), também em doze meses.

A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em janeiro R$ 4,55 trilhões (71,7% do PIB).

 

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu de abril para maio de 0,14% para 0,31%. No entanto, foi a menor taxa para o mês desde 2007.

Em doze meses, a alta acumulada foi de 3,60% e no ano de 1,42%. A maior alta de preços foi no grupo habitação por conta da energia elétrica. Mas em junho, retorna a bandeira verde.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,36% em maio, após a elevação de 0,08% em abril. Em doze meses a alta foi de 3,35% e no ano de 1,43%. 3 de 5

 

JUROS

Em meio à crise, mas conforme o mercado financeiro esperava, o Copom decidiu de forma unânime reduzir a taxa Selic de 11,25% para 10,25% aa, na sua reunião no último dia de maio. No comunicado após o encontro, o BC se mostrou cauteloso com as incertezas políticas e indicou que pode reduzir de forma menos intensa a taxa na sua reunião de julho.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de maio cotada em R$ 3,2437, com uma valorização de 1,42% no mês.

Em abril, as transações correntes, apresentaram superávit de US$ 1,2 bilhão, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 19,8 bilhões.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 5,6 bilhões no mês, as reservas internacionais terminaram fevereiro em US$ 376,3 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 319,7 bilhões.

A Balança Comercial, por sua vez, teve em maio de 2017 um superávit de US$ 7,66 bilhões, o maior superávit para qualquer mês e acumula no ano um saldo de US$ 29,03 bilhões, também recorde para o período.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de maio acabou sendo o do IRF-M 1, com alta de 0,91%, seguido do CDI, com 0,88% e do IDkA 2A (IPCA), com 0,45%. Em doze meses, o melhor desempenho foi o do IDkA 20A (IPCA) com 23,09%, seguido do IRF-M 1+ com alta de 19,18% e do IRF-M Total com alta de 17,45%. Destaque cabe para o investidor estrangeiro que em abril fez a maior compra de títulos do Tesouro Nacional desde novembro de 2015.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, a queda no mês foi de 4,12%, mas ainda acumula no ano uma alta de 4,12% e de 27,95% em doze meses. Destaque também para o investidor estrangeiro que em maio foi o responsável pela compra líquida de R$ 2,15 bilhões em ações no Brasil.

 

PERSPECTIVAS MERCADO INTERNACIONAL

As atenções no mercado internacional em junho se voltam para a reunião do FOMC, no próximo dia 14. Enquanto a revisão do PIB apontou um crescimento maior do que o inicialmente estimado no primeiro trimestre, o Livro Bege do FED relatou um crescimento econômico entre moderado e lento na maioria das regiões dos EUA em maio. A confiança das empresas continuou a ser positiva, mas a incerteza com o governo Trump aumentou. Nesse contexto, não seria surpresa a manutenção da taxa básica de juros entre 0,75% e 1%. 4 de 5

 

PERSPECTIVAS MERCADO NACIONAL

Muito já foi dito sobre a crise política por que passamos e o grau de incerteza que reina por conta disso. Com os bons fundamentos macroeconômicos por enquanto em ritmo de melhora, a atenção do mercado financeiro se volta para o andamento das reformas, como a previdenciária, já aprovado nas comissões da Câmara e para a trabalhista, que ainda precisa ser votada no senado.

O comportamento relativamente calmo do mercado financeiro nos últimos dias reflete a percepção de que a agenda econômica do país segue em frente até com uma eventual mudança de governo.

 

 

 

Cenário Econômico – Abril de 2017

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

De acordo com o Banco Central, o IBC-Br de fevereiro, divulgado em abril, surpreendeu e teve alta de 1,31% na comparação com o mês anterior. No entanto, no acumulado de doze meses a atividade econômica encolheu 0,73%. Já em março, a produção industrial voltou a ter alta, com o crescimento de 1,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando as expectativas indicavam uma queda de 1%. Por sua vez, a taxa de desemprego aumentou para 13,7% no trimestre encerrado em março, conforme a Pnad Contínua. O contingente de desempregados atingiu 14,2 milhões de pessoas. A renda média de R$ 2.110,00 ficou maior em 2,5% que a recebida no mesmo período de 2016.

 

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 11 bilhões em março. No ano registrou-se um superávit de R$ 2,2 bilhões. Em doze meses o déficit acumulado alcançou R$ 147,8 bilhões (2,34% do PIB). As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 432,2 bilhões (6,83% do PIB). Já o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 580 bilhões (9,17 % do PIB), também em doze meses. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em janeiro R$ 4,53 trilhões (71,6% do PIB).

 

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu de março para abril de 0,25% para 0,14% e registrou a menor taxa para o mês desde 1994. Em doze meses, a alta acumulada foi de 4,08% e no ano de 1,10%. As maiores altas de preços foram no grupo alimentação. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,08% em abril, após a elevação de 0,32% em março. Em doze meses a alta foi de 3,99% e no ano de 1,06%.

 

JUROS

Conforme o mercado financeiro esperava, o Copom decidiu de forma unânime reduzir a taxa Selic de 12,25% para 11,25% aa, na sua reunião em abril. Esse foi o maior corte da taxa em quase 8 anos. Na ata depois divulgada, o colegiado deixou aberta a porta para a intensificação dos cortes dos juros nos próximos meses, com a inflação sob controle e a atividade econômica em recuperação. Entretanto, o andamento das reformas e os ajustes realizados são primordiais para garantir a queda da inflação e dos juros.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de março cotada em R$ 3,1984, com uma valorização de 0,95% no mês, mas com uma desvalorização de 7,31% em doze meses. Em março, as transações correntes, apresentaram superávit de US$ 1,94 bilhão, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 20,6 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 7,1 bilhões no mês, as reservas internacionais terminaram fevereiro em US$ 375,3 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 313,7 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em abril de 2017 um superávit de US$ 7,10 bilhões, o maior superávit para o mês e acumula no ano um saldo de US$ 21,38 bilhões, também recorde para o período. Já o fluxo cambial, que é o saldo de entrada e saída de moeda estrangeira do país, registrou em abril um superávit de US$ 9,7 bilhões, o maior resultado desde abril de 2015. Conforme o Bacen, a maior influência foi o resultado da Balança Comercial e da conta financeira que foi superavitária em US$ 2,3 bilhões.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de fevereiro acabou sendo o do IDkA2 (IPCA), com alta de 0,92%, seguido do IRF-M 1, com alta de 0,87% e do CDI, com 0,79%. Em doze meses, o melhor desempenho foi o do IDkA 20A (IPCA) com 26,13%, seguido do IRF-M 1+ com alta de 19,19% e do IMA-B 5+ com alta de 18,67%.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, a alta no mês foi de 0,64% e acumula no ano uma alta de 8,59% e de 21,32% em doze meses.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

Passada a eleição presidencial na França, as atenções se voltam agora para a próxima reunião do BCE em junho, quando o programa de estímulos monetários poderá ser abreviado, bem como para a reunião do FED também em junho, quando nova alta da taxa básica de juros poderá ocorrer em consequência do mercado de trabalho aquecido, mesmo que os salários não venham exercendo pressões inflacionárias até agora. Também o desenrolar do governo Trump, nos EUA, atrai a atenção dos mercados internacionais.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

Em um momento em que a economia do Brasil parece ter feito a curva para cima, segundo a diretora gerente do FMI, Christine Lagarde, torna-se crucial para o mercado financeiro a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária, não só pelo efeito positivo que poderão representar para o mercado de trabalho e para as contas governamentais, como também pelo que irão representar no sentido do país retomar uma agenda positiva de crescimento e produtividade. Outro evento de importância será a reunião do Copom np próximo dia 31, em que nova redução dos juros é esperada.

 

 

 

Cenário Econômico – Março de 2017

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA:

De acordo com o Banco Central, o IBC-Br de janeiro, divulgado no final de março, caiu 0,26% na comparação com o mês anterior. No acumulado de doze meses a atividade econômica encolheu 3,99%. Já em março, a confiança dos empresários da indústria, do comércio e do consumidor atingiram os maiores níveis desde 2014. Por sua vez, a taxa de desemprego chegou a 13,2% no trimestre encerrado em fevereiro, conforme a Pnad Contínua. O contingente de desempregados atingiu 13,5 milhões de pessoas. A renda média de R$ 2.068,00 ficou maior em 1,5% que a recebida no mesmo período de 2016. A boa notícia foi a criação de 35,6 mil novas vagas de trabalho em fevereiro, depois de 22 meses seguidos de resultados negativos, conforme o Caged.

 

SETOR PÚBLICO:

Conforme informou o banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 23,5 bilhões em fevereiro. No ano registrou-se um superávit de R$ 13,2 bilhões. Em doze meses o déficit acumulado alcançou R$ 147,4 bilhões (2,34% do PIB). As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 388,2 bilhões (6,16% do PIB). Já o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 535,6 bilhões (8,49% do PIB), também em doze meses. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em janeiro R$ 4,45 trilhões (70,5% do PIB).

 

INFLAÇÃO:

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu de fevereiro para março, de 0,33% para 0,25% e registrou a menor taxa para o mês desde 2012 e para o trimestre a menor desde 1994, com o Plano Real. Em doze meses, a alta acumulada foi de 4,57% e no ano de 0,96%. As maiores altas de preços foram no grupo habitação, principalmente com a energia elétrica. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,32% em março, após a elevação de 0,24% em fevereiro. Em doze meses a alta foi de 4,57% e no ano de 0,98%.

 

JUROS:

Divulgada no final de março, a ata da última reunião do Copom ilustrou um cenário de inflação sob controle e fraca atividade econômica. Assim, sugeriu um ritmo mais forte de corte nos juros e redução na previsão de evolução do PIB.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO:

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de março cotada em R$ 3,1684, com uma valorização de 2,23% no mês, mas com uma desvalorização de 11,49% em doze meses. Em fevereiro, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 935 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 22,8 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 5,3 bilhões no mês, as reservas internacionais terminaram fevereiro em US$ 375,3 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 315,1 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em março de 2017 um superávit de US$ 7,10 bilhões, o maior superávit para o mês e acumula no ano um saldo de US$ 14,40 bilhões.

 

RENDA FIXA:

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de fevereiro acabou sendo o do IRF-M1+, com alta de 1,63%, seguido do IDkA 2A (IPCA), com alta de 1,62% e do IRF-M Total, com 1,50%. Em doze meses, o melhor desempenho foi o do IDkA 20A (IPCA) com 40,12%, seguido do IMA-B 5+ com 25,27% e do IRF-M 1+ com alta de 23,70%.

 

RENDA VARIÁVEL:

Para o Ibovespa, a queda no mês foi de 2,52%, mas acumula no ano uma alta de 7,90% e de 28,52% em doze meses. Depois de registrar um ingresso líquido de R$ 6,24 bilhões em janeiro e de R$ 339 milhões em fevereiro, os investimentos estrangeiros em ações no Brasil tiveram uma redução de R$ 3,35 bilhões em março, por conta da natural realização de lucros. No entanto, até o dia 06 de abril o ingresso líquido desses investidores já alcança R$ 827 milhões.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL:

Com o FED indicando moderação na elevação dos juros nos EUA e com o BCE e o Banco do Japão ainda praticando taxas negativas, a demanda por títulos de renda fixa e ações dos países emergentes vão ganhando espaço com os investidores globais. Além da busca por uma maior rentabilidade, a melhora dos fundamentos nessas economias sustenta as escolhas. Embora os riscos embutidos sejam maiores, sob o efeito de conflitos geopolíticos ou diante da pouca clareza demonstrada pelo governo Trump em relação aos rumos da economia americana, a alta liquidez reinante no mercado alimenta a disposição de conviver com a maior volatilidade. Essa tendência deve ainda mais se firmar.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL:

No mercado local, as expectativas estarão centradas, além da reforma da Previdência, em que o governo terá que flexibilizar as regras para a sua aprovação, na reunião do Copom no dia 12/04, na qual poderá ser imprimido um novo ritmo de corte da taxa Selic, desta feita de 1%. Fica também a expectativa do comunicado a ser divulgado após o encontro, quanto ao futuro do processo de flexibilização monetária.

 

 

 

Cenário Econômico – Fevereiro de 2017

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA:

De acordo com o IBGE, o PIB do Brasil caiu 3,6% em 2016, depois de ter recuado 3,8% em 2015. Somente no quarto trimestre a queda foi de 0,9%. O setor agropecuário, com o recuo de 6,6% foi o que apresentou a maior baixa, seguido do industrial que caiu 3,8% e o de serviços, com queda de 2,7%. Por sua vez, a taxa de desemprego chegou a 12,6% no trimestre encerrado em janeiro, conforme a Pnad Contínua. O contingente de desempregados atingiu 12,9 milhões de pessoas. A renda média de R$ 2.056,00 ficou maior em 0,4% que a recebida no mesmo período de 2016.

 

SETOR PÚBLICO:

Conforme informou o banco Central, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 36,7 bilhões em janeiro. Em doze meses o déficit acumulado alcançou R$ 147 bilhões (2,33% do PIB), ante déficit de R$ 155,8 bilhões (2,48% do PIB) em 2016. As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 387,2 bilhões (6,13% do PIB). Já o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 534,2 bilhões (8,46% do PIB), também em doze meses. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em janeiro R$ 4,39 trilhões (69,7% do PIB).

 

INFLAÇÃO:

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu de janeiro para fevereiro, de 0,38% para 0,33% e registrou a menor taxa para o mês desde 2000. Em doze meses, a alta acumulada foi de 4,76% e no ano de 0,71%. As maiores altas de preços foram no grupo educação e as maiores quedas no grupo alimentação. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,24% em fevereiro, após a elevação de 0,42% em janeiro. Em doze meses a alta foi de 4,69% e no ano de 0,66%.

 

JUROS:

Em sua segunda reunião de 2017, o Copom, pela quarta vez seguida reduziu a taxa Selic, desta vez de 13% para 12,75% aa. Na ata do encontro, os membros do comitê sinalizaram que o ritmo de queda pode ser acelerado, o que seria uma antecipação do ciclo.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO:

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de fevereiro com o dólar cotado em R$ 3,0993, com uma desvalorização de 0,89% no mês e de 21,34% em doze meses. Em janeiro, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 5,1 bilhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 23,8 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 11,5 bilhões no mês, as reservas internacionais terminaram janeiro em US$ 374,9 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 316,7 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em fevereiro de 2017 um superávit de US$ 4,56 bilhões, o maior superávit para o mês e acumula no ano um saldo de US$ 7,28 bilhões.

 

RENDA FIXA:

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de fevereiro acabou sendo o do IDkA 20A (IPCA), com alta de 9,07%, seguido do IMA-B 5+ com 5,06% e do IMA-B Total, com 3,85%. Em doze meses, o melhor desempenho foi o do IDkA 20A (IPCA) com 68,27%, seguido do IMA-B 5+ com 35,45% e do IRF-M 1+ com alta de 28,97%.

 

RENDA VARIÁVEL:

Para o Ibovespa, a alta no mês foi de 3,08%, no ano de 10,68% e o resultado acumulado em doze meses foi de um expressivo ganho de 59,14%. Além do forte fluxo de investimento estrangeiro, o desempenho das bolsas internacionais no mês acabou por também favorecer as ações locais.

 

PERSPECTIVAS MERCADO INTERNACIONAL:

Se por um lado os juros dos títulos americanos subiram com a expectativa de que o FED execute uma política monetária mais agressiva em 2017, por outro as bolsas também subiram com a expectativa gerada pela mudança tributária que o governo Trump pretende realizar, diminuindo a carga tributária tanto de empresas quanto de indivíduos. Num primeiro momento o principal fato a ser monitorado é a reunião do FED marcada para março, onde uma elevação da taxa é esperada, principalmente graças a robustez do mercado de trabalho e na sequência, o anuncio de medidas do novo governo norte-americano, que deverão vir.

 

PERSPECTIVAS MERCADO NACIONAL:

No mercado local, as expectativas estarão centradas no andamento das reformas propostas pelo governo e pelo eventual impacto que a Operação Lava Jato possa ter sobre ele. Também será importante observarmos os movimentos das autoridades monetárias americanas e os impactos que poderão exercer sobre a conduta da política monetária no Brasil.

 

 

 

Cenário Econômico – Janeiro de 2017

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA:

De acordo com o Banco Central, o IBC-Br, considerado uma prévia da evolução do PIB subiu 0,20% em novembro, na comparação com outubro, mas em doze meses a queda foi de 4,96%. Em dezembro, a produção industrial também subiu, desta feita 2,3%, mas a queda em 2016 foi de 6,6% e em três anos de 16,9%. Por sua vez, a taxa de desemprego chegou a 12% no trimestre encerrado em dezembro, conforme a Pnad Contínua. O contingente de desempregados atingiu 12,3 milhões de pessoas. A renda média de R$ 2.043,00 ficou estável frente ao trimestre anterior. Em janeiro de 2017 entrou em vigor o novo salário mínimo de R$ 937,00, 6,48% superior ao do ano anterior.

 

SETOR PÚBLICO:

Conforme informou o banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 70,7 bilhões em dezembro. No ano de 2016, o déficit acumulado alcançou R$ 155,8 bilhões (2,47% do PIB), ante déficit de R$ 111,2 bilhões (1,85% do PIB) em 2015. As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 407 bilhões (6,46% do PIB). Já o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 562,8 bilhões (8,93% do PIB). A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou em dezembro R$ 4,37 trilhões (69,5% do PIB), reduzindo-se 1,0 p.p. em relação ao mês anterior.

 

INFLAÇÃO:

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu de dezembro para janeiro, de 0,30% para 0,38%, mas ainda assim registrou a menor taxa para o mês de janeiro, desde 1994. Em doze meses, a alta acumulada foi de 5,35%, após fechar o ano de 2016 com alta de 6,29%. É a menor taxa em doze meses desde os 5,28% de setembro de 2012. Em janeiro, o aumento das tarifas dos ônibus urbanos foi o destaque na pressão de alta, além dos alimentos e dos combustíveis. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,42% em janeiro, após a elevação de 0,14% em dezembro e em doze meses fechou com alta de 5,44%.

 

JUROS:

Em sua primeira reunião de 2017, o Copom intensificou o seu ritmo de corte e reduziu a taxa Selic de 13,75% para 13% aa, depois da redução de 14% para 13,75% aa, na última reunião do ano anterior. Na ata do encontro, os membros do comitê concordaram que as evidências apontam um nível de atividade aquém do esperado nos últimos meses e que a inflação caminha para a meta, para justificar a decisão.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO:

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de janeiro com o dólar cotado em R$ 3,127, com uma desvalorização de 4,05% no mês, de 21,80% em doze meses. Em dezembro, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 5,9 bilhões, acumulando no ano de 2016 saldo negativo de US$ 23,5bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 15,4 bilhões, acumulando no ano, um saldo positivo de US$ 78,9bilhões. As reservas internacionais terminaram o mês em US$ 372,2 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 323,7bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em janeiro de 2017 um superávit de US$ 2,72 bilhões, o maior superávit para o mês em onze anos.

 

RENDA FIXA:

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de janeiro acabou sendo o do IDkA 20A (IPCA), com alta de 3,46%, seguido do IRF-M 1+ com 2,66% e do IRF-M Total, com 2,28%. Em doze meses, o melhor desempenho foi o do IDkA 20A (IPCA) com 57,36%, seguido do IMA-B 5+ com 31,10% e do IRF-M 1+ com alta de 27,16%.

 

RENDA VARIÁVEL:

Para o Ibovespa, a alta no mês foi de 7,38% e o resultado acumulado em doze meses foi de um expressivo ganho de 59,41%. A entrada de capital externo na bolsa em janeiro, de R$ 6,24 bilhões foi a mais expressiva desde março do ano passado e colaborou significativamente para que o Ibovespa tivesse alcançado o seu maior patamar desde 2012.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL:

O início do governo Trump foi marcado pelo cumprimento de algumas promessas de campanha, como a retirada dos EUA do acordo comercial Transpacífico, a remodelagem do sistema de saúde criado no governo Obama, entre outras. O mercado agora segue atento e na expectativa de medidas, principalmente em relação às promessas de caráter econômico, como a redução de impostos e regulações, bem como o favorecimento da produção em território americano. Em relação à zona do euro, a atividade econômica iniciou 2017 com força e a retirada dos estímulos do banco central pode ocorrer antes do esperado.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL:

No mercado local, além das expectativas com o novo governo norte-americano, as atenções estarão voltadas para a segunda reunião do Copom em 2017, no mês de fevereiro, depois da mudança do ritmo de corte na primeira reunião e do IPCA de janeiro ser o mais baixo para o mês desde 1994.

Cenário Econômico – Dezembro de 2016

 ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA:

De acordo com o Banco Central, o IBC-Br, considerado uma prévia da evolução do PIB cedeu 0,48% em outubro, na comparação com setembro. Em doze meses a queda foi de 5,28%. Em 2016, o indicador não apresentou queda apenas nos meses de abril e junho. Por sua vez, a taxa de desemprego ficou em 11,9% no trimestre encerrado em novembro, conforme a Pnad Contínua. O contingente de desempregados atingiu 12,1 milhões de pessoas. A renda média de R$ 2.032,00 apresentou queda real de 0,44% frente ao ano anterior.

 SETOR PÚBLICO:

Conforme informou o banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 39,1 bilhões em novembro. No ano, o déficit acumulado alcançou R$ 85,1 bilhões e em doze meses de R$ 156,8 bilhões (2,50% do PIB). As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 424,6 bilhões (6,78% do PIB). Já o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 581,4 bilhões (9,28% do PIB), também em doze meses. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou R$ 4,42 trilhões (70,5% do PIB), elevando-se 1,0 p.p. em relação ao mês anterior.

 INFLAÇÃO:

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acelerou na passagem de novembro para dezembro, de 0,18% para 0,30%, mas ainda assim registrou a menor taxa para o mês de dezembro desde 2008. No ano, a alta acumulada foi de 6,29%. Esse resultado foi melhor do que o estimado pelo governo, pelo Banco Central, pelo FMI e pelo mercado, além de ter ficado abaixo do teto da meta que é 6,50%. Em dezembro o grupo alimentação e bebidas foi o destaque na pressão de alta e a energia elétrica na pressão de baixa. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 0,14% em dezembro e fechou 2016 com um aumento de 6,58%, após ter avançado 11,28% no ano anterior.

 JUROS:

Em sua última reunião em 2016 o Copom reduziu a taxa Selic de 14% para 13,75% aa. Na ata da reunião, divulgada logo no início de dezembro, o comitê indicou que o ritmo de cortes da taxa deve acelerar em janeiro e minimizou as preocupações com o exterior. Afirmou que é razoável esperar uma intensificação do processo de flexibilização monetária caso a atividade econômica não dê sinais claros de retomada, posto que nesse caso as projeções de inflação devem se reduzir.

 CÂMBIO E SETOR EXTERNO:

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de dezembro com o dólar cotado em R$ 3,2591, com uma desvalorização de 4,05% no mês, de 16,54% no ano. Em novembro, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 878 milhões, acumulando em doze meses, saldo negativo de US$ 20,3 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 8,8 bilhões, acumulando em doze meses, um saldo positivo de US$ 78,9 bilhões. As reservas internacionais terminaram o mês em US$ 372,8 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 333,8 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve no ano um superávit de US$ 47,7 bilhões, o maior superávit da história.

 RENDA FIXA:

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês de dezembro acabou sendo o do IDkA 20A (IPCA), com alta de 7,15%, seguido do IMA-B 5+, com 3,71%, e do IMA-B Total, com 2,91%. No ano, o melhor desempenho acumulado até setembro foi do IDkA 20A (IPCA) com 53,19%, seguido do IMA-B 5+ com 31,04% e do IRF-M 1+ com alta de 29,64%.

 RENDA VARIÁVEL:

Para o Ibovespa, a queda no mês foi de 2,71%, no entanto, o resultado acumulado no ano foi de um expressivo ganho de 38,93%.

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL:

Para o mercado internacional o evento mais aguardado no início de 2017 é a posse de Donald Trump como presidente dos EUA. De início, independentemente das medidas que venha anunciar, a volatilidade deve aumentar nos mercados financeiros. Já entre as mediadas que poderão ser adotadas, que provocam expectativas positivas estão a desregulamentação de vários setores e o corte de impostos e do lado negativo possíveis rupturas também com questões fiscais e o acirramento de questões geopolíticas. 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL:

No mercado local, além das expectativas com o novo governo norte-americano, as atenções estarão voltadas para a primeira reunião do Copom em 2017, em que maior agressividade na redução da taxa Selic poderá ser adotada, em função da atividade econômica ainda muito deprimida e das baixas taxas de inflação esperadas.

 

Cenário Econômico – Outubro de 2016

 ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

De acordo com o Banco Central, o IBC-Br, considerado uma prévia da evolução do PIB cedeu 0,91% em agosto, na comparação com julho. Em doze meses a queda foi de 4,43%. Foi o pior resultado mensal desde maio de 2015, quando o indicador caiu 1,02%. Na realidade, os números da economia foram muito ruins em agosto, além da queda da atividade, a forte retração das vendas no varejo e do setor de serviços completaram as más notícias. Por sua vez, a taxa de desemprego ficou em 11,8% no trimestre encerrado em setembro, conforme a Pnad Contínua, sendo que um ano antes a taxa era de 8,9%. O contingente de desempregados permaneceu em 12 milhões de pessoas. A renda média de R$ 2.015,00 apresentou queda real de 2,1% frente ao ano anterior.

 

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 26,6 bilhões em setembro. No ano, o déficit acumulado foi de R$ 85,5 bilhões e em doze meses de R$ 188,3 bilhões (3,08% do PIB). As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 388,5 bilhões (6,35% do PIB). Já o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 576,8 bilhões (9,42% do PIB), também em doze meses. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou R$ 4,33 trilhões (70,7% do PIB), elevando-se 0,6 p.p. em relação ao mês anterior.

 

INFLAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acelerou na passagem de setembro para outubro, de 0,08% para 0,26%, mas ainda assim registrou a menor taxa para o mês de outubro desde 2000. No antepenúltimo mês de 2015, o IPCA tinha aumentado 0,82%. No ano, a alta acumulado é de 5,78%. Em 12 meses, ficou em 7,87%, pela primeira vez abaixo de 8% desde fevereiro de 2015. Nos 12 meses até setembro, o avanço registrado foi de 8,48%. O IPCA de outubro ficou abaixo da média de 0,28% estimada por consultorias e instituições financeiras consultadas pela agência de notícias Reuters. No acumulado em 12 meses, a expectativa era de que a inflação subisse 7,9%. O grupo alimentação, que registrou deflação de 0,05% em outubro, após recuo de 0,29% um mês antes, contém os principais impactos do mês. Na contramão, o grupo transportes foi de queda de 0,10% para alta de 0,75%. Em contrapartida, subiram menos habitação (0,63% para 0,42%), despesas pessoais (0,10% para 0,01%), educação (0,18% para 0,02%) e comunicação (0,18% para 0,07%).

 

JUROS

Em sua última reunião em 19 de outubro, o Copom, por unanimidade decidiu reduzir a taxa Selic em 0,25 pontos, para 14% a.a. Foi o primeiro corte desde outubro de 2012. Sinais de desaceleração da inflação, dúvidas sobre a recuperação da economia e o avanço no Congresso da PEC 241, que limita os gastos públicos, foram fatores citados no comunicado do BC após a reunião. Cortes mais rápidos e maiores foram também condicionados aos avanços do ajuste fiscal. Já na ata da reunião, de tom conservador, o comitê deu a entender que as projeções do mercado para os juros no futuro são mais otimistas do que o cenário econômico atual permitiria. A próxima reunião será em 30 de novembro.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de outubro com o dólar cotado em R$ 3,1811, com uma desvalorização de 2,01% no mês, de 18,53% no ano e de 17,56% em doze meses. No mês a oscilação do dólar foi grande, com a repatriação dos recursos enviados ilegalmente para o exterior pressionando a taxa para baixo e com as eleições americanas pressionando a taxa para cima. Em setembro, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 465 milhões, acumulando em doze meses, saldo negativo de US$ 23,3 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 5,2 bilhões, acumulando em doze meses, um saldo positivo de US$ 73,2 bilhões. As reservas internacionais terminaram o mês em US$ 377,8 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 335,1 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em outubro um superávit de US$ 2,34 bilhões. No acumulado do ano, registrou um superávit de US$ 38,50bilhões.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês acabou sendo o do IRF-M1+, com alta de 1,35%, seguido do IRF-M Total com 1,22%, e do IDkA 20 com 1,09%. No ano, o melhor desempenho acumulado até setembro foi do IDkA 20A (IPCA) com 50,46%, seguido do IMA-B 5+ com 28,98% e do IRF-M 1+ com alta de 26,92%. Um fato positivo a ser citado foi o retorno do investidor estrangeiro á renda fixa brasileira após a perda do grau de investimento e da decisão do impeachment.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, a alta no mês foi de expressivos 11,24%, com forte atuação do investidor estrangeiro, levando o acumulado no ano para um ganho de 49,77% e o em doze meses para 41,54%.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

Depois de ter novamente mantido inalteradas as taxas de juros em sua reunião logo no início de novembro, seguiu aumentando a possibilidade da elevação dos juros nos EUA ainda este ano. Por enquanto, o mercado internacional estará focado nas eleições americanas no dia 8 de novembro. A eleição de Donald Trump continua sendo um evento absolutamente indesejado pelo mercado financeiro internacional, cujas reações adversas seriam imprevisíveis.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

Para o mercado local, as eleições americanas também serão um evento de suma importância, tendo-se em vista a crescente participação que os investidores estrangeiros vêm tendo e poderão ter na precificação dos ativos brasileiros, tanto de renda fixa, quanto variável. Outro evento de suma importância diz respeito à tramitação da PEC 241 no Senado. Caso confirmado o resultado obtido na Câmara dos Deputados, o mercado interpretará a aprovação como comprometimento da classe política ao retorno da disciplina fiscal, ficando aberto o caminho pra novas e importantes reformas que poderão levar o país a conviver com uma inflação e taxas de juros mais baixas, ingredientes necessários para a retomada do crescimento econômico.

 

 

 

Cenário Econômico – Setembro de 2016

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

De acordo com o Banco Central, o IBC-Br, considerado uma prévia da evolução do PIB cedeu 0,09% em julho, na comparação com junho. Em doze meses a queda foi de 5,61%. O consumo das famílias continuou evoluindo de forma negativa, assim como o consumo do governo. No entanto, a diretora-gerente do FMI, em uma análise da economia mundial, afirmou que a Rússia e o Brasil estão mostrando algum sinal de melhora em suas economias. O fato é que a confiança da indústria registrou em setembro a maior marca desde julho de 2014 e a confiança do consumidor chegou ao maior nível em 20 meses, conforme a FGV. Por sua vez, a taxa de desemprego atingiu 11,8% no trimestre encerrado em agosto, conforme a Pnad Contínua, sendo que um ano antes a taxa era de 8,7%. O contingente de desempregados chegou a 12,02 milhões de pessoas. A renda média de R$ 2.011,00 apresentou queda real de 1,7% frente ao ano anterior.

 

SETOR PÚBLICO

Conforme informou o banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 22,3 bilhões em agosto. No ano, o déficit acumulado foi de R$ 58,9 bilhões e em doze meses de R$ 169 bilhões (2,77% do PIB). As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 418 bilhões (6,86% do PIB). Já o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 587 bilhões (9,64% do PIB), também em doze meses. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou R$ 4,27 trilhões (70,1% do PIB), elevando-se 0,5 p.p. em relação ao mês anterior.

 

INFLAÇÃO

Com os preços dos alimentos, especialmente o da carne, exercendo menor pressão, a inflação medida pelo IPCA desacelerou, de 0,44% em agosto para apenas 0,08% em setembro. No ano, a alta acumulada chegou a 5,51%, e em doze meses a 8,48%. Já o INPC, também subiu 0,08% em setembro e acumulou um avanço de 6,18% no ano, e de 9,15% em doze meses.

 

JUROS

Com a divulgação da ata da última reunião do Copom realizada no final de agosto, o Banco Central começou a preparar o terreno para uma redução da taxa Selic num futuro próximo. E no último Relatório Trimestral de Inflação, apresentado em setembro, a autoridade monetária já passou a acreditar na inflação abaixo do centro da meta de 4,5% em 2017. A projeção é de 4,4% para o IPCA no próximo ano, e de 3,8% em 2018.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de setembro cotada em R$ 3,2462, com uma valorização de 0,68% no mês, mas com uma desvalorização de 16,87% no ano e de 21,16% em doze meses. Em agosto, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 579 milhões, acumulando em doze meses, saldo negativo de US$ 25,8bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 7,2 bilhões, acumulando em doze meses, um saldo positivo de US$ 74bilhões. As reservas internacionais terminaram o mês em US$ 378,8 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 338,1 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em setembro um superávit de US$ 3,8 bilhões. No acumulado do ano, registrou um superávit de US$ 36,17 bilhões.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês acabou sendo o do IRF-M1+, com alta de 2,33%, seguido do IRF-M Total com 1,96%, e do IMA-B 5+ com 1,57%. No ano, o melhor desempenho acumulado até setembro foi do IDkA 20A (IPCA) com 48,84%, seguido do IMA-B 5+ com 28,05% e do IRF-M 1+ com alta de 25,23%.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, a alta foi de 0,80%, levando o acumulado no ano para um ganho de 34,64%, e em doze meses para 32,26%.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

Depois de ter mantido inalteradas as taxas de juros em sua reunião de setembro, aumentou a possibilidade da elevação dos juros nos EUA. O mercado internacional estará focado na próxima reunião do FED no dia 2 de novembro e nas eleições americanas no dia 8 seguinte. A eleição de Donald Trump seria um evento absolutamente inesperado e indesejado pelo mercado financeiro, cujas reações adversas seriam imprevisíveis.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

Para o mercado local, o fato de maior importância será a aprovação da PEC 241, que estabelece um teto para os gastos públicos federais, a melhor forma de ajuste fiscal, por ser gradual e por talvez dispensar a necessidade do aumento de impostos. Para os economistas, o ajuste fiscal poderia levar o país a uma queda duradoura das taxas de juros. Depois da boa surpresa com a inflação de setembro, que atingiu o menor patamar para o mês desde 1989, o presidente do Banco Central afirmou que é preciso serenidade, já que há muito ainda a ser feito para a recuperação de nossa economia. Em outubro, o Copom irá se reunir novamente.

 

 

 

Cenário Econômico – Agosto de 2016

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

De acordo com o IBGE, o PIB brasileiro teve queda pelo sexto trimestre consecutivo, desta vez de 0,6%, no segundo trimestre de 2016. Entretanto, sinais positivos surgiram na indústria e nos investimentos. Pelo lado da oferta, a agropecuária registrou queda de 2% no período, a indústria uma leve alta de 0,3% e o setor de serviços um recuo de 0,8%. Pelo lado da demanda, o consumo das famílias caiu 0,7%, os gastos do governo 0,5%, mas os investimentos cresceram 0,4%. Em relação ao mesmo período de 2015, o PIB recuou 3,8%. A queda do setor agropecuário chegou a 3,1%, a do setor industrial a 3%, e a do setor de serviços a 3,3%. O consumo das famílias recuou 5%, os gastos do governo 2,2% e os investimentos 8,8%. Por sua vez, a taxa de desemprego atingiu 11,6% no trimestre encerrado em julho, conforme a Pnad Contínua, sendo que um ano antes a taxa era de 8,6%. O contingente de desempregados chegou a 11,8 milhões de pessoas. A renda média de R$ 1.985,00 apresentou queda real de 3% frente ao ano anterior, quando era de R$ 2.048,00.

 

SETOR PÚBLICO

De acordo com a Receita Federal, a arrecadação federal recuou 5,8% em julho, sobre igual mês do ano passado. E conforme informou o banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 12,8bilhões em julho. No ano, o déficit acumulado foi de R$ 36,6bilhões e em doze meses de R$ 154 bilhões (2,54% do PIB). As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 427,1bilhões (7,04% do PIB). Já o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 581,1bilhões (9,58% do PIB), também em doze meses. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou R$ 4,21trilhões (69,5% do PIB), elevando-se 1 ponto percentual em relação ao mês anterior.

 

INFLAÇÃO

Com os preços dos alimentos exercendo menor pressão, a inflação medida pelo IPCA desacelerou de 0,52% em julho, para 0,44% em agosto. No ano, a alta acumulada chegou a 5,42%, abaixo dos 7,06% registrado em igual período do ano anterior. Em doze meses acumulou 8,97%, também abaixo dos 9,53%, relativos aos doze meses imediatamente anteriores, embora no mês de julho acumulasse alta de 8,74% em doze meses. Já o INPC, subiu 0,31% em julho e acumulou um avanço de 6,09% no ano e 9,62% em doze meses.

 

JUROS

Em reunião realizada no final de agosto, o Comitê de Política Monetária do Banco Central – COPOM decidiu, por unanimidade, manter, pela nona vez seguida, a taxa Selic em 14,25% ao ano. Em comunicado, o Copom condicionou a redução da taxa básica de juros à queda da inflação e à redução da incerteza sobre o ajuste fiscal proposto pelo novo governo.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de agosto cotada a R$ 3,2403, com uma valorização de apenas 0,04% no mês, mas com uma desvalorização de 17,02% no ano e de 9,46% em doze meses. Em julho, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 4,1bilhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 27,9 bilhões. Em relação a 2015, graças a taxa de câmbio mais forte, a queda do déficit foi de 71%. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 78 milhões, acumulando em doze meses, um saldo positivo de US$ 72 bilhões. As reservas internacionais terminaram o mês em US$ 377,5 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 338,1 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em agosto um superávit de US$ 4,1 bilhões. No acumulado do ano, registrou um superávit de US$ 32,37 bilhões, recorde para o período de acordo com a série histórica iniciada em 1989.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês acabou sendo o do IDkA 2A (IPCA) com 1,29% de alta, seguido do IRF-M1, com avanço de 1,19% e do IMA-B 5, com 1,09%. No ano, o melhor desempenho acumulado até agosto foi do IDkA 20A (IPCA) com 46,60%, seguido do IMA-B 5+ com 25,95% e do IRF-M 1+ com alta de 22,39%.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa foi outro mês de alta, de 1,03%, levando o acumulado no ano para um ganho de 33,57% e o em doze meses para 22,79%. O desempenho da bolsa continuou revelando otimismo com a economia brasileira após o impeachment, tanto do investidor local, quanto do estrangeiro, que de janeiro a julho já aportou R$ 16,8 bilhões em nosso mercado de ações.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

Com os fortes dados sobre a criação de novas vagas de trabalho em julho e por conta de pronunciamentos de membros do FED sobre a melhoria dos indicadores econômicos, o mercado passou a acreditar na possibilidade da alta dos juros na reunião de política monetária agendada para o final de setembro. Entretanto, os dados sobre emprego de agosto enfraqueceram essa perspectiva, muito embora instituições financeiras e economistas renomados ainda acreditem nessa possibilidade, ou mesmo na elevação da taxa ainda em 2016. Outro importante evento que se aproxima é a eleição presidencial nos EUA em novembro. Pelo bom comportamento dos ativos de risco, como ações, o mercado acredita que a eleição presidencial está resolvida a favor da senhora Clinton e que as políticas do atual governo permanecerão praticamente inalteradas. Por ora, só resta aguardar os próximos passos dos candidatos e seus reflexos nas pesquisas de intenção de voto.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

Com a definição do impeachment e a posse do presidente Michel Temer, o mercado financeiro nacional e internacional se volta agora para o ajuste fiscal e para as reformas necessárias para a retomada do crescimento econômico sustentado. É de suma importância que os sinais de melhora, tanto da confiança do consumidor quanto do produtor e do fornecedor de serviços, não afastem o governo e os políticos da necessidade de medidas enérgicas e urgentes que devem ser tomadas. Disso dependem os investimentos privados nacionais que precisam ser retomados, como também os investimentos externos necessários como reforço à poupança interna. Em setembro, evento de suma importância será a reunião do banco central americano, em um momento em que o mercado financeiro internacional começa a questionar a eficácia das taxas de juros negativas praticadas por diversos países. Uma mudança da política monetária dos EUA, neste momento, poderá trazer forte volatilidade para os mercados e provocar a reprecificação de uma série de ativos, com grandes possibilidades na criação de pré-condições para que as elevadíssimas taxas de juros praticadas no Brasil possam enfim começar a recuar.

 

 

 

Cenário Econômico – Julho de 2016

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

Conforme o Banco Central, a economia brasileira voltou a cair em maio. O IBC-Br, considerado prévia do PIB, teve variação negativa de 0,5% em maio, na comparação com abril, em dado dessazonalizado. Foi o maior recuo do nível de atividade econômica desde janeiro. Entretanto, o FMI melhorou a projeção para o PIB do país de uma queda de 3,8% para 3,3%. Para a instituição, o consumo deve melhorar com a volta da confiança dos agentes econômicos, uma das evidencias de virada da economia. Para 2017 estimou um crescimento de 0,5%. Por seu turno, conforme o IBGE, a taxa de desemprego atingiu 11,3% no trimestre encerrado em junho, com 11,6 milhões de pessoas desocupadas. Os números mostram uma tendência de estabilização, na comparação com as leituras dos trimestres encerrados em abril (11,2%) e maio (11,2%) deste ano.

 

SETOR PÚBLICO

De acordo com a Receita Federal, a arrecadação federal recuou 7,14% em junho, sobre igual mês do ano passado. E conforme informou o banco Central, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 10,1 bilhões em junho. No ano, o déficit acumulado foi de R$ 23,8 bilhões e em doze meses um déficit de R$ 151,2 bilhões (2,51% do PIB). As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 449,2 bilhões (7,45% do PIB). Já o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 600,5 bilhões (9,96% do PIB), também em doze meses. A dívida bruta do governo geral (governo federal, mais INSS, mais governos regionais) alcançou R$ 4,13 trilhões (68,5% do PIB), mantendo-se estável em relação ao mês anterior.

 

INFLAÇÃO

Pressionada por alimentos, como o feijão e o leite, a inflação medida pelo IPCA acelerou de 0,35% em junho, para 0,52% em julho. No ano, a alta acumulada chegou a 4,96%, abaixo dos 6,83% registrado em igual período do ano anterior. Em doze meses acumulou 8,74%, também abaixo dos 8,84%, relativos aos doze meses imediatamente anteriores. Já o INPC, subiu 0,64% em julho e acumulou um avanço de 5,76% no ano e 9,56% em doze meses.

 

JUROS

Em reunião realizada no final de julho, já comandada por Ilan Goldfajn, o Comitê de Política Monetária do Banco Central – COPOM decidiu, por unanimidade, manter novamente inalterada a taxa Selic em 14,25% ao ano. Na ata da reunião, o comitê avaliou que o processo de queda da inflação no Brasil tem se desenvolvido em velocidade aquém da almejada, e acrescentou que o balanço de riscos indica não haver espaço para o corte de juros no momento.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de julho cotada a R$ 3,239, com uma valorização de 0,91% no mês, mas com uma desvalorização de 17,05% no ano, e de 4,21% em doze meses. Em junho, as transações correntes, apresentaram déficit de US$ 2,5 bilhões, acumulando em doze meses, saldo negativo de US$ 29,4 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 3,9 bilhões, acumulando em doze meses um saldo positivo de US$ 78 bilhões. As reservas internacionais terminaram o mês em US$ 376,7 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 332,6 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em julho um superávit de US$ 4,6 bilhões. No acumulado do ano, registrou um superávit de US$ 28,2 bilhões, o maior saldo para o período em 28 anos.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices de mercado Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês acabou sendo o do IDkA 20A (IPCA) com 5,44% de alta, seguido do IMA-B 5+, que avançou 3,34%, e do IMA-B Total, com 2,51% de valorização. No ano, o melhor desempenho acumulado até junho foi do IDkA 20A (IPCA) com 45,20%, seguido do IMA-B 5+ com 24,86%, e do IRF-M 1+ com alta de 21,33%.

 

RENDA VARIÁVEL

O principal índice da bolsa paulista encerrou o semestre aos 51.526 pontos, registrando uma alta no mês de junho de 11,22%, e levando o acumulado no ano para um ganho de 32,20%, e em doze meses para 15,54%. O desempenho da bolsa revelou otimismo com a economia brasileira, tanto do investidor local, quanto do estrangeiro, que de janeiro a julho já aportou R$ 16,8 bilhões em nosso mercado de ações.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

Depois do baixo crescimento do PIB americano, o mercado financeiro aposta que há chance de quase 50% de elevação da taxa básica de juros americana ainda este ano. A maioria então acredita que ela ocorrerá somente em 2017. Essa crença jogou as taxas de juros ainda mais para baixo, um movimento que deverá perdurar nos próximos meses. Depois do banco central japonês e do da zona do euro, o rendimento negativo chegou também para os títulos emitidos pelo governo alemão. Pela primeira vez na história, o país emitiu títulos de 10 anos com juros negativos. Nesse contexto, os investidores internacionais, dispostos a correrem maiores riscos, estão se dirigindo aos mercados emergentes em busca de melhores retornos, movimento que deve se intensificar à frente.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

Está reservada para agosto a votação do impeachment da presidente Dilma. Com essa expectativa e com a confiança transmitida pela nova equipe econômica, os ativos brasileiros continuaram a se valorizar, a confiança do consumidor e dos empresários voltou a crescer e a esperança de que o governo consiga alcançar o reequilíbrio das contas públicas, fundamental para o crescimento do país e do combate à inflação, se reavivou diante da demonstração de apoio do Congresso Nacional em votações recentes a favor do governo. Para o mercado financeiro, é perceptível que a não confirmação do impeachment significaria, não só a reversão de todos os ganhos até agora obtidos, como também a ocorrência de novas e significativas perdas em um cenário de caos político e econômico. No entanto, pelo andar dos acontecimentos recentes, essa possibilidade está afastada do cenário base do mercado. Soma-se a este sentimento de otimismo, o cenário externo atual é favorável a um novo movimento de migração de recursos de investidores em busca de prêmio. Há um volume de dinheiro astronômico aplicado lá fora em títulos com rentabilidade negativa, algo em torno de US$ 15 trilhões. No momento em que as taxas de juros estão nas mínimas históricas no exterior, o apetite pelos juros brasileiros, cuja diferença em relação aos praticados nos países desenvolvidos é a maior em dez anos, deverá resultar no ingresso de novos e significativos recursos externos para a compra dos títulos brasileiros, movimento que deverá se intensificar ao longo do tempo, na medida em que as perspectivas de melhora do rating externo do país se intensifiquem. Tal expectativa também diz respeito aos investimentos diretos na produção e no mercado de renda variável. É sabido que, das aplicações em renda fixa prefixadas, como é o caso das NTN-B, quanto mais longo for o prazo do vencimento, maior é a possibilidade de ganhos com a precificação dos títulos a valor de mercado. Dada a magnitude da diferença entre os juros internos e os externos, poderemos estar diante de um momento histórico para a obtenção de ganhos com a queda, ao longo do tempo, dos juros locais. Para tanto, além da confirmação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, é importante que monitoremos o andamento das reformas necessárias para colocar o país no rumo do crescimento econômico de forma sustentada. Lembramos que, se de um lado o cenário atual ainda envolve uma certa quantidade de riscos, por outro lado os mercados financeiros e de capitais têm como característica a precificação antecipada dos fatos, quanto maiores forem as evidências de que se concretizem.

 

 

 

Cenário Econômico – Junho de 2016

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

Conforme dados divulgados pelo Bacen, a economia brasileira iniciou o segundo trimestre do ano praticamente estagnada. O IBC-Br teve variação positiva de 0,03% em abril, na comparação com março, em dado dessazonalizado. Em maio, a produção industrial ficou estável e em junho o índice de confiança da indústria teve o maior nível em um ano. Já a confiança do consumidor também subiu em junho, depois de quarenta meses em queda, de acordo com a Fecomercio. Por seu turno, conforme divulgado pelo IBGE, a taxa de desemprego atingiu 11,2% no trimestre encerrado em maio, com 11,4 milhões de pessoas desocupadas. É a maior já registrada pela série histórica do indicador, que teve início em janeiro de 2012. Porém, é a mesma taxa do trimestre encerrado em abril, o que pode indicar uma certa resistência na expansão do desemprego.

 

SETOR PÚBLICO

De acordo com a Receita Federal, a arrecadação federal recuou 4,81% em maio e a queda no ano chegou a 7,36%. E conforme informou o Bacen, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 18,1bilhões em maio. No ano, o déficit acumulado foi de R$ 13,7bilhões e em doze meses um déficit de R$ 150,5 bilhões (2,51% do PIB). As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 454bilhões (7,57% do PIB). Já o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 604,6 bilhões (10,08% do PIB), também em doze meses.

A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou R$ 4,11 trilhões (68,6% do PIB), elevando-se em 0,9 p.p. em relação ao mês anterior.

 

INFLAÇÃO

Mesmo com o feijão tipo carioca subindo mais de 40% no mês, além do aumento dos preços de outros alimentos, o IPCA desacelerou em junho, para fechar o mês com alta de 0,35%. No ano a alta acumulada chegou a 4,42%, abaixo dos 6,17% registrado em igual período do ano anterior e em doze meses acumulou 8,84%.

O índice de difusão da inflação, divulgado pelo Valor Econômico foi de 55,2%, frente a 63% no mês anterior.

Já o INPC, subiu 0,47% em junho e acumulou um avanço de 5,09% no ano e 9,49% em doze meses. O IGP-M, por outro lado, acelerou para 1,69% em junho, após marcar 0,82% no mês anterior, atingindo uma elevação de 12,21% em doze meses.

 

JUROS

Em reunião realizada no início de junho, o Comitê de Política Monetária do Banco Central – COPOM decidiu, por unanimidade, manter novamente inalterada a taxa Selic em 14,25% ao ano. Foi a última reunião sob o comando de Alexandre Tombini, sendo que a próxima já será conduzida por Ilan Goldfajn, o novo presidente do Bacen. Na ata, o Bacen previu que o IPCA atingirá a meta de 4,5%, que não será alterada para 2017.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de maio cotada a R$ 3,2298, com uma desvalorização de 10,16% no mês e de 17,29% no ano, mas com uma valorização de 4,10% em doze meses. Em maio, as transações correntes, apresentaram superávit de US$ 1,2 bilhão, acumulando em doze meses, saldo negativo de US$ 29,5bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 6,1bilhões, acumulando em doze meses, um saldo positivo de US$ 79,4bilhões. As reservas internacionais terminaram o mês em US$ 374,6 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 331,4 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em junho um superávit de US$ 3,9bilhões. No acumulado do ano, registrou um superávit de US$ 23,6 bilhões, o maior saldo para o primeiro semestre em 28 anos.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês acabou sendo o do IDkA 20A (IPCA) com 5,20% de alta, seguido do IMA-B 5+, com avanço de 2,57% e do IMA-B Total, com 1,92%. No ano, o melhor desempenho acumulado até junho ou no primeiro semestre foi do IDkA 20A (IPCA) com 37,70%, seguido do IMA-B 5+com 20,82%. Nos subíndices referenciados em taxas pré-fixadas, destaque para o IRF-M 1+ com alta de 2,66% no mês e 19,58% no ano. Cabe destacar que a Caderneta de Poupança, a aplicação de renda fixa mais popular do país, teve fuga recorde de recursos no primeiro semestre. Os resgates líquidos totalizaram R$ 42,6 bilhões, a maior perda de aplicações para o período em 22 anos. Além da baixa rentabilidade oferecida, o aumento do desemprego e da inadimplência motivaram os saques.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, foi um mês de recuperação, com alta expressiva de 6,30% aos 51.526 pontos, levando o acumulado no ano para um ganho de 18,86%. A queda do dólar e dos CDS (Credit Default Swaps) tem direcionado um fluxo positivo de recursos para o Brasil em busca de “yields”, aumentando o apetite dos investidores pelo risco.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

No relatório denominado “As perspectivas econômicas para a Europa após o voto do Brexit”, a agência Standard & Poor’s afirmou que o impacto do Brexit será concentrado na economia britânica, mas com importantes ramificações no resto da Europa, em especial na zona do euro. Para escapar de uma recessão, o Reino Unido terá que enfrentar numerosos desafios. Por outro lado, o mercado internacional estará de olho na próxima reunião do FED, em julho, aguardando a decisão em relação à taxa de juros.

A ata da última reunião deixou claro que os membros do Fomc não se sentem seguros em mexer no juro até que se possa entender com maior clareza as consequências da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

Ao que tudo indica, em agosto será votado o afastamento definitivo da presidente Dilma, que deverá representar um marco importante para as iniciativas governamentais de maior peso, principalmente no que se refere á política econômica. É consenso entre os principais analistas econômicos, que o governo provisório está no rumo certo, mas que os resultados levam algum tempo até aparecerem. Para recolocar a economia brasileira rumo ao crescimento econômico, é consenso no mercado que é preciso reconstruir o tripé formado pela responsabilidade fiscal, controle da inflação e câmbio flutuante. O primeiro elemento do tripé é o que demanda medidas mais urgentes, como o aprofundamento do corte de gastos e outras, inclusive de caráter impopular, como o aumento de impostos, que visem o aumento da arrecadação federal. A continuidade do programa de concessões e a privatização de empresas estatais viriam a complementar o esforço.

 

 

 

Cenário Econômico – Maio de 2016

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

Conforme divulgou o IBGE, o Produto Interno Bruto – PIB do Brasil teve queda de 0,3% no primeiro trimestre de 2016, em comparação com o trimestre anterior. Foi a quinta queda trimestral seguida do PIB do país, embora menor que as previsões iniciais. Pelo lado da oferta, o setor agropecuário caiu 0,3%, o industrial 1,2% e o de serviços, 0,2%. Pelo lado da demanda, os investimentos caíram 2,7%, o consumo das famílias 1,7%, enquanto o consumo do governo subiu 1,1%. Já a taxa de desemprego medida através da Pnad Contínua alcançou 11,2% no trimestre encerrado em abril. O número de pessoas desocupadas atingiu 11,4milhões.

 

SETOR PÚBLICO

Além do anuncio de uma série de medidas para equacionar a situação fiscal do país sob o novo governo, conforme foi abordado no Nossa Visão, de publicação semanal, foi divulgado que o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 10,2 bilhões em abril. No ano, o superávit acumulado foi de R$ 4,4bilhões e em doze meses um déficit de R$ 139,3 bilhões (2,33% do PIB). As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 464,4bilhões (7,76% do PIB). Já o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 603,7 bilhões (10,08% do PIB), também em doze meses. A dívida bruta do governo geral (governo federal, mais INSS, mais governos regionais) alcançou R$ 4,04 trilhões (67,5% do PIB), elevando-se em 0,3 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Ainda em abril, já descontada a inflação, a arrecadação do governo federal com impostos caiu 7,10%, em relação ao mesmo mês do ano anterior, e acumulou queda de 7,91% no quadrimestre. Foi também aprovada, pelo Congresso Nacional, a nova meta fiscal de R$ 170,5 bilhões para este ano, que equivale a aproximadamente 2,80% do PIB.

 

INFLAÇÃO

A volta da pressão sobre os preços administrados, como água e esgoto, remédios, cigarro e energia elétrica, fizeram com que o IPCA fechasse o mês de maio acelerando a 0,78%, novamente acima das previsões após se situar em 0,61% em abril. No grupo Alimentação e bebidas os preços continuaram a aumentar, embora menos do que no mês anterior. No ano acumulou alta de 4,05%, e em doze meses de 9,32%. No entanto, o índice de difusão da inflação, divulgado pelo Valor Econômico foi de 63%, frente a 66,8% no mês anterior. Já o INPC, subiu 0,98% em maio e acumulou um avanço de 9,82% em doze meses.

 

JUROS

Em reunião realizada já no início de junho, o Comitê de Política Monetária do Banco Central – COPOM decidiu, por unanimidade, manter novamente inalterada a taxa Selic em 14,25% ao ano. Foi a última reunião sob o comando de Alexandre Tombini, sendo que a próxima já será conduzida por Ilan Goldfajn, o novo presidente do BC.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de maio cotada a R$ 3,5951, com uma valorização de 4,18% no mês, acumulando uma desvalorização de 7,93% no ano e uma valorização de 13,10% em doze meses. Em abril, as transações correntes, apresentaram superávit de US$ 412 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 34,1bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 6,8bilhões, acumulando em doze meses, um saldo positivo de US$ 79,9 bilhões. As reservas internacionais terminaram o mês em US$ 376,7 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 337,8 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em maio um superávit de US$ 6,4 bilhões. No acumulado do ano, registrou um superávit de US$ 19,7bilhões.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices de mercado Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês acabou sendo o do IRF-M 1com 1,07% de alta, seguido do IMA-B 5, com avanço de 0,80% e do IDkA 2 (IPCA), com 0,63%. Nenhum deles superou o CDI, com alta de 1.11%. No ano o melhor desempenho acumulado até março foi do IDkA 20A (IPCA) com 30,89%, seguido do IMA-B 5+ com 17,79% e do IRF-M 1+ com alta de 16,48%.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa foi um mês de forte baixa, com a queda de 10,09% basicamente dirigida por fatores políticos, mas ainda acumulando em 2016 uma alta de 11,82%.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO INTERNACIONAL

O Banco Central Europeu elevou a sua projeção de inflação para 2016, de 0,1% para 0,2% e estimou que o avanço dos preços permanecerá abaixo da sua meta até 2018. Para a evolução do PIB neste ano, a estimativa foi alterada de uma alta de 1,4% para 1,6%.

Já o Banco da Inglaterra advertiu que uma possível saída do Reino Unido, da União Europeia, a ser decidida em um referendum no dia 23 de junho próximo, poderá desacelerar o crescimento da economia britânica e elevar o desemprego de forma importante. Como sempre, o mercado internacional estará de olho na próxima reunião do FED, desta feita no dia 15 de junho, aguardando a decisão em relação à taxa de juros. Depois da decepcionante criação de novas vagas de emprego em maio, os economistas, bem como os investidores, passaram a acreditar na manutenção da taxa.

 

PERSPECTIVAS – MERCADO NACIONAL

Como temos comentado no Nossa Visão, o jogo político segue evoluindo tendo como pano de fundo a questão do impeachment, a formação do governo provisório do presidente Temer e as medidas já adotadas, bem como os desdobramentos da operação Lava Jato. Se por um lado a qualidade da atual equipe econômica já tenha ascendido uma luz de otimismo para que o investimento empresarial passe a se recuperar, por outro, os fatos políticos seguirão condicionando fortemente o comportamento do mercado financeiro e o da economia real. Definida a questão do impeachment, acreditamos no equacionamento fiscal que, aliado a uma nova condução do Banco Central, de caráter eminentemente técnico, possibilitará o desarme das piores expectativas quanto à inflação e, portanto, de uma política monetária menos restritiva.

 

 

 

Cenário Econômico – Abril de 2016

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA

De acordo com o indicador de atividade do Banco Central, o IBC-Br, a economia brasileira registrou, em fevereiro, o décimo segundo mês consecutivo de retração. Desta vez, a queda foi de 0,29% no mês, e 4,75% em doze meses. Também em fevereiro, a produção industrial recuou 2,5%, acumulando no ano uma queda de 11,8%. Por seu turno, as vendas no varejo aumentaram 1,2% no mês, mas acumulam baixa de 5,3% em doze meses. Já a taxa de desemprego, medida através da Pnad Contínua, alcançou 10,9% no trimestre encerrado em março. O número de pessoas desocupadas registrou 11,1milhões.

 

SETOR PÚBLICO

O setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 10,6 bilhões em março. No ano, o déficit acumulado foi de R$ 5,8 bilhões, e em doze meses de R$ 136bilhões (2,28% do PIB). As despesas com juros nominais, em doze meses, totalizaram R$ 443,3 bilhões (7,44% do PIB). Já o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 579,3 bilhões (9,73% do PIB), também em doze meses. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou R$ 4trilhões (67,3% do PIB), reduzindo-se em 0,4 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Ainda em março, já descontada a inflação, a arrecadação do governo federal com impostos caiu 6,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior, acumulando queda de 8,19% no trimestre.

 

INFLAÇÃO

Graças aos avanços nos preços dos alimentos e dos remédios, principalmente, o IPCA fechou o mês de abril subindo 0,61%, acima das previsões dos analistas do mercado. No ano acumulou alta de 3,25%, e em doze meses de 9,28%. O índice de difusão da inflação, divulgado pelo Valor Econômico foi de 66,8%, frente a 69,4% no mês anterior. Já o INPC subiu 0,64% em abril, acumulando um avanço de 3,58% no ano e de 9,83% em doze meses.

 

JUROS

Em reunião realizada no final de abril, o Comitê de Política Monetária do Banco Central – COPOM decidiu, por unanimidade, manter inalterada a taxa Selic em 14,25% ao ano. E na ata da reunião, afastou a possibilidade de redução da taxa enquanto a inflação não der sinais de rumar para o centro da meta de 4,5%.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de abril cotada a R$ 3,4508, com uma desvalorização de 3,04% no mês, acumulando uma desvalorização de 11,63% no ano e uma valorização de 19,23% em doze meses. Em março, as transações correntes apresentaram um déficit de US$ 855 milhões, acumulando em doze meses saldo negativo de US$ 41,4 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de recursos da ordem de US$ 5,6 bilhões, acumulando em doze meses um saldo positivo de US$ 78,9 bilhões. As reservas internacionais terminaram o mês em US$ 375,2 bilhões, e a dívida externa bruta em US$ 333,6 bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em abril um superávit de US$ 4,8 bilhões. No acumulado do ano, registrou um superávit de US$ 13,2 bilhões.

 

RENDA FIXA

Dos subíndices Anbima, que referenciam os fundos compostos por títulos públicos disponíveis para os RPPS, o melhor desempenho no mês acabou sendo o do IDkA 20A (IPCA) com 9,25% de alta, seguido do IMA-B 5+, com avanço de 5,37%, e do IRF-M 1+, com 4,80%. No ano o melhor desempenho acumulado até março foi do IDkA 20 A (IPCA) com 33,60%, seguido do IMA-B 5+ com 18,66% e do IRF-M 1+ com alta de 16,65%.

 

RENDA VARIÁVEL

Para o Ibovespa, foi outro mês de forte alta, com uma valorização de 7,70%, acumulando em 2016 uma alta de 24,36%. Teve presença firme no mercado o investidor estrangeiro, que foi responsável por um ingresso líquido de R$ 2,9 bilhões para a compra de ações, elevando o acumulado no ano para R$ 13,5 bilhões.

 

MERCADO NACIONAL

Também no mês de maio, com a votação do impeachment no Senado, que poderá implicar no afastamento da presidente por 180 dias até o julgamento final, os fatos políticos continuarão tendo maior destaque do que os fatos econômicos, e assim influenciando os ativos, tanto de renda fixa quanto de renda variável. As principais dúvidas do mercado passarão, então, a repousar na equipe a ser formada pelo presidente interino e na movimentação das forças políticas no sentido da recuperação do país. As incertezas ainda continuarão sendo enormes. Como os mercados continuaram a antecipar uma série de fatos, inclusive a possibilidade de redução da taxa Selic, a sua confirmação pode não trazer ganhos adicionais para os ativos de renda fixa e variável. No entanto, a não confirmação deles pode reverter todos os ganhos recentemente obtidos.

 

 

 

Cenário Econômico – Março de 2016

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA:

De acordo com o indicador de atividade do Banco Central, o IBC-Br, divulgado em meados de março, a economia registrou, em janeiro, o décimo primeiro mês consecutivo de retração. Desta vez, a queda do indicador foi de 0,61%, e nos doze meses, encerrado em janeiro, a retração foi de 4,48%. Conforme o Relatório de Inflação, divulgado no último dia de março, o Banco Central previu uma queda de 3,5% para o PIB, em 2016. Se tomarmos por base a produção industrial, o quadro pode ser ainda pior. Em fevereiro ela recuou 2,5%, na comparação com o mês anterior e nos dois primeiros meses do ano já acumulou uma queda de 11,8%. Nos últimos doze meses a queda foi um pouco menor, de 9%. Já a taxa de desemprego medida através da Pnad Contínua, alcançou 9,5% no trimestre encerrado em janeiro, sendo que no anterior era de 9%. O número de pessoas desocupadas foi de 9,6 milhões. Por sua vez, a taxa de desemprego apurada através da Pesquisa Mensal de Emprego – PME, realizada em seis regiões metropolitanas do país, cresceu de 7,6% em janeiro, para 8,2% em fevereiro. Nesse mês, o rendimento real dos trabalhadores foi de R$ 2.227,50, com uma queda de 7,5% na comparação com o ano anterior.

 

SETOR PÚBLICO:

O setor público consolidado (governo central mais regionais mais estatais) registrou déficit primário de R$ 23 bilhões em fevereiro. No ano, o superávit acumulado foi de R$ 4,9 bilhões, frente a um superávit de R$ 18,8 bilhões no mesmo período em 2015. Esse foi o pior bimestre para as contas públicas em 15 anos. Em doze meses o resultado primário foi deficitário em R$ 125,1 bilhões (2,11% do PIB). As despesas com juros foram de R$ 29,8 bilhões no mês, sendo que em doze meses totalizaram R$ 513,4 bilhões (8,64% do PIB). Já o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 52,8 bilhões em fevereiro, e acumulou R$ 638,6 bilhões em doze meses (10,75% do PIB). O déficit nominal do mês foi financiado mediante expansão de R$ 23,9 bilhões na dívida mobiliária. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou R$ 4,01 trilhões (67,6% do PIB), elevando-se em 0,2p.p. em relação ao mês anterior. Ainda em fevereiro, já descontada a inflação, a arrecadação do governo federal com impostos caiu 11,5%, em relação ao ano anterior, somando R$ 87,8 bilhões.

 

INFLAÇÃO:

Graças à queda na tarifa de energia elétrica, o IPCA fechou o mês de março com uma variação de 0,43%, de novo, um pouco abaixo das previsões. No trimestre acumulou alta de 2,62%, e em doze meses alta de 9,39%. O índice de difusão da inflação, divulgado pelo Valor Econômico caiu, mas ainda permaneceu alto, foi de 69,4%. Os maiores aumentos de preços foram os dos alimentos e do vestuário. Já o INPC, subiu 0,44% em março e acumulou um avanço de 2,93% no ano e de 9,91% em doze meses. Por seu turno, a inflação do aluguel, medida através do IGP-M, registrou alta de 0,51% em março, acumulando um avanço de 11,56% em doze meses. Para o Banco Central, conforme o Relatório de Inflação, a previsão é de que o IPCA subirá 6,6% em 2016. É a primeira vezque, no relatório, estima o indicador acima do teto da meta que é 6,5%.

 

JUROS:

Em reunião realizada logo no início de março, o Comitê de Política Monetária do Banco Central – COPOM decidiu manter inalterada a taxa Selic em 14,25% ao ano. Novamente, dois diretores foram favoráveis a um aumento de 0,5 p.p. Embora para os economistas do mercado financeiro, conforme revelou o Relatório Focus, a taxa Selic possa cair para 13,75% no final do ano, para o Banco Central, conforme revelou a ata da última reunião, não há essa possibilidade. E através do Relatório de Inflação, os seus dirigentes afirmaram que as condições atuais da economia não permitem trabalhar com a hipótese de flexibilização monetária.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO:

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de março cotada a R$ 3,5589, com uma desvalorização de 10,57% no mês e acumulando uma desvalorização de 8,86% no ano, e uma valorização de 9,17% em doze meses. Assim, o real foi a moeda com a segunda maior valorização global no trimestre. Em fevereiro, as transações correntes, apresentaram um déficit de US$ 1,9 bilhão, menor rombo mensal desde agosto de 2009, acumulando em doze meses, déficit de US$ 46,3 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 5,9 bilhões, enquanto os investimentos em renda fixa uma redução de US$ 5,9 bilhões. O ingresso líquido em ações foi de US$ 639 milhões. As reservas internacionais terminaram o mês em US$ 371,1 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 330,7bilhões. A Balança Comercial, por sua vez, teve em março um superávit de US$ 4,43 bilhões. No acumulado do primeiro trimestre do ano, a Balança Comercial registrou um superávit de US$ 8,39bilhões.

 

 

 

Cenário Econômico – Fevereiro de 2016

 

ATIVIDADE, EMPREGO E RENDA:

De acordo com o IBGE, a economia brasileira encolheu 3,8% em 2015, em relação a 2014. Foi o pior resultado desde 1990, quando Collor de Mello assumiu a presidência do país e decretou o confisco da poupança. Em valores correntes o PIB do ano passado foi de R$ 5,9 trilhões. O PIB per capita foi de R$ 28.876, com queda de 4,6% em relação ao ano anterior. Pelo lado da oferta, enquanto a agropecuária cresceu 1,8%, a indústria encolheu 6,2% e os serviços 2,7%, sendo que o comércio caiu 8,9%%. Pelo lado do consumo, o das famílias caiu 4%, o do governo 1% e os investimentos 14,1%, sendo que em 2014, já haviam encolhido 4,5%. Segundo o Banco Central, a queda do PIB em 2015, calculada através do IBC-Br, foi de 4,08%. Para o Banco Credit Suisse, a economia brasileira corre o risco de mergulhar em um período de três anos seguidos de contração, fato inédito desde 1901, início da apuração da série histórica. Já para o economista do Banco Goldman Sachs, “dada a sua excepcional profundidade, largura e comprimento, a contração cíclica em curso do PIB do Brasil está adquirindo algumas características de uma depressão econômica clara (definida como uma recessão longa durando oito ou mais trimestres, que leva a uma queda acumulada do PIB de 10% ou mais)”. Em relação ao emprego, o IBGE informou que, através da Pesquisa Mensal de Emprego – PME, foi apurada em janeiro uma taxa de desemprego de 7,6%, sendo que em dezembro, a taxa tinha sido de 6,9%. Foi a taxa mais alta para o mês de janeiro desde 2009, quando chegou a 8,2%. A população desocupada se aproximou de dois milhões de pessoas, 8,4% acima da de dezembro. Também em janeiro, 99,7 mil vagas de empregos formais foram fechadas, de acordo com o Ministério do Trabalho. Já a renda média do trabalhador foi de R$ 2.242,90, com queda de 1,3% em relação a dezembro e de 7,4% em relação ao ano anterior.

 

SETOR PÚBLICO:

O setor público consolidado (governo central mais regionais mais estatais) registrou superávit primário de R$ 27,9 bilhões em janeiro, frente a um superávit de R$ 21,1 bilhões no mesmo período em 2014. Em doze meses o resultado primário foi deficitário em R$ 104,4 bilhões (1,75% do PIB). As despesas com juros foram de R$ 52,1 bilhões no mês (8,46% do PIB), sendo que em doze meses totalizaram R$ 540 bilhões (9,06% do PIB). Já o déficit nominal, que inclui o resultado com os juros, foi de R$ 28,3 bilhões, em janeiro e acumulou R$ 644,4 bilhões (10,82% do PIB) em doze meses. O déficit nominal do mês foi financiado mediante expansão de R$ 70,2 bilhões na dívida mobiliária. A dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou R$ 3,99 trilhões (67% do PIB), elevando-se em 0,8 p.p em relação ao mês anterior. É importante mencionar que o resultado primário de janeiro foi influenciado pela arrecadação atípica de R$ 11 bilhões, por conta do leilão de hidrelétricas em novembro. Ainda em janeiro, já descontada a inflação, a arrecadação do governo federal com impostos caiu 6,7%, somando R$ 129,4 bilhões. No final de fevereiro, o governo anunciou um corte de R$ 23,4 bilhões no Orçamento de 2016, através de contingenciamento, dada a possibilidade de que a meta fiscal de 2016 não seja atingida. Para se prevenir, o governo já enviou ao Congresso projeto de lei que permite a redução da meta de superávit primário de R$ 30,5 bilhões para um déficit que poderá alcançar R$ 60,2 bilhões em 2016. Dada a situação das contas públicas, a agência de classificação de risco Moody’s foi a terceira a tirar do Brasil o grau de investimento, sendo que o rebaixamento foi de dois degraus de uma só vez. Também a agência Standard & Poors cortou a nota do país em mais um degrau.

 

INFLAÇÃO:

O IPCA fechou o mês de fevereiro com uma variação de 0,90%, um pouco abaixo das previsões e apresentando desaceleração em relação a janeiro, quando subiu 1,27%. Em doze meses, os preços apresentaram alta de 10,36%. O índice de difusão da inflação, divulgado pelo Valor Econômico permaneceu muito alto e foi de 77,2%. Os maiores aumentos de preços foram os da educação e os dos alimentos. Já o INPC, subiu 0,95% em fevereiro, enquanto a alta de janeiro havia sido de 1,51% e acumulou um avanço de 2,47% no ano e de 11,08% em doze meses.

 

JUROS:

Em reunião realizada logo no início de março, o Comitê de Política Monetária do Banco Central – COPOM decidiu manter inalterada a taxa Selic, em 14,25% a.a. Novamente, dois diretores foram favoráveis a um aumento de 0,5 p.p.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO:

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de fevereiro cotada a R$ 3,9796, com uma desvalorização de 1,56% no mês, mas acumulando uma valorização de 1,92% no ano e de 38,27% em doze meses. A Balança Comercial, por sua vez, teve em fevereiro um superávit de US$ 3,04 bilhões. As exportações cresceram 4,8% em relação ao mesmo mês de 2015, ao passo que as importações recuaram 34,6%. No acumulado do primeiro bimestre do ano, a Balança Comercial registrou um superávit de US$ 3,96 bilhões. Novamente em relação ao mês de janeiro, as transações correntes, apresentaram um déficit de US$ 4,8 bilhões, acumulando em doze meses, déficit de US$ 51,6 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED apresentaram um ingresso líquido de US$ 5,5 bilhões, enquanto os em ações uma redução líquida de US$ 4milhões e o em renda fixa de US$ 2,3 bilhões. As reservas internacionais terminaram o mês em US$ 369,8 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 332,1 bilhões. Já o fluxo cambial, saldo da entrada e saída de moeda estrangeira do país, fechou o mês de fevereiro negativo em US$ 9,29 bilhões. Até o dia 4 de março, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 6,8 bilhões, comparado a um saldo positivo de US$ 5,1 bilhões no mesmo período de 2015.

 

 

 

Cenário Econômico – Janeiro de 2016

 

ATIVIDADE EMPREGO E RENDA:

Para o FMI, o PIB do Brasil deverá cair 3,5% em 2016 e ficar estável em 2017. Sem os dados de dezembro apurados, o Banco Central informou que a atividade econômica, medida pelo IBC-Br recuou 3,9% de janeiro a novembro de 2015. O setor com melhor desempenho foi o agrícola, sendo que o país produziu uma safra recorde de 209,5 milhões de toneladas. Para tentar reverter o quadro, o governo lançou, no final do mês, um plano para elevar o crédito em R$ 83 bilhões, de forma a beneficiar setores como o da habitação, agricultura, infraestrutura, exportação, pequenas e médias empresas, além do consumidor. Já a taxa de desemprego anunciada para dezembro foi de 6,9%, medida através da Pesquisa Mensal de Emprego. No ano todo de 2015, 1,54 milhão de vagas formais de trabalho foram fechadas, o pior número em vinte e quatro anos. Já a renda média real caiu para R$ 2.265,09, com uma queda de 3,7% em relação a 2014.

 

SETOR PÚBLICO:

O setor público consolidado (governo central mais regionais mais estatais) registrou déficit primário de R$ 71,7 bilhões em dezembro, acumulando resultado negativo de R$ 111,2 bilhões (1,88% do PIB) em 2015, frente a um déficit de R$ 32,5 bilhões (0,57% do PIB) em 2014. No ano, as despesas com juros foram de R$ 501,8 bilhões (8,46% do PIB), enquanto o déficit nominal foi de R$ 613 bilhões (10,34% do PIB). Já a dívida bruta do governo geral (governo federal mais INSS mais governos regionais) alcançou R$ 3,97 trilhões (66,2% do PIB), em dezembro, elevando-se em 9 p.p em relação ao ano anterior. Já descontada a inflação, a arrecadação do governo federal caiu 5,62% em 2015, atingindo R$ 1,22 trilhão.

 

INFLAÇÃO:

O IPCA fechou o mês de janeiro com uma variação de 1,27%, apresentando aceleração em relação a dezembro, quando subiu 0,96%. Em doze meses, os preços apresentaram alta de 10,71%, o resultado mais alto desde novembro de 2003. O índice de difusão da inflação foi de 77,5%. Os maiores aumentos de preços foram os dos transportes, 1,77% e os dos alimentos, 2,28%, o maior aumento mensal desde dezembro de 2002. Já o INPC, subiu 1,51% em janeiro, enquanto a alta de dezembro havia sido de 0,9% e acumulou alta de 11,31% em doze meses.

 

JUROS:

Em reunião realizada no final de janeiro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central – COPOM, contrariando pronunciamentos recentes do seu presidente, decidiu manter inalterada a taxa Selic, em 14,25% a.a. Novamente, dois diretores foram favoráveis a um aumento de 0,5 p.p. A ata da reunião sugere que o BC passou a priorizar a atividade econômica, ao invés do combate à inflação.

 

CÂMBIO E SETOR EXTERNO:

A taxa de câmbio dólar x real, denominada P-Tax 800 encerrou o mês de janeiro cotada a R$ 4,0428, com uma valorização de 3,53% no mês e de 56,72% em doze meses. A Balança Comercial, por sua vez, encerrou o ano de 2015 com um superávit de US$ 19,69 bilhões, graças ao real mais desvalorizado e a uma queda de 24,3% das exportações. Em 2014, o déficit foi de US$ 4,05 bilhões. Já as transações correntes, acumularam um déficit de US$ 58,9 bilhões em 2015m sendo que no ano anterior havia sido de US$ 104,2 bilhões. Os Investimentos Estrangeiros Diretos – IED acumularam um saldo positivo de US$ 75,1 bilhões no ano, enquanto o em ações totalizou US$ 10 bilhões e o em renda fixa US$ 8,5 bilhões. As reservas internacionais terminaram o ano em US$ 368,7 bilhões e a dívida externa bruta em US$ 337,7 bilhões.


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